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Construindo Novos Caminhos Com A Psicologia

 Ano 2022. Escrito por Ayrton Junior Psicólogo CRP 06/147208

O presente artigo chama a atenção do leit@r a compreender a construção de um novo caminho ao se perceber que se locomove pelo descaminho, na desorientação que faz o sujeito se sentir confuso, sem rumo e permanece no descaminho e afastado do ponto de partida em função da pouquidade de percepção. A sensação de desesperança de que não há nada para realizar ou buscar no âmbito profissional é bastante frustrante e comum. Porém atrás da desorientação/ e ou atenção perceptiva distorcida, existe oculto um novo caminho ainda não desvelado a ser construído com o auxílio da psicologia.

É provável construir novos caminhos, da necessidade de ampliação do olhar na busca de experiência mal sucedida no contexto de clínica particular. A psicologia é uma ciência e uma profissão com múltiplas possibilidades de atuação. Dentro de sua diversidade, são diferentes os caminhos e os desafios da construção de um projeto profissional que pode, inclusive, compor duas ou três áreas de atuação ao mesmo tempo.

A Psicologia tem uma característica que difere de outras profissões, que permite uma pessoa ser CLT, concursada, trabalhadora autônoma ou ser um PJ; às vezes mais de uma. E diante de tantas possibilidades, é comum as psicólogas(os) se sentirem perdidas(os) e desorientados no momento de iniciar a construção ou de mudar o itinerário que vinha construindo em seu projeto profissional.

Nesse sentido, trocar experiências e pensar um projeto profissional é fundamental. Entendo aqui essa ideia de repensar um projeto profissional como o pensar a construção de uma vida, projetar um modo de vida e trabalho a se construir e viver. Em uma sociedade capitalista com a vida adulta orientada e determinada pelo trabalho, é indispensável que possamos parar, avaliar, organizar as ideias e planejar um caminho.

Planejar não é engessar, é criar um roteiro que orienta nossas escolhas, mas a vida é movimento, encontros, desencontros, encantos e desencantos; talvez aos 55 você esteja vivendo aquilo que sonhou aos 20; e talvez aos 44 você tenha mudado os sonhos e queira mudar os planos novamente. Não há dilema nisso, mas independente de qual seja seu momento e sua realidade, sempre cabe pensar, o que estou construindo enquanto projeto profissional agora?

São muitas as possibilidades e campos de atuação, e são muitas as opções de direções profissionais dentro desses campos de atuação, além do fato de que existe a chance de trabalhar exclusivamente em uma área ou compor e transitar entre duas ou três. Compartilho minha trajetória até aqui para exemplificar essas múltiplas possibilidades, desde o início de minha vida profissional atuo com clínica, uma área que me acompanhou com menor intensidade, mas que sempre esteve presente nesses anos como psicólogo. Nos anos iniciais, além da clínica particular, trabalhei com a clínica gratuita que me reconduz com maior intensidade.

A terapia é o recurso apropriado para atingir os objetivos desejados em situações em que há existência e permanência de um sofrimento que leva à busca de ajuda do terapeuta para auxiliar na dissolução de conflitos e ampliação de resolução de aborrecimentos. Profissionais têm revelado o sentimento de impotência que os acompanha no desempenho de suas funções, num contexto onde não vislumbram possibilidades de mudanças positivas na prospecção de prospectos ou construção de um roteiro profissional.

Não há receitas para construção de um caminho, se faz necessário o indivíduo saber em qual projeto ambiciona praticar os saberes acadêmicos e quais se colocam a disposição no momento autorizando o acesso. Um psicólogo tem potencial para construir um caminho enquanto expõe o altruísmo em benefício do outro em instituições que disponibilizam a pratica do voluntariado empreendendo no consultório particular gratuito ao prospecto.

