Ano 2021. Escrito por Ayrton Junior Psicólogo CRP 06/147208
O
presente artigo chama a atenção do leit@r a compreender, a emergências e
desastres são termos que nos trazem cotidianamente a inquietante certeza do
quão expostos estamos frente às ameaças, sejam elas provenientes de fenômenos
naturais [terremotos, chuvas torrenciais, estiagens, vírus, pandemia ambiental,
incêndios, inundações] ou de avanços tecnológicos [vazamentos em usinas
nucleares, acidentes no transporte de produtos químicos, gás, combustível].
Cada vez mais nos convencemos de que na realidade estamos indefesos frente as
ameaças, mas sim, nós mesmos vulnerabilizamos nos diante delas, pois, muitas
vezes as construímos. [...] O comportamento das pessoas perante as
situações de desastres é o resultado de como cada comunidade percebe e
administra as suas ameaças de desestabilização, ou das estratégias de adaptação
psicológicas (MATTEDI, 2008).
A
pandemia é considerada um desastre biológico que causa impactos em toda a
sociedade. E para reduzir os efeitos na sociedade, os países precisam elaborar
planos que vão desde a prevenção até o pós-pandemia. As ações de resgate em
situações de desastre requerem medidas que envolvem equipes multidisciplinares,
medidas estas focadas na promoção, proteção e recuperação da saúde física e
mental dos seres humanos, justificando, assim, a inclusão do saber psicológico
em tais cenários.
Desastres
e catástrofes são eventos potencialmente desencadeadores de estresse, tanto em
decorrência da exposição a um perigo iminente, quanto pelo risco à integridade
física e emocional das pessoas envolvidas, requerendo assim ações imediatas, organizadas
e executadas por uma equipe multidisciplinar. Seja por um evento natural ou
provocado por ação humana, os desastres apresentam-se como situações de
calamidade, urgência que desencadeiam quebra da homeostase, do equilíbrio
coletivo. [...] A Psicologia das emergências estuda o comportamento das
pessoas nos incidentes críticos, acidentes e desastres, desde uma ação
preventiva até o pós-trauma e, se for o caso, subsidia intervenções de
compreensão, apoio e superação do trauma psicológico às vítimas e aos
profissionais. O assunto se estende as questões que vão da experiência pessoal
do estresse pós-traumático aos eventos adversos provocados por calamidades,
sejam naturais e/ou provocadas pelo homem na sociedade (BRUCK, 2009, p. 8).
Os
desastres, são diferentes de uma ocorrência isolada, que acaba ampliando suas
proporções através dos canais midiáticos, podendo repercutir para além da
localização atingida. Justamente por sua amplitude e física, social e
comunitária, as ações que contemplam a atenção às vítimas de desastres, devem
englobar os principais aspectos que compõem a existência humana: cuidados
físicos, mentais, espirituais, sociais, justiça, igualdade, garantia de acesso
a segurança e direitos básicos, amparo e pertencimento.
Atualmente,
o campo da Psicologia das Emergências e dos Desastres estuda o comportamento
humano dentro de contextos como catástrofes, desastres ou situações-limite
vividas no cotidiano urbano. Cabe ressaltar que, a atuação do psicólogo será
sempre em equipe multidisciplinar e, na maioria das vezes, no próprio cenário
da emergência ou desastre. Isso inclui o relacionamento direto com todo tipo de
profissionais, tais como técnicos, médicos, trabalhadores sociais, sociólogos,
engenheiros, entidades de resgate e de ajuda como a Cruz Vermelha, polícia,
exército, defesa civil, entre outros.
De
forma mais direta, o trabalho do psicólogo pode se caracterizar pelo
atendimento às vítimas no momento seguinte ao desastre, por meio do primeiro
auxilio psicológico. Trata-se de uma abordagem focal com vistas a promover uma
ventilação emocional e consequentemente minimizar o potencial traumático
causado pelo evento. Tal abordagem tem por objetivo a redução de sintomas e do
adoecimento psicológico futuro.
