Agosto/2019. Escrito por Ayrton Junior - Psicólogo
CRP 06/147208
O texto
presente tem intenção de retratar o fenômeno da empregabilidade, a importância
da saúde mental em todas as idades e a atuação da psicologia. Empregabilidade é
capacidade de adaptação ao mercado. Um profissional com grande empregabilidade,
é aquele que para sair da locomoção lenta no meio de Outros deve conhecer suas Competências,
Habilidades e Atitudes [CHA], além disso, saber como utilizá-las de acordo com
a demanda. É possível melhorar seu nível de empregabilidade diante o mercado
desejado? Sim, orientando-se por algumas condutas. Procurar constantemente
informações referentes às áreas que deseja atuar; cada área de atuação tem uma
velocidade de mudança, algumas exigem mais e para isso é necessário buscar
alguns dados. Atualizar-se com cursos, palestras, sites específicos, e obter
constante aprendizado não é coisa de homem curioso ingênuo apenas, é coisa de
profissional que usa da curiosidade epistemológica e sabe que conhecimento é
sempre bom. Atualmente não é preciso ir muito longe para obter novos
conhecimentos, muitos disponibilizam gratuitamente o conteúdo de qualidade na
web. [...] O emprego já representou segurança profissional para muitos
trabalhadores em tempos anteriores, em que às pessoas ingressavam em uma
determinada empresa e saía da mesma aposentada, como observa Minarelli (1995,
p. 17).
Então
basta predispor-se e se informar. Colocar o aprendizado em prática; não adianta
acumular apostilas, capacitação, certificados e livros/e-books. É necessário
executar o que se aprende e contextualizar o conhecimento no dia a dia.
Aproveite o tempo livre e converse sobre os conteúdos consigo mesmo, faça mapa
conceitual, planejamentos/ e ou estratégias para você, dê nomes às suas ações.
Dê incitamento ao seu potencial. A empregabilidade gera segurança ao
profissional, que vai a busca de seus objetivos profissionais conhecendo o
caminho a percorrer, e com quais elementos usar. E você, como garante ou mantêm
sua empregabilidade? [...] Para (Sarsur 1999, p 38), a empregabilidade é
entendida como: Uma ação individual, que pode ser estimulada ou não pelas
organizações, que faz com que os funcionários de todos os níveis busquem estar
melhor preparados para enfrentar o mercado de trabalho e suas mutações,
pressupondo uma postura pro ativa, no sentido de capacitar-se e qualificar-se
permanentemente, em termos de habilidades e capacidades técnicas, humanas,
conceituais e de relações sócias.
A
atualização do conhecimento vem sendo exigida cada vez mais, uma vez que a
tecnologia avança de maneira muito rápida exigindo das profissionais
habilidades para dominar esses avanços. A globalização do mercado gerou uma
necessidade constante nas empresas em projetar e moldar seu futuro, em função
de sistemas de qualidade e produtividade competitivas, reestruturando-se em
virtude desta tendência, valorizando assim, o capital humano intelectual e
provocando uma revolução no cenário empregatício. A exigência por perfis que
atendam a características como a dedicação às atividades, o desenvolvimento de competências
profissionais e a capacidade de inovação, acarreta a junção de diferenciais que
agregam valor à sua sustentabilidade no mercado. O profissional moderno deve
ter o poder de percepção das oportunidades existentes à sua volta,
posicionando-se um passo à frente dos possíveis concorrentes, enxergando nas
entrelinhas do mercado uma maneira de manter-se reconhecido e com remuneração
constante. [...] Segundo Minarelli (1995, p. 22), “uma carreira
profissional é de responsabilidade de quem a desenvolve, isto é, do seu
proprietário, e não do tomador de serviços ou do empregador”. Sendo assim, cada
indivíduo deve procurar se qualificar independente da atividade que esteja
realizando. Não pode esperar somente do seu empregador algum treinamento para o
seu desenvolvimento profissional, mesmo porque, se o empregador lhe oferecer
alguma qualificação, está só irá abranger a área de seu interesse, ou seja,
algo que esteja relacionado às atividades desenvolvidas por este profissional
dentro desta empresa. O profissional deve visar mercado, como um todo ele deve
se qualificar com o intuito de ser absorvido em outras empresas.
