Ano 2022. Escrito por Ayrton Junior Psicólogo CRP 06/147208
O
presente artigo chama a atenção do leit@r a conceber formando uma ideia através
da reflexão e elaborando a representação de caminho restrito, enquanto se
locomove contido entre limites e limitado na direção que se destina a um grupo
restrito. Seja a nossa família, seja o grupo de amigos, seja a turma do
trabalho, estamos sempre compartilhando nosso cotidiano com outras pessoas.
O
processo grupal, também chamado de dinâmica psicossocial, refere-se a uma rede
de relações equilibradas de poder entre os participantes de um determinado
grupo. Quais são os fenômenos grupais? São eles: fantasias, mecanismos de
defesas, ansiedades, resistências, transferência e contratransferência,
vínculos e por aí vai. Os fenômenos grupais acontecem em todos os grupos,
espontâneos ou terapêuticos.
O
caminho restrito do desempregado significa, direção que se toma quando se
pretende chegar a algum lugar como um grupo cercado por limites. O caminho
restrito pode ser o espaço a percorrer de um lugar amplo como sendo o
desemprego para outro lugar com restrições. Sinalizando que foi imposto
restrição a pessoa, diminuindo a amplitude de acesso a outras empresas, sendo encaminhado
a uma institucionalização, organização e grupo operativo específico de modo
inconsciente.
O
itinerário restringido a partir de agora, representa todas as investidas em
maior abrangência feitas na procura dos mais variados grupos de organizações e
vagas de emprego. Cada empresa simboliza uma espécie de grupo restrito. Exemplo,
a multinacional Pirelli que fabrica pneus, representa para o colaborador um
grupo restrito de pneumáticos ao qual o colaborador exerce a sua atividade.
Agora a Petrobras, representa o grupo restrito de combustível.
No
momento que o indivíduo em pouco tempo tenha tentando ingressar em algum grupo
restrito, apesar de não lograr, isto anuncia que ainda é provável que haja outro
grupo restrito não descortinado a ele, por vários motivos que foge a sua
percepção e conhecimento, ou seja, está além da intelecção e percepção. É
provável que o indivíduo esteja sendo conduzido a um grupo restrito sem ao
menos ter consciência, pois o mesmo se candidata a vagas oferecidas pelas
empresas e sendo desclassificado é possível eliminar descartar os grupos
pretendidos naquele exato momento. Configurando que sua trajetória está
restringida, limitada a certos grupos empresariais.
Também
é aceitável dizer que nos empregos anteriores o sujeito não criou vínculo com
os colaboradores e nem teve sentimento de pertencimento ao grupo ao qual esteve
trabalhando. As instituições, as organizações e os grupos restritos, mostra que
a nossa vida cotidiana é marcada pela vida em grupo. Para que possamos viver em
grupo, são necessárias certas regras, combinações e acertos. Tomemos como
exemplo a rotina do nosso trabalho. Saímos de casa em uma determinada hora e
vamos a um ponto de ônibus. Sabemos que este passará em uma certa hora que nos
permitirá estar no trabalho na hora precisa. [...] Freud no seu texto
“Recordar repetir e elaborar” (1914), texto esse em que começa a pensar a
questão da compulsão à repetição, fala do repetir enquanto transferência do
passado esquecido dentro de nós. Agimos o que não pudemos recordar, e agimos
tanto mais, quanto maior for a resistência a recordar, quanto maior for a angústia
ou o desprazer que esse passado recalcado desperta em nós.
Para
que isso aconteça, ou seja, para que nós tenhamos a tranquilidade de esperar o
ônibus sabendo que ele virá, foram necessários alguns acertos e combinações
que, no caso, ocorreram sem que nós precisássemos intervir. Chegando ao
trabalho, esperamos encontrar a porta aberta e o espaço organizado para que
iniciemos nossas tarefas. Sabemos também que vamos encontrar os nossos colegas.
Todos
esses eventos acontecem a partir desses acertos implícitos, dessa regularidade,
dessas normas, os quais nos permitem conviver em grupo. A isso chamamos
institucionalização, ou seja, o estabelecimento de regularidades
comportamentais que possibilitam o viver coletivo. O desempregado busca
novamente a institucionalização relatada acima, melhor dizendo, procura
pertencer e conviver num grupo operativo restrito.
