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Superego Causa Danos A Consciência Do Ego

 Ano 2022. Escrito por Ayrton Junior Psicólogo CRP 06/147208

O presente artigo chama a atenção do leit@r a compreender o sofrimento e punição que o Superego impõe ao Ego por meio da compreensão e interpretação de sonho. Imagine o seguinte sonho: O indivíduo de nome fictício Antônio está andando por uma rua e pensa consigo mesmo, vendo a seguinte imagem do colaborador e encarregado de nome fictício Ronivaldo que ainda trabalha na empresa fictícia ao qual trabalhou no passado de nome Thermotec e está em seu poder na sua mão a carteira de trabalho e pendente a assinatura do empregador. Mas Antônio não trabalha mais na Thermotec e como pode ainda haver vínculo empregatício entre Antônio e Ronivaldo. Este vínculo empregatício punitivo, percebido na compulsão a repetição da punição, estava reprimido no inconsciente de Antônio e agora surge de modo latente na consciência de Antônio como possibilidade de trata-lo conscientemente. Que comportamento é exigido do Superego para que o Ego mostre e cesse a punição?

Interpretação do Sonho: Superego [Ronivaldo] está colocando um impeditivo nas contratações futura do ego [Antônio] a novos empregos. Superego contraria a contratação do ego a novos empregos, indicando que o ego tem contrato aberto assinado ainda com o empregador da Thermotec, sinalizando a rua significa que ego caminha em direção a novos empregos. Ou seja, a carteira de trabalho é um documento que comprova que o empregado estabelece um acordo com o empregador. O empregador não quer estabelecer a quebra do contrato de trabalho e com isto mostra que ego está impedido de ser contratado em outros empregos. E pode ocasionar consequências negativas, especialmente ao trabalhador, pois o contrato em aberto na carteira de trabalho pode causar dificuldades na hora de arrumar outro emprego. O Superego mante em submissão o ego na questão de vínculo empregatício, penalizando o impedindo de ser contratado por outra empresa. [...] Esse medo marcará nossa memória, de forma desprazerosa, e será experimentado como desamparo, “portanto uma situação de perigo é uma situação reconhecida, lembrada e esperada de desamparo” (Freud, 2006, p.162).

 Agora imagine este sonho, onde o Ego estava num local com seu primo Celso [superego] Empreendedor da Thermotec. Mas o Celso faz com que o ego se sinta desprezado, porque apenas olha para o ego e não deseja conversar, o que dá a impressão de desprezo, e em cima do capo de um carro havia um copo com bigatos.

         Interpretação do sonho: Superego age com raiva sobre o ego fazendo o se sentir desprezado levando a ter pensamentos disfuncionais causando danos na consciência que representa o carro. Nestes sonhos o ego já havia se submetido a ordenança tanto do empreendedor como do encarregado no passado, pois foi colaborador na empresa Thermotec. Mas por não conseguir adaptar-se a função de subemprego demitiu-se na primeira vez e depois regressa a empresa a acaba contraindo doença psicossomática e demite-se da empresa, mais uma vez.

O superego representa a moralidade. Defensor da luta em busca da perfeição - o superego é, resumindo, o máximo assimilado psicologicamente pelo indivíduo do que é considerado o lado superior da vida humana. Observe-se então, que, obviamente, o superego estará em conflito com o id. Ao contrário do ego, que tenta adiar a satisfação do id para momentos e lugares mais adequados, o superego tenta inibir a completa satisfação do id. Origina-se com o complexo do Édipo, a partir da internalização das proibições, dos limites e da autoridade. [é algo além do ego que fica sempre te censurando e dizendo: Isso não está certo, não faça aquilo, não faça isso, ou seja, aquela que dói quando prejudicamos alguém, é o nosso freio ou bússola moral].

O superego pode ser dividido em dois componentes: o ideal de ego e a consciência. O ego ideal é composto de todas as nossas regras de bom comportamento. A consciência é composta das regras pelas quais comportamentos são considerados ruins perante a sociedade, os familiares, o empregador, os amigos, os professores, a esposa e outros. Quando nos envolvemos em ações que estejam em conformidade com o ideal do ego, nos sentimos bem sobre nós mesmos ou orgulhosos de nossas realizações. Quando fazemos coisas que a nossa consciência considera ruins, nós experimentamos sentimento de culpa, desprezo, rejeição originados pelo Superego.

