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REJEIÇÃO PROFISSIONAL

 Ano 2021. Escrito por Ayrton Junior Psicólogo CRP 06/147208

O presente artigo chama a atenção do leit@r a compreender o sentimento da rejeição pode aparecer a qualquer momento e em qualquer área da vida interpessoal, exemplo, entre casais, amigos, família ou no ambiente escolar e de trabalho. Trata-se de um sentimento natural e cada pessoa sente a rejeição de uma forma diferente, variando de acordo com a educação recebida, a cultura e sociedade em que está inserida e a personalidade individual. Todos as pessoas, em algum momento da vida, já foram rejeitadas um dia, como no namoro que não deu certo; no grupo de pessoas em que não se sentiu aceito; na busca de emprego, nas redes sociais na busca da reputação entre outros.

Na infância, a rejeição pode repercutir na idade adulta. Muitas crianças, num processo de fuga, inventam um mundo imaginário para poderem dar conta da realidade. E, embora a gente associe a rejeição a desprezo ou indiferença, a superproteção também é compreendida como desdém. Ela tem uma faceta superficial mascarada de amor e leva a criança a pensar que não é aceita como é. A mensagem que chega a ela é de que suas capacidades não são válidas, portanto, são rejeitadas, e por isso ela precisa ser protegida. A falta de confiança em si mesmo, geralmente por ausência de espelhamento dos pais ou adultos cuidadores, solapa a autoestima do indivíduo, que passa a buscar o reconhecimento do outro a qualquer preço, contribuindo cada vez mais para a rejeição que deseja evitar.

O desejo de ser aceito e incluído em grupos sociais ou o desejo de viver um relacionamento amoroso é importante para o indivíduo, pois são nessas relações que ocorrem diversas experiências e vivencias para o amadurecimento humano. Entretanto, em alguns casos há uma excessiva importância dada à opinião e aos valores dos outros e a pessoa torna-se dependente de aprovações externas. Passam a agir de acordo com o que acreditam ser o desejo do outro, tendo a ilusão de que desta forma estarão seguras da solidão e de um possível abandono. Não é raro perceber que deixam de fazer coisas pelo medo de ser rejeitada, até por pessoas que não têm nenhuma ligação emocional. [...] Em sua obra “Além do Princípio do Prazer” (1920, p.34), Freud afirma: a compulsão a repetição também rememora do passado experiências que não incluem possibilidade alguma de prazer e que nunca, mesmo há longo tempo, trouxeram satisfação, mesmo para impulsos instintuais que foram reprimidos.

No consultório, quando começo a atender uma pessoa que traz a demanda da dor da rejeição, sempre incluímos no trabalho questões relacionadas com autoestima e a insistência em supervalorizar a opinião e aprovação dos outros em seu modo de ser, pensar e agir. Com a falta de estrutura interna necessária para lidar sozinha com aquilo que pensa, sente ou deseja, a autoestima da pessoa tende a permanecer rebaixada, ficando mais vulneráveis à rejeição.

Em geral a pessoa com a dor da rejeição sente-se ansiosa, magoada, ofendida ou com raiva de si ou do outro. Muitas vezes busca a qualquer custo entender o porquê da rejeição, e como não encontra nenhuma explicação que lhe faça sentido naquele momento, sente-se culpada e acaba se desvalorizando [Será que cometi alguma transgressão para não exercer o pastorado ou Não estou fazendo certo o que o marketing propõe para atrair clientes nas redes sociais para atendimento psicológico ou Acho que não sou bom o suficiente por não ter especialização]. Em alguns casos surgem também desejo de pose ou vingança [Não vou admitir que aquela pessoa fique com mais ninguém] ou ideias suicidas. É natural que diante da rejeição surjam sentimentos de tristeza, solidão e abandono, mas é preciso estar consciente de que atribuir ao outro a responsabilidade integral pelo próprio bem estar, é sentir-se rejeitado cada vez que algo for negado.

