Ano 2022. Escrito por Ayrton Junior Psicólogo CRP 06/147208
O
presente artigo chama a atenção do leit@r a figurar a distração e como ela
altera a sua realidade. Hoje em dia, com a presença das redes sociais, do fácil
acesso à internet, uma série na Netflix/Amazon Prime, memes e dos smartphones, ímpeto
sexual, assemelha que é muito difícil terminar alguma função ou permanecer
ambicionando um projeto sem se distrair. Esses hábitos de distração estão
presentes em quase todos os momentos. É tanta informação e estímulos, sejam
eles positivo/negativos que é quase impossível prestar atenção aos seus deveres
de trabalho e continuar dando seguimento com as intenções nos objetivos.
Menciono
por meio de exemplo a seguinte realidade de acordo com o ponto de vista do
indivíduo que lhe faz a exata pergunta: Qual é a minha realidade? Depende do
ponto de vista dele, e quais as distrações que ocorrem na sua história de vida
no momento atual. Segundo o sujeito, ele se depara na meia-idade, e detêm duas
formações acadêmicas, mas reside de favor com o único filho, e é custeado com
uma quantia mínima por parentela por não conseguir emprego.
Esta
é a realidade atual do indivíduo, no qual é destituído do seu cargo de formação
e desprovido de recursos financeiros e habitacionais. Mas a realidade também é
capaz de insinuar que as opções para recolocação no mercado de trabalho se
tornaram impossíveis a este indivíduo. Encaminhando e fazendo seguir os
tramites estabelecidos a preferencias de trabalho informal ou não. Sugere adoecimento
psicossomático seguido de morte por desgosto da realidade em consequência ao
desprovimento e carência das coisas necessárias que induz a desmotivação. E por
último um êxodo fenomenal operado por milagre desta triste realidade.
Em
outros termos, particularidades, incômodos reais que pertence apenas ao desempregado
com existência verdadeira frente a uma situação que faz com sua vontade de
estar empregado em alguma instituição não se torne realidade. As prováveis
distrações acintosas, digo em que há ação praticada pelo mercado de trabalho com
a intenção de contrariar, irritar ou provocar o indivíduo têm a finalidade de
afastá-lo da realidade ambicionada, condicionando-o na desesperança por meio do
mecanismo defesa fuga que o conduz a distanciar-se do seu ponto de vista por
meio da distraibilidade, que ao contrário, exprime instabilidade e mobilidade
da atenção voluntária, com dificuldade ou incapacidade para se fixar ou se ater
a qualquer coisa que implique esforço produtivo levando a caráter patológico.
Os
maus êxitos, a ausência de sorte são distraibilidades propositais operadas pelo
princípio de realidade com o intento de alterar o ponto de vista do indivíduo
reforçando a visão nos aspectos negativos da realidade ou ineptidão em se imobilizar
ou confiar-se em direção ao projeto que requer estimulo proveitoso. Ou por
outra, remover intencionalmente a atenção seletiva sustentada na direção de um
projeto redirecionando a um estimulo desfavorável.
Nossos
pensamentos condicionam em grande parte o nosso estado de saúde mental. A
prática de certos hábitos de pensamento e a resistência à mudança originam a
nossa própria realidade ou princípio de realidade. Existe uma realidade fora de
nós, e na verdade nós não interagimos com ela. A única realidade com a qual
convivemos de verdade é uma simulação criada pelo nosso cérebro por meio de
nossos próprios pensamentos, que pode se aproximar mais ou menos da realidade
exterior. Em teoria, quanto menos influenciados estiverem nossos pensamentos,
mais nos aproximamos da precisão. Classificamos a nossa realidade como sendo o nosso
ponto de vista em relação a algo percebido/avistado.
A
mente começa a divagar por conta própria, e permite ir de encontro com os
hábitos de distração que dificultam no processo de criar, planejar o futuro e
conectar ideias. É por esta razão que uma pessoa hoje pode ficar distraída em
um tempo maior do que antes. Com a tecnologia, cada segundo de atenção está
sendo ocupado, nesse grande volume de informações quase não há espaço para
criar ou se concentrar. Para alguns empregadores, por exemplo, que exigem um
nível de produtividade, consideram que os hábitos de distração modernos já são
como uma praga que afeta seriamente as empresas e seu volume de negócios.