Neste interim a construção do seu caminho se dá no modo altruísta, no qual ele renuncia a recompensa moeda ativa, que é substituída pelo prazer ao ter como gratificação a experiência em casos clínicos. Esse sujeito aciona o mecanismo defesa substitutivo, o qual substitui o prazer experiência pelo dinheiro ao compreender que o outro se coloca na posição de cliente outorgando ao profissional ser manuseado de modo que forneça a contingência certa para aplicação do saber acadêmico e ganhe experiência com essa troca.

Outro caminho lícito e legítimo surge por entre as redes sociais cobrando o valor social pelos serviços prestados de psicologia junto aos clientes. A construção neste caminho é um pouco difícil, ou dizendo em outras palavras, vai exigir um pouco mais de esmero, persistência porque solicita do prospecto o pagamento em dinheiro. A construção da trajetória consultório particular pago é desconforme, assim dizendo, é não conforme e é desigual, pois se revela desproporcionado ao sentido altruísta que não reclama do prospecto a moeda.

Talvez, o psicólogo não esteja disposto a investir energia libidinal na organização redes sociais que se faz necessário perseguir até encontrar o usuário com post, vídeos, stories na intenção de prospectar o cliente para o consultório particular pago. O psicólogo percebe o ambiente como não oferecedor da contingência adequada a aplicação dos saberes acadêmicos. Ao passo que já construiu seu caminho em duas instituições como colaborador voluntário, onde percebe que não precisa perseguir ou ficar procurando clientes com anúncios de marketing. Pois se posiciona de modo que os clientes procuram o psicólogo, o que torna essa posição confortável, digo não ambiciona manter-se na compulsão a repetição da perseguição de prospectos. [...] Freud no seu texto “Recordar repetir e elaborar” (1914), texto esse em que começa a pensar a questão da compulsão à repetição, fala do repetir enquanto transferência do passado esquecido dentro de nós. Agimos o que não pudemos recordar, e agimos tanto mais, quanto maior for a resistência a recordar, quanto maior for a angústia ou o desprazer que esse passado recalcado desperta em nós.

Mas, aonde esse psicólogo ânsia chegar? Nota-se que seu roteiro se inicia no campo da psicologia clínica transitando entre instituições CREAS e Projeto acolhimento trabalhadores rede Mario Gati. Todas as intervenções realizadas pelo psicólogo com os usuários do CREAS são respeitando crenças, cultura e realidade de cada pessoa ou família, no sentido de auxiliar esta pessoa ou família da melhor forma. Apoia e orienta o cidadão que já tem sua situação de risco comprovada. Melhor dizendo, que já estão sendo vítimas de violência física, psíquica e sexual, negligência, abandono, ameaça, maus tratos e qualquer tipo de discriminação. O psicólogo move-se por entre a proteção social básica e a proteção especial média e alta complexidade construindo seu itinerário e identidade na psicologia social e clínica.

Proteção Social Básica: - Objetiva prevenir as situações de risco através do desenvolvimento de potencialidades e aquisições, destinado a população em situação de vulnerabilidade social, em decorrência da pobreza, privação, acesso precário ou nulo aos serviços públicos ou fragilização de vínculos afetivos relacionais [discriminações etárias, étnicas, de gênero, ou por deficiências].

Proteção Especial [Média e Alta Complexidade] Social - Destina-se a família e indivíduos em situação de risco pessoal ou social, cujos direitos tenham sido violados ou ameaçados. - Diferente da Proteção Social Básica que tem um caráter preventivo, a PSE atua com natureza protetiva. - As atividades da Proteção Especial são diferenciadas de acordo com níveis de complexidade (média ou alta) e conforme a situação vivenciada pelo indivíduo ou família.

No caso da instituição hospitalar, o psicólogo constrói a sua identidade e trajeto alicerçando-se no consultório clínico, como psicólogo colaborador que participa trabalhando com outros psicólogos para a realização do bem-estar emocional dos trabalhadores da rede Mario Gati. Direcionado a um nicho específico hospitalar, que vai desde médicos, enfermeiros, auxiliar administrativo dentre outros. O psicólogo quer regressar da organização redes sociais, em outras palavras, vir do ambiente redes sociais em direção a alguma instituição que lhe conceda a melhor contingência de ações da psicologia na construção de sua identidade e comunicação, tendo como gratificação a moeda ativa na prestação de serviços ao público desta instituição.