É
necessário que o psicólogo que pretende atuar, ou atua, nesta área faça
formação específica, possua competências relacionadas a aptidões sociais,
técnicas de comunicação, conhecimentos sobre comportamentos coletivos e
conhecimentos técnicos de intervenção em emergências, para encarar o desprazer
gerado pela catástrofe. [...] Em sua obra “Além do Princípio do Prazer”
(1920, p.34), Freud afirma: a compulsão a repetição também rememora do passado
experiências que não incluem possibilidade alguma de prazer e que nunca, mesmo
há longo tempo, trouxeram satisfação, mesmo para impulsos instintuais que foram
reprimidos.
Essas
atribuições devem ser somadas ao acompanhamento psicoterápico, em função das
especificidades que esse contexto impõe, sendo que tal necessidade se estende
aos demais profissionais que atuam nessa área. Os desastres explicitam uma
problemática multifacetada, fazendo-nos supor que os desastres naturais apenas
potencializam desastres humanos de proporções pouco dimensionadas em um
contexto de rotina e são, assim, potencialmente muito mais danosos nas regiões
que já tem dificuldades de verem suas demandas atendidas. Em situação de
desastres, grande parte da população atingida padecerá de sofrimento intenso,
mas encontrará conforto e apoio em suas estratégias comunitárias e cotidianas,
exemplo, Plantão Psicológico Online. [...] “A angústia é, dentre todos
os sentimentos e modos da existência humana, aquele que pode reconduzir o homem
ao encontro de sua totalidade como ser e juntar os pedaços a que é reduzido pela
imersão na monotonia e na indiferenciação da vida cotidiana. A angústia faria o
homem elevar-se da traição cometida contra si mesmo, quando se deixa dominar
pelas mesquinharias do dia-a-dia, até o autoconhecimento em sua dimensão mais
profunda” (CHAUÍ, 1996 p.8-9).
Em
seguida, haverá os casos que poderão ser beneficiados com projetos terapêuticos
singulares, articulados pelo psicólogo e, em muito menor volume, aparecerão os
casos que necessitarão de uma escuta especializada e, até mesmo, de uma
intervenção farmacológica. Vale ressaltar que, em geral, são aqueles já mais
vulneráveis, como os pacientes psiquiátricos, os moradores de rua, os
desassistidos crônicos, são os que mais sofrem e que são menos percebidos pelas
ações humanitárias de contenção.
Vivemos,
é fato, em tempos de crise. Períodos perigosos, com certeza. Oportunidades?
Sorte? Ocasião apropriada? Como assim? Diante desse atoleiro todo, como eu
posso falar em oportunidade? O mercado está desafiador e competitivo, é
verdade, mas as oportunidades estão aí, e para aproveita-las precisamos romper
paradigmas, pensar fora da caixa, ampliar os horizontes e adquirir novas
competências. Pensar, fazer e enxergar o mundo de forma diferente em detrimento
ao desemprego originado pelo desastre ambiental covid-19 inserindo o indivíduo
na compulsão a repetição desastre pandemia ambiental estimulando o desemprego, o
uso constante de máscaras, a redução de horas trabalhistas, o isolamento social
e inspirando cuidados com a saúde física e mental. [...] Freud no seu
texto “Recordar repetir e elaborar” (1914), texto esse em que começa a pensar a
questão da compulsão à repetição, fala do repetir enquanto transferência do
passado esquecido dentro de nós. Agimos o que não pudemos recordar, e agimos
tanto mais, quanto maior for a resistência a recordar, quanto maior for a
angústia ou o desprazer que esse passado recalcado desperta em nós.
O
Covid-19 tornou alguns testes de perfil e teste de comportamento psicológicos
importantes para as empresas diante dos processos seletivos, pois ganham tempo
não precisando deslocar seus colaboradores para um local definido para
realizarem entrevistas presenciais, quando a organização se encontra em outro
estado. E também para evitar o risco de contaminação do vírus. Tudo é feito de
forma Online. O advento Coronavírus fez da internet um veículo importante para
agilizar diversas atividades e processos.
Ainda
dentro do teste de comportamento, são medidos os seguintes fatores
comportamentais, exemplo, 1. Abertura: Tendência a ser aberto a novas
experiências estéticas, culturais e intelectuais, como Criatividade,
curiosidade, coerência e cautela. 2.Conscienciosidade: Inclinação
a ser organizado, esforçado e responsável, como eficiência, organização,
espontaneidade, maleabilidade. 3.Extroversão: Orientação de interesses
e energia em direção ao mundo externo, pessoas e coisas, como extrovertido,
energético, introversão e reservado. 4. Neuroticismo: Imprevisibilidade
e inconsistência de reações emocionais, como, instável, impulsivo, estável,
sangue frio. 5.socialização: Tendência a agir de modo cooperativo e não egoísta
como, amistoso, compassivo, retraído e crítico.
