Ano 2021. Escrito por Ayrton Junior Psicólogo CRP 06/147208
O
presente artigo chama a atenção do leit@r a compreender, onde está a sua
atenção seletiva no campo profissional. A palavra onde representa: em que lugar
ou localidade. As vezes ouço pessoas dizendo. Não sei para, onde estou me
dirigindo neste desemprego. Isto sinaliza que está se movendo sem fazer uso da
atenção seletiva, mas que atenção estará usando neste momento do não desvelar
da localização. Demonstrando certo grau de desnorteamento, num ato falho se
esquecendo de observar sua atenção. [...] Essa intenção de evitar o
desprazer, apresentada como “fuga psíquica do desprazer” (Freud, 1916/2014, p.
101), é identificada como motivação última e eficaz para a produção de atos
falhos e sintomas, sendo reconhecida como um dos princípios do funcionamento
psíquico (Freud, 1911/2010b)
Realmente
não pode haver segurança, enquanto não se puder responder a esta pergunta
essencial: para onde eu caminho no desemprego? Qual será o ponto final da minha
trajetória, depois de tantos insucessos na busca por trabalho. Menciono o
desemprego como sendo um agente causador de perturbações nas vidas dos
cidadãos. [...] “A angústia é, dentre todos os sentimentos e modos da
existência humana, aquele que pode reconduzir o homem ao encontro de sua
totalidade como ser e juntar os pedaços a que é reduzido pela imersão na
monotonia e na indiferenciação da vida cotidiana. A angústia faria o homem
elevar-se da traição cometida contra si mesmo, quando se deixa dominar pelas
mesquinharias do dia-a-dia, até o autoconhecimento em sua dimensão mais
profunda” (CHAUÍ, 1996 p.8-9).
O
desemprego ocorre quando um trabalhador é demitido ou entra no mercado de
trabalho [está à procura de emprego] e não consegue uma vaga de trabalho. É uma
condição em que pessoas se encontram quando não possuem atividades que lhes são
rentáveis. No Brasil, o desemprego é provocado por baixa qualificação, educação
precária, trabalhos informais, precariedade na proteção social, migração de
áreas rurais que são pouco desenvolvidas e outros. O desemprego, de forma
simplificada, se refere às pessoas com idade para trabalhar que não estão
trabalhando, mas estão disponíveis e tentam encontrar trabalho. Assim, para
alguém ser considerado desempregado, não basta não possuir um emprego.
Considera-se
desempregado a pessoa que está procurando emprego e não está recebendo
dinheiro. Ou seja, a pessoa nessa situação está à procura de um trabalho
remunerado. Em outras palavras, ofertou seus saberes acadêmicos ou técnicos,
mas não conseguiu vendê-los por uma quantia mínima. Pode ser tanto aquele que
está demitido temporariamente quanto aqueles que estão à procura de emprego ou
aguardando para iniciar um novo trabalho dentro de 30 dias.
Profissionais
que estão fora da força de trabalho, são aqueles que não se enquadra nas duas
categorias de empregados e desempregados, por tanto só pode fazer parte desse
terceiro grupo. Os que se encontram fora da força de trabalho são estudantes,
aposentados, donas de casa e pessoas que não trabalham, mas não estão nessa
busca por emprego. Aqui, não houve oferta de mão de obra e obviamente, trabalho
remunerado. Segundo Lewin. “[...] os membros que pertencem a uma minoria
psicológica sentem-se, percebem-se e se reconhecem em estado de tutela. E isto
independentemente da porcentagem de seus membros, [...] assim maiorias
demográficas podem ter por estas razões uma psicologia de minoritários” (2013,
p. 35).
É
muito comum desempregados serem confundidos com quem está fora da força de
trabalho, mas é importante saber dessa distinção. Mas também observo pessoas na
meia-idade que permanecem buscando emprego e não conseguem, só posso entender
que de certo modo estão fora da força de trabalho por razões desconhecidas a
elas.
