Ano 2021. Escrito por Ayrton Junior Psicólogo CRP 06/147208
O
presente artigo chama a atenção do leit@r a compreender o sentimento da
rejeição pode aparecer a qualquer momento e em qualquer área da vida
interpessoal, exemplo, entre casais, amigos, família ou no ambiente escolar e
de trabalho. Trata-se de um sentimento natural e cada pessoa sente a rejeição
de uma forma diferente, variando de acordo com a educação recebida, a cultura e
sociedade em que está inserida e a personalidade individual. Todos as pessoas,
em algum momento da vida, já foram rejeitadas um dia, como no namoro que não
deu certo; no grupo de pessoas em que não se sentiu aceito; na busca de
emprego, nas redes sociais na busca da reputação entre outros.
Na
infância, a rejeição pode repercutir na idade adulta. Muitas crianças, num
processo de fuga, inventam um mundo imaginário para poderem dar conta da
realidade. E, embora a gente associe a rejeição a desprezo ou indiferença, a
superproteção também é compreendida como desdém. Ela tem uma faceta superficial
mascarada de amor e leva a criança a pensar que não é aceita como é. A mensagem
que chega a ela é de que suas capacidades não são válidas, portanto, são
rejeitadas, e por isso ela precisa ser protegida. A falta de confiança em si
mesmo, geralmente por ausência de espelhamento dos pais ou adultos cuidadores,
solapa a autoestima do indivíduo, que passa a buscar o reconhecimento do outro
a qualquer preço, contribuindo cada vez mais para a rejeição que deseja evitar.
O
desejo de ser aceito e incluído em grupos sociais ou o desejo de viver um
relacionamento amoroso é importante para o indivíduo, pois são nessas relações
que ocorrem diversas experiências e vivencias para o amadurecimento humano.
Entretanto, em alguns casos há uma excessiva importância dada à opinião e aos
valores dos outros e a pessoa torna-se dependente de aprovações externas.
Passam a agir de acordo com o que acreditam ser o desejo do outro, tendo a
ilusão de que desta forma estarão seguras da solidão e de um possível abandono.
Não é raro perceber que deixam de fazer coisas pelo medo de ser rejeitada, até
por pessoas que não têm nenhuma ligação emocional. [...] Em sua obra
“Além do Princípio do Prazer” (1920, p.34), Freud afirma: a compulsão a
repetição também rememora do passado experiências que não incluem possibilidade
alguma de prazer e que nunca, mesmo há longo tempo, trouxeram satisfação, mesmo
para impulsos instintuais que foram reprimidos.
No
consultório, quando começo a atender uma pessoa que traz a demanda da dor da
rejeição, sempre incluímos no trabalho questões relacionadas com autoestima e a
insistência em supervalorizar a opinião e aprovação dos outros em seu modo de
ser, pensar e agir. Com a falta de estrutura interna necessária para lidar
sozinha com aquilo que pensa, sente ou deseja, a autoestima da pessoa tende a
permanecer rebaixada, ficando mais vulneráveis à rejeição.
Em
geral a pessoa com a dor da rejeição sente-se ansiosa, magoada, ofendida ou com
raiva de si ou do outro. Muitas vezes busca a qualquer custo entender o porquê
da rejeição, e como não encontra nenhuma explicação que lhe faça sentido
naquele momento, sente-se culpada e acaba se desvalorizando [Será que cometi
alguma transgressão para não exercer o pastorado ou Não estou fazendo certo o
que o marketing propõe para atrair clientes nas redes sociais para atendimento
psicológico ou Acho que não sou bom o suficiente por não ter especialização].
Em alguns casos surgem também desejo de pose ou vingança [Não vou admitir que
aquela pessoa fique com mais ninguém] ou ideias suicidas. É natural que diante
da rejeição surjam sentimentos de tristeza, solidão e abandono, mas é preciso
estar consciente de que atribuir ao outro a responsabilidade integral pelo
próprio bem estar, é sentir-se rejeitado cada vez que algo for negado.