A
institucionalização começa como um processo em que as pessoas vão, aos poucos,
descobrindo qual a melhor forma, a mais rápida, a mais econômica, de
desempenhar suas tarefas. Quando essa forma se repete muitas vezes, torna-se um
hábito. Com o passar do tempo, com a transferência desse hábito para as
gerações seguintes, começa a haver uma tradição que não exige mais
questionamentos e, então, impõe-se por ser uma herança dos antepassados.
Depois
de muitas gerações, passamos a não nos dar conta do por que continuamos a fazer
daquela forma, perdemos a referência de que a herdamos de nossos antepassados.
Nesse momento, dizemos que a regra social foi institucionalizada. [...] A
instituição é, pois, “um valor ou regra social reproduzida no cotidiano com
estatuto de verdade, que serve como guia básico de comportamento e padrão ético
para as pessoas em geral [...] é o que mais se reproduz e o que menos se
percebe nas relações sociais” (BOCK, 1999, p. 217).
Esse
conjunto de regras e valores concretiza-se na sociedade em uma instância
chamada organização. A organização pode ser complexa, como as empresas, ou mais
simples, como um pequeno estabelecimento, uma entidade não governamental. De
todas as maneiras, é onde vão se manter e reproduzir as instituições sociais, ou
seja, é na organização que vamos dar vida ao conjunto de regras que
estabelecemos para a convivência em grupo.
Assim,
tanto as instituições quanto as organizações somente existem em função de um
conjunto de pessoas que reproduzem e, às vezes, reformulam as regras e os
valores: o grupo. Os autores definem grupo como sendo uma unidade que se dá
quando os indivíduos interagem entre si e compartilham normas e objetivos.
Os
grupos podem ser classificados como primários ou secundários. Os grupos
primários são aqueles constituídos para a satisfação das necessidades básicas
da pessoa e a formação de sua identidade. Caracterizam-se por fortes vínculos
afetivos interpessoais e uma hierarquização de poder. Um exemplo pode ser o
grupo familiar.
Os
grupos secundários são aqueles constituídos para a satisfação das necessidades
sistêmicas ou de interesses de grandes grupos e classes. Sua identidade é
construída pelo papel social que o indivíduo desempenha e o poder está centrado
na capacidade e na ocupação social dos seus membros. Um exemplo de grupo
funcional pode ser o psicólogo palestrante, um terapeuta de grupo ou o
psicólogo escolar de classe de uma escola.
Um
grupo é um todo dinâmico. Apesar de ser um conjunto de pessoas, não é
simplesmente a soma dos participantes, o que significa que qualquer mudança que
ocorra em um dos participantes vai interferir no estado do grupo como um todo.
E por estarmos sempre mudando é que o grupo é dinâmico.
O
psiquiatra suíço argentino Pichon Rivière (1907-1977) foi também um estudioso dos
grupos. Ele desenvolveu uma nova abordagem, que resultou nos chamados grupos
operativos. Para ele, o grupo é um conjunto restrito de pessoas, que, ligadas
por constantes de tempo e espaço e articuladas por sua mútua representação
interna, propõe se, explícita ou implicitamente, a uma tarefa, que constitui
sua finalidade.
No
entanto, não basta que haja um objetivo comum ou que tenha como finalidade uma
tarefa, é preciso que essas pessoas façam parte de uma estrutura dinâmica
chamada vínculo. Por exemplo, as pessoas que estão em uma sala de espera de um
cinema estão reunidas no mesmo espaço durante o mesmo tempo, com o mesmo
objetivo, mas não se constituem em um grupo. Ou, um psicólogo que criou vínculo
aliança terapêutica com o paciente e estão reunidos no mesmo espaço durante um
tempo, com o mesmo objetivo isto integra um grupo.
Há
a necessidade de se vincularem e interagirem na busca de um objetivo comum, por
isso, os princípios organizadores do grupo são o vínculo e a tarefa. A teoria
do vínculo, portanto, parte do pressuposto de que o homem se revela e se
estrutura por meio da ação, ou seja, do desempenho de papéis e do
estabelecimento de vínculos. Exemplo, operadores de telecomunicação que operam
a venda de produtos de telefonia e internet interagem na busca do objetivo de
atingir metas de vendas, constituindo um grupo restrito de telecomunicação.