 

 

O ego aqui é passivo em relação ao superego, em relação a esse representante da “realidade da mensagem”. Diante do superego, o ego teme a invasão do “mau”, essa sombra do objeto que, caindo sobre ele, põe em perigo a eficácia de suas fronteiras. É por isto que nos relatos clínicos o superego é percebido como uma voz interior que emite críticas e ordens ao ego como se dentro dele habitasse um censor que lhe examina e controla permanentemente. O superego se inscreve desta forma na personalidade devido ao desamparo e à dependência do ego, que não é forte o suficiente para se opor aos anseios edípicos, fazendo com que o superego seja ao mesmo tempo estrutura constituinte da personalidade e agente crítico dela mesma.

O Superego se desenvolve a partir do Ego e consiste na representação dos ideais e valores morais e culturais do indivíduo. O Superego desempenha o papel de censor em relação às atividades do Ego. Atua como detentor dos códigos morais, éticos, regulando a forma de conduta do ego perante a sociedade e as pessoas. Constatamos três atribuições do Superego: consciência, auto-observação e formação de ideais. Embora também possa agir inconscientemente, o Superego desempenha a função de julgar a atividade consciente. O Superego tem seu desenvolvimento relacionado com a formação dos ideais. O seu conteúdo torna-se veículo dos valores estabelecidos em uma determinada sociedade, transmitido de geração em geração.

O Superego, origina-se com o complexo do Édipo, a partir da internalização das proibições, dos limites e da autoridade. [É algo além do ego que fica sempre te censurando e dizendo: Isso não está certo, não faça aquilo, não faça isso, ou seja, aquela que dói quando prejudicamos alguém, é o nosso freio.] O ego deve tentar retardar os ímpetos agressivos e sexuais do id, perceber e manipular a realidade para aliviar a tensão resultante, e lidar com a busca do superego pela perfeição.

E, quando o ego é pressionado demais, o resultado é a condição definida como ansiedade. Superego: o aspecto moral da personalidade, produto da internalização dos valores e padrões recebidos dos pais, do encarregado da Thermotec, do empreendedor da Thermotec e da sociedade. Os ideais que contribuem para a formação do superego incluem não apenas os costumes e valores que aprendemos de nossos pais, mas também as ideias sobre o certo e o errado que adquirimos da sociedade, da organização e da cultura em que vivemos.

A consciência é composta das regras pelas quais comportamentos são considerados ruins. Quando nos envolvemos em ações que estejam em conformidade com o ideal do ego, nos sentimos bem sobre nós mesmos ou orgulhosos de nossas realizações. Quando fazemos coisas que a nossa consciência considera ruins, nós experimentamos sentimento de culpa, a vergonha, o medo, o desprezo. O superego se esforça pela perfeição moral, sem levar em conta a realidade. O superego está presente em todos os três níveis da consciência. Devido a isso, às vezes podemos sentir culpa, sentir rejeição, sentir desprezo sem entender exatamente o motivo. Quando o superego atua na mente consciente, estamos conscientes dos nossos sentimentos resultantes. Se, no entanto, o superego age inconscientemente para punir ou reprimir o id, podemos acabar com sentimento de culpa, de vergonha, de medo, de desprezo e sem compreensão real do porquê nos sentimos assim.

Com o sadismo do superego, o masoquismo do ego e o sentimento de culpa, além de sua vinculação com a pulsão de morte [compulsão a repetição]? Diante destas interrogações, propomos pensar a destrutividade e as relações existentes com o masoquismo, o superego e a pulsão de morte. O Superego atua como um freio, numa atuação predominantemente contrária aos interesses do Ego, como por exemplo, não quer mais trabalhar em subempregos, porém trabalhar em instituição com boa remuneração. Ele trabalha para suprimir os impulsos do id e tenta forçar o ego à agir moralmente, e não se comportar de forma realista. Os ideais que contribuem para a formação do superego incluem não apenas os costumes e valores que aprendemos de nossos pais, mas também as ideias sobre o certo e o errado que adquirimos da sociedade, da universidade, da organização e da cultura em que vivemos.

O Supereu ou superego é ser aquele responsável pelo julgamento de nossas ações e pensamentos. O supereu é um dos sistemas de personalidades presente em nossa mente. Origina na pessoa a consciência e os sentimentos de vergonha, de medo, de desprezo, de rejeição e culpa, assim como armazena as exigências morais e culturais de nossa sociedade, da organização tecnocrimper. Outra característica do supereu é conter a voz interiorizada de nossos pais, dos professores, do empreendedor da tecnocrimper, do encarregado da tecnocrimper, ou seja, as proibições, os limites e a autoridade por eles imposta. É uma estrutura que está sempre nos dizendo o que fazer baseado em preceitos morais e ideais.