Acreditar
que a outra pessoa deve assumir e suprir as suas próprias necessidades retrata
uma atitude quase infantil e inconsciente de acreditar que são elas que devem
comandar sua vida. O importante é não aceitar a rejeição como uma crença
destrutiva a respeito de si mesmo, tornando-se uma pessoa insegura para novas
experiências e fechando-se para a vida com medo de magoar-se novamente. A dor
da rejeição é tão intensa que pode gerar profundas feridas, mas o sofrimento
pode ser menos ativo. A psicoterapia poderá ajudar quem se sente rejeitado a
compreender e elaborar este sentimento, entender que às vezes o outro pode dar
ou não a resposta que deseja e como superar esta frustração [...]
Negação Provavelmente é o mecanismo de defesa mais simples e direto, pois
alguém simplesmente recusa a aceitar a existência de uma situação penosa demais
para ser tolerada. Ex: Um gerente é rebaixado de cargo e se vê obrigado a
prestar os mesmos serviços que exercia outrora.
A
Neurociência, que é o estudo científico do funcionamento do sistema nervoso e
das suas relações com o comportamento humano, pode nos ajudar a esclarecer um
pouco mais o problema da rejeição. A partir de estudos recentes, que irei
compartilhar aqui com você, surgiram novas hipóteses. O fato de a espécie
humana ser uma espécie essencialmente relacional pode ser, em parte, o motivo
pelo qual existe essa sobreposição de dois tipos tão diferentes de dor [a dor
física e a dor emocional/social] em uma mesma região do cérebro. Os laços
sociais são realmente imprescindíveis para a sobrevivência humana na medida em
que garantem maior probabilidade de conservação e manutenção da espécie. Mais
especificamente, o ser humano nasce completamente imaturo e incapaz de se
alimentar e de sobreviver sozinho.
Assim,
todo ser humano depende inteiramente dos cuidados e da atenção de pelo menos um
outro ser humano para se desenvolver durante os primeiros anos de vida. Nos
primeiros anos de vida essa dependência é crucial para a sobrevivência. Mas a
necessidade de interação social não se limita aos cuidados de um recém-nascido.
Ao longo da vida as conexões e relacionamentos íntimos que cada indivíduo
estabelece possibilitam o acesso a uma enorme variedade de recursos compartilhados,
como comida e abrigo, além de proteção. Assim, ao contemplar a história da
evolução humana, se percebe que ser rejeitado por outros seres humanos
significava uma enorme redução das chances de sobrevivência e oportunidades.
Consequentemente,
a nossa mente evoluiu e se adaptou para interpretar essas experiências de
abandono e rejeição como verdadeiramente dolorosas. Por isso, tendemos a evitar
situações que ameacem o rompimento de laços sociais. Dito de outro modo, visto
que a rejeição ameaça as chances de sobrevivência, sentir dor ao ser rejeitado
faz parte de um processo adaptativo da espécie humana para prevenir tais
situações. Existem muitas evidências de que, apesar da enorme diferença entre a
dor física e a dor emocional, elas compartilham o mesmo substrato neural. Não é
por acaso que o abuso de substâncias como heroína, maconha se tornou um
verdadeiro problema de saúde pública em muitos países devido ao seu uso
recreativo. essas drogas tenham sido criadas com o intuito primário de aumentar
o alívio de dores físicas, elas também atuam reduzindo a sensação de dor e
desconforto causados por situações sociais, como a rejeição.
Outras
drogas que têm efeito similar em ambas as dores e que, portanto, também
proporcionam evidências de correlação são os antidepressivos. Remédios
indicados para tratar a depressão e a ansiedade resultantes de fatores sociais
também acabam aliviando a dor física. Esses dados são muito interessantes, pois
comprovam que alguns remédios e drogas que aliviam um tipo de dor também
aliviam outro tipo. E, se esses remédios aliviam dois tipos de dores [social e
física], isso é um reforço da hipótese de que a rejeição, enquanto dor social,
compartilha o mesmo mecanismo no cérebro que a dor física. De fato, os seres
humanos quando são forçados a se separarem de seus pares, grupos sociais a qual
pertencem processam dores físicas e emocionais advindas da rejeição.
