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Poder Ilusionismo


Ano 2021. Escrito por Ayrton Junior
O presente artigo chama a atenção do leitor(a) a olhar para os mágicos, os políticos, apresentadores de tv, figuras públicas e não públicas em lives, líderes da igreja que usam truques para iludir o cérebro das pessoas do senso comum, apenas para manter as aparências nos holofotes na mídia, na internet, nas redes sociais em meio a pandemia ou qualquer outra situação na sociedade. O Ilusionismo [ou Prestidigitação] é a arte performativa que tem como objetivo entreter o público dando a ilusão de que algo impossível ou sobrenatural ocorreu. Os praticantes desta atividade designam-se por ilusionistas ou mágicos. O ilusionismo é uma das mais antigas formas de entretenimento. A primeira descrição por escrito de um número de magia enquanto arte cénicas surge no Antigo Egito e data de 1700 a.C. O documento em questão designa-se por Papiro de Westcar e atualmente encontra-se no Museu Egípcio de Berlim.
Desde essa época existem milhares de registros de atuações, que hoje reconhecemos como ilusionismo, um pouco por toda a história. Frequentemente os ilusionistas do passado eram encarados como detentores de poderes sobrenaturais, o que resultou numa dura perseguição no período da Inquisição. O primeiro livro na qual surgem descritas as explicações de números de ilusionismo chama-se The Discovery of Witchcraft, e foi escrito por Reginald Scot em 1584 com objetivo de demonstrar que os poderes sobrenaturais não existem. Em Portugal, a primeira descrição por escrito de um número de ilusionismo surge no livro Thesouro de Prudentes em 1612 por Gaspar Cardoso de Sequeira.
A profissão de ilusionista, no sentido atual do termo, apenas veio a ganhar notável prestígio a partir do século XVIII. Um dos grandes impulsionadores do ilusionismo moderno chamava-se Jean Eugene Robert-Houdin (1805-1871) e era de nacionalidade francesa. O seu passado de relojoeiro permitiu-lhe criar ilusões originais, de grande engenho e espetacularidade, que apresentava no seu pequeno teatro para a elite parisiense. Robert-Houdin frequentemente é referido como o “pai do ilusionismo moderno” uma vez que terá sido dos primeiros ilusionistas a trazer a magia para os palcos elegantes dos teatros e de festas privadas, afastando-se do mágico saltimbanco que atuava nas ruas e feiras.
Os mágicos são, acima de tudo, artistas da atenção e da consciência. Aqui encontramos alguns líderes na sociedade ou pessoas de destaque que se posicionam como artista da atenção e da consciência nos palcos da tv, na internet e nos púlpitos. Eles manipulam o foco e a intensidade da consciência das pessoas. Observo nas redes sociais grande maioria de sujeitos atuando com poder ilusionismo para tentar atrair atenção do outro para obter interesses legítimos e não legítimos. Isso é feito em parte pelo uso de combinações desconcertantes de ilusões visuais [como as imagens residuais], ilusões ópticas [fumaça e espelhos], efeitos especiais [explosões, tiros falsos, controles de iluminação regulados com precisão], prestidigitação, recursos secretos e artefatos mecânicos [aparatos]. Toda essa manipulação tem a intenção de proporcionar um falso prazer na consciência do sujeito.  [...] Em sua obra “Além do Princípio do Prazer” (1920, p.34), Freud afirma: a compulsão a repetição também rememora do passado experiências que não incluem possibilidade alguma de prazer e que nunca, mesmo há longo tempo, trouxeram satisfação, mesmo para impulsos instintuais que foram reprimidos.
Os indivíduos gostam de mágica, da arte do ilusionismo, até de um simples truque de cartas que as crianças aprendem para surpreender a família nos almoços de domingo/ e ou nos aniversários contratando mágicos para entreter os convidados e familiares. Essas mágicas utilizam princípios neuro científicos para enganar o cérebro de maneira que normalmente o sujeito não pode controlar conscientemente. Então, o que exatamente está errado com o cérebro? Nada, ele tem apenas algumas brechas que podem ser aproveitadas por essa arte. O cérebro humano simplesmente não foi projetado para se concentrar em duas coisas ao mesmo tempo, e os mágicos se aproveitam ao máximo disso. A atenção é puxada para uma coisa em particular.  