Compreender
o desemprego, também ajuda a entender o agravamento da desigualdade social e de
questões como queda de qualidade de vida e bem estar social. O desemprego deve
ser entendido como uma situação social de não emprego, na qual o indivíduo não
realiza trabalho remunerado.
O
ato de caminhar no êxodo do desemprego, exige que o indivíduo esteja atento aos
processos psicológicos básicos na direção do objeto [emprego]. Mas, para isso é
necessário que o fenômeno objeto [emprego] de um sinal ao indivíduo, de como é sua
aparência pela visão ou compreensão. Os sentidos são os responsáveis pela
construção de mundo das pessoas. Ou seja, são os meios de processar todas as
informações absorvidas [inclusive os conteúdos que se busca aprender]. [...]
Para Sternberg (2000) o fenômeno psicológico da atenção possibilita o
processamento ativo de uma determinada quantidade de informação dentre o enorme
montante que está disponível por meio dos órgãos dos sentidos, das memórias e
dos processos cognitivos. A partir da atenção utilizamos com critério nossos
limitados recursos mentais, realçando estímulos que realmente nos interessam.
Cito
como exemplo, o desemprego por que é algo que causa desorientação na
consciência dos indivíduos que procuram empregar-se, os deixando sem norte, sem
rumo, mas a atenção visual está em todas as situações como, exemplo, dentro do
lar ao executar tarefas domésticas, no assistir a um filme, nas práticas de
exercícios na academia, no dirigir um automóvel, ao estar atento na leitura
deste artigo, na compra de produtos em supermercados e o que você imaginar
agora leit@r enquanto lê o artigo.
Ø Percepção
– A percepção é a responsável por organizar e dar significado a qualquer
estímulo sensorial. A função desse processo é óbvia: conhecer o ambiente
permite nos movermos e interagirmos com ele, aspectos básicos para alcançar uma
adaptação eficiente.
Ø Aprendizagem
– Aqui temos o processo pelo qual modificamos e adquirimos conhecimentos,
habilidades, experiências, comportamentos, etc. Ela funciona através do que
aconteceu no passado, aprendemos a relacionar condutas com suas consequências,
por isso está intimamente relacionado com a memória.
Ø Linguagem
– A utilidade desse processo é dada por nossa necessidade de manter
relacionamentos sociais complexos que nos permitam sobreviver em um ambiente
hostil. A linguagem nos oferece um modo de comunicação suficientemente amplo
para manter as sociedades humanas.
Ø Pensamento
– A função do pensamento hoje continua sendo um tema controverso. Isto ocorre,
em parte, devido à confusão terminológica existente ao seu redor. Mesmo assim,
a ideia mais aceita é a de que seu objetivo é atuar como mecanismo de controle
diante das situações que nos são apresentadas.
Ø Atenção
– A atenção é o processo encarregado de concentrar nossos recursos em uma série
de estímulos e ignorar o restante. Isso ocorre porque nós recebemos uma grande
quantidade de estímulos que não podemos atender ao mesmo tempo.
Ø Memória
– O processo psicológico básico da memória nos permite codificar a informação
para armazená-la e depois recuperá-la. Estamos diante de um processo essencial
e muito relacionado com todos os outros processos. A memória nos permite
lembrar informações explícitas, tais como qual é a capital da França ou
informações procedimentais, como andar de bicicleta. A memória existe porque é
muito útil ter informações sobre nossas experiências passadas para poder
raciocinar e agir sobre eventos futuros. Além disso, sem esse processo, os
demais processos psicológicos básicos não existiriam, já que todos possuem um
forte suporte da memória.
Ø Motivação
– A função da motivação é fazer com que o indivíduo direcione a conduta em
direção a suas metas e objetivos, e para evitar que permaneça parado sem ter
qualquer comportamento. É um processo muito relacionado com a emoção e a
aprendizagem. A função da motivação é fazer com que o indivíduo direcione a
conduta em direção a suas metas e objetivos, e para evitar que permaneça parado
sem ter qualquer comportamento. É um processo muito relacionado com a emoção e
a aprendizagem.
