Ano 2022. Escrito por Ayrton Junior Psicólogo CRP 06/147208
O
presente artigo chama a atenção do leit@r a compreender o padrão de
comportamento, pensamento e sentimento chamado de crença da tríade cognitiva
que o psicólogo repete inconscientemente, sem perceber que está alienado aos
problemas, com a intenção e motivação de procurar uma solução, mas apenas age
na compulsão a repetição do senso comum reproduzindo ideias, pensamentos dos
outros ao aceitar orientações para solucionar o seu problema. Enquanto que por
meio de lapsos se esquece que tem diversas abordagens de psicologia a seu
dispor para resolver a sua queixa e desvencilhar-se do senso comum.
É
como se o Psicólogo precisasse de outro Psicólogo para desvelar o que não está
conseguindo enxergar, ou seja, precisa de um mentor ou uma figura referencial
empreendedora. E as vezes não deseja fazer um curso de empreendedorismo, porque
toma tempo, procura então um atalho por meio da heurística para resolver quase
que imediatamente seu problema. Busca então nas redes sociais a figura de
identificação empreendedora. Ou seja, ele precisa acreditar em alguma figura
que deu certo e tomar como modelo, exemplo, para si.
O
ato falho é um equívoco na fala, na memória, em uma atuação física, provocada
hipoteticamente pelo inconsciente, isto é, através do ato falho o desejo do
inconsciente é realizado. Isto explica o fato de que nenhum gesto, pensamento
ou palavra acontece acidentalmente. Os atos falhos são diferentes do erro
comum, pois este é resultado da ignorância ou conveniência. Esse descortinar ou
insight pode acontecer por meio de leituras sobre os autores estudados no curso
de psicologia, que atribuo a chegar à conclusão de um problema através de depreender
de modo intelectual, pesquisas sobre temas específicos, psicoterapia.
O
Psicólogo ao concluir a universidade age no ato falho, se esquecendo que para
iniciar a carreira em clínica, em instituição ou organização passará por
processo do primeiro emprego novamente. Embora o profissional tenha passado por
estágios na universidade e por tanto pretende se inserir no mercado na área ao
qual se identificou para estagiar. Alguns que iniciaram estágios em
organizações multinacionais conseguem ser contratados. Mas há aqueles que
estagiaram na área clínica e vão buscar se inserir em hospitais, outros vão
atuar em Ongs, como psicólogo social. Ou áreas do esporte, academia, convênios
médicos, clinicas-escolas e outro.
Aqui
sinaliza que estes profissionais preferem se submeter a liderança, desejam
estabilidade financeira em primeiro lugar e talvez neste momento não tenham o
espirito empreendedor, mas podem largar o emprego no futuro para empreender. A
busca pelo primeiro emprego é marcada por sensações de prazer e desprazer. O
primeiro emprego é sempre uma experiência marcante para qualquer pessoa. Pois
desperta o desejo de aplicar todo o saber adquirido para contribuir com a
sociedade, ajudando pessoas por meio da psicologia, engenheiros construindo
maquinas/ e ou edifícios, advogados que advogam causas jurídicas e outros e é
sempre uma emoção diferente. É o momento de conhecer os novos colegas de
trabalho que serão companheiros em com eles troca-se os primeiros ensinamentos,
valida-se o sentimento de pertencimento a uma classe profissional.
O
primeiro emprego é uma viagem de muita expectativa, adaptar-se ao espaço físico
do local de trabalho e se inteirar das tarefas que serão realizados sempre é
muito difícil, o que para alguns poderá representar barreiras que para vencer
deve significar muito esforço e boa vontade. É uma corrida para o amadurecimento,
se relacionando com profissionais mais experientes, resultando na oportunidade
de aprendizado para posteriormente buscar posições no mercado de trabalho, nas
redes sociais. É preciso aprender a cumprir ordens, horários e orientações
dadas, e sobretudo desenvolver o senso de responsabilidade. Como é gostoso
quando a gente começa a ganhar o próprio dinheiro. Não é! Seria bom o psicólogo
procurar recordar e entender o ponto que estava e os recursos disponíveis que
tinha quando iniciou a busca pelo primeiro emprego no passado. Como conseguiu o
primeiro emprego, ou seja, os meios que se apresentaram para tornar a realidade
possível naquela época ou ocasião, o que pode lhe trazer sensações agradáveis
ou desagradáveis. [...] Em sua obra “Além do Princípio do Prazer” (1920,
p.34), Freud afirma: a compulsão a repetição também rememora do passado
experiências que não incluem possibilidade alguma de prazer e que nunca, mesmo
há longo tempo, trouxeram satisfação, mesmo para impulsos instintuais que foram
reprimidos.
Esse
é o momento mais esperado após a conclusão da graduação. O psicólogo recém
formado é um dos que mais sofre com esta angústia, pois foi ensinado ao modelo
tradicional de fazer psicologia, onde é repleto de expectativas relacionadas a
um ideal de psicologia que muitas vezes está descolada da realidade. Isto
porque os professores de psicologia são pagos para ensinarem teoria científica,
e não para teorizarem sobre a prática social e política da profissão, na grande
maioria das vezes. Tenho percebido que muitos dos psicólogos recém
formados, ou mesmo dos que atuam em outras profissões, possuem dificuldades que
parecem intransponíveis na tarefa de conseguir uma colocação profissional em
sua área de formação. Em alguns casos, trata-se de problemas de competência
técnica e de formação, falta de experiência e especialização em algumas áreas, porém
em outros, noto que se trata de problemas de estratégia, não considerar o livre
alvedrio do cliente quanto a contratação de um profissional, por isso,
atente-se.
Tenho
percebido algumas pessoas muito desmotivadas com a busca por uma colocação no
mercado. Pessoas que estão adoecendo no seu dia a dia. Pessoas boas e com muita
capacidade de desenvolverem um bom trabalho em qualquer empresa/ e ou
consultório particular. E ainda aqueles que não conseguem se inserir em nenhuma
instituição, restando apenas investir o seu desejo em empreender no consultório
particular. Indicando que não aceitam se submeter a serem funcionários ou
colaboradores de instituições privadas. Parece que alguns psicólogos por não conseguirem
encontrar seus clientes em nichos específicos, percebem que chegou o momento de
criar a sua própria ocasião, desejando ser mentores de psicólogos recém-formados.
O que não há nada de mais nisto.