Acreditar que a outra pessoa deve assumir e suprir as suas próprias necessidades retrata uma atitude quase infantil e inconsciente de acreditar que são elas que devem comandar sua vida. O importante é não aceitar a rejeição como uma crença destrutiva a respeito de si mesmo, tornando-se uma pessoa insegura para novas experiências e fechando-se para a vida com medo de magoar-se novamente. A dor da rejeição é tão intensa que pode gerar profundas feridas, mas o sofrimento pode ser menos ativo. A psicoterapia poderá ajudar quem se sente rejeitado a compreender e elaborar este sentimento, entender que às vezes o outro pode dar ou não a resposta que deseja e como superar esta frustração [...] Negação Provavelmente é o mecanismo de defesa mais simples e direto, pois alguém simplesmente recusa a aceitar a existência de uma situação penosa demais para ser tolerada. Ex: Um gerente é rebaixado de cargo e se vê obrigado a prestar os mesmos serviços que exercia outrora.

A Neurociência, que é o estudo científico do funcionamento do sistema nervoso e das suas relações com o comportamento humano, pode nos ajudar a esclarecer um pouco mais o problema da rejeição. A partir de estudos recentes, que irei compartilhar aqui com você, surgiram novas hipóteses. O fato de a espécie humana ser uma espécie essencialmente relacional pode ser, em parte, o motivo pelo qual existe essa sobreposição de dois tipos tão diferentes de dor [a dor física e a dor emocional/social] em uma mesma região do cérebro. Os laços sociais são realmente imprescindíveis para a sobrevivência humana na medida em que garantem maior probabilidade de conservação e manutenção da espécie. Mais especificamente, o ser humano nasce completamente imaturo e incapaz de se alimentar e de sobreviver sozinho.

Assim, todo ser humano depende inteiramente dos cuidados e da atenção de pelo menos um outro ser humano para se desenvolver durante os primeiros anos de vida. Nos primeiros anos de vida essa dependência é crucial para a sobrevivência. Mas a necessidade de interação social não se limita aos cuidados de um recém-nascido. Ao longo da vida as conexões e relacionamentos íntimos que cada indivíduo estabelece possibilitam o acesso a uma enorme variedade de recursos compartilhados, como comida e abrigo, além de proteção. Assim, ao contemplar a história da evolução humana, se percebe que ser rejeitado por outros seres humanos significava uma enorme redução das chances de sobrevivência e oportunidades.

Consequentemente, a nossa mente evoluiu e se adaptou para interpretar essas experiências de abandono e rejeição como verdadeiramente dolorosas. Por isso, tendemos a evitar situações que ameacem o rompimento de laços sociais. Dito de outro modo, visto que a rejeição ameaça as chances de sobrevivência, sentir dor ao ser rejeitado faz parte de um processo adaptativo da espécie humana para prevenir tais situações. Existem muitas evidências de que, apesar da enorme diferença entre a dor física e a dor emocional, elas compartilham o mesmo substrato neural. Não é por acaso que o abuso de substâncias como heroína, maconha se tornou um verdadeiro problema de saúde pública em muitos países devido ao seu uso recreativo. essas drogas tenham sido criadas com o intuito primário de aumentar o alívio de dores físicas, elas também atuam reduzindo a sensação de dor e desconforto causados por situações sociais, como a rejeição.

Outras drogas que têm efeito similar em ambas as dores e que, portanto, também proporcionam evidências de correlação são os antidepressivos. Remédios indicados para tratar a depressão e a ansiedade resultantes de fatores sociais também acabam aliviando a dor física. Esses dados são muito interessantes, pois comprovam que alguns remédios e drogas que aliviam um tipo de dor também aliviam outro tipo. E, se esses remédios aliviam dois tipos de dores [social e física], isso é um reforço da hipótese de que a rejeição, enquanto dor social, compartilha o mesmo mecanismo no cérebro que a dor física. De fato, os seres humanos quando são forçados a se separarem de seus pares, grupos sociais a qual pertencem processam dores físicas e emocionais advindas da rejeição.