Os
hábitos de distração são mais complicados do que parece, por não se tratar
apenas de eliminar as fontes de distração, mas de como devemos treinar a mente
para evitar cair em procrastinação. Em ambientes de trabalho, é muito difícil
ficar atento, por causa do grande fluxo constante de pessoas, chamadas, e-mails
e ruídos de todos os tipos. Ou ainda, um ocioso em direção a busca de emprego e
com obtenção de maus êxitos, é muito cansativo conservar-se compenetrado no
projeto pretendido sem que ocorra a distração influenciando o a deslocar-se
inconscientemente do alvo pretendido em direção ao mecanismo defesa
substitutivo, no qual acaba substituindo o alvo almejado por um inferior devido
às intempéries que a realidade mostra.
Assim,
o seu cérebro trabalha em um ritmo muito mais rápido para as distrações e mais
lento para as tarefas reais. Na verdade, realizar várias tarefas ao mesmo tempo
é também importante para o cérebro, mas sem controle, acaba reduzindo as suas
capacidades neurais, sendo, portanto, praticamente inútil fazer um simples
relatório ou texto.
A
distração aparece porque algum assunto interno ou externo está chamando mais a
atenção e pode se tornar incontrolável voltar o foco e intenção, como aquilo
que se pretende obter e que motiva na direção que se pretendia inicialmente. Em
outros termos, conteúdo de incertezas, desânimo, desesperança ou
particularmente pelo princípio de realidade rigoroso das exigências das
organizações que remove a atenção seletiva do inativo afastando o de continuar
visualizar em que lugar quer chegar sendo incapaz de retornar o interesse no ponto
que tencionava a princípio no emprego. [...] Freud no seu texto
“Recordar repetir e elaborar” (1914), texto esse em que começa a pensar a
questão da compulsão à repetição, fala do repetir enquanto transferência do
passado esquecido dentro de nós. Agimos o que não pudemos recordar, e agimos
tanto mais, quanto maior for a resistência a recordar, quanto maior for a
angústia ou o desprazer que esse passado recalcado desperta em nós.
Quando
uma pessoa identifica algum estímulo considerando o muito bom, ou muito ruim,
esse estímulo terá uma dedicação mais forte do que, por exemplo, a aula que
você deveria estar assistindo, às solicitações do cliente à sua frente ou às
informações que seu chefe estaria dando naquele momento. Um emprego inferior
tem potencial para ser a distração capaz de encaminhar o indivíduo para longe
do seu ponto de vista ou realidade pretendida de emprego. O melhor dizendo,
leva ao esquecimento, irreflexão sobre o cargo ansiado, considerando
mentalmente apenas o emprego inferior que é a parte de um todo. Deste modo a
pessoa se mantem separada do objetivo final, por meio da falta de atenção.
As
pessoas podem entender que distrair significa não pensar em nada, mas o que
acontece é que algumas voltam a mente para conteúdos internos, algumas vezes
prazerosos como lembranças referentes ao namorado, outras vezes são as preocupações
que tiram nossa dedicação no que está acontecendo a nossa volta dando a
impressão de que a pessoa não está pensando em nada.
O
inconveniente aparece quando fomos educados com generalizações, preconceitos e
dicotomias que nos afastam do real. Pensar é como respirar, fazemos isto sem
perceber, mas não podemos acreditar em tudo que pensamos. Estima-se que somente
em torno de 20% de nossos pensamentos chegam a se tornar realidade. Os seres
humanos têm pensamentos que não correspondem com a realidade do momento ou da
situação; estes pensamentos são chamados de pensamentos deformados ou
irracionais.
São
ideias que vem à mente e que nos impedem de ver a realidade exata das coisas;
costumam nos levar a distração, ao erro e isso influencia em grande parte e
diretamente o nosso próprio estado emocional. As interpretações sobre a
realidade são as que nos levam a ser pessoas estáveis ou instáveis a nível
emocional, mais do que a realidade própria.
Distrair
significa que não estamos com a atenção seletiva voltada para o que seria
importante naquele momento. Quando falamos que a pessoa está com a cabeça no
mundo da lua não significa que ela não está pensando em nada, significa que ela
não está pensando em nada que gostaríamos que pensasse. Erramos porque nosso
cérebro simplesmente não consegue fazer duas coisas ao mesmo tempo. Alunos criticam
os professores por não permitir que se use o celular, nem para mensagem de
texto, durante a aula pois garantem que conseguem prestar atenção no professor
e em suas mensagens.