A construção do trajeto deste psicólogo se dará de modo semelhante a carreira do técnico em mecânica retratado abaixo nos parágrafos. Pois, o ponto de partida foi a clínica e o mesmo se apercebe também dizendo: eu não consigo ver uma luz no fim do túnel. Embora o psicólogo tenha um propósito associado a alguma instituição que até o presente não lhe foi desvelado, permanecendo oculta a sua compreensão, interpretação e leitura mental concatenadas aos órgãos da visão.

As exigências, outro ponto a que você precisa ter atenção é em relação às exigências do mercado de trabalho em relação aos profissionais de psicologia. Em muitos casos, só é permitido atuar em determinada área deforma plena com uma especialização, como Psicanálise ou terapia cognitivo comportamental [TCC]. Sendo assim, quanto antes você avançar em sua formação, melhor. Ou você pode transitar pela área da psicanálise e terapia comportamental cognitiva e ainda a orientação de carreira a qual escolhi para atuar esmerando no desenvolvimento.

A trajetória profissional de um ser humano é de natureza singular. Isso é evidente não apenas pelo fato de cada ser humano ser único, mas também pela singularidade de possibilidades e arranjos a que cada um submete suas escolhas, inclusive as profissionais, amparados em suas competências teórico-conceituais, vida pregressa, oportunidades e circunstâncias vivenciadas em determinado momento histórico. A despeito do projeto de vida e do desenvolvimento da carreira ser particular, os seres humanos agrupam-se em torno de profissões que têm seus saberes específicos, ditos, ritos, mitos, enfim, configurações sociais, em que aqueles que a abraçam, segredam e compartilham, numa construção coletiva.

A profissão é deflagrada, para cada um, com base na escolha profissional e toma contornos concretos na experiência acadêmica universitária da formação. Os caminhos percorridos pelas vivências objetivas e subjetivas da condição de aluno, em situações de aprendizagem, mobilizam saberes e afetos na construção de um projeto profissional.

Entre muitas profissões que coexistem na atualidade, mesmo quando se consideram as profissões tradicionais e aquelas que emergem das novas configurações da sociedade contemporânea, a psicologia se sobressai por sua complexidade, visto que abriga uma diversidade de concepções teórico metodológicas que revelam distintas epistemologias e posicionamentos filosóficos e se oferece para ser exercida em múltiplos espaços de inserção profissional com peculiaridades específicas.

Não existe uma proposta de convergência dessas posições; elas coexistem sendo complementares, ambivalentes ou até contraditórias entre si, explicitando a existência de múltiplas psicologias e não apenas de uma que unifique ou sintetize seu vasto campo teórico e empírico. Compreender os caminhos que levam à construção da profissão de psicólogo ou de psicóloga é uma curiosidade.

Entende-se que reconhecer-se psicólogo ou psicóloga configura identidade. Só é possível compreender a construção de identidades em psicologia quando se lança mão da historicidade da ciência, da profissão e do contexto social, compreendendo que estes se constituem como referenciais de ordem política, social e cultural que, por meio dos discursos, promovem sentidos que os sujeitos vão interpretando e significando.

É no confronto dessas múltiplas configurações e possibilidades simbolicamente construídas que a pessoa se posiciona e descobre sua singularidade na historicidade social, cultural e profissional. Como os alunos de um curso de psicologia singular constroem sua identidade profissional de psicólogo ou psicóloga no processo curricular que vivenciam, tendo em vista que a psicologia é considerada uma profissão feminina? Com base nesta pergunta, há a pretensão de entender como os estudantes constroem identidades profissionais em psicologia na vivência acadêmica cotidiana, mediante o processo curricular e as práticas pedagógicas que o curso proporciona, sem a pretensão de buscar verdades que confiram uma identidade definitiva.

