Ano 2021. Escrito por Ayrton Junior Psicólogo CRP 06/147208
O
presente artigo chama a atenção do leit@r a compreender, a prospecção que não é
algo simples, como parece. É pesquisar muito bem o cliente, e estudar suas motivações,
seus interesses e onde a psicologia e serviços psicológicos pode ser decisiva e
fundamentais para ele, pois se o mindset dele estiver em outro ponto, meu
amigo, você vai ficar para escanteio. Bem muitos ainda não sabem.
Isto
me traz a rememoração da minha atuação em telemarketing receptivo, ou seja,
aqui é a prospecção passiva num período de 04 anos enquanto cursava psicologia.
O atendimento ao cliente era receptivo exigia a solução dos problemas do
cliente de modo eficiente e respeitosa. Trabalhei num setor de Multiconferência,
onde era realizados agendamentos de conferências transmitidas por meio de
telefone por diretores, gerentes de Bancos; supervisores, engenheiros de
grandes corporações. Foi um tempo de adaptação numa nova ocupação. Sinto
saudades do ambiente organizacional limpo, a interação com os supervisores e
gestores, os colegas de trabalho, o refeitório com TV e máquina de café. O meu mindset,
estava adaptado aos gostos do cliente que faz uso dos produtos de internet.
Depois de formado trabalhei ainda como
telemarketing ativo, com metas de vendas diárias e, é aqui que o bicho pega, ou
seja, na prospecção ativa. Descrevo agora, o que é a prospecção ativa e passiva
de acordo com a minha percepção e compreensão é lógico que cada indivíduo pode
perceber de formas diferentes ou até se aproximar da minha visão. Escrevo este
artigo com base nas minhas experiências profissionais na área de Telemarketing.
A prospecção de clientes está em todos os setores de negócios, seja ativo ou
receptivo. Encontra na medicina, na psicologia, na advocacia, no supermercado, na
padaria, na odontologia em diversos setores de negócios.
Podemos
dizer que prospectar é a arte de contatar e criar oportunidades de
relacionamento de longo prazo para negociar com segurança e eficácia. Fazendo
uma comparação entre uma empresa e uma pessoa, as empresas que têm um papel
passivo agem como uma pessoa desempregada, ou seja, que espera magicamente pela
ligação de um empregado dizendo que ela é perfeita para um trabalho. Isso até
pode ocorrer, mas você não faz ideia de quando acontecerá, dependendo
exclusivamente da sorte. Na primeira forma, o psicólogo desempenha o papel do departamento
de marketing criando anúncios para atingir potenciais clientes. As pessoas que
se interessarem pelos anúncios irão entrar em contato com a persona psicólogo
que representa a empresa para falar com o psicólogo. Neste cenário, o processo
de transação é receptivo.
Quando
falamos em prospecção ativa, estamos considerando que o psicólogo atua na área
comercial que é responsável por conseguir novos clientes. Ou seja, é
responsável por conectar as necessidades dos clientes aos serviços psicológicos
oferecidos, guiando cada um deles pela jornada de aquisição ideal. Mais do que comercializar,
a atuação comercial do psicólogo deve influenciar a decisão de aquisição do cliente,
garantir sua satisfação e criar um relacionamento sólido. O Psicólogo deve ir
atrás de novos clientes por meio de algum canal.
Este
canal poderá variar a depender do seu público ou nicho. Os canais mais comuns
são o e-mail, o telefone e atualmente o WhatsApp. Por meio de propaganda que
pode ser por anúncios pagos ou post. Quero prospectar, mas não sei por onde
começar. A prospecção não acontece de forma desordenada e sem estratégia. Estamos
falando sobre comercialização de modo empático e não desrespeitoso, e como
sabemos negociar é muito mais do que intuição e bom discurso. Para intervir é
necessário pesquisa, estudo, planejamento e muita estratégia antes de começar.
Com a prospecção, isso não é diferente.
Usar
em beneficio o processo psicólogo básico da atenção seletiva e se concentrar em
um nicho de mercado é a primeira etapa de uma prospecção bem sucedida e de um
crescimento saudável a médio e longo prazo. Os clientes não compram produtos,
eles compram experiência, qualidade, soluções. Tendo isso em mente, identifique
como o seu produto pode contribuir com ações remediativas ou preventivas sobre um
nicho de mercado e como você pode se destacar da concorrência.