Mas
nesse caso, não existe o vínculo afetivo por causa do turnover, a rotatividade,
onde entra e sai pessoas muito rápido, embora permanece existindo o objetivo a
tarefa meta de vendas. Agora um profissional da psicologia formado, que
trabalha como operador de telecomunicação não cumpre a necessidade de se
vincular e interagir na busca de um objetivo comum, porque os princípios
organizadores dele dessemelha do grupo no trato de vínculo e a tarefa.
A
tarefa, outro princípio organizador de grupo é um conceito que diz respeito ao
modo pelo qual cada integrante do grupo interage a partir de suas próprias
necessidades. Um psicólogo sente a necessidade de praticar a psicologia no
grupo de trabalho ao qual está inserido, por exemplo. Mas se estiver
trabalhando num grupo de telecomunicação a pratica da psicologia fica
inviabilizada naquele grupo, pois vai contra o papel desempenhado de operador
naquele momento. Deste ponto em diante a sua necessidade de praticar a
psicologia entra em conflito como o papel desempenhado de operador.
Necessidades,
que para Pichon-Rivière constituem-se em um pólo norteador de conduta: o
processo de compartilhar necessidades em torno de objetivos comuns constitui a
tarefa grupal. Nesse processo, emergem obstáculos de diversas naturezas:
diferenças e necessidades pessoais e transferenciais, diferenças de conceitos e
marcos referenciais e do conhecimento formal propriamente dito. Num primeiro
momento do funcionamento do grupo, há um bloqueio da atividade grupal em função
das fantasias básicas universais do grupo as quais induzem à utilização de
posturas defensivas que dificultam as mudanças de opinião.
Imagine
o psicólogo no papel de operador de telecomunicação, inconscientemente recalca
reprimindo a psicologia, e estará sendo conduzido a atitudes defensivas
causando conflitos e angustias que será por meio do mecanismo defesa projeção,
projetada aos integrantes do grupo sem saber, que não sabe desconfigurando a
relação grupal. E nos momentos iniciais, quando o grupo parte para a execução
da tarefa, é necessário que as ansiedades sejam explicitadas e resolvidas para,
a partir daí, ocorrer a identificação e o estabelecimento do vínculo,
configurando-se a relação grupal.
Para
Pichon Rivière, um grupo opera melhor quando há em seu conjunto de pessoas
pertinência, afiliação, centramento na tarefa, empatia, comunicação, cooperação
e aprendizagem. A pertinência pode ser vista como a qualidade da intervenção de
cada um no grupo; a afiliação é a intensidade do envolvimento do indivíduo no
grupo; o centramento na tarefa é o eixo principal da cooperação, refere-se ao
grau de interação com que um participante mantém o vínculo com o trabalho a ser
efetuado, e avalia a dispersão e a realização de esforço útil do indivíduo; a
empatia é o modo como o grupo pode ganhar força para operar cada vez mais
significativamente; a comunicação é essencial para que haja entrosamento; a
cooperação é o modo pelo qual o trabalho ganha qualidade e operatividade; a aprendizagem
é o resultado do trabalho e deve ser essencialmente colaborativa.
Descrevo
como comporta-se um psicólogo configurado nas hierarquias
paternalista/democrática, subjugado a hierarquia autoritária ao qual foi
submetido conscientemente no papel de operador de telecomunicação no grupo
restrito participando de um experimento inconsciente quando existe em seu
conjunto de pessoas pertinência, afiliação, centramento na tarefa, empatia,
comunicação, cooperação e aprendizagem. Melhor dizendo, não se abarca
pertencendo, identificando-se ou fazendo parte do grupo restrito no processo de
institucionalização e organizacional. Digo, por meio do mecanismo defesa
recusa, se recusa ser tratado na hierarquia autoritária por figura autoritária,
no qual deve obedecer cegamente às regras e normas, na direção de ser admitido
na comunidade telecomunicação.
Em
outras palavras, não potencializa ou não desloca investindo a energia libidinal
no ato de colaborar com a liderança autoritária no sentido da realização de metas
de vendas em comum ou ainda não há o ato de unir esforços para a resolução de
um revés, facilitando o acesso aos meios práticos para conseguir atingir as
metas em vendas. Não exerce a empatia, colocando-se no lugar do outro, sabendo
que não é o outro com a intenção do grupo se fortalecer e operar cada vez mais
de modo efetivo, mas sim age com individualismo, tendência em direção a independência
e prestes a definição de objetivos particulares em detrimento de objetivos
grupal. Com ânsia em expressar suas ideias e sugestões baseada em direitos e
responsabilidades.