Já o componente afetivo processa os aspectos desagradáveis e desconfortáveis da dor, como por exemplo a identificação de qual o tipo de dor e também o tipo de sofrimento e incômodo causados por ela. A dor causada por uma rejeição não está localizada em nenhum lugar específico do corpo e, portanto, não depende tanto do componente sensorial. Para entendermos a dor da rejeição, precisamos investigar o componente afetivo envolvido em experiências dessa natureza. Os aspectos desagradáveis da dor são processados especificamente por regiões do cérebro chamados de córtex cingulado anterior e ínsula anterior.

Por tanto rejeitar significa resistir, desprezar ou recusar, o que podemos traduzir em não amar algo ou alguém. Essa ferida nasce da rejeição dos pais para com seus filhos ou, às vezes, por se sentirem rejeitados por seus progenitores, mas sem realmente haver intenção por parte deles. Por essa razão, a pessoa que sofre da ferida da rejeição se caracteriza por se desvalorizar e buscar a perfeição a todo custo, podendo atuar no complexo de perfeccionismo. Esta situação vai levar a pessoa a uma busca constante de reconhecimento pelos outros, desejo que vai demorar a ser saciado.

Quanto mais profunda for a ferida da rejeição, maior será a rejeição de si mesmo ou dos demais, o que pode ser escondido através da vergonha. Além disso, haverá uma maior tendência à fuga, mas isso é apenas uma máscara para se proteger do sofrimento gerado pela ferida. A ferida da rejeição pode ser curada prestando uma atenção especial à autoestima, começando a se valorizar e a reconhecer por si mesmo, sem precisar da aprovação dos demais. [...] Fuga – Ocorre durante um período difícil, uma situação aversiva em que a pessoa sente uma necessidade muito grande de remover, sair do incômodo que causa a situação atual. Dormir, devaneios, drogas, hiperatividade, etc. Nota: Muito comum em situações ou fases difíceis, quando estamos insatisfeitos com a vida ou quando acessamos o vazio deixado pela auto alienação de nosso self (Eu verdadeiro), nessas três situações, é muito comum devanear ou fugir. Fazemos isso de diversas formas, dormindo excessivamente, sonhando acordado evitando ação e construção da realidade, drogas, álcool, jogos, internet, trabalhando comendo, comprando, praticando sexo e fazendo exercícios de uma forma exagerada, tudo isso para não entrarmos em contato conosco mesmos e nossos incômodos.

O que todo indivíduo social pretende, é ser aceito e estimado nos grupos e nas relações. E dentro desse processo sempre estará presente a possibilidade de rejeição. Cada pessoa faz esse trabalho constantemente: o de aceitar, acatar, absorver ou o de rejeitar, afastar, ignorar. Esse movimento é tão natural quanto os relacionamentos humanos e assim o indivíduo cria sua identidade, sempre a partir de escolhas. Não existe unanimidade. Na natureza humana sempre haverá cores, sabores, experiências e pessoas que agradarão mais uma pessoa do que outra. O problema é que nós temos uma fantasia de que nosso desejo pelo outro deveria criar uma atração correspondente e irresistível. [...] FANTASIA. É um processo psíquico em que o indivíduo concebe uma situação em sua mente, que satisfaz uma necessidade ou desejo, que não pode ser, na vida real, satisfeito. É um roteiro imaginário em que o sujeito está presente e que representa, de modo mais ou menos deformado pelos processos defensivos, a realização de um desejo e, em última análise, de um desejo inconsciente.

Ser rejeitado costuma abalar diretamente a autoestima. A negativa de uma pessoa a quem você deu o seu melhor faz com que segurança em suas qualidades seja enfraquecida. A rejeição pode acontecer por aspectos conscientes ou por outros inconscientes, como alguém que remete sentimentos avessos e repugnantes de muito tempo atrás, o jeito ou a aparência física pode despertar lembranças não claras no outro que causam essa desconexão. Não há como fugir. Todos passam por rejeições em alguns momentos da vida. Seja na escola, com os amigos, no trabalho ou amorosamente. Não ganhar a promoção esperada, nem o convite para aquela festa ou a ligação do amante. A diferença está em como cada uma lida com a rejeição.