Já
o componente afetivo processa os aspectos desagradáveis e desconfortáveis da
dor, como por exemplo a identificação de qual o tipo de dor e também o tipo de
sofrimento e incômodo causados por ela. A dor causada por uma rejeição não está
localizada em nenhum lugar específico do corpo e, portanto, não depende tanto
do componente sensorial. Para entendermos a dor da rejeição, precisamos
investigar o componente afetivo envolvido em experiências dessa natureza. Os aspectos
desagradáveis da dor são processados especificamente por regiões do cérebro
chamados de córtex cingulado anterior e ínsula anterior.
Por
tanto rejeitar significa resistir, desprezar ou recusar, o que podemos traduzir
em não amar algo ou alguém. Essa ferida nasce da rejeição dos pais para com
seus filhos ou, às vezes, por se sentirem rejeitados por seus progenitores, mas
sem realmente haver intenção por parte deles. Por essa razão, a pessoa que
sofre da ferida da rejeição se caracteriza por se desvalorizar e buscar a
perfeição a todo custo, podendo atuar no complexo de perfeccionismo. Esta
situação vai levar a pessoa a uma busca constante de reconhecimento pelos
outros, desejo que vai demorar a ser saciado.
Quanto
mais profunda for a ferida da rejeição, maior será a rejeição de si mesmo ou
dos demais, o que pode ser escondido através da vergonha. Além disso, haverá
uma maior tendência à fuga, mas isso é apenas uma máscara para se proteger do
sofrimento gerado pela ferida. A ferida da rejeição pode ser curada prestando
uma atenção especial à autoestima, começando a se valorizar e a reconhecer por
si mesmo, sem precisar da aprovação dos demais. [...] Fuga – Ocorre
durante um período difícil, uma situação aversiva em que a pessoa sente uma
necessidade muito grande de remover, sair do incômodo que causa a situação
atual. Dormir, devaneios, drogas, hiperatividade, etc. Nota: Muito comum em
situações ou fases difíceis, quando estamos insatisfeitos com a vida ou quando
acessamos o vazio deixado pela auto alienação de nosso self (Eu verdadeiro),
nessas três situações, é muito comum devanear ou fugir. Fazemos isso de
diversas formas, dormindo excessivamente, sonhando acordado evitando ação e
construção da realidade, drogas, álcool, jogos, internet, trabalhando comendo,
comprando, praticando sexo e fazendo exercícios de uma forma exagerada, tudo
isso para não entrarmos em contato conosco mesmos e nossos incômodos.
O
que todo indivíduo social pretende, é ser aceito e estimado nos grupos e nas
relações. E dentro desse processo sempre estará presente a possibilidade de
rejeição. Cada pessoa faz esse trabalho constantemente: o de aceitar, acatar,
absorver ou o de rejeitar, afastar, ignorar. Esse movimento é tão natural
quanto os relacionamentos humanos e assim o indivíduo cria sua identidade,
sempre a partir de escolhas. Não existe unanimidade. Na natureza humana sempre
haverá cores, sabores, experiências e pessoas que agradarão mais uma pessoa do
que outra. O problema é que nós temos uma fantasia de que nosso desejo pelo
outro deveria criar uma atração correspondente e irresistível. [...]
FANTASIA. É um processo psíquico em que o indivíduo concebe uma situação em sua
mente, que satisfaz uma necessidade ou desejo, que não pode ser, na vida real,
satisfeito. É um roteiro imaginário em que o sujeito está presente e que
representa, de modo mais ou menos deformado pelos processos defensivos, a
realização de um desejo e, em última análise, de um desejo inconsciente.