A concepção de identidade refere-se à identidade como processo, como um movimento contínuo de diferentes e sucessivas identificações que se interpõe entre as pessoas num jogo infinito de igualdade e diferença, aproximação e distanciamento, permitindo, por meio do discurso, que as pessoas reconheçam os iguais e os diferentes de si. Como ensina Stuart Hall (2000, p. 109).

Segundo Jung, “Existe apenas um caminho e este é o seu caminho. Existe apenas uma lei, e esta é a sua lei. Existe apenas uma verdade e esta é a sua verdade”. (Jung, p. 231). O que isto quer dizer? Entendo que cada um deve encontrar seu próprio caminho na vida. Os exemplos de outros colegas [com caminhos semelhantes] podem ser inspiradores, incentivadores, animadores, mas cada um só pode seguir apenas o seu próprio caminho.

Afinal, vivemos em uma época única. Uma época capitalista, marcada pelo consumo. O que está disponível para nós são imensas possibilidades, e como poderemos saber o que queremos, o que queremos comprar, ter, viver, saber? Somente através da auto descoberta. Nesse sentido, do caminho da autodescoberta cada um de nós está sozinho ou sozinha. Cada um terá que seguir seu próprio caminho e não o caminho dos demais.

Isto está, é claro, relacionado com as escolhas profissionais [ou vocacionais], mas não só, existem pessoas e mulheres que vieram ao mundo não para ter uma carreira, mas para serem mães, avós, existem pessoas que vieram para ensinar, outras para construir casas, pontes, prestar serviços de telecomunicação e o que você conseguir pensar enquanto lê o artigo.

Ser psicólogo é conviver com os dilemas, dores e sofrimentos alheios. É muitas vezes se perguntar quanta dor cabe numa vida. Mas também é participar da construção de vidas mais adaptadas, realizadas e felizes. É saber que as mudanças são possíveis. É contribuir para que as transformações aconteçam tanto de forma individual como coletiva. Não apontamos o caminho a ser seguido, mas percorremos esse caminho junto com o paciente, com uma lanterna na mão.

Essa lanterna é a luz do conhecimento científico e da experiência, acumulados com muito estudo, dedicação e prática, que permite a nós e aos pacientes enxergarmos aquilo que num primeiro momento, como sugere Aaron Beck, talvez nossos olhos não pudessem alcançar. O saber do psicólogo será sempre a luz no final do túnel. E reproduzo este saber ao recontar sobre a carreira do técnico em mecânica.

Muitas vezes somos tão apegados aos nossos problemas, às nossas próprias questões internas, que nos esquecemos de como faz bem construir boas relações com o outro. Compreender que as pessoas não pensam todas da mesma forma, não agem do mesmo modo e não vivem de forma igual é o primeiro e mais importante passo para cultivar boas relações. Depois de entender e aceitar as diferenças, vai ficar muito mais fácil se abrir para o novo, para o que não se vê no espelho.

A pessoa implementa o ato falho, melhor dizendo se esquece que toda e qualquer vaga de emprego ao qual escolhe e se candidata tem que ser vista como, um caminho, uma porta de entrada, um ponto de partida que é disponibilizada por meio do mercado de trabalho lhe ofertando a construção de uma identidade e um roteiro profissional.  Mas de pronto o indivíduo apreende a vaga elaborando uma leitura mental e interpretação equivocada dotada de complexo de inferioridade comovendo inconsciente os mecanismos de defesa recusa, esquiva e negação por exatamente não ser a vaga esperada que lhe dará o benefício de praticar todo conhecimento adquirido na universidade e mediante isto merecer a recompensa, seja em moeda, status profissional e outros.