O que pode acarretar a rejeição? A experiência da rejeição pode levar a uma série de consequências psicológicas adversas, como solidão, baixa autoestima, agressão e depressão. Também pode levar a sentimento de insegurança e a uma maior sensibilidade à rejeição futura. A rejeição provavelmente é um dos piores sentimentos experimentados em nossa vida. Seja por parte de nosso par amoroso, de um amigo, parente ou colegas de trabalho, a sensação de que nossa presença não é desejada ou não é mais bem-vinda. Pode nos levar a nos sentirmos magoados e nos tornarmos defensivos A pessoa que passa por algum tempo sofrendo com sentimento de rejeição pode em algum momento associar outros sentimentos como por exemplo, abandono, fracasso, privação emocional, indesejabilidade social, busca de aprovação, pessimismo e por aí vai. Pode se isolar e perder oportunidades de relacionamento e convívio social, ofertas de emprego.

Confira algumas dicas para auxiliá-lo a superar o medo da rejeição: 1. Evite comparações. O hábito de se comparar com os outros é um dos principais causadores da insegurança emocional e da baixa autoestima. 2. Reforce suas qualidades.3. Aceite o que não depende de você. 4. Aceite a imperfeição. Ao contrário, se consegue extrair algo de valor da rejeição ao compreender que, se alguém é rejeitado pode significar que possui a capacidade de se envolver afetivamente em todos os aspectos, como, amor, amizade, trabalho, parcerias. Isso deve ser um conforto quando nossas esperanças esbarram no não do outro, que também tem seus motivos, mas na maioria das vezes desconhecemos. A rejeição amorosa estimula área do cérebro envolvida na motivação, recompensa e vício.

O sofrimento causado pelo fim do término não é um sentimento que pode ser superado com facilidade, já que funciona como um vício. Chame a pessoa para conversar. O diálogo é fundamental para que se consiga entender os sentimentos um do outro. Faça o possível para manter uma boa relação com a sua família, com os colegas de trabalho. Porém, caso o sentimento de rejeição já esteja instaurado, busque desvencilhar-se. Como lidar com a rejeição profissional no trabalho: Se alguém falar algo que te incomode ou alguma discussão tomar um rumo indesejado, se distancie.

Colega de trabalho não é amigo, ou seja, é uma pessoa que apenas pertence a mesma coletividade ou categoria profissional que exerce numa organização. Recorra a objetividade, seja objetivo com a opinião ou atitude que não se deixe influenciar por sentimentos de hostilidade e se porte de modo agressivo desejando tirar satisfação com o outro por se sentir rejeitado. Abra mão dos sentimentos negativos, ou seja, renuncie e não de desgaste se sentindo rejeitado no ambiente organizacional. Minimize as oportunidades de rejeição no futuro, ou seja, reduza ao mínimo as chances de rejeição.

Atitudes passivo-agressivo. Na vida íntima, o homem se sente demandado por ações que exijam mais generosidade, empatia e sensibilidade, mas ele está acostumado a pensar em suas próprias necessidades e tem medo de arriscar uma ação fracassada. Ao mesmo tempo, ele não quer parecer declaradamente egoísta. O homem acaba fazendo qualquer coisa quando você pede para ele com jeitinho. Quanto mais você infla esse ego, mais o homem vai ficar aberto para qualquer manipulação. E se você fizer esse homem achar que só ele é capaz de fazer isso, tudo fica ainda mais fácil. Elogie, aprecie detalhes e faça ele se sentir especial. O principal segredo para aprender como desprezar um homem pra ele correr atrás, é dominar a arte da indiferença. É deixar claro que não sente nem amor, nem raiva por ele. Você simplesmente não sente nada!

Quem se sente rejeitado sem motivo, geralmente procura fazer exatamente isso para se livrar deste sentimento ruim. O problema é que esse comportamento resulta em grandes decepções. Enquanto a pessoa espera um agradecimento e um possível estreitamento do laço de amizade, o outro nem faz ideia de suas expectativas. Este desencontro acaba gerando frustração. Dessa forma, é difícil para a pessoa com sentimento de rejeição formar laços duradouros. O problema, infelizmente, é um paradoxo, pois esta dinâmica apenas aumenta a sensação de estar sendo rejeitado. Uma conduta dúbia ou comentário infeliz é o suficiente para alertar a pessoa complexada.

