Outubro/2019. Escrito por Ayrton Junior - Psicólogo
CRP 06/147208
O
presente texto vem intencionalmente incitar o leitor(a) a sair da condição
irrefletida sobre não saber nomear e identificar as emoções em si e a partir
desta leitura tomar conhecimento delas. Para se controlar as emoções é
necessário nomeá-las e reconhece-las em si primeiro. Conduzir as emoções desde
cedo é fundamental. É o reconhecimento das emoções que irá nos auxiliar a compreendê-las,
lidar melhor com as situações e o com aquilo que sentimos, solucionar conflitos
com mais facilidade e com menos sofrimento. É o início do processo de
inteligência emocional, que favorece também o aprendizado.
Reconhecer as emoções é importante
também por proporcionar o desenvolvimento da empatia nos adultos e crianças,
que é, a capacidade de compreender e se colocar no lugar do outro, sabendo que
não é o outro. Noto que grande maioria dos adultos não sabe nomear e nem reconhecer
as emoções, por isso tem dificuldades em identificá-las não somente em si, mas
também nos outros. Identificar e nomear é
o primeiro passo para desenvolver as habilidades emocionais e a empatia.
Emoções,
são os estados afetivos que ocorrem de repente e de forma abrupta, sob a forma
de crises mais ou menos violenta e mais ou menos temporária. Também é, uma
reação subjetiva ao meio ambiente, acompanhados de mudanças organizacionais [fisiológicas,
endócrinas] origem inato, influenciado pela experiência e com uma função
adaptativa. As emoções se referem a estados afetivos e estados internos razões
como o desejo ou a necessidade de execução da instituição em direção a um
objetivo. É difícil dizer que, através da emoção vai ser o comportamento futuro
do indivíduo. [...] Em sua obra “Além do Princípio do Prazer”
(1920, p.34), Freud afirma: a compulsão a repetição também rememora do passado
experiências que não incluem possibilidade alguma de prazer e que nunca, mesmo
há longo tempo, trouxeram satisfação, mesmo para impulsos instintuais que foram
reprimidos.
Algumas
emoções nomeadas e reconhecidas no indivíduo: Frustração, decepção, irritação,
agressividade, hostilidade, medo, ansiedade, raiva, tristeza, alegria e outros
que você lembrar agora ou enquanto faz a leitura do artigo. Crescemos com a
visão de que devemos procurar sempre a alegria, e propagar o amor, guardar a
raiva, esquecer o medo e abandonar a tristeza. Essa é uma visão limitada,
reproduzida de geração em geração pelos nossos pais, parentes, e familiares,
pela religião também, pois precisamos aprender a lidar com cada uma delas,
entendendo que todas são de igual importância, sendo que não podemos trabalhar
algumas emoções, deixando sucumbir outras. É sadio também observar a
importância de não se distinguir as emoções entre boas ou ruins, visto o que de
fato existe são emoções agradáveis ou desagradáveis, todas com suas funções,
sendo, portanto, essenciais à vida humana. Os mecanismos de defesa repressivos,
podem desenvolver bloqueios para a identificação de uma emoção autentica,
impondo para que o indivíduo não sinta a real emoção e sim o que é conveniente
para sua condição naquele momento aversivo. [...] Freud no seu texto
“Recordar repetir e elaborar” (1914), texto esse em que começa a pensar a
questão da compulsão à repetição, fala do repetir enquanto transferência do
passado esquecido dentro de nós. Agimos o que não pudemos recordar, e agimos
tanto mais, quanto maior for a resistência a recordar, quanto maior for a
angústia ou o desprazer que esse passado recalcado desperta em nós.
As
emoções vitais do ser humano são: Raiva, está em todas as situações onde houver
ameaça à vida, bloqueios na condição de vida, ela se apresenta como uma defesa
natural, como uma espécie de força vital. É um estado profundo de nervosismo
intenso a algo ou alguém, podendo estimular agressividade física ou verbal,
gerando força e energia para superar obstáculos. A raiva pode ser uma emoção
favorável quando é usada como reação e defesa com controle.
O
medo, é uma emoção muito comum de ser qualificada como um impulso negativo, ou
como uma falha ou defeito nas pessoas, entretanto é extremamente importante
para nossa sobrevivência, pois nos ensina o respeito ao limite. O medo surge a
partir da sensação de ameaça, perigo real ou imaginário na mente de quem sente,
risco de morte, preocupação com algum fato ou possibilidade. O medo tem
movimentos de evitação ou fuga e é necessário para nos protegermos. Quando se
torna patológico, necessita ser elaborado para ser eliminado ou superado.
Alegria,
expande o ego, com manifestações de comportamentos felizes, estados de satisfação
extrema. É o desfrute da vida pelas vitórias com prazer, compartilhando com
amigos, parentes, entes queridos. Uma emoção extremamente contagiante onde há
tendências à aproximação física, afagos e abraços. Há grande contentamento e
prazer excessivo. Essa é uma emoção que apesar de almejada, é a mais boicotada,
pois a baixa autoestima, pode trazer mecanismos sabotadores para sua não
manifestação ou expressão.
O
afeto, leva ao prazer e expande a alma nos mais variados tipos de amor desde o
materno, paterno, fraterno, ágape, conjugal, filial. Correlaciona-se ao prazer,
sexo e ao amor, favorecendo à aproximação física permitindo o aumento a
experiência da proteção e reprodução. Sendo assim, devemos nos aprofundar para
dominar as emoções dentro da razão, para termos sucesso e sermos bem-sucedidos
em nossas vidas, tornando-se dessa forma um grande aprendizado quando
conseguimos controla-las.
Todos
nós nascemos com elas e a maneira da qual controlamos é que vai revelar como
somos, como interagimos com o mundo e o ambiente a nossa volta e como vamos
interagir com as outras pessoas. Quando conhecemos nossas emoções,
desenvolvemos habilidades para lidar com os problemas diários, resistir as
grandes pressões, transformando as experiências dolorosas em aprendizado e
oportunidades nos ornando resilientes.
Usamos
das máscaras sociais para ocultarmos nossas fragilidades na sociedade, no
ambiente que vivemos, então o ego se esconde atrás de uma aparente capa de
força e agressividade, para assustar e defender-se fazendo uso do mecanismo de
defesa da emoção raiva. É como alguns animais pequenos e inofensivos fazem na
natureza. Quando estão acuados, como o sapo que infla papo, o peixe baiacu, o
pavão abre as asas como um leque de penas. Tudo para parecer maior e mais forte,
o gambá que exala cheiro.
Referência
Bibliográfica
FREUD,
S. (1920), "Além do princípio do prazer” In: FREUD. S. Obras completas de
S. Freud. Rio de Janeiro: Imago, 1996, v. XVIII.
FREUD,
S. (1996). Obras completas de S. Freud. Rio de Janeiro: Imago. (1914).
"Recordar, repetir e elaborar ", v. XII
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