O superego age de forma independente dos outros sistemas de personalidade, pois ele está acima das pressões do id e do ego por satisfação. Isso o coloca em uma posição de auto-observação, porque o superego está em constante vigilância a respeito dos desejos e atos do id e do ego. O supereu de uma pessoa é espelhado naquele de quem o criou ou internalizou valores morais [pais, Deus, professores, tios, cuidador]. Logo, é composto por julgamentos, valores e tradições transmitido ao longo das gerações familiares. Assim como está fundamentado em normas sociais e culturais que estão em volta da pessoa.

O supereu ou superego também abarca nossos ideais, gerando sentimento de orgulho e amor-próprio. Contudo, o superego pode agir de forma a trazer à tona sentimento de culpa se agimos contra a nossa moral e os nossos ideais. O eu e o supereu [ideal do eu]. Em outros momentos, o supereu é apresentado como a instância encarregada de comparar o eu com o ideal do eu e de censurar e punir o eu quando este estiver muito aquém dos ideais, das figuras de autoridade [Deus, empregador, encarregado, professores] ou de premiá-lo com seu amor, quando essa distância estiver minorada. [...] Freud no seu texto “Recordar repetir e elaborar” (1914), texto esse em que começa a pensar a questão da compulsão à repetição, fala do repetir enquanto transferência do passado esquecido dentro de nós. Agimos o que não pudemos recordar, e agimos tanto mais, quanto maior for a resistência a recordar, quanto maior for a angústia ou o desprazer que esse passado recalcado desperta em nós.

Ao avaliarmos sonhos citados acima, compreendemos as ações perversas do Superego perante o Ego e depreendemos de modo intelectual que o desprezo é uma forma de eliminação simbólica. Pode ser direcionado a uma pessoa, ao ego ou a um grupo social inteiro. É uma prática perversa que semeia um grande desconforto pessoal e social usada pelo Superego. O desprezo é uma prática social que consiste em desqualificar o ego ou uma pessoa por indiferença. A pessoa/ego fala e é como se não dissesse nada. Pede algo e é como se não precisasse. Em outras palavras, é como se não existisse. Isso é desprezar, exibir comportamentos que fazem alguém entender que não é ninguém.

Deve-se dizer que o desprezo é uma forma de violência moral ou psicológica praticada pelo Superego Uma expressão de crueldade que o Superego acredita ter o direito de demonstrar sob o ego. É muito comum que a vítima dessa prática seja alguém em uma condição frágil ou então considerada inferior. O desprezo equivale à eliminação simbólica do ego. É uma forma de lhe dar uma morte social. Há muitos casos na história em que esse assassinato simbólico precede o assassinato físico. Esse tipo de premissa torna-se a justificativa para a violência concreta, realizada contra pessoas ou grupos específicos.

A desqualificação ou eliminação simbólica nem sempre tem o mesmo grau, nem a mesma intensidade. O desprezo se aplica a determinados sentimentos ou ideias, e também ao ego como um todo. Além disso, pode atingir certos grupos sociais, como acontece com as diferentes formas de xenofobia ou discriminação. A burocracia é especialista em desprezar. Isso acontece quando você precisa passar por processos formais e eles brincam com o seu tempo como se estivessem fazendo isso por esporte.

Eles o mandam de um lugar para outro, às vezes impõem exigências desproporcionais, dificultam o processo, e outros. Tudo isso para justificar que uma função que pode ser desempenhada por uma única pessoa e deve ser executada por 30. Isso se deve a um mau gerenciamento ou à troca de favores políticos. É importante, a nível individual, desenvolver atitudes para combater o desprezo. Devemos ser conscientes de que, para isso, não há armas em série. O mais apropriado, então, é não se deixar levar nem permitir que eles nos deixem inseguros ou que nos sintamos inferiores. Eles são o problema, não nós.

Diferentemente da aversão, onde o objeto repugnante é evitado, no desprezo existe algo de condescendente para com o objeto. Quem despreza algo, subestima, desqualifica, ridiculariza e dificilmente se sensibiliza com as causas do fracasso que lhe é atribuído. Esta sensação de superioridade ocasionada pelo desprezo não necessariamente é experimentada como uma vivência agradável, dado que o desprezo é comumente associado a raiva, pois ambos depreciam seu objeto de foco. Notamos que o Superego [Celso empreendedor e o Ronivaldo encarregado ambos sentem raiva do ego]. Embora o desprezo cause a sensação de superioridade, não é descrito como uma sensação agradável por quem o vivencia.