Em suma, a atenção da pessoa é como um holofote, com destaque para uma coisa, deixando o que o rodeia no escuro. Quando um item ou ação está dentro do foco, as partes do cérebro envolvidas no processamento funcionam de forma mais eficiente, enquanto o que está em volta o indivíduo não presta atenção. Isso permite que os mágicos tirem algo das mangas bem debaixo dos narizes da plateia
Se algo estiver chamando mais a atenção do sujeito, ou seja, estiver sob o holofote, o cérebro ignora o que ocorre em torno. Como [ansiedade, isolamento social, mortes, perdas, desemprego, conflitos familiares]. Por isso há um alerta sobre ouvir noticiários em demasia sobre o Corona vírus e não filtrar as notícias verdadeiras das que são Fake News. Agora o efeito desinformação ocorre quando a informação é dada ao sujeito depois de um evento, e a memória sobre ele acaba sendo alterada.
E gera angustia, confusão? Presta atenção, exemplo, um mágico pede para você escolher uma carta a partir do lado esquerdo do monte e devolvê-la sem lhe dizer qual é. Antes de ele adivinhar sua carta, ele diz algo como: Você pode escolher qualquer carta que você quiser. No calor do momento, você vai achar que sim. A verdade é que você só teve a opção de escolher o lado esquerdo, mas os comentários ambíguos do mágico alteram o que você se lembra do truque, deixando-o com uma falsa memória e fazendo a mágica parecer mais incrível do que era. [...] “A angústia é, dentre todos os sentimentos e modos da existência humana, aquele que pode reconduzir o homem ao encontro de sua totalidade como ser e juntar os pedaços a que é reduzido pela imersão na monotonia e na indiferenciação da vida cotidiana. A angústia faria o homem elevar-se da traição cometida contra si mesmo, quando se deixa dominar pelas mesquinharias do dia-a-dia, até o autoconhecimento em sua dimensão mais profunda” (CHAUÍ, 1996 p.8-9).
O cérebro insiste que o sujeito tem o livre-arbítrio, e também se agarra que o mesmo está sempre certo. Devido a uma coisa chamada dissonância cognitiva, ele tenta racionalizar os eventos, mesmo se isso significar ir contra o que a pessoa sentiu ou pensou apenas alguns minutos antes. O cérebro forçará o indivíduo a justificar os eventos se eles não ocorrerem como a pessoa esperava. Os mágicos apresentam uma realidade que não obedece a ideia de realidade que o cérebro da pessoa está acostumado a enxergar. Isso cria uma dissonância cognitiva e chega a um ponto em que não importa o quanto ele tenta; então o cérebro não consegue racionalizar os eventos percebidos.
Como o cérebro é usado para racionalizar os eventos depois que eles ocorrem, a mágica cria uma situação que não pode existir e que leva à sensação única de espanto, ou seja, o mecanismo de defesa da racionalização atua no ego do sujeito de modo inconscientemente levando o sujeito a buscar uma maneira de compreender aquilo que lhe é desconhecido pela inteligência naquele exato momento.
Entretanto o instrumento mais versátil na bagagem dos truques é a capacidade de criar ilusões cognitivas. Assim como ilusões visuais, as ilusões cognitivas mascaram a percepção da realidade física. E, de modo diferente, sua natureza não é sensorial. Elas requerem funções de alto nível como atenção, memória e inferência causal. Com todas essas ferramentas à disposição, mágicos experientes tornam praticamente impossível a percepção dos processos que realmente estão acontecendo dando a impressão de que a única explicação para os acontecimentos é a mágica. Ou seja, neste exato momento ocorre o comportamento de conformismo nos indivíduos na plateia. Segundo Kiesler (1969), o que é o conformismo? diz que o conformismo é uma mudança de comportamento ou crença em relação a um grupo, como resultado de pressões desse grupo. Krech, Crutchfield e Ballanchey (1962) dizem que para existir conformismo tem de haver conflito. Isto quer dizer que persiste um conflito entre aquilo que um indivíduo deseja e o modo como o grupo ou uma força superior ao indivíduo o pressiona para actuar. Se o grupo não o pressionar, o indivíduo não procederá como por vezes procede. Do mesmo modo como existem os conformistas, surgem também os anticonfor-mistas que actuam em sentido contrário.