A
prospecção de clientes, nada mais é do que a forma de buscar novos clientes no
mercado. Mas, se não for feita de maneira correta, está prospecção vira mais
uma procura desenfreada e sem objetivos que não leva a nada e deixa o psicólogo
empreendedor mais no prejuízo do que no lucro e com desânimo, desesperança,
frustração, decepção.
Por
fim, podemos entender o significado de prospecção por ser uma sondagem de tudo
aquilo que pode vir a ser ou acontecer. Antes de prospectar seu cliente,
procure informação sobre o que é mindset, estude os processos psicológicos
básicos. Pergunte-se: Sua solução é a
que ele procura? Você psicólogo entregará um benefício real para ele? Ele
precisa dos serviços psicológicos nesse momento?
A
consciência do seu cliente em potencial, está relacionado ao Behaviorismo de B.
F. Skinner, atitudes, performance, ação e resultados. E a tríade das crenças
que é pensamento, sentimento e comportamento na psicologia cognitiva. Às vezes,
não nos damos conta, mas o nosso conjunto de atitudes mentais diz muito sobre o
nosso comportamento. A maneira como o sujeito reflete sobre determinada
situação e, principalmente, conforme decide agir após essa análise pessoal,
pode determinar o seu sucesso ou falha.
O
mapa mental, descortina o modo otimista ou pessimista de enxergar diversas
situações da vida e de como se portar diante delas. Ou seja, podemos dizer que
ele funciona como um espelho da nossa alma, que retrata a forma como enxergamos
o mundo e também qual é a nossa resposta diante dos nossos pensamentos,
inseguranças, crenças, estagnação, habilidades, otimismo, negativismo, livre
arbítrio, persistência, autoestima, emoções, comportamentos, resiliência,
transformar dificuldade em oportunidade, inspiração, atingir objetivos que não
sejam comuns a todos, autoconhecimento, evolução dentre outros aspectos.
Compreendo
que a consciência de alguns usuários nas redes socias sofreram mudanças em
relação aos objetivos comuns dos outros, se permitiram ser sugestionados por
objetivos coletivos e adaptaram suas ações e reações ao contexto rede social
objetivo comunitário comprometendo o ato de escolher. A função da consciência é
proporcionar a capacidade de adaptação ao ambiente, permitindo-nos escolher.
Como a consciência está em constante modificação, não é possível experimentar o
mesmo pensamento ou a mesma sensação mais de uma vez. Pode-se pensar em um
objeto ou estímulo em mais de uma ocasião, mas os pensamentos não são idênticos
em cada situação. São diferentes devido às experiências intervenientes. Desse
modo, a consciência é definida como cumulativa e não recorrente. A mente filtra
experiências, combina e separa outras, seleciona e rejeita outras mais. O
principal critério de seleção é a relevância; a mente seleciona os estímulos relevantes
de modo que permita que a consciência opere de modo lógico, criando assim uma
série de ideias que possam resultar em conclusão racional. [...] segundo
uma avançada teoria mecanicista, a consciência é um mero apêndice aos processos
fisiológico-psíquicos e sua omissão não acarretaria alteração na passagem
psíquica [dos acontecimentos]. De acordo com outra teoria, a consciência é o
lado subjetivo de todos os eventos psíquicos, e é assim inseparável do processo
mental fisiológico. A teoria aqui elaborada situa-se entre essas duas. (Freud,
1950/1990, p. 423)
Mas
o que é mindset? É a configuração da mente, um conceito que busca entender a
predisposição psicológica de uma pessoa que prioriza determinados pensamentos e
padrões de comportamento para, então, propor e desenvolver uma nova abordagem.
Trata-se de uma visão individual, o que faz todo sentido ao observar o quanto o
usuário exerce a crença de preconceito em relação a psicologia no exercício de
seu autogoverno.