Necessita olhar de modo consciente e não alienada, autômato que se candidata a vaga apenas por se candidatar com a intenção de escapar das privações momentâneas de dinheiro, restrição na autonomia e o que você pensar agora, de modo a não se permitir ser envolvido e conseguir evitar situações desagradáveis ou perigosa, por entre o mecanismo de defesa da esquiva

Mas, quando o mercado de trabalho oferece vagas que não compatíveis com a trajetória já iniciada pelo indivíduo durante a universidade acarreta em decepção, raiva, desorientação, desesperança, pois desentoa da vaga idealizada. Criando a ilusão que não consegue descortinar a distância entre o ponto que se situa e o ponto que apetece provocada pela insegurança. [...] Esse medo marcará nossa memória, de forma desprazerosa, e será experimentado como desamparo, “portanto uma situação de perigo é uma situação reconhecida, lembrada e esperada de desamparo” (Freud, 2006, p.162).

Semelhante desenrola-se na psicologia cada que vez discursa: eu não consigo prospectar prospectos nas redes sociais. O que de fato o psicólogo experimenta de estimulo perceptivo? Ao observá-las valendo-se da psicologia do cotidiano, prova da sensação de decepção, frustração, avarentas porque retem o dinheiro e não cuidam da saúde emocional, as veem como preconceituosas e religiosas, rejeição profissional, desamparo monetário, são vistas como amigos do passado, colegas de profissão e conhecidas. Esta cognição se dá no modo das emoções e não por meio da intelecção.

Naquele momento o psicólogo experimenta reforços por meio dos comportamentos dos prospectos que contribuíram com estímulos negativos envolvendo adição de consequências ruins para o psicólogo, o qual reforçou a atitude do psicólogo na reação afastamento-afastamento, influenciando a diminuição da serventia da sua potência, ou seja, não promover o desenvolvimento ou a eficácia das suas ações na prospecção e demissão das redes sociais.

Ou por outra, quando temos duas alternativas desagradáveis, temos o conflito afastamento-afastamento. Um exemplo poderia ser o do psicólogo manter-se na rede social contra vontade na intenção de prospecção de clientes e não receber nenhuma gratificação em troca e ainda ter um aumento na carga de horário nas redes sociais.

Doravante como observar o produto humano com otimismo realista, em outras palavras desejar o produto e por entre a realidade observando os aspectos positivos/negativos atrelado aos fatos e distanciando-se das emoções? O psicólogo se mante num território que não lhe fornece a contingência adequada para aplicação dos saberes, pois o público é conhecido do psicólogo e traz algumas características incutidas no superego do psicólogo o que inviabiliza a prospecção dos prospectos e o não desejo de acolher essas pessoas.

Ao se deparar nas redes socias com o produto humano que fazem parte do seu meio social é impraticável a psicologia neste campo. Por tanto isto não se constitui em um roteiro a ser construído com a psicologia clínica ou uma porta de entrada. A não ser que exista uma network sólido com os colegas de profissão que indicam clientes ao psicólogo. Caso não haja a network firme a indicação se torna inalcançável.

É prudente desvencilhar-se da zona de territorialidade de amigos, isto significa afastar-se do padrão de comportamento em que uma ou mais pessoas ocupam nas redes sociais ou defendem reproduzindo seus comportamentos preconceituosos, exibicionistas supérfluos e construir um script além deste espaço em direção a pessoas desconhecidas, cuja identidade se desconhece.

Aparenta-se hoje que só existe uma direção, após concluir um curso universitário que se situa nas redes sociais. Algumas pessoas escolheram o itinerário das redes sociais e se beneficiaram com essa escolha, por tanto ao orientar outros indivíduos, acabam encaminhando segundo aquilo que deu certo para elas e por meio do ato falho, esquecem que o que deu resultado para elas, pode muito bem não ser o esperado pelo outro. E o sujeito recebe o ensinamento de maneira inconsciente sem reflexionar suas ações e ambições.