Mas
sabemos que a qualidade de raciocínio cai drasticamente. Estes alunos gostam de
pensar que conseguem, assim como alguns gostam de pensar que conseguem falar ao
celular e continuar sendo ótimos motoristas, mas é só estar ao lado de um
destes faladores ao celular no trânsito para perceber o que ocorre. Acredito que
isto pode fazer parte do ser humano, mas que também pode ser combatido. [...]
Em sua obra “Além do Princípio do Prazer” (1920, p.34), Freud afirma: a
compulsão a repetição também rememora do passado experiências que não incluem
possibilidade alguma de prazer e que nunca, mesmo há longo tempo, trouxeram
satisfação, mesmo para impulsos instintuais que foram reprimidos.
O
que pensamos de nós mesmos e de nossa experiência é o que realmente cria as
complicações distração, de ansiedade e/ou depressão, tão comuns no primeiro
mundo, e não a situação em si. Duas pessoas, diante da mesma situação, podem
vivenciá-la e entendê-la de forma diferente, evidenciando que a realidade, em
última instância, é criada por nossos pensamentos. A realidade é aquilo que,
quando a gente deixa de acreditar nela, não desaparece.
A
entrega á distração, aos pensamentos flutuantes pode ser um excelente
combustível da criatividade. Deixar seus pensamentos irem longe, sem censuras
pode ser tanto delicioso como produtivo. São estes momentos que podem dar luz a
grandes ideias e projetos inovadores. Distração tem dois significados
principais. O primeiro é diversão, lazer.
O
segundo é falta de atenção, pouca concentração. Como diversão e lazer, a
distração tem sempre espaço em nossas vidas, ou pelo menos é bem desejada. A
capacidade de prestar atenção / concentração depende diretamente do
funcionamento adequado e integrado de diversas áreas cerebrais. O cérebro está
constantemente sujeito a um bombardeio de informações, provenientes tanto dos
órgãos sensoriais [as origens mais conhecidas] quanto de sistemas internos de
regulação orgânica [como sistemas de controle da postura corporal ou
funcionamento metabólico].
Atenção
Seletiva, é diretamente relacionada à inibição de distrações. Representa a
capacidade de se concentrar em algum estímulo, ao mesmo tempo permanecendo insensível
a outros, ou melhor dizendo, concentrando-se em algum aspecto e, ao mesmo
tempo, distraindo-se de outros.
Atenção
Sustentada, refere-se à capacidade de sustentação do esforço atencional,
mantendo o foco em uma mesma atividade ou estímulo por um período mais extenso.
A concentração significa sustentação da atenção seletiva, inibindo distrações,
por tempo prolongado.
Atenção
Alternada, tem a ver com à capacidade de alternar a aplicação da atenção, a
depender das necessidades do contexto, bem como retomar o interesse da atenção
após alguma interferência. Um bom exemplo é alguém trabalhando, que é
interrompido por um telefonema e, ao seu final, retoma seu trabalho. É também
conhecida como Flexibilidade Cognitiva e é prejudicada quando há tendência ao
hiper foco.
Atenção
Dividida, diz respeito à capacidade de realçar simultaneamente dois ou mais
contextos. A divisão da atenção torna possível a multitarefa, contudo deve-se
ter sempre em mente que a verdadeira atenção dividida somente existe quando
pelo menos uma das tarefas não exige muito esforço cognitivo. Exemplo, um
psicólogo quer trabalhar em alguma organização independente do cargo e em
paralelo atender clientes no consultório, seja físico ou online.
Observe
a mente tentando fugir da situação, acionando o mecanismo defesa fuga por entre
a distração. A atenção pode ser prejudicada por muitos fatores e é importante
ficar alerta ao estado geral de saúde, como estresse, esgotamento mental,
sedentarismo, sono irregular, desesperança, desânimo e depressão são alguns dos
problemas que podem estar relacionados com a baixa concentração no dia a dia. A
distração pode ser causada por diversos tipos de fatores. Fome, problemas de
difícil resolução, ímpeto sexual e até mesmo um sapato apertado podem tirar sua
atenção.