Observo
grupos fechados nas redes sociais, que não permitem sequer a divulgação de
serviços psicológicos em detrimento da autorização do administrador que exerce tabu
e lideram as pessoas neste grupo por meio de um superego severo repleto de
preconceitos. Essas crenças tendem a surgir ainda na infância e adolescência,
em uma época do desenvolvimento em que situações ou afirmações de terceiros
podem causar marcas profundas, que perduram por toda a vida.
Como
se trata de uma configuração da mente, o psicólogo, com o saber em intencionalidade
vai inspirar, direta ou indiretamente, desde as decisões cotidianas até aquelas
que podem mudar de forma radical a vida de uma pessoa. De maneira geral,
podemos entender esse conceito como a predisposição para certos tipos de
pensamentos e comportamentos diante de algumas situações. É a maneira como a
mente de uma pessoa funciona e como ela enxerga e interpreta a realidade.
A
mente, portanto, altera a maneira como percebemos a realidade e agimos a partir
dela. A consciência é influenciada diretamente por tudo aquilo que vivenciamos,
enxergamos e ouvimos, e o que acreditamos ser verdade – nossas crenças.
Basicamente, é a nossa mentalidade, nossa independência é a forma como
encaramos a vida, ou seja, a configuração mental que cada um de nós temos e que
nos leva a praticar ações e reações no dia a dia. O cliente na rede social possui
um modelo mental, ou seja, padrões de pensamentos e visão de mundo que
influenciam sua capacidade de fazer escolhas e tomar decisões boas e ruins a
todo o momento. Mas todo esse saber de informação e aplicação não e´ suficiente,
diante do poder de escolha do cliente, ou seja, o livre alvedrio na tomada de
escolha a aceitação ou recusa do produto. [...] A recusa trata-se de
eliminar uma representação incômoda, não a apagando (anulação) ou recusando
(denegação), mas negando a própria realidade da percepção ligada a essa
representação. (Bergeret, 2006). Não há necessidade de recalcamento, a recusa
incide sobre a própria realidade, que se tornou consciente e não é levada em
conta como tal. A recusa é essencialmente um mecanismo que se dá nas psicoses e
perversões. Na psicose há a recusa de toda a realidade incômoda, sem
especificidade, e o delírio vem, se necessário, sobre-investir em uma
neo-relaidade compensadora. No perverso a recusa incide sobre uma parte muito
focalizada da realidade, ficando o resto do campo perceptivo intacto.
A
crença é um velho problema que, incomum, gira sempre em torno da mesma figura, crença
de que haveria alguém que sabe. Alguém que sabe, capaz, portanto, ao mesmo
tempo de nos guiar, de nos dizer o que nós temos que fazer. Esta crença é,
portanto, eu menciono, introjetada de modo bastante válido por razões de
estrutura e faz com que para nós, no real, há alguém. E é nossa relação com
essa presença, com esse alguém, que vai eminentemente guiar o desenvolvimento
ou a organização das neuroses. Se crer nas verdades da psicologia é uma questão
de crenças mesmo, o ato de refutar tais diretrizes por parte dos céticos é algo
que ocorre baseado no mesmo e análogo sistema de crenças. [...] O ser
humano, para Freud, alimenta a crença de que a magia é uma força maior que a da
mente que a cria. Tal sobrevalorização é identificada por ele tanto nos seres
humanos primitivos, quanto nos neuróticos, o que propõe a compreensão de que,
nos dois sistemas de crença, a fuga do real tem certo limite ligado ora ao
desejo de se situar no mundo, ora ao desejo de fuga desse mundo; uma
característica típica do homem moderno: “A necessidade prática de controlar o
mundo que os rodeava” (FREUD, 2006, p. 61)
Já a algum tempo acompanho e observo nas redes
sociais o comportamento de diversos usuários e seus objetivos popular. A
liberdade de expressão deles por coisas sem importância é exagerado, ou seja,
seus objetivos são destituídos de relevância quanto as questões psicológicas.
Atuam dentro de um motivo irremovível e resistem a mudanças de hábitos,
pensamentos, crenças, ações. A resistência representa uma atitude de oposição
dos usuários com potencial para se tornarem clientes às descobertas do
psicólogo aos seus desejos inconscientes. As resistências são repetições das
produções defensivas realizadas pelo usuário em sua vida selecionando a atenção
seletiva apenas para objetivos compartilhados na rede social e desviando-se de
selecionar as informações advindas da psicologia para uma qualidade de vida
melhor. Quanto mais pressionado o usuário se encontra ao enxergar post de
psicoterapia, mais fortemente se apega a resistência de desviar-se dos seus objetivos
comuns.