Alguns
psicólogos pensam que empreender é a coisa mais fácil do mundo. O empreender tanto
na estrutura física, como na estrutura virtual, exige lidar com as
contrariedades e dificuldades do mercado de trabalho que é o principio de
realidade no âmbito presencial e o mesmo acontece no âmbito virtual. É
necessário investir recursos financeiros em curso de empreendedorismo,
marketing e assim mesmo o sucesso não é garantido. Observei com a pandemia
empresas que estavam posicionadas no mercado de trabalho, pois galgaram esse
posicionamento bem antes de acontecer a pandemia, fecharem as portas por
motivos desconhecidos que não é totalmente a pandemia, mas outros agentes
propiciaram o fechamento desta empresa. Também considerei que houve empresas
que se estruturaram, adaptaram na pandemia mantendo seu posicionamento, aqui atribuo
a Lei de Darwin, tanto a empresa que fechou as portas, como aquela que se adaptou
e permanece posicionada.
Assisto
a psicólogos atuando dentro do ciclo darwinismo social, quando se trata de rede
social, ou seja, os psicólogos mais bem adaptados ao meio [rede social] têm
maiores oportunidades de atravessar a pandemia ao serem dotados de resiliência,
saber cientifico, posicionamento, competência, habilidades e atitudes e
recursos financeiros em relação aos que não tem recursos financeiros para se
posicionarem nas redes sociais, embora tenha as mesmas características citadas.
Por tanto só o desejo e vontade de ser empreendedor não é o suficiente nas
redes sociais e na estrutura física.
Presencio
também alguns profissionais agindo de modo desleal com outros colegas na
intenção de manter o sustento financeiro em grupos de WhatsApp, querendo a todo
custo formar um grupo [panelinha] privilegiada, onde a indicação de pacientes
só pode ocorrer dentro desta panela, comtemplo o agir mesquinho do senso comum.
É totalmente explicito o medo da concorrência. Imagine agora, a concorrência
faz parte do senso comum que é o mundo real, mas agora esta instalada no grupo
de WhatsApp, apenas na consciência de alguns profissionais que agem com medo do
concorrente que é seu colega de trabalho que pertence ao mesmo grupo. Ou seja,
o senso comum veio de fora para dentro do virtual. [...] Esse medo
marcará nossa memória, de forma desprazerosa, e será experimentado como
desamparo, “portanto uma situação de perigo é uma situação reconhecida,
lembrada e esperada de desamparo” (Freud, 2006, p.162).
Agora
aqueles que desejam ser empreendedores, partem de uma sensação de incomodo
constante, causado pela falta de clientes, baixo rendimento financeiro e com
isto expressam sinais de, exemplo, A rotina de um emprego não lhe traz
satisfação pessoal; Sua visão de oportunidade vai contra sua vida de
funcionário; Não quer se limitar apenas as tarefas da empresa; Reclamam da
falta de risco, pois desejam assumir risco para prosseguir; Estão sempre se atualizando
mesmo fora da organização; Quer aproveitar o seu tempo fora da empresa da mesma
forma que grandes donos de negócios. Exemplos de Empreendedores: Bill Gates;
Elon Musk; Jack Dorsey e por aí vai.
Podemos
entender que o medo está presente na vida deste profissional, como o medo que
existiu no primeiro emprego/ e ou se já tentou ser empreendedor no passado e
não deu resultado. Compreendo que o profissional, ao buscar o primeiro emprego distribuía
curriculum vitae nas empresas, aceitava orientações de terceiros que diziam
determinadas empresas estão contratando envia curriculum; buscava indicação de
parentes/ e ou colegas na esperança de ser contratado; entregava curriculum em
agencias e consultorias de emprego. Atirava em todos os segmentos ou nicho do
mercado de forma desesperada na expectação de conseguir ser contratado. E mais
uma vez está o psicólogo fazendo todo um movimento dentro do senso comum para
encaixar o seu perfil em determinada empresa, instituição, redes sociais.
Em
fim faz se uso da rede de contato Network presencial/ e ou virtual, ou seja, no
primeiro emprego o profissional conta com mentores, padrinhos. Hoje o
procedimento é o mesmo executado por este psicólogo, porém com recursos da
tecnologia. O que o profissional psicólogo hoje formado não se deu conta é que
está repetindo as mesmas ações do primeiro emprego ao concluir o ensino médio/
e ou técnico se já está empregado em outra área que não seja a psicologia,
porém se concluiu a universidade e agora é seu primeiro emprego, agira
exatamente igual a aquele que já atravessou o primeiro emprego. Está agindo segundo a compulsão a repetição da
angustia causada pelo primeiro emprego. [...] Freud no seu texto
“Recordar repetir e elaborar” (1914), texto esse em que começa a pensar a
questão da compulsão à repetição, fala do repetir enquanto transferência do
passado esquecido dentro de nós. Agimos o que não pudemos recordar, e agimos
tanto mais, quanto maior for a resistência a recordar, quanto maior for a
angústia ou o desprazer que esse passado recalcado desperta em nós.
Ou
seja, o psicólogo já passou pelo primeiro emprego no passado, mas revive
inconscientemente as ações, dúvidas, falta de direção, desorientação e acabam
se submetendo a situações abusivas, como, fazendo post, vídeos engraçados e se
tornando pouco produtivo, ou excesso de trabalho em convênios, se submete a chefes
desrespeitosos, ambiente desprovido de ergonometria, clientes que pedem
desconto na adesão das sessões, trabalham muito no consultório e ganham pouco, há
a crença de que é normal ser mal remunerado, clientes que apresentam pouco
interesse pela psicoterapia ao querer um horário especifico na agenda do
psicólogo, porque usam como desculpa que tomam medicamento para tais doenças e
não conseguem acordar cedo, expressando um abuso logo no inicio da contratação
do profissional e outros. Estes problemas estão dentro da esfera senso comum
que são reais, entretanto não podem ser considerados normais pelo psicólogo.
E
para o psicólogo tudo isto pode parecer normal, porque o senso comum dita como
sendo normal. Mas, e você o que pensa? A falta de sucesso para você psicólogo
não pode parecer normal. O mercado da psicologia cresceu junto com a pandemia, e
você psicólogo também cresceu junto com o mercado em termos financeiros. Se acreditar na crença de que psicólogo não
ganha dinheiro o sucesso é improvável. Cuidado com os profissionais vendedores
que estão vendendo suas crenças, com resultados certeiros. Seja você mesmo
psicólogo o seu próprio mentor. Procure estar na história que aconteceu a
pandemia em que psicólogos tiveram sucesso nesta história. Procure fazer parte
ou ter o sentimento de pertencimento a está história de sucesso profissional.
Marque o seu legado neste momento crucial da pandemia, como agente de
transformação nas vidas de pessoas, que impactou a vida de outros com seu saber
cientifico melhorando a qualidade de vida das pessoas em isolamento social. Não
permita que a sua carreira seja conduzida pelo senso comum e achismo.