Ser
rejeitado costuma abalar diretamente a autoestima. A negativa de uma pessoa a
quem você deu o seu melhor faz com que segurança em suas qualidades seja
enfraquecida. A rejeição pode acontecer por aspectos conscientes ou por outros
inconscientes, como alguém que remete sentimentos avessos e repugnantes de
muito tempo atrás, o jeito ou a aparência física pode despertar lembranças não
claras no outro que causam essa desconexão. Não há como fugir. Todos passam por
rejeições em alguns momentos da vida. Seja na escola, com os amigos, no
trabalho ou amorosamente. Não ganhar a promoção esperada, nem o convite para
aquela festa ou a ligação do amante. A diferença está em como cada uma lida com
a rejeição.
O
que pode acarretar a rejeição? A experiência da rejeição pode levar a uma série
de consequências psicológicas adversas, como solidão, baixa autoestima,
agressão e depressão. Também pode levar a sentimento de insegurança e a uma
maior sensibilidade à rejeição futura. A rejeição provavelmente é um dos piores
sentimentos experimentados em nossa vida. Seja por parte de nosso par amoroso,
de um amigo, parente ou colegas de trabalho, a sensação de que nossa presença
não é desejada ou não é mais bem-vinda. Pode nos levar a nos sentirmos magoados
e nos tornarmos defensivos A pessoa que passa por algum tempo sofrendo com
sentimento de rejeição pode em algum momento associar outros sentimentos como
por exemplo, abandono, fracasso, privação emocional, indesejabilidade social,
busca de aprovação, pessimismo e por aí vai. Pode se isolar e perder
oportunidades de relacionamento e convívio social, ofertas de emprego.
Confira
algumas dicas para auxiliá-lo a superar o medo da rejeição: 1. Evite
comparações. O hábito de se comparar com os outros é um dos principais
causadores da insegurança emocional e da baixa autoestima. 2. Reforce suas
qualidades.3. Aceite o que não depende de você. 4. Aceite a imperfeição. Ao
contrário, se consegue extrair algo de valor da rejeição ao compreender que, se
alguém é rejeitado pode significar que possui a capacidade de se envolver
afetivamente em todos os aspectos, como, amor, amizade, trabalho, parcerias.
Isso deve ser um conforto quando nossas esperanças esbarram no não do outro,
que também tem seus motivos, mas na maioria das vezes desconhecemos. A rejeição
amorosa estimula área do cérebro envolvida na motivação, recompensa e vício.
O
sofrimento causado pelo fim do término não é um sentimento que pode ser
superado com facilidade, já que funciona como um vício. Chame a pessoa para
conversar. O diálogo é fundamental para que se consiga entender os sentimentos
um do outro. Faça o possível para manter uma boa relação com a sua família, com
os colegas de trabalho. Porém, caso o sentimento de rejeição já esteja
instaurado, busque desvencilhar-se. Como lidar com a rejeição profissional no
trabalho: Se alguém falar algo que te incomode ou alguma discussão tomar um
rumo indesejado, se distancie.
Colega
de trabalho não é amigo, ou seja, é uma pessoa que apenas pertence a mesma
coletividade ou categoria profissional que exerce numa organização. Recorra a
objetividade, seja objetivo com a opinião ou atitude que não se deixe
influenciar por sentimentos de hostilidade e se porte de modo agressivo
desejando tirar satisfação com o outro por se sentir rejeitado. Abra mão dos
sentimentos negativos, ou seja, renuncie e não de desgaste se sentindo
rejeitado no ambiente organizacional. Minimize as oportunidades de rejeição no
futuro, ou seja, reduza ao mínimo as chances de rejeição.