O
usuário oculta-se atrás do ganho secundário objetivos coletivos, onde esses
ganhos secundários oriundos dos sintomas são bem conhecidos sob a forma de
vantagens e gratificações obtidas da condição de estar inflexível quanto a psicologia
e não desejar cuidar-se emocionalmente, pois não precisam despojar-se de seus
preconceitos, estereótipos e discriminação ou sob a forma de gratificação
deslocando impulsos agressivos vingativos para com aqueles que fazem
psicoterapia ou psicólogos que postam anúncios de serviços psicológicos.
[...] Em sua obra, Freud (1914/1996) utiliza-se do termo resistência para
construí-lo como um conceito que se refere, principalmente, a obstáculos
localizados no decorrer do tratamento e que são formas do sujeito defender o
seu sintoma. Ao falarmos do conceito de resistência como um obstáculo na
clínica, não podemos deixar de ressaltar que o dispositivo de análise inclui,
necessariamente, a transferência como um de seus princípios fundamentais. A
discussão sobre a resistência, desse modo, adquire uma configuração peculiar
chamada por Freud de resistência transferencial.
Ninguém
fala de modo desvelado sobre o livre alvedrio, pois causa estranheza e pode
levar o psicólogo que faz a prospecção a se sentir inseguro ou até usar de
manipulação. Livre arbítrio, é o nome que se dá à capacidade de escolha; No
comportamento há algo mais do que hereditariedade e ambiente, que as pessoas
têm liberdade para escolher o curso de suas ações De acordo com o livre arbítrio,
a responsabilidade pelo comportamento é do indivíduo (Vázquez, 2002).
Já
parou para pensar em respeitar o direito de escolha do outro, só porque ele não
quer seu utensilio. Como você, se senti ao ter seus serviços de psicologia rejeitado
por ele? E como fica a sua meta ao respeitar o livre alvedrio do outro? Penso
até que, as vezes o ser humano pode agir de modo tendencioso manipulando o
outro de modo inconsciente ou até consciente para atingir suas metas de comercialização,
seja por anuncio, por post e por aí vai.
Exemplo,
o fenômeno cliente nas redes sociais, significa aquilo-que-se-mostra-nele-mesmo
com sua subjetividade, autonomia, opiniões, gostos, motivações, interesses e
por isso diz que se expõe a vista para as os outros perceberem, o que está
sendo revelado. O paciente em si mesmo, é a fisionomia que chega a compreensão
do psicólogo, a sua subjetividade, sua emancipação, seus interesses pessoais
que podem vir a se exibir e a se tornar visível em si mesma através da aceitação
dos serviços de psicologia nas redes sociais diante de determinado post de
anuncio de psicoterapia ou negação do serviço simplesmente. Para isso é
necessário o psicólogo compreender que o serviço ofertado ao paciente pelo
post, não causa efetividade, nem afetividade e nem interesse. [...]
Negação, provavelmente é o mecanismo de defesa mais simples e direto, pois
alguém simplesmente recusa a aceitar a existência de uma situação penosa demais
para ser tolerada. Ex: Um gerente é rebaixado de cargo e se vê obrigado a
prestar os mesmos serviços que exercia outrora.
Levar
em consideração a resistência do paciente é crucial para entender o êxito e
falhas da prospecção e para que o psicólogo não desista da atuação na internet,
se realmente tem intenção de permanecer dentro das redes sociais. Observação: Nenhum
cliente fará psicoterapia, seja paga ou gratuita voluntariamente se realmente
não desejar alterar o seu estado de desconforto. Até mesmo se você se
prontificar a mostrar os benefícios da psicoterapia em relação a sua situação
atual. Aqui está o interesse do cliente.