Em outras palavras, vive em constante medo de sentir as emoções ruins que surgem com um possível abandono. O complexo de rejeição age como um bloqueio para o desenvolvimento de relações interpessoais sadias. Pode até mesmo ser um mecanismo de autossabotagem inconsciente. A lógica é mais ou menos assim; Vou terminar esse relacionamento/ir embora/desistir de procurar emprego/não me apegar antes de ser rejeitado. Assim, a pessoa não consegue se entregar totalmente aos seus relacionamentos, prejudicando a convivência. [...] Esse medo marcará nossa memória, de forma desprazerosa, e será experimentado como desamparo, “portanto uma situação de perigo é uma situação reconhecida, lembrada e esperada de desamparo” (Freud, 2006, p.162).

O mesmo se aplica a projetos pessoais, trabalho ou estudo. Como está sempre imaginando um cenário de possível rejeição, o indivíduo complexado não conclui suas tarefas ou não dá tudo de si. Por que tentar, já que a minha ideia vai ser negada? é a lógica costumeira dessas situações. Neste caso, o medo da rejeição é um empecilho para que encontre o seu verdadeiro potencial. Quando o medo da rejeição é muito forte, a tendência é esperar por uma situação semelhante a do passado. Isso acontece porque a pessoa complexada já está com uma forte crença que dificilmente haverá outra forma de tratamento.

Consequentemente, não aproveita o presente nem descobre as coisas boas nos outros ou em sua vida atual, seja de privação ou abundância. Quando algo lhe é negado ou percebe um comportamento estranho de alguém próximo, o indivíduo complexado inconscientemente acredita que o passado está prestes a se repetir. Assim, já se arma contra a possível ameaça a sua autoestima e saúde-mental. Essa reação também revela uma grande necessidade de agradar o outro. A pessoa dá grande importância para a opinião de terceiros, mesmo se nada tem a ver com a sua vida. Procura fazer de tudo para que os demais tenham uma opinião positiva sobre ela. Caso contrário, entra em desespero por ter medo de ser abandonada. Outra consequência comum do complexo de rejeição é o isolamento social. Pessoas solitárias geralmente acreditam que não são bem-vindas, já que foram machucadas diversas vezes pelo sentimento de rejeição. Desse modo, preferem se manter reclusas. Todo mundo vivencia a rejeição ao longo da vida. Porém, raramente somos ensinados a lidar com a frustração de um não.

Os pais e professores podem ensinar o não para prevenir comportamentos perigosos ou grosseiros. Mas dificilmente encontramos orientações sobre como agir quando alguém nos rejeita. No próprio ambiente familiar podemos encontrar muitos casos de rejeição. Pais que desaprovam o sonho de vida dos filhos, não gostam de um traço de sua personalidade ou rejeitam a sua sexualidade. Situações como essas se repetem diariamente. Dinâmicas familiares negativas podem impulsionar o aparecimento do complexo de rejeição.

Exemplo de ressignificar a rejeição,  quando o seu chefe nega a sua ideia no trabalho, não significa que você é incompetente. Caso um amigo rejeite a sua ajuda para algum projeto, pode ser que você não possa contribuir naquela situação específica. Se o seu parceiro terminar com você, não quer dizer que ninguém nunca vai amá-lo. Saiba que quando você interage com alguém, ele não consegue ver todas as coisas ruins que você julga possuir. O outro desconhece o seu passado e não tem conhecimento dos segredos que você guarda. E, mesmo se tivesse, não seria motivo para rejeitá-lo.

Quando vivenciar uma situação de rejeição, procure pontos a serem melhorados para ter um resultado diferente no futuro ou simplesmente siga adiante. A vida é repleta de recomeços. Combata os pensamentos degradantes que surgem para deixá-lo para baixo. Procure reencontrar a vulnerabilidade, ou seja, o medo é um poderoso dominador. Viver assim, no entanto, é insustentável. Deixe as suas armas de lado por um momento e tente se abrir para as pessoas próximas, para outras oportunidades. Pode ser um colega de trabalho ou um parente que até então era distante, um vizinho de apartamento.