Atitudes
passivo-agressivo. Na vida íntima, o homem se sente demandado por ações que
exijam mais generosidade, empatia e sensibilidade, mas ele está acostumado a
pensar em suas próprias necessidades e tem medo de arriscar uma ação
fracassada. Ao mesmo tempo, ele não quer parecer declaradamente egoísta. O homem
acaba fazendo qualquer coisa quando você pede para ele com jeitinho. Quanto
mais você infla esse ego, mais o homem vai ficar aberto para qualquer
manipulação. E se você fizer esse homem achar que só ele é capaz de fazer isso,
tudo fica ainda mais fácil. Elogie, aprecie detalhes e faça ele se sentir
especial. O principal segredo para aprender como desprezar um homem pra ele
correr atrás, é dominar a arte da indiferença. É deixar claro que não sente nem
amor, nem raiva por ele. Você simplesmente não sente nada!
Quem
se sente rejeitado sem motivo, geralmente procura fazer exatamente isso para se
livrar deste sentimento ruim. O problema é que esse comportamento resulta em
grandes decepções. Enquanto a pessoa espera um agradecimento e um possível
estreitamento do laço de amizade, o outro nem faz ideia de suas expectativas.
Este desencontro acaba gerando frustração. Dessa forma, é difícil para a pessoa
com sentimento de rejeição formar laços duradouros. O problema, infelizmente, é
um paradoxo, pois esta dinâmica apenas aumenta a sensação de estar sendo
rejeitado. Uma conduta dúbia ou comentário infeliz é o suficiente para alertar
a pessoa complexada.
Em
outras palavras, vive em constante medo de sentir as emoções ruins que surgem
com um possível abandono. O complexo de rejeição age como um bloqueio para o
desenvolvimento de relações interpessoais sadias. Pode até mesmo ser um
mecanismo de autossabotagem inconsciente. A lógica é mais ou menos assim; Vou
terminar esse relacionamento/ir embora/desistir de procurar emprego/não me
apegar antes de ser rejeitado. Assim, a pessoa não consegue se entregar
totalmente aos seus relacionamentos, prejudicando a convivência. [...] Esse
medo marcará nossa memória, de forma desprazerosa, e será experimentado como
desamparo, “portanto uma situação de perigo é uma situação reconhecida,
lembrada e esperada de desamparo” (Freud, 2006, p.162).
O
mesmo se aplica a projetos pessoais, trabalho ou estudo. Como está sempre
imaginando um cenário de possível rejeição, o indivíduo complexado não conclui
suas tarefas ou não dá tudo de si. Por que tentar, já que a minha ideia vai ser
negada? é a lógica costumeira dessas situações. Neste caso, o medo da rejeição
é um empecilho para que encontre o seu verdadeiro potencial. Quando o medo da
rejeição é muito forte, a tendência é esperar por uma situação semelhante a do
passado. Isso acontece porque a pessoa complexada já está com uma forte crença
que dificilmente haverá outra forma de tratamento.
Consequentemente,
não aproveita o presente nem descobre as coisas boas nos outros ou em sua vida
atual, seja de privação ou abundância. Quando algo lhe é negado ou percebe um
comportamento estranho de alguém próximo, o indivíduo complexado
inconscientemente acredita que o passado está prestes a se repetir. Assim, já
se arma contra a possível ameaça a sua autoestima e saúde-mental. Essa reação
também revela uma grande necessidade de agradar o outro. A pessoa dá grande
importância para a opinião de terceiros, mesmo se nada tem a ver com a sua
vida. Procura fazer de tudo para que os demais tenham uma opinião positiva
sobre ela. Caso contrário, entra em desespero por ter medo de ser abandonada.
Outra consequência comum do complexo de rejeição é o isolamento social. Pessoas
solitárias geralmente acreditam que não são bem-vindas, já que foram machucadas
diversas vezes pelo sentimento de rejeição. Desse modo, preferem se manter
reclusas. Todo mundo vivencia a rejeição ao longo da vida. Porém, raramente
somos ensinados a lidar com a frustração de um não.