Os
profissionais de antigamente não enxergavam necessidade de qualificação
diferente da função que eles atuavam, pois, o seu tempo de permanência na
empresa era longo e não imaginavam que pudessem ser demitidos, pois atuavam de
modo alienado. Os profissionais confiavam o seu futuro nas mãos do empregador e
desta maneira se eximiam da responsabilidades em atualizar-se constantemente e
cabia ao empregador a responsabilidade do treinamento e desenvolvimento da sua
mão de obra. Isso tornava os profissionais acomodados, os mantinha na falsa
zona de conforto da estabilidade, visto que não buscavam outros meios para se
desenvolverem profissionalmente, pois, não se preocupavam com uma possível
demissão. Com o advento da inovação tecnológica, em que as máquinas passaram a
ocupar o espaço de inúmeros trabalhadores, nota-se que o emprego tomou nova
dimensão, exigindo uma reestruturação organizacional para as empresas chamado
de reengenharia.
As
máquinas/ e ou a tecnologia por seu alto potencial de produção começaram a
competir diretamente com os trabalhadores. E aqueles que não se posicionaram
diante de todo esse desenvolvimento, se viram desaparecidos, pois, os mesmos
até então não haviam reparado as novas tendências do mercado e foram pegos de
surpresa. As suas funções antes mecânicas, braçais e até mesmo repetitivas,
quase foram extintas, dando espaço a um novo conceito o de planejar,
desenvolver, controlar e elaborar ações para tornar os processos industriais
cada vez mais eficazes. Percebe-se que os profissionais não devem se qualificar
visando trabalhar em apenas uma única organização, sua carreira profissional
deve ser fundamentada em bagagens de conhecimentos e experiências que possam
ser aplicados em outras empresas tornando-o competitivo no mercado. [...]
Conjunto de conhecimentos, habilidades, comportamentos e relações que tornam o
profissional necessário não apenas para uma, mas para toda e qualquer
organização. [...] Agora, mais importante que apenas obter um emprego, é
tornar-se empregável, manter se competitivo em um mercado em constante mutação.
Preparar-se, inclusive, para várias carreiras e diferentes trabalhos – às vezes
simultâneos (apud SARSUR MEHEDFF, 1997, p.40)
Minarelli
(2005) reafirma que os profissionais devem encarar o mercado de trabalho não
como oportunidades de empregos a serem ocupados, mas como favorecimento a quem
detecta problemas e disponibiliza-se a resolução dos mesmos, agregando assim,
valor verdadeiro às necessidades das organizações. Em consequência obterá
trabalho, dinheiro e reconhecimento profissional. Diante do apresentado, um
profissional deve apresentar um conjunto de habilidades e potencialidades para
se manter em evidência no mercado de trabalho. Muitas destas habilidades podem
ser aprendidas e outras desenvolvidas.
Ele
deve apresentar, dentre outras, a disponibilidade para se adequar aos novos
tempos. As portas para o mercado de trabalho somente se fecharão para os
indivíduos que resistirem aos novos caminhos que se abrem. Portanto, a ocupação
de um trabalhador no meio empregatício se dá na administração de sua própria
carreira, empreendendo as suas habilidades e competências, transformando-as em
um produto que gere pré-disposição nas organizações em obtê-las, associando
esse conjunto de referências a um diferencial competitivo em relação ao mercado
saturado pela concorrência. Ou seja, desnuda-se a oportunidade para
reinventar-se, a partir daquilo que já existe.
Os
conceitos de empregabilidade levam o indivíduo a entender que é de sua
responsabilidade o autodesenvolvimento de sua carreira profissional e é
fundamental a preocupação pelo desenvolvimento de uma nova estratégia de
mudança em relação à postura pessoal e profissional. O profissional da época
contemporânea deve ser um empreendedor de sua empregabilidade, deve gerir seus
conhecimentos de tal forma que possa ser produtivo em qualquer modalidade de
trabalho, ora como empregado, outra como empregador.