Ø Emoção –
A função da emoção é conseguir dirigir o nosso comportamento de forma rápida e
eficiente. A maioria das decisões carecem da importância necessária para
dedicar um tempo e recursos elevados, e é aí que a emoção atua. É importante
entender que qualquer decisão é mediada por nossas emoções em maior ou menor
grau.
A
atenção seletiva se dá quando, entre vários estímulos sensoriais, um é
selecionado. Se esse estímulo é visual, o indivíduo focaliza apenas o objeto
selecionado em detrimento dos outros sentidos e dos outros objetos que estejam
em seu campo de visão. Dessa forma, a atividade mental se concentra ativamente
em uma quantidade limitada de informações, descartando outras que são
irrelevantes nesse momento. Exemplo, ao entrar na loja e procurar um tênis
Mizuno na vitrine, mas ao lado tem outras marcas de tênis como Nike, Adidas,
Olimpikus. Então a pessoa escolheu o Mizuno e descartou as outras marcas.
Considerando-se
que a atenção é um processo cognitivo em que o indivíduo focaliza e seleciona
estímulos, estabelece relações entre eles, promovendo maior grau de
concentração, isto é, centrando a consciência em uma área delimitada disponível
aos órgãos dos sentidos, Lima (2010) divide a atenção em dois componentes:
ü atenção
explícita, que se refere a processos conscientes;
ü atenção
implícita, que seriam os processos não conscientes.
A
atenção sensorial processa seletivamente informações que apresentam estreita
ligação com os órgãos do sentido. A atenção visual, estimulada a partir da
visão, é uma atenção espacial, que determina qual região da cena é mais
relevante e “em que” e “onde” focalizar. Em menor proporção, há a atenção auditiva,
a qual também tem um papel importante nesse contexto. A atenção intelectual
direciona e seleciona a atenção empregada no processamento mental.
O
ato de perceber requer seletividade, por isso somente episódios a que devotamos
atenção são antecipados, explorados e selecionados. Estudos indicam que nos
concentramos em alguns poucos detalhes (DAVIDOFF, 2001); depois, com base
nesses indícios, completamos o todo. Em geral, a capacidade de atenção depende
dos recursos que são requeridos pela exigência do momento.
Para
que a atenção atue nas diversas dimensões, são necessários três fatores
básicos: o fator fisiológico, que depende de condições neurológicas e também do
contexto em que o indivíduo se encontra, o fator motivacional, que depende da
forma como o estímulo se apresenta e provoca interesse, e a concentração, que
determina o grau de solicitação e a atuação do estímulo, levando a uma melhor focalização
da fonte de estímulo.
Observamos
que necessidades, interesses e valores são influências importantes sobre a
atenção e que geralmente ignoramos ou paramos de prestar atenção em
experiências repetitivas ou conhecidas. Nesse sentido, Davidoff (2001) diz que
o nosso estilo de atenção tem um valor de sobrevivência, ajudando-nos a alocar
de forma vantajosa os recursos disponíveis. Afirma que dedicamos atenção máxima
a mensagens que não podem ser ignoradas, ou seja, a situações nas quais o risco
à segurança é despertado, e atenção mínima a eventos rotineiros e regulares.
A atenção seletiva é o ato consciente de se
concentrar em um determinado estímulo, evitando distrações tanto externas, como
sons e imagens, quanto internas, como pensamentos e sentimentos. O foco de
atenção concentrado em estímulos informais específicos aumenta a capacidade de
manipular a compreensão verbal ou a resolução de problemas, que são também
processos cognitivos.
Já
a atenção dividida consiste no ato de distribuir os recursos disponíveis de
atenção para responder simultaneamente à múltiplas tarefas. Os estudos mostram
que, na grande maioria das situações, uma tarefa é executada de forma
automática, enquanto a outra exige uma atenção concentrada; ou o que ocorre é
uma alternância rápida na execução da tarefa, dando a impressão de
simultaneidade de execução.