Os
pais e professores podem ensinar o não para prevenir comportamentos perigosos
ou grosseiros. Mas dificilmente encontramos orientações sobre como agir quando
alguém nos rejeita. No próprio ambiente familiar podemos encontrar muitos casos
de rejeição. Pais que desaprovam o sonho de vida dos filhos, não gostam de um
traço de sua personalidade ou rejeitam a sua sexualidade. Situações como essas
se repetem diariamente. Dinâmicas familiares negativas podem impulsionar o
aparecimento do complexo de rejeição.
Exemplo
de ressignificar a rejeição, quando o
seu chefe nega a sua ideia no trabalho, não significa que você é incompetente.
Caso um amigo rejeite a sua ajuda para algum projeto, pode ser que você não
possa contribuir naquela situação específica. Se o seu parceiro terminar com
você, não quer dizer que ninguém nunca vai amá-lo. Saiba que quando você
interage com alguém, ele não consegue ver todas as coisas ruins que você julga possuir.
O outro desconhece o seu passado e não tem conhecimento dos segredos que você
guarda. E, mesmo se tivesse, não seria motivo para rejeitá-lo.
Quando
vivenciar uma situação de rejeição, procure pontos a serem melhorados para ter
um resultado diferente no futuro ou simplesmente siga adiante. A vida é repleta
de recomeços. Combata os pensamentos degradantes que surgem para deixá-lo para
baixo. Procure reencontrar a vulnerabilidade, ou seja, o medo é um poderoso
dominador. Viver assim, no entanto, é insustentável. Deixe as suas armas de
lado por um momento e tente se abrir para as pessoas próximas, para outras
oportunidades. Pode ser um colega de trabalho ou um parente que até então era
distante, um vizinho de apartamento.
Faça
isso aos poucos, no seu ritmo e no seu tempo. Respeite as suas limitações,
oferecendo apenas o que consegue cumprir. Se o medo de se tornar vulnerável for
muito, não sucumba ao desespero. Procure ajuda profissional para abrir o seu
coração e superar experiências traumáticas. O perdão é uma forma de libertação
dessas sensações ruins. Por meio de um processo longo de compreensão e
aceitação dos eventos em nossas vidas, é possível se livrar da mágoa. Porém, é
necessário ter muita coragem para revisitar traumas. Vá com calma neste passo
também. Perdoe-se por criar expectativas que foram rejeitadas.
Ninguém
é capaz de passar por uma rejeição e não sentir nada. E isso nem seria
recomendável, afinal cada tombo ao longo do percurso tem ao menos alguma coisa
boa, que é o aprendizado. É possível que seja necessário um tempo para você se
recompor e nisso não há problema algum. Mas algumas atitudes autodestrutivas
podem aparecer e devem ser observadas e evitadas: Remoer fatos e eventos
tentando encontrar culpados ou erros; Se isolar dos amigos e da vida social;
Desejar vingança caso ache que a culpa é da outra pessoa; Ficar se criticando
ou se punindo por ter sido rejeitado; Contar a história para todo mundo em uma
tentativa de envenenar a percepção dos outros sobre quem a rejeitou; Buscar
precocemente outras pessoas para não sentir o impacto negativo da perda.
[...] Freud no seu texto “Recordar repetir e elaborar” (1914), texto esse
em que começa a pensar a questão da compulsão à repetição, fala do repetir
enquanto transferência do passado esquecido dentro de nós. Agimos o que não
pudemos recordar, e agimos tanto mais, quanto maior for a resistência a
recordar, quanto maior for a angústia ou o desprazer que esse passado recalcado
desperta em nós.
Agora
a rejeição na busca de um emprego nem sempre é bem processada pelo candidato.
Nos momentos difíceis, a rejeição na busca de um emprego pode tornar-se um
grande problema e desencadear estados psicoemocionais complexos. Para a
psicologia, compreender o processo de rejeição como um todo é parte importante
do autoconhecimento. O fato de evitar a todo custo este sentimento de ser
rejeitado, pode influenciar a não aceitação de si, e gerar uma rejeição
própria, de forma interna.