As
organizações buscam selecionar de forma bastante criteriosa os profissionais
que contribuíram para o seu desenvolvimento. Estes devem possuir qualidades
extremas, ter diferenciais competitivos em relação aos seus concorrentes,
podendo assim ser reconhecido por suas habilidades e consequentemente, desperte
o interesse dos empregadores em obter os seus serviços. O desenvolvimento da
empregabilidade é de extrema importância, pois visa manter o profissional apto
para ser absorvido pelo mercado de trabalho. Entretanto, para se desenvolver o
indivíduo precisa estar em constante busca pela curiosidade epistemológica, por
conhecimento e experiencias que lhes servirão de bagagens para concorrer em
meio as exigências do mercado. [...] Braga (2001) após vários estudos de
outros autores que conceitua a empregabilidade formula o seu próprio conceito
ao qual ela considera como sendo a definição de uma abordagem única. Assim, ela
define: Empregabilidade é entendida como uma capacidade individual de manter-se
trabalhando e obtendo remuneração, ou de conseguir novo trabalho remunerado,
através de conhecimentos, habilidades e atitudes adequados às exigências feitas
pelo contexto onde está inserido o profissional (Braga, 2001 p.39).
Hoje, o
mercado de trabalho está muito competitivo. Pela facilidade de se conectar às
pessoas, muitas empresas competem de igual pra igual quando falamos de alcance.
Pense na multinacional Pirelli que fabrica pneus e na Goodyear, o que a Pirelli
faz que a Goodyear não faz? Pense na
PUCC e na UNIP em termos do curso de psicologia existe em ambas. Devido a essa competitividade
adoidada, você precisa ser Especializado e Diferenciado. E você enquanto
leitor(a) se apercebe diferenciado e especializado dos demais a sua volta. Contudo
isso não é o suficiente, você precisa agregar valor ao seu trabalho. Pra ser
bem-sucedido, e referência na sua área de atuação, você pode seguir qualquer
caminho que desejar. O que vai determinar seu sucesso são as pessoas que
contratam o seu serviço ou compram seus conhecimentos, habilidades e atitudes.
Por isso, é importante que elas percebam o valor que o seu serviço tem, além do
que ele tem de diferente em relação aos seus concorrentes. [...]
Portanto, as empresas estão sempre à procura de profissionais que se
diferenciam por suas qualidades humanas e pela agilidade de ampliar seus
recursos e capacidades potencias sempre. Os profissionais precisam olhar sua
carreira com olhos mais críticos, tomando essa responsabilidade para si, pois,
afinal ele é o “proprietário” deste conhecimento e não as organizações. Logo,
segurança profissional, hoje, significa conseguir trabalho e remuneração,
independente de vínculo empregatício. (MINARELI, 1995).
O
Mercado de trabalho é a relação entre a oferta de trabalho e a procura de
trabalhadores, e o conjunto de pessoas e/ou empresas que em época e lugar
determinados, provocam o surgimento e as condições dessa relação. Vamos agora
por alguns instantes esquecer sobre o salário, cargos, vantagens, status.
Concentrar sua busca de emprego em encontrar um trabalho que você almeja. É
mais fácil discursar isso do que realmente fazer e, sei bem disso. A maioria
das pessoas quer encontrar um emprego que pague muito bem para relativamente
pouco trabalho. O problema é que, se esse pouco trabalho for algo pelo qual
você não tem prazer algum em fazer, todo dia de trabalho será um martírio.
Minutos de trabalho serão sofríveis, e esse estresse vai se acumulando, gerando
frustração, estafa, e até depressão, doença psicossomática em muitos casos.
Não
há dinheiro que vá comprar o seu prazer. Todavia também, só trabalhar em um
emprego que mal dá pra pagar as contas ou ganhar um salário mínimo, vai te
frustrar em outros aspectos pessoais, profissionais e financeiros. Busque
sempre o crescimento. O equilíbrio perfeito entre vida pessoal, vida
profissional, e vida financeira, é o emprego ideal que pode não existir.
Acontece que isso é quase impossível de se conquistar. Geralmente, o equilíbrio
vai pesar para um ou outro lado desse tripé. Aqueles que conseguem encontrar um
emprego que oferece a balança perfeita entre os três são os mais afortunados ou
seus futuros já foram programados por outras pessoas, mas dificilmente chegaram
nesse equilíbrio da noite para o dia. São anos estudando, trocando de empregos,
mudando de cargos mesmo que sejam considerados inferiores em relação a formação
acadêmica, buscando evoluir e balancear o tripé. São oportunidades de
aprendizado, de crescimento, ou mesmo de mudanças para algo melhor, e que esses
profissionais sempre estão buscando visualizar e encarar de braços abertos.