É
muito difícil executar realmente duas tarefas ao mesmo tempo dando igual
atenção a ambas. No controle consciente da atenção é que percebemos os
benefícios desse processo psicológico. A interação e o controle do ambiente, o
acesso às memórias do passado e às sensações do presente, o controle e o
planejamento das ações futuras são exemplos de quanto a atenção controlada pode
ser importante para nosso desenvolvimento e nosso bem-estar.
A
atenção atua como um meio de focalizar, recursos mentais limitados sobre as
informações e os processos cognitivos que são mais evidentes em um dado
momento. Os benefícios da atenção são particularmente evidentes quando nos
referimos aos processos de atenção consciente.
Além
do valor real da atenção, a atenção consciente satisfaz outros três objetivos:
ü monitorizar
nossas informações em relação ao ambiente, mantendo consciência de quão bem
estamos nos adaptando a situações nas quais nos encontramos;
ü ligar
nosso passado (memória) e nosso presente (sensações) para dar-nos um sentido de
continuidade da experiência, que pode até servir como base para a identidade
pessoal;
ü controlar
e planejar nossas futuras ações, com base na informação da monitorização e das
ligações entre as memórias passadas e as sensações presentes.
No
controle consciente da atenção é que percebemos os benefícios desse processo
psicológico. A interação e o controle do ambiente, o acesso às memórias do
passado e às sensações do presente, o controle e o planejamento das ações
futuras são exemplos de quanto a atenção controlada pode ser importante para
nosso desenvolvimento e nosso bem-estar.
No
caso de uma pessoa que se encontra no desemprego, a orientação, que é
capacidade individual de situar-se quanto a si mesmo [o que inclui as relações
de proximidade e diferença em relação ao outro] e ao ambiente [espaço e tempo].
Está intimamente relacionada com o funcionamento da consciência.
Ela
pode estar comprometida devido aos percalços, as contrariedades nas
insistências sem êxito na busca de empregabilidade, ocorrendo a desorientação
completa diante de extremo desinteresse. [...] Freud no seu texto
“Recordar repetir e elaborar” (1914), texto esse em que começa a pensar a questão
da compulsão à repetição, fala do repetir enquanto transferência do passado
esquecido dentro de nós. Agimos o que não pudemos recordar, e agimos tanto
mais, quanto maior for a resistência a recordar, quanto maior for a angústia ou
o desprazer que esse passado recalcado desperta em nós.
Estar
em estado de alerta, e consciente, é o que faz com que a pessoa esteja apta a
responder de forma apropriada ao ambiente ao seu redor, saiba quem ela é, aonde
está, onde mora, em qual período do dia está, o que deseja da vida em termos
profissionais entre outras perguntas. Parece que, depois de um cidadão sofrer
várias contrariedades quanto a reinserção no mercado de trabalho com
insucessos, a sua consciência entra no estado de desorientação.
Por
tanto estar só, é essencial para conectar com seu interior e saber o que o
indivíduo quer da vida. Como já falamos, o truque para poder se encontrar
reside em fazer uma viagem interior e analisar a situação atual em que se vive.
E este trabalho de introspecção só poderá ser feito de forma solitária e
individual. Logo, não tenha medo da solidão, busque seu momento, para assim
poder se encontrar em meio à solidão. [...] Esse medo marcará nossa
memória, de forma desprazerosa, e será experimentado como desamparo, “portanto
uma situação de perigo é uma situação reconhecida, lembrada e esperada de
desamparo” (Freud, 2006, p.162).
É
lógico que a pessoa está em constante movimento tentando sair da zona de
conforto desemprego, ao enviar e-mail, conversas com amigos sobre vagas de emprego,
receber anuncio de vagas de outras pessoas, mas os insucessos a joga mais ainda
para dentro. Ao se sentir totalmente sem rumo na vida profissional, depois de incansáveis
tentativas de reinserir-se no mercado de trabalho. A sensação de que não há
nada para realizar ou buscar no âmbito profissional é bastante frustrante e
comum, e se reencontrar e voltar a se sentir motivado realizando as suas
atividades ou, então, seguindo por um novo caminho é muito importante. Avalie
se não está em crise. Por mais curioso que possa parecer, muitas pessoas não
sabem que estão vivenciando uma crise profissional ou se negam a reconhecer em
crise e podem achar que é apenas uma fase ruim que irá passar. [...]