De
que lado você se encontra hoje? É lógico que como profissional da saúde é
impossível estar fora do senso comum, porém não pensando como o senso comum. Eu
particularmente quero estar dentro senso comum, pensando com o saber
cientifico. Psicólogos que não conseguem viver da profissão, o que você pensa
disto. A história da pandemia está acontecendo de qualquer maneira. Quer ser mencionado
no futuro, como que tipo de profissional foi ao atravessar a pandemia de 2019.
A falta de posicionamento ou o acaso pode colocar o psicólogo fora do mercado
de humanos rede social ou presencial. Já parou para repensar, como estará daqui
a 01 ano ou 05 anos e isto depende de você. Coisas que o psicólogo está fazendo
no presente trará consequências boas ou ruins no futuro. E tudo pode estar associado
ao primeiro emprego. História de sucesso ou mal êxito.
O
Psicólogo não reflete que, todas as vezes que se inicia qualquer carreira ou
faz transição, está novamente partindo do primeiro emprego, pois a atenção
seletiva está apenas em conseguir o tão sonhado emprego e em consequência tem a
tendência a se sentir perdido, desorientado, desesperado, em dúvida, então
passa a buscar figuras de autoridades mentores, profissionais que possam servir
de referência profissional, pois já estão exercendo a profissão e se deu certo
para eles, é lógico que dará certo para mim também. Esquecem de aplicar e
contextualizar a disciplina processo básico psicológico e a heurística, para se
permitir compreender a realidade a qual está inserido e ter um descortinar da
situação. Analiso que é mais fácil fugir da realidade por meio do mecanismo de
defesa da fuga o que se evita a compreensão e reflexão. [...] Fuga –
Ocorre durante um período difícil, uma situação aversiva em que a pessoa sente
uma necessidade muito grande de remover, sair do incômodo que causa a situação
atual. Dormir, devaneios, drogas, hiperatividade, etc. Nota: Muito comum em
situações ou fases difíceis, quando estamos insatisfeitos com a vida ou quando
acessamos o vazio deixado pela auto alienação de nosso self (Eu verdadeiro),
nessas três situações, é muito comum devanear ou fugir. Fazemos isso de
diversas formas, dormindo excessivamente, sonhando acordado evitando ação e
construção da realidade, drogas, álcool, jogos, internet, trabalhando comendo,
comprando, praticando sexo e fazendo exercícios de uma forma exagerada, tudo
isso para não entrarmos em contato conosco mesmos e nossos incômodos.
Usam
inconsciente o mecanismo defeso da projeção, onde projeta a fé que deveria ser
direcionada para si na figura do outro, que se posicionou como sendo o mentor,
o guru, o coach aquele que vai solucionar o seu problema na rede social, o
vulgo salvador da pátria. Não percebeu a total alienação estudada em psicologia
social, a qual o psicólogo não se apercebe alienado, agindo como as pessoas do
senso comum que não possuem saber cientifico. O senso comum não é um conceito
novo. Ele perpassa a nossa história já há tempos e se modifica a depender do
contexto e período. Busco nesse artigo apresentar uma forma específica de se
entender o senso comum e como o psicólogo pode estar pensando, agindo de modo
inconsciente. O senso comum pode ser definido como um pensamento simples e
superficial oposto ao conhecimento da psicologia. Ele é a opinião particular do
indivíduo sem o conhecimento científico sobre determinado assunto; é um
conhecimento prático e que representa a realidade que se está inserido. Procure
analisar a realidade que estão inseridos os colegas de profissão que se
apresentam como mentores.
A
realidade deve ser analisada de forma a compreender o processo, o mecanismo, o
funcionamento de algo ou determinada situação. Importante lembrar que os conhecimentos
adquiridos durante a infância são aprendidos por meio da observação, sem nenhum
conhecimento psicológico explicado anteriormente, até porque a criança não
entende explicações complexas. O senso comum remete à inocência, onde apenas
acreditar se faz necessário, sem questionamentos. Exemplo, psicologia não dá
dinheiro; psicólogo tem que cobrar barato, psicólogo deve viver de convênios
com preços baixos e trabalhar muito e por aí o que você pensar enquanto lê o
artigo. Avalie o que está acreditando sem questionamento ao pagar por
determinados cursos. Isto é normal para você?
Durante
séculos, a religião e a crença, no sentido de acreditar em algo, foram os
caminhos utilizados pela humanidade na busca de respostas às suas perguntas e
aflições. Entretanto o ser humano continua ainda buscando respostas para
angustias profissionais em outros profissionais que se apresentam nas redes
sociais, demonstrando ter soluções para questões especificas quando se trata do
tema como empreender nas redes sociais, ter consultório cheio de clientes,
vender cursos, ser mentor e por aí vai.
O pensamento desses profissionais está voltado para considerar o
conhecimento, como aquilo que deu certo para eles e foi comprovado por eles afirmando,
como sendo a sua verdade, muitas vezes se opondo ou desprezando o senso comum.
Rememoro
o discurso do professor de psicologia comportamental a classe depois que alunos
colaram na prova. Ele disse, o que vocês estudantes farão ao estarem no mercado
de trabalho, muitos não exerceram a profissão. Entendo hoje claramente que
estava dizendo que o mercado de trabalho rejeitaria alguns profissionais. Não
estou escrevendo com a intenção de atacar algum psicólogo e nem ao menos desejar
estar na posição de mentor. Depreendo de modo intelectual que o mercado
composto por pessoas do senso comum não aceitaria alguns profissionais no
exercício da profissão por diversas razões, todavia outros terão aceitação.
Hoje nas redes sociais que tipo de profissional você tem visto ter aceitação?
Aquele que faz vídeos engraçados de si mesmo ou aquele que se posiciona com
seriedade? O que faz vídeos engraçados é o replicador do que o outro fez, ou
seja, é o que cola do outro.
Atualmente,
a população enfrenta uma pandemia, um subtipo de coronavírus designado, como
COVID-19 que se alastra pelo planeta e, em meio ao caos, observa-se que a
ignorância e o oportunismo dominam o mundo e as redes sociais. Reparo que
alguns profissionais se portam de modo ignorante, que foram destituídos de
informações. Parece que foram desapossados de seus saberes científicos. E dentre
as medidas propostas para o enfrentamento da pandemia, está o isolamento ou
distanciamento social. De um lado observa-se parte da população totalmente
adepta às medidas promovidas pela OMS e outras organizações e do outro lado
pessoas que desafiam, colocando inclusive a vida de terceiros em risco, as
mesmas recomendações.
O
mesmo acontece na psicologia, uma pandemia por posicionamento, onde
profissionais se auto cobram para posicionar-se nas redes sociais com a
intenção de compartilhar conhecimento cientifico para a população virtual, mas
no modo engraçado, bullying oculto. E isto não é bom, pois agem igual ao senso
comum. Reparo que as pessoas migraram suas atividades presenciais para as redes
sociais na intenção de posicionarem-se dentro do mercado de humanos virtual.