E se o sujeito fracassar, quer dizer, não obteve o prospecto que esperava nas redes sociais é porque permanece operando de modo inadequado na prospecção de prospectos, este é o argumento e visão daqueles que não assimilam que cada sujeito tem sua própria vereda a trilhar. Nem sequer cogitam em si mesmo, que talvez, este não seja o rumo pertinente a este psicólogo. O psicólogo tenta a todo custo criar uma estrada, apesar de não acontecer o esperado, pois os agentes externos o impedem, resta-lhe mobilizar a autocritica e distanciar-se psicologicamente das redes sociais aplicando um olhar descoincidente para a compreensão do trajeto que lhe ocasiona desorientação.

O psicólogo se posiciona otimista realista não encara os obstáculos como algo para lhe derrubar, mas sim para reforçar suas potencialidades. O otimista é persistente, não desiste diante das contrariedades. Dessa forma, entendemos o otimismo como um fator protetor da resiliência. O otimista realista, que consegue enxergar com clareza a situação ao observar o aspecto positivo e negativo e tomar decisões assertivas para o momento.

Nada de fé cega, nada de pintar de cor de rosa contextos que necessitam de uma ação estratégica para mudança. E é aí que entra a esperança. Esperança, diferente do que muitas pessoas pensam, não tem nada a ver com esperar por dias melhores. Isso é frase do senso comum do pensamento positivo, avaliado como tóxico pensar deste modo. Esperança é vista na maioria das vezes como algo tão subjetivo e no fundo é a emoção que nos leva efetivamente a ação.

Uma pessoa esperançosa foca no objetivo que deseja realizar, pensa em quais caminhos e ferramentas devem usar para conquistar seu projeto. Pessoas incitando suas reservas de resiliência por meio do otimismo, apesar de , sobretudo, arregaçar as mangas para agir em prol da sua transformação pessoal, profissional e social.

Minucio um caso clinico na construção de carreira na área de técnico em mecânica, na qual o sujeito construiu a identidade técnica na trajetória no campo de manutenção em equipamentos pneumáticos, hidráulicos, vapor e mecânicos. Ele transitou-se em vários formatos da área técnica em mecânica até chegar a corporação que iria lhe outorgar o acesso para evoluir na identidade profissional, construindo o caminho de técnico instrumentista pneumático.

O técnico tinha a aspiração de trabalhar em alguma multinacional. Ele não sabia o nome desta multinacional e nem o seguimento, mas tinha esta vontade. O caminho iniciou-se trabalhando em empresas que lhe ofereceram a oportunidade de desenvolver no campo de manutenção e operação de maquinas, entretanto este não era o destino que o técnico almejava, embora era as vagas que o mercado de trabalho disponibilizava ao técnico no momento. Ele não conseguia enxergar o itinerário transparente, tudo lhe evidenciava estar no descaminho, até que foi contratado por uma multinacional no seguimento de pneumáticos.

Em outros termos, não lhe era permitido tomar conhecimento pela compreensão e nem pela percepção o nome da multinacional e nem o seguimento, suscitando o desprazer, porém o que lhe autorizou a chegar e a construir um novo trajeto com nova identidade nesta multinacional foi o percurso construído no campo da manutenção industrial ao longo dos anos trabalhando em empregos inferiores, embora aplicasse sempre o saber técnico em mecânica. [...] Em sua obra “Além do Princípio do Prazer” (1920, p.34), Freud afirma: a compulsão a repetição também rememora do passado experiências que não incluem possibilidade alguma de prazer e que nunca, mesmo há longo tempo, trouxeram satisfação, mesmo para impulsos instintuais que foram reprimidos.

Esse técnico dizia a si mesmo: eu não consigo enxergar o meu caminho. Mas, ele não se dava conta que já estava em direção a multinacional, por vivenciar e experimentar a crença disfuncional. Estava a todo tempo preso no imediatismo rumo a multinacional. As oportunidades que se apresentavam a ele naquele exato momento o deixavam desgostoso e sensibilizava o mecanismo defesa da recusa e negação, negando a realidade que se exteriorizava naquele momento como decepcionante que eram vistas nas vagas indesejáveis. Ou em outras palavras, vagas não associadas a técnico em mecânica.