Faça isso aos poucos, no seu ritmo e no seu tempo. Respeite as suas limitações, oferecendo apenas o que consegue cumprir. Se o medo de se tornar vulnerável for muito, não sucumba ao desespero. Procure ajuda profissional para abrir o seu coração e superar experiências traumáticas. O perdão é uma forma de libertação dessas sensações ruins. Por meio de um processo longo de compreensão e aceitação dos eventos em nossas vidas, é possível se livrar da mágoa. Porém, é necessário ter muita coragem para revisitar traumas. Vá com calma neste passo também. Perdoe-se por criar expectativas que foram rejeitadas.

Ninguém é capaz de passar por uma rejeição e não sentir nada. E isso nem seria recomendável, afinal cada tombo ao longo do percurso tem ao menos alguma coisa boa, que é o aprendizado. É possível que seja necessário um tempo para você se recompor e nisso não há problema algum. Mas algumas atitudes autodestrutivas podem aparecer e devem ser observadas e evitadas: Remoer fatos e eventos tentando encontrar culpados ou erros; Se isolar dos amigos e da vida social; Desejar vingança caso ache que a culpa é da outra pessoa; Ficar se criticando ou se punindo por ter sido rejeitado; Contar a história para todo mundo em uma tentativa de envenenar a percepção dos outros sobre quem a rejeitou; Buscar precocemente outras pessoas para não sentir o impacto negativo da perda. [...] Freud no seu texto “Recordar repetir e elaborar” (1914), texto esse em que começa a pensar a questão da compulsão à repetição, fala do repetir enquanto transferência do passado esquecido dentro de nós. Agimos o que não pudemos recordar, e agimos tanto mais, quanto maior for a resistência a recordar, quanto maior for a angústia ou o desprazer que esse passado recalcado desperta em nós.

Agora a rejeição na busca de um emprego nem sempre é bem processada pelo candidato. Nos momentos difíceis, a rejeição na busca de um emprego pode tornar-se um grande problema e desencadear estados psicoemocionais complexos. Para a psicologia, compreender o processo de rejeição como um todo é parte importante do autoconhecimento. O fato de evitar a todo custo este sentimento de ser rejeitado, pode influenciar a não aceitação de si, e gerar uma rejeição própria, de forma interna.

Neste sentido, é importante perceber que o medo de não ser rejeitado faz parte de uma cultura social sobre a aceitação dos outros a todo custo. Logo, temos uma rejeição vinda do ambiente externo e que ajuda a influenciar a rejeição interna, de si mesmo. A rejeição na busca de um emprego tem a ver com a cultura da aceitação externa e com a baixa autoestima da pessoa. Por esta razão, muitas vezes a pessoa que se encontra numa situação difícil, de desemprego, terá mais chances de desenvolver essa rejeição interna consigo mesma.

A função do psicólogo é ajudar, por isso, selecionei algumas dicas, veja a seguir: Antes de pensar em ser rejeitado, as impressões que são refletidas em nossa mente podem deturpar a realidade. Por essa razão, conhecer a causa da negação de forma neutra, vendo o problema em si, permite limpar certos ranços emocionais. As emoções negativas produzem aspectos internos que podem ser lidos como desprezo, abandono, reprovação e repulsa. Quando a rejeição na busca de um emprego acontece, deve-se imediatamente analisar o motivo da rejeição, o contexto, a forma de tratá-la.

Esta análise pode levantar a dúvida se a rejeição, de fato, existe ou não. A rejeição está, na verdade, dentro da cabeça. Por muitas situações do passado, a rejeição permanece presente como um sentimento oculto. E, no caso do trabalho, a rejeição na busca de um emprego, transforma essa sensação latente em uma condição vulnerável. Pense que existem processos e fases. Nem sempre esta fase é o momento ideal para conseguir a melhor oportunidade. Além disso, uma entrevista de emprego não invalida, de forma alguma, o valor das suas qualidades. Às vezes, ocorre o contrário, o recrutador percebe  em você um profissional acima das funções requeridas e por isso acaba não o escolhendo. Não tenha medo.