Neste
interim o psicólogo age na prospecção de clientes nas redes sociais. Aquela
prospecção que era feita de modo presencial fora das redes sociais torna-se
antiquada e cai em desuso, porque as pessoas carregam consigo agora a todo
instante a tecnologia, seja, nas mãos, na bolsa ou bolso da calça. E acaba não
levando em conta que o mesmo senso comum que age no presencial, também age no
virtual. Com isto pensa que será mais fácil prospectar clientes nas redes
sociais por estar agora sentado na frente de um computador, tablet ou celular
na zona de conforto que é seu home office em isolamento social porque já fez um
curso de empreendedorismo.
O
isolamento e distanciamento social são recomendados para redução de transmissão
do vírus, pois, quanto menor a aglomeração, menor o contágio e menor o número
de indivíduos infectados. Essas recomendações foram replicadas ao longo das
nações, e em casos extremos ocorreu o fechamento de portos, aeroportos e
fronteiras para contenção do contágio. Contudo o psicólogo ainda não percebeu
que está reproduzindo ao longo do dia as recomendações feitas pelos mentores
que garantem o sucesso ao psicólogo, mas de modo inconsciente nas redes sociais,
sem ao menos pensar fora da alienação. O psicólogo está em isolamento social da
sua realidade atual, embora esteja investindo energia libidinal na prospecção
virtual. E ainda não prestou atenção seletiva para o senso comum, ou seja, está
cativo na heurística afetiva virtual do referencial mentor.
Em
um mundo cheio de pressa, as emoções mandam. Quase não há tempo para refletir,
para pensar melhor, com calma e equilíbrio. A heurística do afeto diz que as
emoções determinam grande parte dos nossos pensamentos e, consequentemente, das
nossas próprias decisões, ainda mais quando a pessoa está desesperada para
encontrar uma solução para seu problema. Algo assim tem uma grande relevância,
por exemplo, no modo como nos alimentamos, como compramos e como reagimos
diante das dificuldades cotidianas da vida, momentos em que nem sempre há tempo
para refletir, para pensar melhor. Desse modo, entendemos que as heurísticas
afetivas são respostas e escolhas que fazemos de forma inconsciente,
baseando-nos em como nos sentimos no momento.
Heurísticas,
portanto, são mecanismos cognitivos ou regras mentais aprendidas para facilitar
a tomada de uma decisão normalmente complexa e vieses são padrões de julgamento
que se desviam do natural ou da verdade ou da lei básica da probabilidade,
podendo levar a erros e vieses de pensamento., ou seja, pensar e agir como o
senso comum e deste modo age alienado. Por tanto, após acompanhar a vários
psicólogos nas redes sociais oferecendo soluções para prospecção de clientes
com rendimento altos, percebo que há uma pandemia reproducionista, baseada no
senso comum, mas de modo inconsciente. É lógico que esses profissionais tiveram
êxito, mas levou um tempo porque em uma jornada de carreira tem-se um tempo
para galgar os objetivos. Entretanto alguns afirmam que os resultados são
imediatos e depois sem perceberem mencionam que levaram 3 a 5 ano para chegar,
onde estão, ou seja, 3 a 5 anos para tornarem-se conhecido nas redes sociais.
E
aqueles que não conseguem êxito, estão se apegando a esses mentores como se
fosse a sua última oportunidade, por estarem cansados das contrariedades e
percalços que o princípio de realidade impõe ao sujeito. E em consequência vão
reproduzir as ideias, sentimentos e comportamentos, a tríade da crença
cognitiva desses mentores sem se dar conta que mesmo sendo formados em
psicologia atuam como as pessoas do senso comum com mal intelectualismo.
Infelizmente, muitas pessoas leigas, com conhecimento psicológico utilizam a
psicologia e a vendem como um negócio. Possivelmente para analisar, vender ou
justificar uma ideia, uma crença empreendedora ou situação.
Alguns
trazem a visão de psicologia como negócio, percebo uma distorção, pois
psicologia é ciência, embora a pessoa [profissional da psicologia], pode ser um
empreendedor e ser percebido como um negociador, um administrador do negócio. É
lógico que enxergar a psicologia como um negócio não é errado, pois é
necessário empreender o consultório, como uma empresa ou organização. O cliente
é um consumidor que paga por um serviço psicológico ofertado pelo psicólogo. O
Psicólogo está vendendo o seu saber acadêmico ou conhecimento cientifico ao
cliente para melhorar a sua qualidade de vida. Isto se chama troca, onde se é
trocado saber-por-dinheiro. O Psicólogo passa a ser o deposito do cliente, que
extrai do psicólogo o saber em todas as sessões e paga o devido valor para
usufruir deste conhecimento cientifico e começar a pensar não mais como o senso
comum.
Em
suma, a psicologia enquanto ciência estuda o comportamento humano e os
processos mentais. Assim, ela procura compreender porque as pessoas pensam,
sentem e agem da maneira que o fazem. Entretanto, a psicologia enquanto ciência
faz isso de forma aprofundada. Concentra-se nos fenômenos relacionados ao
funcionamento de indivíduos e dos grupos de forma científica e validada. Assim,
prepara os profissionais para trabalharem com técnicas mais profundas.
Psicólogos
são profissionais que estudam, pesquisam e avaliam o desenvolvimento emocional
e os processos mentais e sociais de indivíduos, grupos e instituições, com a
finalidade de análise, tratamento, orientação e educação. Diagnosticam e
avaliam distúrbios emocionais e mentais e de adaptação social, elucidando
conflitos e questões e acompanhando o(s) paciente(s) durante o processo de
tratamento. Investigam os fatores inconscientes do comportamento individual e grupal,
tornando-os conscientes. Desenvolvem pesquisas experimentais, teóricas e
clínicas e coordenam equipes e atividades de área e afins.
O
Psicólogo diante deste quadro de pandemia, age instintivamente na crença de
empreender na psicologia, e ouço constantemente em lives que não recebeu no
curso acadêmico a orientação, como se tornar um empreendedor ao concluir a
graduação de psicologia. Expliquei no início do artigo o motivo. Vejo o
mecanismo de defesa da projeção, onde o profissional culpa a instituição da
falta de empreender e age como o senso comum, ou seja, não parou para analisar
que não consta na grade curricular a disciplina de empreendedorismo. Consta
apenas disciplinas que validam a psicologia como ciência, o mesmo ocorre na
medicina. Por tanto, aquele que reclama da falta de uma disciplina de
empreendedorismo, ainda não refletiu que se agregar na grade curricular de
psicologia uma abordagem de empreendedorismo, compromete a grade cientifica por
se colocar um curso secular que pertence ao senso comum. Só resta então buscar
um curso de empreendedorismo no meio senso comum.