Por tanto é simples dizer e não perscrutar interpretar, compreender o pensamento automático disfuncional, eu não consigo enxergar uma luz no final do túnel. A luz que o técnico pretende pressentir representa o objeto de interesse [a multinacional, mas não é qualquer multinacional]. Sendo que na atualidade só lhe é apontado vagas que o mercado dispõe naquele momento, então o técnico diz que não repara na luz no final do túnel, porque está vendo apenas as vagas que lhe causam complexo de inferioridade, desprazer ou obscuridade na visão.

O técnico chegou a candidatar-se a vagas em algumas multinacionais, contudo não lhe foi concedido acessar estas multinacionais e ali construir seu espaço. O que indica que para este sujeito havia a maneira perceptível a fim de construir a sua identidade dentro da área técnica e na multinacional do seguimento de pneumáticos adequada, que lhe ofereceria a contingência com destino a aplicação dos seus conhecimentos técnicos.

Embora todas as investidas até chegar a rota esperada, se espelhava como se estivesse trilhando no descaminho, isto significa afastamento do caminho correto, porque as decepções, frustrações distorciam a visão dando-lhe a impressão e sensação de transitar em tuneis [empregos e organizações] aos quais não existiam a luz que representa o objeto final. Mediante isto o técnico apenas pressenti com a emoção negativa/heurística afetiva negativa, levando a dissociar-se da racionalidade, em ouros termos, não leva em conta nada do que se passa de modo racional e objetivo, como a admissão a estipuladas empresas que oportunizaram a construção da trajetória na manutenção industrial.

No momento que o técnico pronuncia, eu não consigo enxergar uma luz no final do túnel.  O técnico anuncia a si mesmo que se apercebe desprovido dos recursos da compreensão, interpretação e leitura mental que assegura a elaboração eficiente dos mecanismos atencionais ou faltante dos processos básicos psicológicos. A percepção assimila os dados deduzidos como negativos.

Deste ponto em diante é preciso construir e interpretar o que representa o caminho túnel e a simbologia da luz. Túnel representa uma passagem subterrânea usada como via de comunicação entre um ponto e outro ponto, com pouquidade de luz, digo simboliza uma carreira sendo percorrida de maneira recalcada e reprimida no inconsciente e se o técnico não estiver consciente/lucido da intenção profissional e em qual lugar quer chegar, estará atravessando o percurso de modo reprimido inconsciente, por que não traz visibilidade ao técnico para chegar a um destino por falta de clareza do objetivo final que permanece reprimido, por conta das intempéries que são a ocupações não ambicionadas e olhadas com desprazeres.

A luz no fim do túnel, significa o objetivo principal que o técnico por estar desorientado não concebe mais com a compreensão, e não nota que vai alcançar a multinacional almejada. E na maioria das vezes qualquer indivíduo que inicia um caminho após a conclusão, seja qual for o curso, este direciona-se sempre ao projeto, apesar de comportar-se inconsciente. Não lhe é desvelado como se dará a construção da identidade e nem qual instituição lhe outorga o acesso para a construção do roteiro que cobiça.

Entretanto existe a probabilidade deste mesmo sujeito começar a observar em que campo se principiou a sua desenvoltura e talvez depreenda de modo intelectual que achar-se a um local [instituição adequada] que lhe fornecerá a contingencia exata para o desenvolvimento das competências profissionais já iniciada na área da manutenção industrial ao longo do itinerário desvelada no objetivo principal.