Tenha
coragem para mudanças na sua vida: O comodismo é muito tentador,
e tomar a decisão para começar ativamente procurar outra coisa é difícil.
Quanto mais tempo você permanecer em um trabalho ruim, mais ele vai corroer sua
energia e autoconfiança, e você terá menos motivação para sair de onde você
está agora e ir para um novo emprego. Saber que você está em um emprego que lhe
traz desprazer é o primeiro passo, ter a estimulo para começar a procurar um
emprego que se encaixe no que o deixa satisfeito é o segundo. Não tenha medo de
desistir. Um trabalho inferior não vai deixar de ser funesto por sua força de
vontade. E insistir nesse espaço restringido que você mantém ao redor de você
mesmo por vontade própria só vai resultar em uma coisa; em minar suas
aspirações e qualquer motivação para conseguir um emprego que o deixe realizado.
Desistir
de um emprego desagradável pode ser uma decisão muito sábia, apesar disso pode lhe
dar alguns momentos de dificuldade, contudo pode te livrar de contrair uma
doença psicossomática. A satisfação do cuidar da saúde emocional afinal, tem um
preço, e você tem que estar disposto a pagá-lo para poder realmente ser realizado
com um emprego. Não consigo me encontrar profissionalmente: talvez você
não esteja se importando com o que é certo.
Algumas
pessoas escolhem seu novo emprego: Por causa de um título: gerente,
supervisor, coordenador, diretor, técnico mecânico, engenheiro mecânico,
médico, psicólogo, professor e outros. Benefícios: carro exclusivo da
empresa, ticket refeição, ticket alimentação. Status: 8 subordinados
diretos, direito a vaga privativa na empresa par estacionar o carro, jantar com
os executivos chefe da empresa. Pressão dos pares e familiares: meus
pais, marido, esposa gostam do cargo, da empresa em que trabalho.
Pergunte
a você mesmo o que você quer e procura em um emprego: Em um
papel, escolha uma atuação anote tudo que lhe deixaria realizado com o emprego,
desde as coisas mais simples como ambiente organizacional, uma cadeira
confortável, poder fazer uso do celular até algo mais complexo como um plano de
carreira. Numere cada um desses itens de 1 a 5, sendo 1 o menos importante para
sua realização e 5 o mais importante. Fazendo menção da teoria de Maslow. Não
precisa ser necessariamente o emprego dos sonhos, pois não há emprego ideal e
sim aquele ao qual adaptamos nosso conhecimento, habilidade e atitude para
reproduzir o perfil acadêmico ou técnico. Assim, você mesmo vai começar a selecionar
melhor as carreiras e vagas de empregos que melhor atendem às suas demandas e
assim, lhe deixarão mais satisfeito.
Não
consigo emprego: faça uma pausa não estou dizendo sobre abandonar
sua busca de trabalho inteiramente, ou fazer uma interrupção que dure meses. O
que quero dizer é que você está tentando encontrar um emprego há tanto tempo,
que neste momento você provavelmente está esgotado ou o mercado ainda não
lançou a vaga. Então, tome algum tempo para descansar. Pode ser alguns dias ou
uma semana. Dê a si mesmo tempo para descansar e, mais importante, reflita
sobre o que você está fazendo certo em sua busca de trabalho, e o que você pode
estar fazendo desacertado.
Não
consigo emprego em lugar nenhum: vá para onde os empregos estão.
Algumas pessoas irão se mudar para uma cidade, estado ou país diferente afim de
encontrar um emprego em seu campo. Mas se você está procurando uma vaga de
emprego seja ela qual for, você não tem que fazer isso. Entretanto você tem que
saber quais são as indústrias, organizações, universidades, hospitais, clinicas
e outros que estão contratando trabalhadores da sua área ou qualquer outro tipo
de emprego, o que pode significar que você pode acelerar sua busca de trabalho
e encontrar uma vaga mais rápido.
A
idade e o mercado de trabalho. A questão começou a surgir nos últimos anos,
como um ponto negativo. Por exemplo, vemos casos na televisão e em jornais de
pessoas que tem 40, 45 anos e são demitidas. Após ficar desempregado, o
indivíduo simplesmente não consegue encontrar uma vaga idêntica à que ocupava.
Com isto, muitas pessoas passaram a questionar esta relação. E passam a pensar
que nunca mais conseguiram se reinserir no mercado de trabalho na sua ocupação.