Agem,
tal como outros profissionais, em tempos da precariedade e da subsistência.
Hoje, quem tem formações académicas superiores desejam se posicionar no mercado
de futuros humanos a rede social assumindo-se como mentores, ou seja, esta
palavra viralizou na internet como um jargão que soa status, reputação,
autoridade. Ou seja, são pseudos-chefes, onde a rede social é o seu posto de
trabalho, colocando-se numa posição de subordinação, aqueles que são afiliados,
seguidores, recém-formados e até mesmo outros profissionais com muito saber e
outros que, muitas das vezes, apresentam uma assinalável ignorância. E, convém
dizê-lo, os profissionais de psicologia não fogem a esta nova doxa de
organização e gestão de trabalho nas redes sociais. É um verdadeiro exercício
da fantasia da liderança virtual, porque o desejo não pode ser realizado no
mundo presencial. [...] FANTASIA. É um processo psíquico em que o
indivíduo concebe uma situação em sua mente, que satisfaz uma necessidade ou
desejo, que não pode ser, na vida real, satisfeito. É um roteiro imaginário em
que o sujeito está presente e que representa, de modo mais ou menos deformado
pelos processos defensivos, a realização de um desejo e, em última análise, de
um desejo inconsciente.
Esta
situação tem-se traduzido numa série de equívocos e de deturpações entre
profissionais, colocando muitas vezes uns a fazer serviços de outros, sem que,
no final de contas, ninguém consiga identificar a origem de tais condutas ante éticas.
Todos os psicólogos certamente já verificaram na sua prática um conjunto de
profissionais que, de modo propositado ou não, abandonam recorrentemente a sua
área de atuação profissional e ousam fazer o que os psicólogos fazem, sem ter
qualquer formação psicológica. Ora, este tipo de apropriação por profissionais
não-psicólogos, muitas vezes travestido numa espécie de espírito messiânico em
ajudar o Outro nas redes sociais, padece de um mal terrível, uma verdadeira
pandemia, onde impera a tendência para um certo achismo psicológico que anda à
deriva por aí, nas bocas dos seus profetas ignorantes.
A
legitimidade desse achismo não reside na qualidade, na certeza ou no rigor do
seu discurso proferido, mas sim na vontade flutuante e livre típica do achar
qualquer coisa sobre alguém. Na falta de formação técnica e científica a este
nível, acham sempre qualquer coisa sobre depressões, obsessões ou ansiedades, empreendedorismo
e outros mal-estares que afligem o Homem contemporâneo. Muitas vezes, essas
apropriações são deliberadas, intencionais, sendo tradutoras de inseguranças e
frustrações relativamente à profissão do psicólogo. Outras vezes são
consequência do quadro de precariedade descrito acima que, tendo de se atuar e
intervir na urgência que os tempos determinam, se cilindra a qualidade do serviço
público prestado.
As
consequências deste achismo psicológico estão na dificuldade ou impossibilidade
do utente que recorre à ajuda psicológica se ver arredado de uma efetiva ajuda
neste domínio, encontrando uma espécie de conforto placebo nas palavras destes
profetas da pretensa intervenção psicológica. Torna-se importante por isso que
se definam novos perímetros de atuação dos diferentes profissionais e que
exista no mínimo o bom-senso de cada um exercer aquilo para o qual está, de
fato, habilitado. E o garantir da segurança e das condições de trabalho de cada
profissional pode ser um bom início para que esse caminho de respeito entre
todos os profissionais se inicie.
Observa-se
psicólogos tentando validar suas crenças, ideais através dos outros
profissionais que se associam a eles. É notório o agir do senso comum. O conhecimento
do senso comum é um conceito fundamentado na sabedoria e crendices populares
que reflete o modo de pensar da maioria das pessoas, adquiridos por repetições
das experiências e das culturas transmitidas de geração a geração. As
principais características deste tipo de conhecimento são, não é testado e
verificado detalhadamente, através de métodos científicos, para comprovar uma
relação de causa e efeito, é categoricamente popular e culturalmente aceito.
Além disso, não há garantias da sua validade ou invalidade.
Exemplo
de crença psicológica, onde escuta-se durante o curso de psicologia em sala de
aula que psicólogo clinico não ganha dinheiro. Agora vamos analisar a realidade
destes agentes da educação que trabalha na instituição universitária, mas também
atua como psicólogo clinico particular. Eles, tem segurança financeira, ao
trabalhar como professor de psicologia na instituição, o qual é provável ter um
bom rendimento financeiro. Entretanto lhes sobra pouco tempo para trabalhar no
consultório particular e com isto obtém baixo rendimento. Por tanto nesta percepção
é valido a sua crença e está de acordo com a sua realidade? Sim, segundo a
psicologia cognitiva, onde se observa a crença da tríade cognitiva que é
pensamento, sentimento e comportamento.
Todavia
para a realidade do estudante, o professor acaba de modo inconsciente instalando
uma crença disfuncional em que o aluno pode ou não acreditar e agir de acordo
com ela ou não depois de concluir o curso e começar a prospectar cliente e não
ter êxito, o que pode levar o estudante que agora é psicólogo a desistir da clínica
ou buscar um emprego, onde possa ter uma renda fixa. O professor é um senso
comum reproduzido principalmente pelos mais antigos [professores] afirmando que
se for viver apenas da clínica e não tiver trabalho paralelo, vai fracassar. É
uma conexão com fundamentação psicológica preconceituosa, está baseada apenas
na crença dela de acordo com a sua realidade e não segundo a crença do
estudante que ouviu a mensagem. Porém não adianta atribuir culpa ou
responsabilidade ao professor, por expor sua crença como ser humano, pois
naquele momento em sala de aula, era o ser humano professor influenciado pelo
senso comum que falhou e não o psicólogo. Em sala de aula é o ser humano
desempenhando o papel de professor com suas imperfeições humanas, mas empoderado
do saber da educação, sabedoria e crendices do senso comum.
E
a partir deste ponto de vista percebi que a maioria dos psicólogos que se
apresentam como mentores nas redes sociais, trazem consigo está crença
disfuncional e realmente acreditaram que viver de clínica não dá renda fixa ou
estabilidade e a partir desta angustia de mal êxito começaram a repensar em
estratégias ou formatos para se posicionarem no mercado e mudar a sua realidade
e obterem sucesso financeiro, onde passam a enxergar a psicologia como um
negócio lucrativo e como ciência. Aqui compreendo o pensar como, o Psicólogo Empreendedor
Do Senso Comum.