Se
comunica com os integrantes e a liderança com comunicação restringida com o fim
de não haver entrosamento. A ação de não unir esforços para a resolução de uma
contrariedade, e o não apoio a aproximação dos meios manuseáveis, é a maneira
pelo qual o trabalho não atinge qualidade e operatividade. Assimila a
aprendizagem que é a aquisição de conhecimentos de telecomunicação e as pratica,
através da experiência de modo colaborativo, onde esse é o único comportamento
condizente com o grupo.
O
sujeito e o outro em interação se dão conta de que há um mundo inteiro em cada
um, em interação contínua, que atinge também o nível inconsciente, produzindo
imagens ilusórias e ansiedades que necessitam de testes de realidade para a sua
elaboração. As dúvidas são compartilhadas e uma representação comum é
construída criando condições para a solução surgir.
Por
exemplo, a figura paterna/materna de alguém vem a lembrança em diversos
eventos. Assim, no encontro entre o colaborador e a liderança, sempre há um
terceiro, que pode ser a figura paterna/materna que está no inconsciente
reprimido, o qual mesmo não estando presente fisicamente, está na lembrança. E
essa figura pode ser perturbadora o suficiente para instigar no colaborador
fantasias, ansiedades com relação a liderança encontrada agora.
Mas,
imediatamente o psicólogo pode se dar conta de que a liderança de agora não é a
mesma figura paterna/materna que conhece, isto é, executa testes de realidade e
não tem por que ter ansiedade, raiva. Mas, como não compartilha esses
sentimentos com o outro e o outro, por sua vez, não compartilha com o psicólogo
as suas ansiedades, não se cria uma representação comum que estimula o vínculo
por estarem em posições discordante, e o psicólogo travestido de operador de
telecomunicação tem esse saber, enquanto o operador de telecomunicação comum,
não sabe, que não sabe. [...] Esse medo marcará nossa memória, de forma
desprazerosa, e será experimentado como desamparo, “portanto uma situação de
perigo é uma situação reconhecida, lembrada e esperada de desamparo” (Freud,
2006, p.162).
Limites
no sentido da restrição, designa expressões como os desempregados são limitados,
ou ainda, há limites que devem ser respeitados, e remetem à ordem da obrigação,
da proibição, da restrição de liberdade. Em termos morais, remetem à questão do
dever. O dever moral traduz-se por afirmações como tal coisa não pode ser
realizada [dever negativo: por exemplo, não se pode deixar de enviar e-mails
para vagas de emprego] ou tal coisa não pode não ser feita [dever positivo: por
exemplo, não se pode ter acesso a qualquer empresa].
Os
deveres negativos, ou seja, aqueles que traduzem uma proibição relativa a uma
ação, são os mais frequentes, e implicam clara restrição de liberdade. Os
deveres positivos são menos lembrados e também implicam restrição de liberdade:
se devemos fazer alguma coisa, é que não temos o direito de agir de outra
forma. Em resumo, os limites, no seu sentido restritivo, indicam fronteiras que
não devem ser ultrapassadas, ações que não podem ser realizadas ou que não
podem deixar de ser realizadas, logo, os limites remetem à restrição de
liberdade que, em termos morais, chamamos de dever.
Limites
no sentido da superação, atesta que também é empregada em expressões populares
que remetem a superação, vitória, esforço. Assim, por exemplo, dizemos de um desempregado
que superou seus próprios limites. Verificamos que tal emprego da palavra não
fala em ausência de limites, mas sim da existência destes, cuja superação é
admirável. Expressões que dizem respeito à superação de limites são empregadas
essencialmente para falar de proezas físicas [o desempregado, o doente], mas
também podem ser encontradas em referência a vitória sobre certas dificuldades
psicológicas [vencer o medo, timidez e outros]. Todavia, raramente estão
associadas à moral. Ora, essa ausência traduz, na verdade, uma séria lacuna,
pois a superação de limites tem lugar de destaque para a dimensão moral.