Agora
seguindo o teste de perfil do trabalhador. Os resultados que você vai ver aqui
demonstram suas preferências dentro de quatro classificações que temos.
Resultados mais extremos indicam preferências mais claras. A busca aqui não
deve ser por um equilíbrio, mas sim entender o seu perfil, sempre buscando o
perfil predominante do trabalhador. São eles, Organização, Individualidade, Flexibilidade
e Suporte. A. O perfil Organização diz respeito a alguém que busca ter as
coisas claras e diretas. Ter claro o que deve ser feito e os caminhos onde se
possa percorrer é uma coisa importante. Essa preferência também demonstra um
foco na qualidade e na racionalidade. B. O perfil Individualidade indica
alguém que busca responsabilidades individuais e foco na conquista de metas.
Além disso, é importante uma ênfase na execução e na busca pelos números e
objetivos setados. C. O perfil Flexibilidade indica alguém que busca
fazer as coisas de forma diferente. Adaptabilidade e um grau de incerteza fazem
parte dessa preferência. Por fim, a busca por liberdade e ausência de
restrições também são fatores importantes. D. O perfil Suporte indica
alguém que busca com maior prioridade o desenvolvimento das pessoas e do
espírito de equipe. O bem-estar do grupo e a confiança das pessoas umas nas
outras são fatores de alta importância.
1.
Descrição do perfil: O perfil Organização diz respeito a alguém que
busca ter as coisas claras e diretas. Ter claro o que deve ser feito e os
caminhos onde se possa percorrer é uma coisa importante. Essa preferência
também demonstra um foco na qualidade e na racionalidade.
2.
Ambiente
de trabalho: Existe uma tendência a ambientes mais estáveis e com rotinas
estabelecidas, visando uma execução de qualidade e com racionalidade e
planejamento. Horários com alguma definição e saber o que é esperado do seu dia
a dia é importante. Cuidado com ambientes muito abertos e flexíveis demais.
Talvez modelos muito alternativos não sejam o ideal para você.
3.
Sistema
de remuneração: Tende a preferir sistemas onde os critérios de sucesso são bem
definidos e abertos. Assim fica mais fácil de saber o que tem que ser feito
para crescer e se destacar. Um salário justo geralmente tende a ser suficiente.
Planos muito alternativos de remuneração podem mais atrapalhar que ajudar.
Podemos
compreender que dentro do desastre ambiental pandemia, as organizações moldam e
extraem aspectos positivos, ganhando tempo, economia de recursos financeiros,
cortam gastos, configuram a estrutura de contratação de colaboradores, fazendo
uso da evolução tecnológica e testes psicológicos. Analisando o contexto
pandemia é ruim para alguns, mas por outro lado, organizações se adaptam e
seguem em frente. Observamos a lei de Darwin em funcionamento na sociedade.
Parece que o desastre ambiental pandemia força a sociedade a moldar-se e
estruturar-se em torno da tecnologia, potencializando mais ainda a psicologia.
No
que tange ao trabalho com usuários e familiares a Psicologia hospitalar tem
como foco o suporte durante o enfrentamento da doença, especialmente diante do
isolamento imposto pela Covid-19, pois sabe se dá importância do suporte
familiar, especialmente presencial, neste momento de diagnóstico e tratamento,
agora aqui não mais possível. A Psicologia deve proporcionar, dentro das
possibilidades, o contato virtual entre paciente e família, visando minimizar o
desamparo vivenciado por aqueles pacientes diagnosticados. Visará também
trabalhar os pensamentos e sentimentos decorrentes da experiência,
especialmente os pensamentos catastróficos, comuns em situações de adoecimento,
em especial às vítimas da pandemia, incluindo usuários e familiares, sempre
pautando-se em evidências científicas.