E
neste ponto o psicólogo que fez inúmeras tentativas de empreender nas redes
sociais na prospecção de clientes e ainda não obteve êxito e não observou por
meio de sua abordagem que está numa compulsão a repetição reproduzindo ações,
cursos de mentores agindo segundo o senso comum, porque a repetição está tanto
no virtual como no presencial. O profissional continua atuando dentro do senso
comum virtual e presencial, mas não se dá conta e continua a insistir no
empreendedorismo. Contudo, busca o empreendedorismo naquele que está
demonstrando de forma aparente resultados oferecendo cursos e estratégias que
pode dar certo ou não. Não significa que se algo deu certo para uma pessoa é
100% de garantia que dará ao outro. Alguns criam até métodos de aprendizados retirados
do senso comum para se diferenciarem dos outros, mas estão ali vendendo suas
crenças. E percebo a maioria de profissionais seguindo sem ao menos avaliar.
Serão todos Bill Gates, é lógico que não.
Noto
nas redes sociais uma minoria de psicólogos se mostrando em vídeos engraçados,
ou seja, estudaram tanto e não percebem ainda que fazem bullying de si mesmo na
tentativa de atrair clientes. Será que este tipo de vídeo agrega valor para
aquele que busca um profissional da saúde mental? O conhecimento psicológico e
o senso comum podem ser considerados duas formas de pensamentos distantes de
como o Homem se relaciona com a verdade. No conhecimento psicológico, a sua
base para afirmar uma verdade passa pela ciência. Já o segundo conceito é uma
herança cultural que se torna uma constante, fundamentada em crenças e hábitos
de uma determinada sociedade. Além disso, não é questionável e apenas determina
o motivo sem apresentar os caminhos que conduziram a uma conclusão.
O
senso comum é um tipo de pensamento que não foi testado, verificado ou
metodicamente analisado. Geralmente, o conhecimento de senso comum está presente
em nosso cotidiano e é passado de geração a geração. Podemos afirmar que esse
tipo de conhecimento é, categoricamente, popular e culturalmente aceito, o que
não garante a sua validade ou invalidade. O senso comum, por ser obtido a
partir de um movimento de repetição cultural, pode estar correto ou não. Não é
possível confiar nesse tipo de conhecimento como se confia na ciência, mas
também não podemos invalidá-lo de imediato, pois o fato de não se estabelecer
métodos e testes comprobatórios, não significa, necessariamente, que o tipo de
conhecimento popular está errado. Ou seja, o psicólogo que não está tendo êxito
sente a necessidade, de confiar no mentor que lhe apresenta as orientações, mas
também não deseja invalidá-lo de imediato, por não ter certeza que a orientação
recebida está errada, até que seja aplicada.
O
Senso Comum é a soma dos saberes do cotidiano e é formado a partir de hábitos,
crenças, preconceitos e tradições. O senso comum é transmitido de geração para
geração nas sociedades. Por meio dele, o homem embasa o cotidiano e explica a
realidade em que vive, seja de sucesso ou fracasso. O senso comum tem como
característica a subjetividade que reflete sentimentos e opiniões construídos
por um grupo de indivíduos [pessoas comuns ou psicólogos alienados]. Por
conseguinte, pode variar de pessoa para pessoa e de grupo para grupo.
Determina
o agrupamento de coisas, grupos e fatos. Exemplo, atualmente, temos a tendência
de considerar que toda pessoa muçulmana é terrorista, por conta dos atentados
cometidos por alguns indivíduos dessa religião. Assim, o senso comum pode ser
generalizador e ainda criar um estereótipo. Outro exemplo, o psicólogo tem a
tendência de acreditar que não pode cobrar o valor merecido, por não ter 10 ou
15 anos de experiência, porque não tem a experiência dos professores.
Deste
modo, o senso comum tem a capacidade de projetar nas coisas ou no mundo
sentimentos de angústia e medo, além de cristalizar preconceitos e prejudicar
minorias e indivíduos/ e ou psicólogos. É preciso entender que o senso comum é
ligado ao instinto, à necessidade que o homem tem de ser proteger de um
ambiente hostil, onde a rede social pode ser o ambiente hostil ou o mundo
presencial. Observamos nas redes sociais alguns profissionais apegados ao
achismo que é uma gíria atribuída à teoria que é criada por alguém sobre algo
com base unicamente nas suas opiniões, crenças e intenções, sem nenhum tipo de
argumentação concreta ou justificativa.
O
achismo é praticado por pessoas que desconhecem a natureza de determinado
assunto, mas que fazem questão de tentar explicar algo tendo em consideração
apenas aquilo o que acham sobre o tema, exemplo, empreender, marketing e
outros. E mesmo sendo pessoas cultas providas de saberes ainda de modo alienado
usam. Os discursos baseados em achismos são feitos por pessoas ignorantes, que
se recusam a obter uma informação correta sobre determinado assunto e, em vez
disso, espalham rumores ou conteúdos falsos entre os demais. Mas fazem isto de
modo inconsciente.
Ao
olhar para a psicologia como ciência, compreendo a história de alguns autores
Freud, Skinner, Piaget contribuíram com seus pensamentos por meio do mecanismo
de defesa da negação e recusa, se recusando a aceitar o que outros
profissionais daquela época desejavam impor-lhes como regras, normas e
conhecimentos científicos. Neste ponto eles usaram do senso crítico para não
validar alguns conhecimentos científicos naquela época. Piaget fala sobre os
esquemas de assimilação, acomodação e equilíbrio. Os esquemas como estruturas
mentais, ou cognitivas, pelas quais os indivíduos intelectualmente se adaptam e
organizam o meio, seja, virtual ou presencial. A aprendizagem requer que o
ambiente seja desprovido de barulho, distração, é bom analisar os conselhos,
orientação que se está recebendo de terceiros ou mentores nas redes sociais,
seja, familiares, colegas de profissão, amigos e o que você pensar agora.
No
caso de Skinner, podemos perceber a caixa de Skinner, como sendo a rede social,
também conhecida como câmara de condicionamento operante, é um mundo virtual
fechado que contém pessoas, onde o psicólogo pode pressionar ou manipular de
modo a obter estímulos de gratificação ou coerção como um tipo de reforço
positivo ou negativo ao operar nas redes sociais, atuando como mentor. Freud
discorre sobre a compulsão a repetição em que o psicólogo não se lembra de nada
do que ele esqueceu e reprimiu sobre o mal êxito na captação de clientes nas
redes sociais ou na busca do primeiro emprego, mas ele o atua.