O
psicólogo precisa compreender, mesmo que faça todos os esforços que lhe são
possíveis, existe um limite que ele não pode ultrapassar, mas inconsciente faz
diversas tentativas para vencer e as vezes não consegue que é o limite de
desbloqueio do outro. O psicólogo que se encontra faltante de liberdade, agirá
de modo desrespeitoso e precisa ser preenchido com o resgate do outro. Sabemos
sim, que existem diversas pessoas que precisam de psicoterapia, pois a
psicoterapia é recomendada até para aquele que está equilibrado emocionalmente,
mas no desejar, encontra-se oculto o livre arbítrio. Eu quero psicoterapia. Eu
não quero psicoterapia. Os dois lados da mesma moeda.
As
pessoas falam de post afetivo, de nichos, de estratégias de divulgação frequente
de 03 vezes por dia nas redes sociais, gravar vídeos com temas para se tornar
percebido ao outro, impulsionamento pago para alcançar 2000 pessoas, seguir
várias pessoas ou não seguir muitas pessoas sem se importar com o número de
seguidores, pois seguidores não significa ter clientes, seguir profissionais da
mesma área não ajuda o melhor é seguir outros profissionais, procurar não se
preocupar com os algoritmos que as redes sociais usam para mostrar os post
porque isto é um fato verdadeiro se o indivíduo paga a postagem terá mais
alcance, mas se for feita de modo orgânica não terá muito alcance. Em fim.
Analiso
aqui nestas estratégias, o psicólogo tentando alterar os paradigmas do usuário
na prospecção de tornar-se um cliente para o consultório Online ou Presencial.
Mas em momento algum levou em consideração o livre alvedrio do usuário. O
psicólogo está tão envolto na reprodução de estratégias aprendidas de outros
profissionais, e ansioso para obter resultados que o ato falho o faz não
perceber o autogoverno como peça fundamental no desejo do usuário. Isto
sinaliza, a intenção inconsciente do psicólogo em evitar o desprazer
relacionado ao poder de escolha do outro, como sendo não. [...] Essa
intenção de evitar o desprazer, apresentada como “fuga psíquica do desprazer”
(Freud, 1916/2014, p. 101), é identificada como motivação última e eficaz para
a produção de atos falhos e sintomas, sendo reconhecida como um dos princípios
do funcionamento psíquico (Freud, 1911/2010b)
O
psicólogo recai inconsciente na compulsão a repetição dos atos, de reproduzir o
que aprendeu do outro profissional de modo alienado, autômato. Pois, é
imposição de cada rede social e, se o psicólogo não concordar com essa prática
inconscientemente, gera a culpa inconsciente e precisa ser punido, o que
resulta de uma falha cometida contra a não seguir a regra exigida pelo
profissional informador sobre como proceder nas redes, e isto causa
inseguranças, incertezas, medo de críticas, ansiedade e até pensando que se não
cumprir à risca as exigências, imposta de modo sutil pelo informador não
conseguirá clientes. Besteira! Pensou em analisar o mapa mental do usuário. Ah,
é claro que não, porque não sabia. [...] Freud no seu texto “Recordar
repetir e elaborar” (1914), texto esse em que começa a pensar a questão da
compulsão à repetição, fala do repetir enquanto transferência do passado
esquecido dentro de nós. Agimos o que não pudemos recordar, e agimos tanto mais,
quanto maior for a resistência a recordar, quanto maior for a angústia ou o
desprazer que esse passado recalcado desperta em nós.
Ou
seja, quando o psicólogo diz ao informador que não consegue cliente, logo o
pensamento que lhe vem a memória é que o psicólogo está fazendo algo errado, ou
fez tudo errado ou não fez nada. Está patinando, por tanto precisa de ajuda
para corrigir as falhas. Olha aí a figura paterna ou materna sendo colocada em
ação no amparo do outro que falha. Mas a falha pode não ser dele, pois é
compreensível nestes casos que o psicólogo faça em si mesmo uma leitura mental
e interpretação equivocada que falhou na execução das estratégias, mas
simplesmente o que ocorreu é o exercício da capacidade de expressar-se do outro,
que tem o poder de escolher não aderir a serviços psicológicos naquele momento
ou em nenhum. Isto pode ocorrer quando o psicólogo está inserido, naquele
emaranhado de amigos que pertencem à sua rede social, o que indica que todos
ali, naquele espaço restrito estão agindo com o pensar estabelecido nos
próprios interesses pessoais.