Isto pode sim acontecer é a realidade, porém pode surgir oportunidades para
outras ocupações e seguimentos de outros setores.
Ter
mais idade influência na carreira, no candidatar-se a vaga ofertada, embora
depende da instituição, sim, influencia. Não obstante, ao contrário do que se
pensa, ter mais idade pode ser uma influência positiva. Existem algumas profissões,
como telemarketing que utiliza da mão-de-obra excluída pelo mercado de trabalho
acima de 45 anos, possibilitando a oportunidade do indivíduo exercer a
profissão mediante a venda de seus conhecimentos apenas em informática com o
ganho no valor de um salário mínimo e com treinamento nas ferramentas
específicas do produto a ser vendido das operadoras de telefonia e internet, é
visto com bons olhos. Esse seguimento cresce muito na condição de oportunista
perante a crise de desemprego, pois apropria-se indevidamente da desvalorização
do profissional perante o mercado. Como ter mais idade é um ponto negativo para
algumas áreas.
Um tempo
muito prolongado na situação de desemprego pode reduzir o interesse pelos laços
sociais e afetivos, bem como afetar a autoestima, aumentando o sentimento de
solidão e fracasso, propiciando o desenvolvimento de distúrbios emocionais. Penso
muito que os níveis mais baixos de bem-estar psicológico se encontram entre os indivíduos
em situação de desemprego, quando comparados com trabalhadores fixos e
temporários. Esta redução do índice de bem-estar psicológico pode ser entendida
por meio da perda, pois, sem trabalho, os adultos perdem também a condição
financeira, que influencia no estabelecimento da identidade e na vida
cotidiana, provocando um sentimento de vazio que pode desmotivá-lo na busca de
um novo emprego.
A
saúde e a perda de saúde são definidas como dois fenômenos que se referem a um
estado de bem-estar, mas que, em certo momento, pode se transformar em
sofrimento. Nesse sentido, a saúde e o bem-estar são conceitos muito
relacionados entre si, o bem-estar é o grau em que cada pessoa julga a
qualidade de sua vida favoravelmente como um todo. Se o trabalho está associado
a um lugar social, este também pode ajudar o indivíduo a construir uma
identidade por meio do labor. O desemprego, por sua vez, é o não lugar, pois
coloca o sujeito fora da sociedade, cortado do meio de trabalho. Desse modo, o
desemprego é, geralmente, visto como um lugar marginalizado, podendo dificultar
o falar sobre esta situação, principalmente quando o adulto está passando pelo
período de ociosidade involuntária, é muitas vezes descrito como sendo, também,
um não lugar, embora não deixa de ser o local de desemprego.
Por
tanto, ficar desempregado pode significar não só uma suspensão da estabilidade
econômica, mas ainda a exposição do indivíduo, seja ante si próprio, seja ante
a sociedade, o que pode afetar sobremaneira sua saúde mental. A situação de
desemprego pode afetar o psiquismo dos indivíduos, pois, quanto mais tempo se
fica nessa situação, mais se aumenta o risco de permanecer nela, ou seja, a
zona de conforto desemprego. Este fato ocorre, porque aqueles que já estão fora
do mercado há muito tempo se desencorajam mais facilmente, demonstram uma
percepção com ausência de expectação e devido à dificuldade para se recolocar
no mercado de trabalho. A dificuldade de encontrar uma ocupação pode fazer com
que a qualificação individual se deteriore, pois, à medida que o tempo de
desemprego se estende, o indivíduo se vê obrigado a aceitar uma sub ocupação [inferior]
como telemarketing para manter sua sobrevivência, o que pode diminuir sua
autoestima e autoconceito e levar a LER [lesão por esforço repetitivo] ou doença
psicossomática.
De
fato, as pessoas que já tiveram experiência de desemprego demonstram
significativa insatisfação com suas rendas, moradia, profissão e saúde. A
insatisfação pode estar relacionada ao sentimento de não pertencimento a lugar
algum, sentimento de insegurança em relação à perspectiva de, no futuro, sofrer
novamente uma demissão, o que resulta em efeitos negativos na satisfação de
vida, no relacionamento com amigos e na vida familiar. A evidência da perda do
local de trabalho, onde se é valorizado o sentimento de pertença, causa uma
diminuição na qualidade de vida, afetando sua saúde mental entrando na
compulsão a repetição da insatisfação.