Ele
o reproduz não como memória, mas como uma ação; ele repete, sem saber, é claro,
que está repetindo os mesmos pensamentos, atitudes dos professores,
supervisores de organizações multinacionais, gestores, mentores anteriores aos
quais fez curso e não deu resultado, e por tanto agora age dentro da esfera do
senso comum de maneira inconsciente, alienada para conseguir prospectar
clientes, por que ainda não percebeu que tudo faz parte do senso comum e do
agir como na busca do primeiro emprego.
Todas
as estratégias são copias, réplicas de alguém, seja qual for o tipo de
profissional que ajudou a construir a rede social e implementou na rede social
como sendo padrão. O que falta ao psicólogo é descortinar qual método já
implementado e testado na rede social de acordo com o sendo comum dará certo
para se tornar um empreendedor, caso contrário ficará na compulsão a repetição
seguindo mentores que estão testando suas crenças de empreendedores e em
consequência contribuindo para que essas pessoas tenham renda fixa e
estabilidade.
O
que na maioria das vezes possibilita a negação da realidade, colocando o
psicólogo na posição inconsciente negando que tudo já foi construído e esta
ali, apenas pegando emprestado as estratégias e ferramentas de alguém, levando
a acreditar na sua crença própria que está se reinventado, modificando,
transformando, criando ocasiões. Exemplo, todos nós sabemos que uma ferramenta
chamada de alicate foi criada para ser usada por eletricistas e mecânicos, mas
a maioria de nós, possui um alicate em casa, independente se o indivíduo é
eletricista ou mecânico, isto significa que o advogado, o engenheiro, o médico,
o faxineiro, o psicólogo, o juiz e outros pegam emprestado a ferramenta criada
pela categoria do senso comum e a usa para resolver seu problema específico.
[...] Negação Provavelmente é o mecanismo de defesa mais simples e direto,
pois alguém simplesmente recusa a aceitar a existência de uma situação penosa
demais para ser tolerada. Ex: Um gerente é rebaixado de cargo e se vê obrigado
a prestar os mesmos serviços que exercia outrora. Corremos o risco de imaginar,
fantasiar que estamos criando algo, quando na realidade estamos tomando
emprestado, uma ferramenta, uma teoria cientifica, uma tecnologia, uma crença
funcional, uma estratégia e adaptamos, ajustando esses meios para que possamos
alçar os resultados.
Tudo
está na internet, pronto para ser utilizado, e pertencendo ao senso comum, e já
foi testado por pessoas do senso comum que validam, as estratégias de
empreendedorismo, porém de modo fragmentado, então é preciso pesquisar acirradamente
para desfragmentar a própria estratégia de empreendedorismo. Ou ainda fazer um
curso de empreendedorismo em alguma plataforma. Seguir as vezes mentores é dar
tiro no pé e jogar dinheiro fora. Embora percebo recém formados tomando como
referência determinado psicólogo(a), como figura materna ou paterna, buscando a
proteção, cuidados da infância para sair da situação desconfortável, seja
privação financeira, escassez de clientes, ou seja, agem de acordo o mecanismo
defeso da regressão.
O
profissional adquiriu vários saberes na universidade, contudo nem se quer busca
tempo para refletir como pode usar uma determinada abordagem para sair da
situação. Ou seja, pensa que as abordagens foram criadas apenas para beneficiar
ao paciente e não a ele mesmo. Olho pela psicologia social e percebo uma
minoria de psicólogos alienados seguindo estratégias de outros com
comportamento de manada, exemplo, google meu negócio, impulsionamento pago,
trafego pago, post de conteúdo, vídeos, palestras online, palestra presencial,
posicionar a marca no buscador google para ser encontrado entre os primeiros
psicólogos, criar sites, criar blogs, criar hotsites, criar landpages dentre
outros. Não digo que isto não é válido, mas avalie os resultados. Use de
criticidade.
E
acabo observando nas redes sociais segundo Kurt Lewin a maioria senso comum,
como um grupo de pessoas que dispõe de estruturas para se autodeterminar e tem
autonomia para mover-se livremente nas redes sociais com livre alvedrio para
escolherem que desejam contratar. E uma minoria de psicólogos que são os grupos
de profissionais que deveriam ter plena autonomia para se afirmar no seu
trabalho, mas não tem e ainda dependem e estão á mercê da boa vontade dos
outros grupos do senso comum para serem contratados. E aqui seus direitos e sua
autonomia ficam comprometidos.
Por
tanto a minoria de psicólogos, seria o grupo que está à mercê e boa vontade do
senso comum, ou seja, não é um grupo totalmente autônomo, tão pouco goza de
plenos direitos de se autodeterminarem e por tanto a maioria senso comum, seria
justamente o oposto da minoria, seriam pessoas comuns destituídas de intelectualidade
saber cientifico, que são capazes de se autodeterminarem porque possuem
estruturas para serem autônomos, independendo da sua quantidade numérica.
Percebo
que o senso comum impede que psicólogos realizem determinadas tarefas em outros
grupos, e possa se relacionar de maneira aberta trazendo esses conhecimentos
como forma de contribuição. Psicólogos com muito potencial vivendo de convênios
e trabalhando muito, atendimentos com preços sociais, voluntariado, tudo isto
não passa de um padrão estabelecido por empreendedores na sociedade, por tanto
isto pertence ao senso comum, ou seja, o psicólogo foi engessado dentro de uma
norma de senso comum e atua dentro desta norma, por que se sair fora do padrão,
irá sofrer as consequências como privação financeira. Então só lhe resta
descortinar o padrão de empreendedor que o senso comum respeita e deseja, e ajustar/
e ou adaptar-se para obter a gratificação financeira. Lembre-se da Lei de
Darwin.
Mas
para isso acontecer deve pensar fora do senso comum. Percebo que todos os
vendedores ou empreendedor de psicologia tem o ato falho, quanto ao livre
arbítrio do cliente. Pode-se executar todas as estratégias na prospecção de
clientes seja, marketing de conteúdo ou posicionamento, mas quem escolhe
contratar o serviço de psicologia é apenas o cliente no exercício do livre
arbítrio. O mercado de humanos rede social está saturado de psicólogos, porque
as mesmas pessoas do senso comum real estão no virtual. O ato surge de forma
automática, e a pessoa se nega a lidar com sua significação: “um incidente”,
“apenas troquei as coisas, sem intenção”. Tomado como algo inocente, não merece
atenção; por outro lado, esse material é da maior importância para a
psicanálise:[...] essas ações, sobre as quais a consciência nada sabe ou
deseja saber, de fato dão expressão a pensamentos e impulsos inconscientes, e
são, portanto, valiosíssimos e instrutivos como manifestações do inconsciente
que não puderam vir à tona (FREUD, [1905] 1972, p. 74).