Exemplo,
a crença mental fixa é aquela que faz com que os indivíduos acreditem que não
precisam da psicologia porque não são loucos, seus problemas eles mesmos
conseguem resolver, que ir ao psicólogo é jogar dinheiro fora, a religião vai
curar sua enfermidade psíquica e o que você pensar agora enquanto lê o artigo.
As vezes o psicólogo não conseguirá atingir seus objetivos dentro do mesmo
emaranhado de amigos que está envolvido, havendo a necessidade de expandir seu
post de conteúdo direcionando para fora de seu círculo de amigos na rede social
em questão.
Será
necessário o psicólogo direcionar o seu conteúdo para outros territórios
abertos e não fechados ou para a territorialidade de um grupo específico que é
uma noção que deriva de território, exemplo, um grupo de evangélicos, de
professores, dependência química, técnico em mecânica, álcool e drogas que
estabeleceu uma jurisdição, normas e regras e pertence a um determinado administrador
que serve como campo de ação apenas daqueles usuários que pertencem ao grupo. A
ação do psicólogo ao tentar postar seu conteúdo dentro desses grupos, pode ser
rechaçada ou não e isto gera prazer ou desprazer, tudo depende da percepção do
administrador e mesmo assim, não é sinal de que ocorra a prospecção do cliente,
embora tenha sido uma tentativa de alterar o pensamento daqueles usuários com a
postagem de conteúdo do psicólogo. [...] Em sua obra “Além do Princípio
do Prazer” (1920, p.34), Freud afirma: a compulsão a repetição também rememora
do passado experiências que não incluem possibilidade alguma de prazer e que
nunca, mesmo há longo tempo, trouxeram satisfação, mesmo para impulsos
instintuais que foram reprimidos.
A
psicologia social compreende, a territorialidade que nasce do instinto deriva
na tendência de o homem vir a apropriar-se, defender e administrar determinados
sectores geográficos redes sociais. Esta identificação com o território permite
construir a identidade e serve para satisfazer várias necessidades. Em suma, a
territorialidade trata-se de um padrão de comportamento e atitudes que uma
pessoa ou grupo de pessoas possui e que é fundamentado no controle [real ou
concebido] de um determinado espaço físico na rede social, local [facebook],
controle esse que pode ser concretizado por meio de marcação, personalização ou
mesmo defesa num território, então podemos enxergar e entender que aqui está
instalado o conhecimento dos usuários. Se você profissional, já conseguiu
compreender o que é mindset, avalie-se a si mesmo e repense sobre o seu discernimento
utilizado nas redes sociais.
Avalie-se
neste momento sobre a sua territorialidade na sua casa, no seu trabalho, no seu
ambiente. Exemplo, tal como uma pessoa escolhendo uma cadeira em sua própria
casa. Ou mesmo personalizar um escritório segundo seu estilo e gosto pessoal,
sendo essa uma forma de indicar a identidade de uma pessoa. Isto me traz a
recordação de quanto pratiquei inconscientemente a territorialidade nas funções
de telemarketing ao querer sentar sempre no mesmo lugar. Naquela época ainda
não era psicólogo formado.
Ainda,
no âmbito grupo específico, territorialidade refere-se a um conjunto de orientações
e ações elaboradas por um grupo ou por um administrador do grupo com o intuito
de fazer o controle de um determinado território [grupo de evangélicos, grupo
de professores] sobre o qual atua o poder do sagrado, e onde tal poder é aceito
mutuamente pelos usuários do grupo. Onde passa-se a exercer os sentidos ou
atenção seletiva apenas nas ideologias deste grupo fechado, que não permite a
entrada de outras informações advindas de psicólogos por causa de ideias de preconceito
contra a psicologia, ocorrendo até o bloqueio da página do psicólogo por estarem
com a atenção seletiva nas próprias crenças do grupo, o administrador acaba
percebendo a postagem do psicólogo como um ato de desrespeito ao seu grupo
fechado através de sua convicção afixada.