Interpreto
que o indivíduo desqualificado nos processos seletivos, se localiza no limite
sentido da restrição que se traduz entrar em tal organização não pode ser autorizado,
ou ainda, há limites que devem ser respeitados, remetem à ordem da obrigação,
da proibição, da restrição de liberdade no que se refere as hierarquias
organizacionais, ou seja, aquelas que transparecem uma proibição relativa a uma
ação, são as mais inflexíveis, e implicam clara restrição de liberdade para
exercer um trabalho nelas.
Em
resumo, os limites, no seu sentido restritivo, indicam fronteiras que não devem
ser ultrapassadas, ações que não podem ser realizadas ou que não podem deixar
de ser realizadas, logo, os limites remetem à restrição de autonomia para
trabalhar. Em outros termos, o desocupado se apercebe limitado no conhecimento
que possui para a execução de tarefas. Digo, no currículo não possui outros
conhecimentos relacionados a outros cargos, por tanto seu saber é
descoincidente, o que resta apenas as organizações compatíveis com a hierarquia
recalcada reprimida no inconsciente com seu grau de saber, seja técnico ou
telecomunicação.
Quer
dizer, o ocioso não pode competir a um cargo de repositor de supermercado, se o
seu cargo comprovado em carteira de trabalho é de operador de telecomunicação. Ou
em outras palavras, ele não será aceito na hierarquia autoritária se deixa
transparecer o pertencimento a hierarquia paternalista ou meritocrática ou
democrática.
Logo
o mesmo supõe-se com a circulação restrita a hierarquias de telecomunicação e
limites impostos para mover-se a outras hierarquias organizacionais. O
currículo do inativo não lhe permite ingressar em outras áreas desconhecidas,
por apresentar-se limitado nos conhecimentos profissionais de outras áreas. Por
tanto o desempregado fica restrito ao setor de telecomunicação e delimitado,
que existe determinação dos limites ou permanecer distanciado de outros setores
hierárquicos. [...] Em sua obra “Além do Princípio do Prazer” (1920,
p.34), Freud afirma: a compulsão a repetição também rememora do passado
experiências que não incluem possibilidade alguma de prazer e que nunca, mesmo
há longo tempo, trouxeram satisfação, mesmo para impulsos instintuais que foram
reprimidos.
Existe
ainda estilos ou modelos de gestão: Autoritário; Paternalista; Democrático;
Coaching e Desenvolvimento; Meritocrático incorporadas a hierarquias
organizacionais do tipo: 1. Autoritário, onde o estilo de gestão autoritário é
baseado exclusivamente na hierarquia, ou seja, abrange a liderança de cima para
baixo. Nesse modelo, o líder possui autonomia e autoridade para delegar tarefas
e determinar punições, seguindo o princípio do [manda quem pode, obedece quem
tem juízo].
A
imagem desse gestor se aproxima da figura do ditador e os funcionários são
vistos como um recurso substituível. Vale acrescentar que para o gestor
autoritário, a satisfação do empregado tem pouca [ou nenhuma] importância.
Apenas os lucros interessam a ele! Encontramos esta hierarquia nas empresas de
telecomunicação.
Ou
melhor prestadora de serviços de atendimento, suporte técnico, cobrança,
retenção, vendas, SAC, bock office, dentre outros que visam melhorar o
atendimento ao cliente. Especializada em customer care, outsourcing e na
prestação de serviços de interação com o cliente, por exemplo Alert Brasil;
Motiva Contact Center; Atento; Tecnocrimper, Termothec; Cervejaria Antarctica.
2.
Paternalista, na qual apesar desse estilo de gestão também ser regido de cima
para baixo, o gestor aqui se preocupa mais com os funcionários do que
necessariamente os resultados e os lucros. Para esse gestor, a opinião e os sentimentos
dos colaboradores são importantes, por isso a sua liderança é baseada em
direitos e responsabilidades. Existe apenas o perigo de ser paternalista e protetor
demais, de modo que o profissionalismo chegue a ser deixado de lado. A
lucratividade também é importante para o negócio e não deve ser deixada de
lado! Deparamos com essa hierarquia em algumas multinacionais, exemplo segmento
de pneus e hospitalar como hospital de clinicas da unicamp.
3.