A
execução de estratégias não é garantia de sucesso ou fracasso. Tenho
conhecimento de psicólogos que executaram todas as estratégias propostas por
seus mentores e ainda assim continuam sem clientes. Onde reside a falha? Na
estratégia, no psicólogo, no mentor, na localização demográfica rede social, no
exercício do livre arbítrio do cliente, no algoritmo usado na rede social, no
marketing de conteúdo ou posicionamento, na falta de repensar quanto tempo
levou para conseguir o primeiro emprego, para alguns aconteceram de modo
imediato e para outros tiveram que percorrer um caminho de escassez por isso
foi mais demorado e outros desistiram.
Será
necessário o psicólogo entender em que ponto está da sua trajetória e os
recursos internos e financeiros disponíveis que tem, ou ferramentas para
tornar-se um empreendedor em psicologia. Ou ainda analisar se a sua carreira
está no ponto alto ou baixo e rever seus movimentos. Pense como é o mercado de
trabalho rede social para a psicologia, certamente é totalmente diferente do
mercado de trabalho tradicional. Já parou para pensar nisto? Onde estão posicionados os psicólogos neste
mercado virtual?
Voltando
ao passado no filme Perdidos No Espaço em 1965. O filme retrata que no ano é 1997,
a Terra está sofrendo com uma superpopulação. A família Robinson é enviada a
uma missão de 5 anos no espaço para encontrar um novo planeta para colonizar,
mas a viagem é sabotada por um agente de um governo inimigo, o Dr. Zachary
Smith (Jonathan Harris). O Dr. Smith acaba ficando preso dentro da nave e,
devido ao excesso de peso, eles estão vagando sem destino, e precisam encontrar
uma maneira de voltar para casa. A espaçonave Jupiter II também leva um amigável
robô, companhia fiel de Will Robinson (Bill Mumy).
Parece
que o Psicólogo se encontra perdido no espaço do senso comum virtual e precisa
de uma figura, seja, um robô inteligência artificial, um mentor para poder
voltar novamente a psicologia como profissão, porque está explorando o espaço virtual,
porém de modo pouco inteligente e acaba sofrendo uma série de sabotagens
advindas do senso comum e ainda não percebeu o evento acontecer na sua vida. A
prerrogativa de empreender na rede social se torna tão importante que se
esquece de aplicar a disciplina psicologia ciência e profissão no seu contexto.
Trago
agora um exercício de reflexão sobre a função social do trabalho do psicólogo.
Por função social, entendem-se os efeitos que a atuação do psicólogo produz na
sociedade. Esse efeito é identificado em termos da abrangência e do significado
social da atuação do profissional. Por abrangência da função social entende-se
o número de pessoas beneficiadas pelo trabalho do psicólogo e a natureza social
delas [isto é, sua origem sócio cultural]. Por significado social da profissão
entende-se a natureza do efeito produzido pelo psicólogo na sociedade, por
exemplo, se ele contribui para a transformação social ou se seu trabalho é instrumento
de manutenção das condições adversas de vida da população.
O
profissional está investimento mais esforço e energia em empreender para
aparecer nas prateleiras do supermercado virtual, como, buscadores google,
google meu negócio, criar sites, post, impulsionamento pago, vídeos engraçados,
tudo este agir porque o senso comum capitalista coage o psicólogo a colonizar a
internet como empreendedor para gerar receita financeira para outras
plataformas, por que se não engessar dentro deste molde criado e personalizado
pelo senso comum não consegue se tornar visível nas prateleiras para os
consumidores humanos clientes poderem escolher o profissional ao qual se
identifica e com o preço que cabe em seu orçamento.
E
quando toda esta energia libidinal não traz êxito em forma de dinheiro. O tempo
investido em empreender, percebo que gera uma ilusão de autonomia ou liberdade
financeira oriunda mais uma veze do senso comum. É lógico que buscar alçar um
propósito é válido, mas a que preço e sacrifício do masoquismo. Horas e horas
gastas na rede social na expectação de contratação dos serviços psicológicos
que as vezes não acontece. Porém se acontece significa que o esforço não foi em
vão. Contudo a função social e abrangência social está sendo efetiva para este
psicólogo empreendedor em psicologia?
Será
que o psicólogo já não está com excesso de peso e não consegue mais voltar ao
ponto de partida dos seus sonhos? Observo que cursar psicologia e atuar numa
instituição, organização está se tornando distante e com isto só resta colonizar
ou migrar para as redes sociais com a esperança que dê certo o
empreendedorismo, evitando com isto empregar-se em subempregos.
Mas
compreendo que sempre existirá duas direções ou plano A [empreender] e o plano
B [subemprego]. Com isto percebo que ninguém se encontra totalmente sem direção
ou perdido no espaço do senso comum. O psicólogo empreendedor para quem está
empreendendo para ele ou para o cliente. É lógico que para ele, pois neste
instante não há um número de pessoas beneficiadas pelo trabalho de empreender e
deste modo a natureza do efeito produzido pelo empreendedorismo na sociedade, não
causa contribuição para a transformação social da população a não ser para si
mesmo. Mas tudo isto parece normal ao psicólogo que por algum motivo alienado
as suas atividades cotidianas.
Já
existe um modelo de empreendedorismo tradicional que foi forjado anteriormente por
outros profissionais e a classe de psicólogos está fazendo uso deste molde,
assim como mencionei a ferramenta alicate que serve para todas as classes
trabalhadoras. Porém alguns adaptam a forma, a maneira tomando emprestado esse
conhecimento para se desenvolverem nas redes socias, usando as habilidades e
aptidão de se descontruir dos saberes do cotidiano senso comum, de hábitos,
crenças, preconceitos e tradições que psicólogo não consegue viver de
consultório particular.
FREUD,
S. Fragmento da análise de um caso de histeria (1905 [1901]). In: ______. Um
caso de histeria, três ensaios sobre a teoria da sexualidade e outros trabalhos
(1901-1905). Direção-geral da tradução de Jayme Salomão. Rio de Janeiro: Imago,
1972. p. 1-119. (Edição standard brasileira das obras psicológicas completas de
Sigmund Freud, 7).
FREUD,
A. O ego e os mecanismos de defesa. Rio de Janeiro: Biblioteca Universal
Popular, 1968
FREUD,
S. (1920), "Além do princípio do prazer” In: FREUD. S. Obras completas de
S. Freud. Rio de Janeiro: Imago, 1996, v. XVIII.
FREUD,
S. (1996). Obras completas de S. Freud. Rio de Janeiro: Imago. (1914).
"Recordar, repetir e elaborar ", v. XII
OMS,
Organização Mundial da Saúde. Constituição da Organização Mundial da Saúde.
Documentos básicos, suplemento da 45ª edição, outubro de 2006. Disponível em:
https://www.who.int/governance/eb/who_constitution_sp.pdf
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