Desse modo, a situação de desemprego pode
ser um fator de risco para a saúde, pois propicia sentimentos de baixa
autoestima, ansiedade e depressão que influenciam no uso e abuso de álcool,
principalmente entre indivíduos de classe economicamente baixa, e que homens
desempregados demonstram ter prevalência significativa mais alta de depressão,
tabagismo, alcoolismo e consumo de substâncias psicoativas do que a classe
trabalhadora. A situação de desemprego involuntária e prolongada, além de
influenciar na saúde das pessoas, pode também propiciar o ingresso do indivíduo
em atividades criminais. A partir do exposto, destaca-se que o desemprego na
população adulta é um fator social preocupante, pois ele pode afetar a
integridade física e o bem-estar psicológico dos indivíduos. Além de aumentar o
risco de uso e abuso de drogas, o desemprego pode ser uma porta de entrada para
a criminalidade. Na hora da contratação do adulto pelo empregador, um aspecto
bastante valorizado no perfil esperado tem sido o de ter habilidades sociais
quanto a trabalhos voluntários.
Quanto
ao mercado de trabalho, é preciso diferenciar mercado de campo de atuação. Mercado
de trabalho se refere às possibilidades de venda do trabalho e sua remuneração;
campo de atuação são as diferentes formas de intervir na sociedade a partir da
formação básica, bem como as demandas sociais [as necessidades que a sociedade apresenta
das atividades que uma profissão pode executar]. Dentro do mercado de trabalho
encontramos as empresas, instituições, organizações não governamentais,
hospitais, clinicas, postos de gasolina, lojas de departamentos, supermercados,
shoppings, escolas, agências de empregos, agências de publicidade, academias,
times de futebol, universidades, consultórios particulares e outros.
Dentro
dos nomes citados acima estão os campos de atuação. Exemplo, empresa
multinacional Pirelli que se utiliza da borracha natural e manufaturada para
produzir o pneumático chamado de pneu. A formação técnica do profissional
técnico em mecânica. Seu campo de atuação dentro da indústria poderá ser
projetista mecânico, técnico de manutenção mecânico ou instrumentista
pneumático.
Observando o mercado de trabalho, a
empregabilidade e a saúde mental através da Psicologia Organizacional o
indivíduo deverá ter o [CHA] Competências, habilidades e atitudes pessoais necessárias
para inserção no mercado de trabalho, e é claro muita resiliência no tempo de
espera pela oportunidade. Pois a organização nada mais é do que o resultado da
equação: pessoas + equipamentos e máquinas + recursos financeiros. Todos
somados com um objetivo em comum que é a produção de serviço ou produto. A atenção
do psicólogo deve ser compreender e analisar o comportamento de cada
colaborador como indivíduo. Só dessa forma será possível elevar o bem-estar no
ambiente de trabalho. Assim, o psicólogo organizacional identifica como cada
pessoa contribui para a companhia sob o ponto de vista comportamental.
Fazendo
menção aqui da própria experiência nos processos seletivos e realizando busca
de vagas em sites de emprego através de descritores de palavras-chaves como psicólogo,
psicologia, hospitalar, organizacional, social, clinica, educacional,
recrutamento & seleção e outras. O descortinar dessas vagas na cidade de
Campinas é muito pouco, o que temos uma população de profissionais da
psicologia que o mercado de trabalho não consegue absorver, e nem aos campo de
atuação gerando por meio do mercado e campo de atuação que é o princípio de
realidade o desprazer real. [...] Em sua obra “Além do Princípio
do Prazer” (1920, p.34), Freud afirma: a compulsão a repetição também rememora
do passado experiências que não incluem possibilidade alguma de prazer e que
nunca, mesmo há longo tempo, trouxeram satisfação, mesmo para impulsos
instintuais que foram reprimidos.
Contudo
ainda cito as seguintes competências para galgar a empregabilidade; estar
sempre atualizado quanto ao mercado de trabalho, ter uma observação ampla não
somente da profissão, mas do todo [empresa, campo de atuação, mercado de
trabalho e o próprio profissional]; ter habilidades nas quais pretende exercer,
ter realizado estágios, relação interpessoal, visão empreendedora e motivação/
e ou resiliência para encarar a frustração por não estar exercendo a profissão até
o momento.