A função do desprezo é afirmar status, prioridade e autoridade. E isto pode ocorrer em indivíduos que estão incertos quanto a seu próprio status e capacidade. Devido a essa consequência e origem da emoção do desprezo, ela é considerada uma emoção negativa. O alvo do desprezo é tão desconsiderado em suas capacidades que na maioria das vezes nem vale o esforço de voltar-se contra ele. No entanto, algo ainda mais intenso pode ocorrer quando sentimos desprezo ou nojo de uma pessoa, a desumanização.

O Superego pretende de modo efetivo e A desumanização é um processo que reduz a essência humana no indivíduo até eliminá-la. O Superego desumano é quem perdeu a capacidade de ver o Ego como ser consciente. A desumanização nada mais é do que o ato e o efeito de desumanizar, ou seja, retirar o sentido real dos traços humanos. Na verdade, muitas vezes, vincula-se à desumanização a perda dos valores éticos e morais, da própria sensibilidade inerente ao humano.

A Rejeição provavelmente é um dos piores sentimentos experimentados em nossa vida. Seja por parte de nosso par amoroso, do próprio Superego, de um amigo, parente ou colegas de trabalho, a sensação de que nossa presença não é desejada ou não é mais bem-vinda. Pode nos levar a nos sentirmos magoados e nos tornarmos defensivos. Apesar de ser muito difícil, os psicólogos afirmam que é possível lidar com ela adotando algumas estratégias. Quando nosso comportamento desagrada outras pessoas, as pessoas às vezes nos rejeitam, nos desprezam por causa do comportamento que temos perante elas.

Quando as pessoas se sentem desconfortáveis, elas vão tentar remover aquilo que as estressa. E neste caso, pode ser a nossa presença. E isso nos leva a nos sentirmos rejeitados, desprezados. E aí vem um dado surpreendente, a rejeição não é pessoal. As pessoas não estão nos rejeitando e sim nosso comportamento. E nos sonhos o Superego [empreendedor e encarregado] está rejeitando as atitudes, ideias do Ego.

Isso acontece por que costumamos atribuir nosso comportamento à nossa identidade. Mas quantas vezes mudamos nossa maneira de agir na vida? Ao alterar um padrão de comportamento, você continua sendo a mesma pessoa. Quando você perde a sua autoconfiança. Quando você se sente inferior, ou que você não é o suficiente, esse sentimento por si só leva a rejeição, ao desprezo. Você passa a achar que não é inteligente o suficiente, não é bonito o suficiente, não é bom o suficiente, ou seja, você não é suficiente. Sua vida não é suficiente. O desprezo pode ser escancarado ou surgir de maneira discreta e enigmática. Seja como for, existe algo que nós devemos ter em conta, quem despreza mostra um comportamento covarde que se alimenta do ressentimento e da falta absoluta de maturidade emocional. E neste sonho o Superego está em conflito com o Ego. O melhor é aplicar o perdão.

Geralmente o desprezo é causado por um defeito do pessoal ou moral de um indivíduo, esse desvio de conduta, podemos chamar assim, compromete a posição desse indivíduo comparativamente a um padrão interpessoal que é formado no caráter por uma falta de estado, isso faz com que a pessoa classifique o indivíduo ou objeto a ser desprezado como algo que não tem valor. O desprezo é uma espécie de resposta da incapacidade de determinado objeto desprezado, o indivíduo que despreza um outro ser ou objeto, vê nesse ato uma maneira de observar o que é desprezado, como já foi dito o desprezo não é em si uma emoção, mas sim uma emoção secundária, pois é uma mistura de emoções primarias como raiva e desgosto.

O sentimento de desprezo soa como um ato de comparação, o sujeito que despreza algo ou alguém faz isso para ressaltar em seu objeto de desprezo as partes negativas e assim se elevar sobre determinadas situações, ou seja, ela compara sua pessoa com o as más qualidades do objeto desprezado. Quem despreza tem a clara intenção de humilhar o outro. Procura ridicularizar, diminuir e, inclusive, anular a outra pessoa de maneira aberta e evidente. Faz isso buscando a oportunidade perfeita, e a consegue praticando diariamente até deixar uma ferida na mente, uma fratura no amor próprio e rompendo para sempre com o laço da confiança.