Todas
as estratégias aplicadas são válidas e tem coerência, pois o profissional usa do
processo psicológico básico na atenção dividida prestando atenção e colocando
em prática diversos estímulos para atingir o seu objetivo que não é comum, mas
desvia-se esquecendo por meio de um ato falho desconsiderando que o outro tem o
livre poder de escolha. Neste pensamento até milagroso, pensa que suas
estratégias vão superar os interesses pessoais, ou seja, as estratégias tendem
a influenciar fazendo o mudar de opinião. As vezes isto ocorre, mas as vezes não
acontece devido a crença e objetivo comum do usuário.
O
psicólogo está fazendo uso dos processos psicológicos básicos apenas na atenção
dividida das estratégias e se esquece de selecionar a atenção alternada, que
observa os seus objetivos pessoais, mais o interesse de aceitação ou recusa do usuário,
quanto a ofertas de seus serviços psicológicos. Mais a frente explicarei sobre objetivos
comuns das pessoas nas redes sociais que é diferente do objetivo do psicólogo.
Mas,
e a compreensão, onde fica. Alguns profissionais agem inconsciente na síndrome
do super homem, querem a todo custo resgatar clientes de suas angustias tentando
romper os obstáculos que as redes sociais apresentam, para capturar o cliente
do outro lado da tela. Contudo se esquecem de avaliar as motivações do usuário
que é o ponto chave para entender, e num ato falho se esquecem de analisar as
suas crenças e objetivos psicológicos. [...] “A angústia é, dentre todos
os sentimentos e modos da existência humana, aquele que pode reconduzir o homem
ao encontro de sua totalidade como ser e juntar os pedaços a que é reduzido
pela imersão na monotonia e na indiferenciação da vida cotidiana. A angústia
faria o homem elevar-se da traição cometida contra si mesmo, quando se deixa
dominar pelas mesquinharias do dia-a-dia, até o autoconhecimento em sua
dimensão mais profunda” (CHAUÍ, 1996 p.8-9).
Considero
uma falha grave não perceber o livre arbítrio do outro, por que o profissional
pensará que seus esforços não foram o suficiente levando o ao sentimento de
culpa e autocobrança, pensando de modo disfuncional que ainda não fez o
suficiente e pode fazer mais ainda. Olha o super man em ação novamente. Pensamento
disfuncional de autocobrança, de perfeição ou perfeccionismo por fazer uma
leitura mental, e interpretação equivocada por desconsiderar o mapa mental do
usuário que oculta a motivação particular.
O
cliente nas redes sociais pode reviver interminavelmente determinada neurose
que é caracterizado por perturbações afetivas e emocionais [angustia,
depressão, obsessão, fobia, raiva, rebeldia] que o mesmo não pode controlar,
mas de que tem consciência e que não afetam a integridade das suas funções
mentais e, assim mesmo exercer o livre alvedrio, não optar por procurar ajuda
profissional e neste caso a prospecção não ocorre.
A
Psicologia social estuda como as pessoas pensam, se comportam, influenciam e se
relacionam umas com as outras na sociedade, comunidade virtual internet. O fenômeno,
Rede Social é uma estrutura social composta por pessoas ou organizações,
conectadas por um ou vários tipos de relações, que compartilham valores e
objetivos comuns. Isto significa que a rede social se mostra como é de fato e,
por isso, diz se que se exibe. A pessoa comum em si mesma, porém, é a aparência
que traz a compreensão, isto é, a pessoa que pode vir a se exibir e a tornar-se
visível ao psicólogo como é na realidade. O Psicólogo precisa depreender de
modo intelectual que se conectar a pessoas do senso comum que compartilham
valores e objetivos comuns, é totalmente diferente de conectar-se com pessoas
que compartilham valores e objetivos psicológicos. Objetivo comum é diferente
de objetivo psicológico.
Exemplo,
uma rede social é aquela que permite conversar com amigos e compartilhar
mensagens, links, vídeos e fotografias com objetivos comuns a todos. Por tanto,
objetivo comum representa algo que interessa a um grande número de pessoas, por
isso entendo que a psicologia não interessa a um grande número de pessoas nas
redes sociais. Ou ainda, a psicologia não pertence a muitos ou a todas as
pessoas por causa de diversos aspectos econômicos, mas somente a minoria
psicológica. Ou seja, os objetivos de algumas pessoas não apresentam
particularidade aceitável pela psicologia por causa do preconceito. Assim,
demonstram objetivos medíocres, sem importância.