A
psicologia hospitalar, em situações como esta, tem o papel de mediar as
relações entre os usuários e equipe de saúde, identificando as principais
demandas que geram impacto à saúde mental, auxiliando de modo direto ou
indireto, na adaptação ao processo de adoecimento, e fortalecimento dos
recursos de enfrentamento dos envolvidos. Trabalha-se com questões técnicas da
psicologia, mas também com processos orientativos, psico educação, treinamento
de equipes, preparação complementar dos times de resposta, e com as demandas
emocionais individuais ou grupais que surgem no processo.
Algumas
intervenções da Psicologia hospitalar: Orientações aos familiares mais próximos
ao paciente com suspeita/confirmação do vírus, sobre precaução em sociedade
[atenção a possíveis sintomas, e isolamento durante período de incubação do
vírus para evitar disseminação]; Atendimento individual ao paciente e
familiares para redução de ansiedade e desmistificação de fantasias,
favorecendo modos mais efetivos de adaptação e enfrentamento; Acompanhamento
psicológico familiar mais próximo, quando o paciente estiver na faixa de risco
[suporte emocional frente as mudanças do quadro, agravamento, riscos
envolvidos].
Noto
que o Covid-19 promoveu o desenvolvimento ainda maior com eficácia e
intensificação da psicologia emergências desastres, psicologia clínica,
psicologia hospitalar nos dias atuais. Os desastres ou calamidades públicas provocados
pelas mãos do homem, exemplo, pandemia, crise econômica, desemprego levando
pessoas a serem despejadas de suas moradias, rompimento de barragens, incêndio
florestal, desmatamento de florestas, mal planejamento do escoamento da água
nas cidades provocando alagamento de ruas, avenidas levando a perdas de
automóveis, produtos nos comércios dentre outros, vêm afetando cada vez mais
pessoas em todo o mundo, causando muitas vezes sofrimento psicológico às
populações atingidas, notadamente àquelas que vivem em piores condições
econômicas e sociais, seja sob o aspecto dos danos físicos sofridos, com perdas
de moradias e bens materiais, seja no aspecto social, pela desestruturação das
políticas sociais, ou ainda, pelos danos psicológicos diante das perdas
vivenciadas. [...] As moradias que são suscetíveis às inundações, segundo Siena
e Valencio (2006), colocam em risco a integridade física e emocional dos que lá
residem. Conforme as autoras, quando a moradia é destruída ou danificada
estruturalmente, as repercussões sobre a rotina da família são complexas, visto
que as redes sociais de convivência dos familiares envolvidos são modificadas.
Esse processo envolve a perda dos bens permanentes e de consumo da família,
tais como, móveis, alimentos e vestuário, ou seja, envolve a perda do que é
preciso para satisfazer as necessidades dentro e fora do lar. Além disso, o
deslocamento dos moradores para outro lugar, quando há risco de perda da
moradia, ou então, quando o colapso já ocorreu, desabrigado faz com que surja a
condição de desalojado ou de (SIENA e VALENCIO, 2006).
O
papel do psicólogo é informar às pessoas de seus estados vulneráveis e examinar
o impacto emocional que o desastre causou, criando um ambiente de proteção e
assistência, e promovendo assim um sentimento de confiança na pessoa ou grupo
de pessoas que estiver atendendo, assim como regular as reações psicológicas
negativas que surgirem nelas. Às vezes o profissional terá que auxiliar seus
colegas ou outros membros da equipe [de saúde ou segurança] porque eles também
podem ter reações negativas ao que estiver acontecendo. Esta situação é mais
comum do que você pensa, apesar de serem profissionais qualificados, ninguém
está imune de sofrer uma crise emocional.
Referência
Bibliográfica
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do Sul, 2007
_____.
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CHAUÍ,
MARILENA. HEIDEGGER, vida e obra. In: Prefácio. Os Pensadores. São Paulo: Nova
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MATTEDI,
M. A. A questão da segurança na sociedade da incerteza. In: I SEMINÁRIO
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MINISTÈRIO
DA SAÙDE (BR). Secretaria de Atenção Primária à Saúde. Protocolo de manejo clínico
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SIENA,
M.; VALENCIO, N. F. L. S. Moradias Afetadas pelas Chuvas: dimensões objetivas e
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Brasília, Anais... Brasília: ANPASS, 2006. Disponível em:
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Acesso em: 05 maio 2010.
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