Alguns dos maiores acontecimentos do passado são sempre encobertos por mistérios fora da compreensão humana. A razão caí, e muitas vezes resolve-se colocar a culpa em algum fenômeno sobrenatural aleatório. O passado é repleto disso. Bruxos, magos, feiticeiros. Todos estes com seu potencial mágico aflorado causando problemas. O que suscita as vezes o medo inconsciente em algumas pessoas. [...] Esse medo marcará nossa memória, de forma desprazerosa, e será experimentado como desamparo, “portanto uma situação de perigo é uma situação reconhecida, lembrada e esperada de desamparo” (Freud, 2006, p.162)
O ser humano é sugestionável, e muito. Um bom mágico faz a mágica acontecer na cara do espectador, um político eloquente profere os maiores absurdos na cara dos ouvintes, o bom vendedor de telemarketing consegue vender o pior dos produtos e todos esses profissionais safam-se maravilhosamente. A sugestão, por meio da oratória, da eloquência, dos sofismas e, principalmente, das falácias usadas por políticos, instituições religiosas, me parece, a grande responsável pelo desenrolar da história humana. Pois o indivíduo fica reverberando na consciência a sugestão advinda da oratória, da eloquência,  ou seja, recorda, repete e elabora atuando inconscientemente na compulsão a repetição do Misdirection. [...] Freud no seu texto “Recordar repetir e elaborar” (1914), texto esse em que começa a pensar a questão da compulsão à repetição, fala do repetir enquanto transferência do passado esquecido dentro de nós. Agimos o que não pudemos recordar, e agimos tanto mais, quanto maior for a resistência a recordar, quanto maior for a angústia ou o desprazer que esse passado recalcado desperta em nós.
Para alguns, mágica e ilusionismo podem ser considerados sinônimos, já que ambos definem a arte de encenar truques de desaparecimentos e transformações utilizando objetos, animais e até mesmo pessoas. Toda mágica é uma ilusão, logo o ilusionismo também seria uma mágica. Para outros, a mágica é feita de forma mais aproximada da plateia, enquanto que o ilusionismo possui uma estrutura mais elaborada. Há opiniões controversas sobre essas definições, mas, independentemente disso, precisamos entender que a arte de encantar o público com truques é bastante antiga. Portanto, a criação da mágica e do ilusionismo parte da mesma história
Entendo o Misdirection, como uma técnica de fazer com que seu espectador, ou mesmo leitor, volte sua atenção para um outro lugar, pensamento, enquanto o esperto locutor, escritor, mágico, apresentador de tv, político, líderes religiosos e outros, utiliza técnicas para esconder o que não pode ser percebido pelo indivíduo, pois lhe falta informações, ou seja, neste exato momento o sujeito é destituído de informações, lhe falta clareza dos fatos.
O Misdirection é utilizado na mágica para se fazer com que o espectador, por exemplo, olhe para uma mão do mágico enquanto, com a outra, o artista faz a mágica acontecer. Contudo não se iludam a variedade de técnicas com que o fazem é tão grande que, se bem aplicadas, nem o melhor dos observadores percebe o que não deveria ser visto.  
Concluindo cuidado com Misdirection, não do mágico, pois ele só deseja entretê-lo, maravilhá-lo com a fantasia da arte, onde o mecanismo de defesa da fantasia atua no ego, mas preste atenção ao Misdirection consciente do político, do vendedor, do operador de telemarketing, do presidente, das instituições, de líderes religiosos, dos familiares, da Tv, da escola, das redes sociais, das figuras públicas e não públicas que estão nas redes sociais em lives, usando de encantamento para entreter as pessoas no isolamento social em tempos de pandemias buscando seguidores por meio de interesses legítimos e não legítimos;  e do seu gestor e outros que você pensar agora que terminou de ler o artigo.



Referência Bibliográfica
CHAUÍ, MARILENA. HEIDEGGER, vida e obra. In: Prefácio. Os Pensadores. São Paulo: Nova Cultural, 1996.
FREUD, S. (1920), "Além do princípio do prazer” In: FREUD. S. Obras completas de S. Freud. Rio de Janeiro: Imago, 1996, v. XVIII.
FREUD, S. (1996). Obras completas de S. Freud. Rio de Janeiro: Imago. (1914). "Recordar, repetir e elaborar ", v. XII
FREUD, A. O ego e os mecanismos de defesa. Rio de Janeiro: Biblioteca Universal
Popular, 1968

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