Este
profissional acaba não se apercebendo conscientemente que vive a compulsão a
repetição da esperança de que o desenlace uma hora será diferente devido a sua
insistência. E agora quando o desfecho não acontece, inicia-se novamente a
compulsão a repetição da insistência ou atua-se como desalentado. [...]
Freud no seu texto “Recordar repetir e elaborar” (1914), texto esse em que
começa a pensar a questão da compulsão à repetição, fala do repetir enquanto
transferência do passado esquecido dentro de nós. Agimos o que não pudemos
recordar, e agimos tanto mais, quanto maior for a resistência a recordar,
quanto maior for a angústia ou o desprazer que esse passado recalcado desperta
em nós.
Entretanto
consigo enxergar o desemprego como um mal necessário, avaliando as vivências de
caráter positivo do desemprego, e as vivências de caráter negativo do
desemprego e as causas. As vivências de caráter positivo do desemprego são
percepções de experiências apontadas como benéficas ao desenvolvimento do sujeito.
São vistas como propiciadoras de agente de mudança na vida dos indivíduos
conduzindo-o a reflexão e compreensão para não se atirar ao mar do suicídio,
mudar de vida e ir em busca de outra profissão que lhe dê algum lugar de
pertencimento e/ou como gerador de autonomia.
Já
as vivências de caráter negativo do desemprego estão relacionadas às percepções
como fonte de sofrimento e psicopatologias. O desemprego é visto como uma
vivência de desamparo, de exclusão, de falta de perspectiva, de intenso medo e
receio e de despotencialização de capacidades. Agora o desemprego causado por
fatores exteriores ao trabalhador, como as condições do mercado de trabalho e a
falta de oportunidade de formação e qualificação, não imputam culpa ao
trabalhador por seu desemprego muitas vezes, de longa duração; no entanto, as
causas apontadas referentes ao trabalhador remetem a ele a responsabilidade por
sua condição de desempregado, limitando-se a explicar que eles passam a não
acreditar mais em si e por isso desistem das vagas e da qualificação.
A
relação entre as causas e a vivência do desemprego se dá por aqueles que vencem
as causas e mudam de vida e se estabelecem com autonomia, e aqueles que perdem
e desistem da busca de emprego, vivenciando o medo, a exclusão e o desamparo
sendo chamado de desalentado pela mídia, hoje em 2019 em torno de mais ou menos
6 milhões.
A
atuação da Psicologia no tocante a ociosidade involuntária: As
ações da Psicologia em relação ao desemprego podem ser compreendidas em três
categorias: ações de prevenção, ações de tratamento e ações políticas. As ações
de prevenção são as atividades que podem ser desenvolvidas pelos psicólogos
enquanto agentes transformadores das organizações, como a orientação
profissional/vocacional e a qualificação das seleções/avaliações psicológicas,
desenvolvendo intervenções que transformariam o sentido do trabalho para os
trabalhadores, como seminários e palestras. As ações de tratamento incluem as
atividades de escuta, nos ambientes clínicos e organizacionais, com o fim de
minimizá-los. A escuta, para indivíduos, caracteriza-se pelo acolhimento do
sofrimento relacionado ao trabalho, acolhendo as angústias, medos e
dificuldades que aparecem, mesmo em espaços dentro das empresas como fora das
empresas.
As
ações políticas compreendem o trabalho social em organizações não
governamentais e a conscientização política dos trabalhadores. Elas podem
ocorrer tanto individual quanto coletivamente, [a Psicologia pode] se motivar
para fazer algum trabalho, para provocar mudanças sociais, ajudar a população a
se posicionar frente a algumas coisas, a se opor a situações que não concorda
em termos de governo, a ter uma visão crítica de mundo, que as coisas não são
assim mesmo e pronto.
Referência
Bibliográfica
BRAGA, Divane
Florene Soares Leal. Reestruturação produtiva e empregabilidade: dois estudos
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FREUD,
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"Recordar, repetir e elaborar ", v. XII
MINARELLI,
J. A. Empregabilidade: o caminho das pedras. 15 ed. São Paulo: Editora Gente,
1995.
SARSUR,
Amyra Moyzes. Empregabilidade e empregabilidade? um estudo conjunto a
organizações e profissionais em Minas Gerais (Dissertação de Mestrado), UFMG,
1999.
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