Deste
modo observamos a visão, os valares e a missão a serviço da banalidade. Olhando
pela psicologia organizacional, as organizações tem sua cultura organizacional
a visão, os valores e missão. Quando trabalhei no telemarketing procurei
conhecer a cultura organizacional de cada empresa para ajustar-me a visão dela,
os valores e a missão perante os clientes na venda e aquisição de produtos de
internet. E quando o indivíduo em particular não aceita a visão, o valor e a
missão da empresa ele está recusando inconscientemente o produto da mesma por
diversas razões. E isto também ocorre com os serviços de psicologia ofertados
nas redes sociais.
O
humano na rede social é visto como uma organização independente, onde é dotado
de uma visão pueril ou madura, um valor fútil ou valoroso e uma missão frívola
ou de excelência nas postagens e no compartilhar dessas postagens com o Outro. Você
leitor avalie suas crenças, seus objetivos e o seu mapa mental. Agora
esclarecendo o fenômeno aquilo-que-se-mostra-nele-mesmo por meio de objetivo
comum das pessoas nas redes sociais, por tanto o objetivo se mostra e, por
isso, diz que se revela como sendo banal, na visão de uns e com valor na percepção
de outros. Já a pessoa em si mesmo, transferi
para a clarificação, isto é, a pessoa, na rede social que pode a vir se exibir
e a se tornar visível em si mesma com objetivo banal e de valor. Por tanto, é a
pessoa com objetivos comuns que se revela, como ela é na realidade, com visão
apenas no sentido de ver com os olhos ou com percepção no sentido de
compreender.
Isto
não significa que não se pode encontrar pessoas com objetivos que são
diferentes dos objetivos comuns da maioria das pessoas. Essas pessoas
encontram-se na minoria demográfica espalhadas. Segundo Lewin. “[...] os
membros que pertencem a uma minoria psicológica sentem-se, percebem-se e se
reconhecem em estado de tutela. E isto independentemente da porcentagem de seus
membros, [...] assim maiorias demográficas podem ter por estas razões uma
psicologia de minoritários” (2013, p. 35).
É
aqui que a prospecção entra, para levar a cultura da visão, do valor e missão
psicológica até a minoria espalhada que se encontra dentro da maioria que tem
objetivos comuns. É o psicólogo como agente influenciador postando conteúdo de
valor sobre o quanto é importante a psicologia na vida das pessoas, mas como as
pessoas estão agindo dentro do raciocínio fixo ou da atenção seletiva apenas em
prol de seus objetivos comuns que a influenciam a afastar-se desviar-se de
compreender, quanta significância há na psicologia. Estão com seus processos psicológicos
básicos desatentos por serem persuadidos com diversas mensagens de menor
destaque e não se conectam com as mensagens de relevância psicológicas, ou
seja, agem na atenção dívida querendo prestar a atenção em diferentes estímulos
de postagens ao mesmo tempo o que inviabiliza prestar atenção selecionando
e elegendo o que importa no caso o conteúdo de seriedade da psicologia.
O
exercício do livre alvedrio está constantemente na vida do indivíduo. Exemplo o
indivíduo escolhe assistir a uma Live para obter conhecimento, mas não quer
aderir ao curso que o palestrante oferta, aí está o livre arbítrio. Usuários de
grupos fechados tem interesse em participar de palestras online de assuntos
voltados a psicologia, contudo não aderem a psicoterapia ofertada com valor
social, novamente o livre alvedrio. Dentro do interesse pessoal, está oculto o
livre arbítrio.
Por
tanto se você fez tudo que está dentro de seus recursos internos e limites,
depreenda que, se ainda não tem cliente, não depende tudo somente de você
profissional. Discirna sobre o direito de escolha do Outro, “Livre alvedrio”.
Profissional você não está no controle de todas as coisas. Mas você pode estar no
controle de muitas coisas. Você pode até tentar exercer o controle na vida do
outro através de influenciar no livre arbítrio, mas, assim, mesmo não é
garantido.
Referência
Bibliográfica
CHAUÍ,
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