Negação, provavelmente é o mecanismo de defesa mais simples e direto, pois
alguém simplesmente recusa a aceitar a existência de uma situação penosa demais
para ser tolerada. Ex: Um gerente é rebaixado de cargo e se vê obrigado a
prestar os mesmos serviços que exercia outrora.
Porém,
o problema está no fato de que, em grande parte dos casos, essa fase não
termina nunca e vai aumentando a sensação de vazio e intensa agonia. Sendo
assim, se a pessoa tem sentido que não tem mais o que realizar onde está, seja,
na internet, na organização atual, no home office, na sua residência estagnado,
comece a refletir sobre uma possível mudança de emprego ou até de carreira. Não
é fácil pensar em recomeçar do zero, mas pode ser a única maneira de dar fim a
essa sensação de vazio. Se o indivíduo estiver estático, sem saída, ausente de
percepção seletiva para onde buscar emprego, esse é um excelente momento. Pense
a respeito de quais eram as suas expectativas no começo de sua trajetória e de
que maneira elas foram frustradas.
Reinvente
a sua rotina de trabalho, ou seja, algumas pessoas, ao fazerem a avaliação de
sua insatisfação com a carreira profissional, irão perceber que não estão
totalmente descontentes com o que possuem, se este for o seu caso, essa dica é
perfeita para você. Transforme a sua rotina de trabalho, de maneira que ela se
mostre mais interessante ao longo dos dias. Quando há uma grande demanda de
atividades é natural que as coisas acabem entrando no automático e isso gere
uma sensação de agonia em médio e longo prazo. [...] A atenção é um
fenômeno que processa ativamente uma quantidade limitada de informações do
enorme montante de estímulos disponíveis por meio dos sentidos, das memórias
armazenadas e de outros processos cognitivos. Esse fenômeno favorece o uso
criterioso dos recursos mentais que são limitados, obscurecendo muitos dos
estímulos internos e externos, focalizando apenas os que interessam, o que
aumenta a probabilidade de respostas rápidas e corretas aos estímulos que
realmente são importantes (STERNBERG, 2000).
A
recomendação é fugir desse sistema automático que faz com que a vida
profissional perca a motivação. Observe quais são as atividades que você
precisa fazer todos os dias e como pode tornar a realização das mesmas mais
atraente. Apenas mudar a ordem das tarefas já pode ser o suficiente para se
sentir mais contente. O segredo está em criar interesse pela realização das
suas obrigações. [...] Em sua obra “Além do Princípio do Prazer” (1920,
p.34), Freud afirma: a compulsão a repetição também rememora do passado experiências
que não incluem possibilidade alguma de prazer e que nunca, mesmo há longo
tempo, trouxeram satisfação, mesmo para impulsos instintuais que foram
reprimidos.
Não
deixe de acreditar em si mesmo, pois uma das consequências mais terríveis de se
sentir sem rumo é ter sua autoconfiança abalada, e para se manter firme e forte
na busca pela ascensão profissional você deve continuar acreditando em sua
capacidade. [...] O ser humano, para Freud, alimenta a crença de que a
magia é uma força maior que a da mente que a cria. Tal sobrevalorização é
identificada por ele tanto nos seres humanos primitivos, quanto nos neuróticos,
o que propõe a compreensão de que, nos dois sistemas de crença, a fuga do real
tem certo limite ligado ora ao desejo de se situar no mundo, ora ao desejo de
fuga desse mundo; uma característica típica do homem moderno: “A necessidade
prática de controlar o mundo que os rodeava” (FREUD, 2006, p. 61)
Faça
uma autocrítica, por que parte do seu descontentamento com os rumos da sua
carreira, pode estar intimamente ligada com falhas pessoais ou profissionais
que você vem cometendo. A dica para que a reinvenção, seja completa e assertiva
é identificar se tem contribuído para uma situação ruim e como vem fazendo
isso. Não tenha medo de recomeçar, pois é realmente desafiador, mas não
significa que seja impossível e para muitas pessoas é a única forma para que
possam se sentir plenamente satisfeitas com os rumos de suas carreiras. Não
tenha medo de iniciar uma nova trajetória, quando existe motivação não tem nada
que possa te parar.