Neste
sentido, é importante perceber que o medo de não ser rejeitado faz parte de uma
cultura social sobre a aceitação dos outros a todo custo. Logo, temos uma
rejeição vinda do ambiente externo e que ajuda a influenciar a rejeição
interna, de si mesmo. A rejeição na busca de um emprego tem a ver com a cultura
da aceitação externa e com a baixa autoestima da pessoa. Por esta razão, muitas
vezes a pessoa que se encontra numa situação difícil, de desemprego, terá mais
chances de desenvolver essa rejeição interna consigo mesma.
A
função do psicólogo é ajudar, por isso, selecionei algumas dicas, veja a
seguir: Antes de pensar em ser rejeitado, as impressões que são refletidas em
nossa mente podem deturpar a realidade. Por essa razão, conhecer a causa da
negação de forma neutra, vendo o problema em si, permite limpar certos ranços
emocionais. As emoções negativas produzem aspectos internos que podem ser lidos
como desprezo, abandono, reprovação e repulsa. Quando a rejeição na busca de um
emprego acontece, deve-se imediatamente analisar o motivo da rejeição, o contexto,
a forma de tratá-la.
Esta
análise pode levantar a dúvida se a rejeição, de fato, existe ou não. A
rejeição está, na verdade, dentro da cabeça. Por muitas situações do passado, a
rejeição permanece presente como um sentimento oculto. E, no caso do trabalho,
a rejeição na busca de um emprego, transforma essa sensação latente em uma
condição vulnerável. Pense que existem processos e fases. Nem sempre esta fase
é o momento ideal para conseguir a melhor oportunidade. Além disso, uma
entrevista de emprego não invalida, de forma alguma, o valor das suas
qualidades. Às vezes, ocorre o contrário, o recrutador percebe em você um profissional acima das funções
requeridas e por isso acaba não o escolhendo. Não tenha medo.
A
desmotivação numa rejeição tem a ver com o que a pessoa ouviu em palavras.
Tente compreender que críticas podem ser encaradas como formas de melhorar
ainda mais as suas qualidades. Não veja está má fase como perda de tempo. Se
não fosse pelos nossos fracassos, jamais teríamos alcançado o sucesso. Não
pare. Não evite que um não possa interromper sua procura. A rejeição na busca
de um emprego pode ser o estímulo de encontrar mais saídas, outras
oportunidades. O sentimento de rejeição na busca de um emprego é considerado
por muitos como um dos piores em termos de emoções. Sobressai a tristeza, a
negação e outros. É neste estado de tristeza que converte pessoas em deprimidas
e temerárias.
Assim,
a forma de lidar com a rejeição na busca de um emprego, de certa forma, irá
implicar no sucesso ou não de se encontrar, tanto na clareza de uma nova
oportunidade quanto no caminho do autoconhecimento. O sentimento de rejeição
não deve ser banido, transforme-o como parte desse processo de busca. Esteja
aberto para novas oportunidades. Invista em si mesmo, reconhecendo seus limites
para vencer obstáculos.
Perceba
que você também já rejeitou e não foi porque faltou alguma coisa ou alguém
errou e sim porque simplesmente não mexeu com você. O melhor da vida é que ela
sempre pode ser recomeçada, então foque mais em você e siga em frente. Veja
quem você é hoje. Certamente, é bem diferente do seu Eu do passado. Aquela
pessoa que sofreu tanto conquistou feitos incríveis e chegou até onde você
está! Independentemente se esta for realidade desejada ou não, seja grato pelo
crescimento pessoal.
Referência
Bibliográfica
FREUD,
A. O ego e os mecanismos de defesa. Rio de Janeiro: Biblioteca Universal
Popular, 1968
FREUD,
S. (1920), "Além do princípio do prazer” In: FREUD. S. Obras completas de
S. Freud. Rio de Janeiro: Imago, 1996, v. XVIII.
FREUD,
S. (1996). Obras completas de S. Freud. Rio de Janeiro: Imago. (1914).
"Recordar, repetir e elaborar ", v. XII
Comentários
Postar um comentário