O sujeito lucido anda por trajetos restritos até chegar ao ponto otimista realismo, assim dizendo, percorre investindo potência no projeto, apesar de observar a realidade composta de fatos positivos e negativos. Enquanto que o indivíduo que permanece no inconsciente, ou seja, dormindo ou com pouquidade de clarificação sobre a sua trajetória permanece dizendo a si mesmo e reproduzindo a crença: eu não consigo ver uma luz no fim do túnel, por meio da ausência de compreensão e percepção. Ou melhor dizendo, o indivíduo atravessa o descaminho do caminho.

 

 

Referência Bibliográfica

FREUD, A. O ego e os mecanismos de defesa. Rio de Janeiro: Biblioteca Universal Popular, 1968

FREUD, S. (1920), "Além do princípio do prazer” In: FREUD. S. Obras completas de S. Freud. Rio de Janeiro: Imago, 1996, v. XVIII.

FREUD, S. (1996). Obras completas de S. Freud. Rio de Janeiro: Imago. (1914). "Recordar, repetir e elaborar ", v. XII

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  Ano 2022. Escrito por Ayrton Junior Psicólogo CRP 06/147208 O presente artigo chama a atenção do leit@r a compreender o fenômeno os desafios do Psicólogo ao empregar-se no campo da psicologia. Mesmo que este profissional esteja empregado em áreas diferentes ou similares a área da saúde, para este profissional será como o primeiro emprego. Qual o impacto do primeiro emprego na carreira profissional do psicólogo. O primeiro cliente, o primeiro projeto dentre outros primeiros que surgem. O fenômeno primeiro emprego do psicólogo. Assim sendo, você, enquanto representante de uma espécie biológica que se relaciona de diversas formas em locais diferentes, está sujeito a uma grande variabilidade de fenômenos. Isso significa que, no momento em que lê este texto [sentado em seu quarto, no escritório, na faculdade], você está inserido em um fenômeno específico aí na sua consciência como os desafios do primeiro emprego no campo da psicologia. Este fenômeno pode permanecer na vida do profis

Desvalorização na escolha profissional

  Agosto/2019.     Escrito por Ayrton Junior - Psicólogo CRP 06/147208 Pretendo por meio deste texto mostrar a desvalorização, a precarização na escolha de uma profissão e o castigo pela escolha feita ante o mercado de trabalho. Desvalorizado: Que se desvalorizou, que perdeu o valor, ou cujo valor baixou; depreciado. Que perdeu o mérito: O que caracteriza a ação de merecer honras ou castigos; merecimento: condenado pelos seus méritos. O profissional de hoje se encontra desvalorizado perante a sociedade, familiares, amigos e outros pela escolha de determinada profissão acadêmica ou técnica e como mérito por ter escolhido a profissão tem como recebimento o castigo do desemprego. Isto é de fato merecimento e condenação pelos méritos por ter escolhido a vocação ou qualquer outra profissão. Acaso o profissional merece ser castigado, condenado pela escolha que é oriunda da agente crise de desemprego ou qualquer outro tipo de agenciador? A crise de desemprego desvaloriza algumas pr

O desemprego e a angústia

Junho/2019. Escrito por Ayrton Junior - Psicólogo CRP 06/147208        Por intermédio deste texto pretendo espelhar sobre a possibilidade de o homem enfrentar situações difíceis e ter a possibilidade de ressignificá-las, buscando um novo sentido para o desemprego. Existe um jargão muito bonito e comumente utilizado pelos profissionais da Psicologia chamado [ressignificar]. Ressignificar é atribuir um novo significado a um sucedido através da mudança de sua percepção sobre as coisas ou sobre o objeto. O conceito de Ressignificar realmente é dar um novo significado a alguma experiência, retirando o afeto. Ao ressignificar um episódio, você está retirando o afeto que ele tem sobre você, ou seja, ele não lhe afeta mais, não retira suas energias, ele não lhe angustia mais, nem lhe deixa nervoso, com medo, frustrado, decepcionado, desalentado e outros. Percebo que tais situações podem deixar marcas na consciência, que muitas vezes a expressão dessas dores é o isolamento, o fechar-