Ao
perder a atenção, a pessoa se abandona, não olha para tudo aquilo que faz parte
da sua história de vida, exemplo, do que ele já fez e construiu até agora em
termos de sua carreira, do que ela conquistou. Depois de alguns acontecimentos
frustrantes na vida, a pessoa pode ficar fragmentada [desnorteada,
desorientada, atenção dividida]. É como se atenção seletiva dela ficasse no passado,
um pouco dela fosse [deixado e perdido] no tempo. Isso costuma levar a pessoa
se sentir incompleta, como se algo faltasse em sua vida [profissional, amorosa,
identidade residencial] e se recusa a observa esses aspectos. [...] A
recusa trata-se de eliminar uma representação incômoda, não a apagando
(anulação) ou recusando (denegação), mas negando a própria realidade da
percepção ligada a essa representação. (Bergeret, 2006). Não há necessidade de
recalcamento, a recusa incide sobre a própria realidade, que se tornou
consciente e não é levada em conta como tal. A recusa é essencialmente um
mecanismo que se dá nas psicoses e perversões. Na psicose há a recusa de toda a
realidade incômoda, sem especificidade, e o delírio vem, se necessário, sobre
investir em uma neo realidade compensadora. No perverso a recusa incide sobre
uma parte muito focalizada da realidade, ficando o resto do campo perceptivo
intacto.
Passa
a sentir que não é dona do seu próprio ego. Muitas vezes ela se enxerga de
fora, como se assistisse sua vida passando, como se ela não tivesse controle
sobre si mesma e as vezes não tem mesmo esse controle. Defina seus objetivos, por
que esta é a primeira coisa que o indivíduo tem de fazer para recuperar seu
caminho e se reorientar. O que o sujeito quer da vida? Aonde quer chegar? Estas
são perguntas básicas que a pessoa precisa começar a fazer para, assim, saber
qual é o rumo que deve seguir. Muitas vezes nos perdemos porque percebemos o
futuro muito distante, ou porque focamos a atenção seletiva nas frustrações,
decepções, nos infortúnios, nas tentativas de reinserção ausentes de êxito ou
atenção dividida em vários subempregos e cargos que surgem no mercado de
trabalho, no entanto, nunca devemos perder de vista qual é o nosso objetivo
para, pouco a pouco, ir nos aproximando dele.
Referência
Bibliográfica
CHAUÍ,
MARILENA. HEIDEGGER, vida e obra. In: Prefácio. Os Pensadores. São Paulo: Nova
Cultural, 1996.
FREUD,
A. O ego e os mecanismos de defesa. Rio de Janeiro: Biblioteca Universal
Popular, 1968
FREUD,
S. (1920), "Além do princípio do prazer” In: FREUD. S. Obras completas de
S. Freud. Rio de Janeiro: Imago, 1996, v. XVIII.
FREUD,
S. (1996). Obras completas de S. Freud. Rio de Janeiro: Imago. (1914).
"Recordar, repetir e elaborar ", v. XII
FREUD,
SIGMUND. Totem e tabu e outros trabalhos. Rio de Janeiro: Imago, 2006.
FREU,
SIGMUND. (2010b). Formulações sobre os dois princípios de funcionamento
psíquico. In Sigmund Freud, Obras completas, volume 10
DAVIDOFF,
L. L. Introdução à Psicologia. 3. ed.
São Paulo: Pearson Makron Books, 2001.
LIMA, T.
H. Avaliação da atenção concentrada no contexto do trânsito. Psico-USF,
Itatiba, v. 15, n. 1, abr. 2010.
STERNBERG,
R. J. Psicologia cognitiva. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000.
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