A desmotivação numa rejeição tem a ver com o que a pessoa ouviu em palavras. Tente compreender que críticas podem ser encaradas como formas de melhorar ainda mais as suas qualidades. Não veja está má fase como perda de tempo. Se não fosse pelos nossos fracassos, jamais teríamos alcançado o sucesso. Não pare. Não evite que um não possa interromper sua procura. A rejeição na busca de um emprego pode ser o estímulo de encontrar mais saídas, outras oportunidades. O sentimento de rejeição na busca de um emprego é considerado por muitos como um dos piores em termos de emoções. Sobressai a tristeza, a negação e outros. É neste estado de tristeza que converte pessoas em deprimidas e temerárias.

Assim, a forma de lidar com a rejeição na busca de um emprego, de certa forma, irá implicar no sucesso ou não de se encontrar, tanto na clareza de uma nova oportunidade quanto no caminho do autoconhecimento. O sentimento de rejeição não deve ser banido, transforme-o como parte desse processo de busca. Esteja aberto para novas oportunidades. Invista em si mesmo, reconhecendo seus limites para vencer obstáculos.

Perceba que você também já rejeitou e não foi porque faltou alguma coisa ou alguém errou e sim porque simplesmente não mexeu com você. O melhor da vida é que ela sempre pode ser recomeçada, então foque mais em você e siga em frente. Veja quem você é hoje. Certamente, é bem diferente do seu Eu do passado. Aquela pessoa que sofreu tanto conquistou feitos incríveis e chegou até onde você está! Independentemente se esta for realidade desejada ou não, seja grato pelo crescimento pessoal.

 

  

Referência Bibliográfica

FREUD, A. O ego e os mecanismos de defesa. Rio de Janeiro: Biblioteca Universal Popular, 1968

FREUD, S. (1920), "Além do princípio do prazer” In: FREUD. S. Obras completas de S. Freud. Rio de Janeiro: Imago, 1996, v. XVIII.

FREUD, S. (1996). Obras completas de S. Freud. Rio de Janeiro: Imago. (1914). "Recordar, repetir e elaborar ", v. XII

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Trajetória Profissional e vocacional Articulada

  Ano 2025. Escrito por Ayrton Junior Psicólogo CRP 06/147208 O presente artigo chama a atenção do leitor para um excelente tópico. O sujeito iniciou sua formação técnica em mecânica, adquirindo base teórica e prática sólida na área. No entanto, ao ingressar no mercado de trabalho, assumiu inicialmente funções operacionais como ajudante de torno revolver e, posteriormente, ajudante em uma empresa de bebidas, o que evidencia sua flexibilidade diante das exigências do contexto econômico e a disposição para aprender diferentes atividades. Em seguida, ampliou sua atuação como mecânico de manutenção de bombas e técnico em mecânica especializada em instrumentos cirúrgicos, demonstrando capacidade de adaptação e aprofundamento técnico. Evoluiu para instrumentista pneumático, técnico de injetora e mecânico geral, o que evidencia seu domínio prático em diferentes segmentos da mecânica e sua habilidade em lidar com sistemas complexos. A atuação como retificador plano completa esse ciclo ...

Supervisão Causa Conflitos Desnecessários

  Ano 2023. Escrito por Ayrton Junior Psicólogo CRP 06/147208 O presente artigo chama a atenção do para um excelente tópico. O que motiva uma coordenadora ao elaborar o cronograma de horário dos colaboradores a cometer o erro de trocar colaboradores em determinado horário e gerando descontentamento nos demais. Existem várias razões pelas quais uma coordenadora pode cometer o erro de trocar colaboradores em um horário específico, gerando descontentamento nos demais. Algumas dessas razões podem incluir: Falta de atenção: A coordenadora pode estar distraída ou sobrecarregada e não prestar atenção suficiente ao elaborar o cronograma. Isso pode resultar em erros ao atribuir tarefas ou horários aos colaboradores. Falta de comunicação: A coordenadora pode não ter comunicado adequadamente aos colaboradores sobre o cronograma de horários ou as mudanças que ocorreram nele. Isso pode resultar em confusão e descontentamento quando os colaboradores são atribuídos a tarefas ou horários dif...