O desprezo cotidiano que rompe os relacionamentos. Quem despreza tem a clara intenção de humilhar o outro. Ele procura ridicularizar, menosprezar e até mesmo anular a outra pessoa de maneira aberta e manifesta. Ele faz isso buscando a oportunidade perfeita e ele a pratica diariamente para deixar uma ferida na mente, uma fratura no amor-próprio e quebrar para sempre o laço de confiança. Você não precisa ter vivido muitos anos para saber que há pessoas que têm um efeito nocivo sobre as demais. Nem sempre se trata de um comportamento intencionado, porém é como se uma onda de negatividade invadisse o ambiente. Se ainda não aconteceu diretamente com você, seguramente já vivenciou por tabela a experiência de algum amigo ou familiar. [...] Em sua obra “Além do Princípio do Prazer” (1920, p.34), Freud afirma: a compulsão a repetição também rememora do passado experiências que não incluem possibilidade alguma de prazer e que nunca, mesmo há longo tempo, trouxeram satisfação, mesmo para impulsos instintuais que foram reprimidos.

Um dos casos mais comuns é a pessoa que sempre adota uma atitude depreciadora, manifestando desprezo ao interagir com os demais. Soa forte, mas em tempos de individualismo exacerbado e falta de empatia, tem se tornado cada vez mais habitual se deparar com alguém altamente depreciador. Sua atitude materializa desprezo e aversão e por trás de uma personalidade imponente, com ar de superioridade, pode-se esconder uma personalidade frágil. De maneira inconsciente, busca meticulosamente aspectos naqueles que o rodeiam para constrangê-los ou feri-los emocionalmente, se mantendo em uma posição de poder, de superioridade e desviando a atenção para possíveis conteúdos que deseja ocultar em si próprio.

Os tipos de desprezo: O desprezo pode se desdobrar em manifestações distintas, e nem todas elas são negativas. A postura descrita anteriormente é a de um caso clássico de desprezo disfuncional, que costuma coincidir com personalidades narcisistas, ou seja, aquelas pessoas que acreditam ser sempre mais: mais éticas, mais competentes, mais capacitadas, enfim, superiores. Um outro tipo de desprezo seria o sentimento de repulsa que uma pessoa pode sentir quando não está alinhado com os valores morais que uma pessoa ou situação representa. O superego pode estar querendo transmitir de modo consciente que o Ego não está alinhado com os valores morais exigidos em relação a doutrina cristã e por isso o castiga com severidade.

Também há o desprezo defensivo, que costuma ser uma emoção que surge para acelerar a fuga de situações potencialmente prejudiciais, quando por exemplo se detecta uma tentativa de manipulação. Como se defender de um depreciador? A convivência reiterada com uma pessoa assim pode provocar um sentimento de inadequação, algo que afeta negativamente a autoconfiança e a autoestima. Daí a importância de saber se proteger. Comece por:

1. entender que, por trás dessa postura de superioridade, sempre se esconde a insegurança; 2. manter-se firme diante do escrutínio, mas sem perder a paciência ou partir para a agressividade; 3. usar o humor como contraponto à atitude de desprezo; 4. desestabilizar o depreciador com perguntas como: O que te leva a dizer isso? Por que está com essa cara de desaprovação? 5. treinar sua capacidade de autocontrole para não demonstrar afetação e não contra-atacar.

Vale ressaltar que uma relação depende da combinação de duas personalidades para que funcione. Logo, alguém com este perfil, busca se aproximar de pessoas frágeis e com baixa autoestima, ou até mesmo causar prejuízos a auto estima do indivíduo para que desta forma sinta-se capaz de manipulá-la e manter-se em segurança na posição que ocupa. A maneira mais eficaz de não se tornar alvo de pessoas assim é através de sua segurança e autoestima. Se você sente que possui questões mal resolvidas e que de alguma maneira pessoas como a do perfil que mencionamos se repete em sua vida, não deixe de procurar ajuda de um psicólogo para que através do processo de autoconhecimento se torne possível o resgate e o fortalecimento da sua autoestima.


 

Referência Bibliográfica

FREUD, A. O ego e os mecanismos de defesa. Rio de Janeiro: Biblioteca Universal Popular, 1968

FREUD, S. (1920), "Além do princípio do prazer” In: FREUD. S. Obras completas de S. Freud. Rio de Janeiro: Imago, 1996, v. XVIII.

FREUD, S. (1996). Obras completas de S. Freud. Rio de Janeiro: Imago. (1914). "Recordar, repetir e elaborar ", v. XII

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