Democrático, este estilo democrático de gestão é mais aberto e flexível. Nele,
o gerente permite que os empregados expressem suas ideias e sugestões. Mais do
que isso, ele leva as opiniões dos funcionários em consideração, desenvolve uma
comunicação empática, dá e recebe feedbacks e implementa uma política amigável,
capaz de minimizar conflitos e facilitar o gerenciamento das tarefas. É preciso
apenas buscar o equilíbrio, pois nem tudo que o colaborador sugere pode ser
acatado. Esbarramos com essa hierarquia em empresas pequenas descentralizadas
com a marca espalhadas por outros países, Texas instrumentos, por exemplo.
4.
Coaching e Desenvolvimento, mostra que a gestão por coaching e desenvolvimento
cria uma experiência de aprendizagem e qualificação para os funcionários. Esse
é um estilo que tem se popularizado bastante na atualidade, pois o líder assume
o papel de treinador que move, motiva e capacita os profissionais para que eles
cresçam na carreira.
Cumpre
ressaltar que esse estilo de gerenciamento é saudável tanto para o
desenvolvimento individual do colaborador, como também para o sucesso da
equipe. No entanto, adotar esse modelo de gestão requer certa habilidade do
líder para identificar e valorizar talentos.
5.
Meritocrático, indicando que o modelo meritocrático de gestão, como o próprio
nome sugere, é baseado no merecimento. Nesse estilo, os funcionários são
valorizados de acordo com o desempenho. Para implementar o modelo de gestão
meritocrático, os gerentes estipulam metas, desenvolvem projetos e designam
tarefas individuais e coletivas. Quando essas metas são batidas e os objetivos
são alcançados, eles recebem elogios, promoções, premiações e incentivos. Assim
dizendo, uma empresa de soluções integradas para as áreas de Infraestrutura de
TI, Serviços Gerenciados de TIC, Aplicações de Negócios, Relacionamento com o
Cliente e Negócios Digitais, por exemplo Algar Tech.
O
empregado se encaminha por entre as hierarquias sem que haja informação e
clareza o que contribui para não ajustar o comportamento. A hierarquia tem um
peso enorme no ajuste do comportamento que leva a contribuição reforço com
admissão ou negação, recusa influenciando a demissão do sujeito. Intercorre que
um indivíduo que trabalhou por longo período na hierarquia paternalista e
depois foi demitido, ao ingressar em outra hierarquia que não seja a
paternalista exigirá do mesmo um ajuste tremendo em suas ações, pois o sujeito
estava acostumado a agir recebendo ordens e executando tarefas sob o regime
paternalista.
É
grande a probabilidade de um conflito e confronto com as lideranças por estar
agindo inconscientemente, ou seja, não tem consciência sobre a hierarquia
atual. Sinalizando que está reprimido no inconsciente a hierarquia paternalista
e em função disto age como se estivesse sob o domínio da paternalista embora
possa estar na democrática, autoritária, meritocrático.
Os
conflitos surgem devido a compulsão a repetição paternalista, na qual o sujeito
elabora repete e recorda atuando sem saber que ambiciosa pertencer a
paternalista novamente e não a democrática, autoritária, meritocrática criando
na sua história de vida o turnover nas organizações. Onde é contratado e esquiva-se
das empresas que reproduzem a hierarquia dessemelhante a sua sem saber, que não
sabe, os motivos inconscientes que levam
a ação da demissão.
Este
sujeito está no caminho restrito das hierarquias na qual só aceita pertencer a
uma delas excluindo inconscientemente as outras que não geram identificação,
nem pertencimento, pelo mecanismo defesa da identificação. Confirmando que o
inativo opera melhor quando há em seu conjunto de pessoas pertinência, afiliação,
centramento na tarefa, empatia, comunicação, cooperação e aprendizagem
associados a hierarquia adaptada, digo, que se identifica e reconhece a
identidade profissional.
Referência
Bibliográfica
BOCK, A.
M. B. Psicologias: uma introdução ao estudo de Psicologia. São Paulo: Saraiva,
1999.cc
FREUD,
A. O ego e os mecanismos de defesa. Rio de Janeiro: Biblioteca Universal
Popular, 1968
FREUD,
S. (1920), "Além do princípio do prazer” In: FREUD. S. Obras completas de
S. Freud. Rio de Janeiro: Imago, 1996, v. XVIII.
FREUD,
S. (1996). Obras completas de S. Freud. Rio de Janeiro: Imago. (1914).
"Recordar, repetir e elaborar ", v. XII
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