A
distração consiste na mudança do empenho de atenção para outras situações que
podem ser agradáveis e muitas vezes encontram se disponíveis no próprio ambiente.
Ou compõe-se na substituição da persistência da atenção por causa de
oportunidades desagradáveis colocadas a serviço em direção ao ocioso.
O
esquecimento de impressões e intenções, o conflito psíquico interno entre o que
Freud aqui chama de vontade e contra vontade. Tenha consciência da dificuldade
perceba o momento em que você quer trocar de tarefas; quando é puxado por uma
rede social; em que ocasião está sendo obrigado a abster-se da procura por
empregos ou qualquer outra distração. Veja se sua mente em direção a escapar de
uma coisa próxima ou distante. Se você não estiver consciente sobre esse
hábito, você nunca o mudará. Essa consciência pode aumentar ao longo de dias ou
semanas, se você começar a prestar atenção notará inclusive os momentos em que
passou algumas horas sem perceber a distração.
Veja
suas principais distrações para quais coisas/assuntos sua mente tende a correr?
O que exatamente nessas coisas as tornam mais atraentes? De quais medos você
está fugindo? Ache uma coisa para dar intenção e talvez você tenha uma longa
lista de tarefas, apesar de você não conseguir fazer todas de uma só vez.
Escolha apenas uma: algo para estudar, um livro para ler, algo para escrever,
uma tarefa mais complexa que você tem adiado. Você sabe que deveria fazer essa
tarefa, mas você tem estado distraído demais e a tem adiado. Achar uma
ferramenta de controle de tarefas/lembretes pode ajudar, mas não faça dessa
busca uma nova distração.
Observe
sua mente tentando fugir inevitavelmente isso acontecerá. Faz parte da Síndrome
da Distração. Será somente você e a sua tarefa, e você tentará fugir. Você tem
medo da aplicação, da dificuldade, do desconforto, da confusão e da incerteza.
Isso é normal. Você pode ficar com a tarefa apesar do medo. Esse medo causa sua
distração, mas você não deve se render a ele sem agir sobre o seu impulso.
Observe-o, deixe ele aumentar e sumir. [...] Esse medo marcará nossa
memória, de forma desprazerosa, e será experimentado como desamparo, “portanto
uma situação de perigo é uma situação reconhecida, lembrada e esperada de
desamparo” (Freud, 2006, p.162).
Os
acontecimentos não causam os incômodos emocionais e de conduta, como a
distração apesar de serem causados pelas crenças que residem nas interpretações
desses inconvenientes. Pensar de forma racional é pensar relativizando, se
expressando em termos de desejos e gostos [eu gostaria, preferiria, desejaria…].
Quando as pessoas pensam de forma saudável, mesmo quando não conseguem o que ambicionam,
os sentimentos negativos que estas situações provocam não impedem a conquista
de novos objetivos ou propósitos.
Ao
contrário, pensar de forma dogmática e absolutista nos leva a nos expressarmos
em termos de obrigações, necessidades ou exigências [tenho que, preciso de
emprego rápido, sou obrigado a]. A sua não realização provoca emoções negativas
inadequadas [desesperança, depressão, culpa, ira, ansiedade, medo] distrações substitutivas
que interferem na realização dos objetivos e geram alterações da conduta como o
isolamento, a amnésia dissociativa, a conduta de evasão ou a fuga e o abuso de
substancias tóxicas.
Os
fatores internos que mais influenciam a atenção é a motivação [prestamos muito
mais atenção a tudo o que nos motiva e nos dá prazer do que às coisas que não
nos interessam]; a experiência anterior ou, por outras palavras, a força do
hábito faz com que prestemos mais atenção ao que já conhecemos e entendemos. E a
distração reforça o interesse naquilo que não inteiramos e não interpretamos bem
dispondo a desmotivação [adaptamos a concentração a tudo o que desencoraja e
nos concede desprazer por não lograr os utensílios que nos compete].
Referência
Bibliográfica
FREUD,
A. O ego e os mecanismos de defesa. Rio de Janeiro: Biblioteca Universal
Popular, 1968
FREUD,
S. (1920), "Além do princípio do prazer” In: FREUD. S. Obras completas de
S. Freud. Rio de Janeiro: Imago, 1996, v. XVIII.
FREUD,
S. (1996). Obras completas de S. Freud. Rio de Janeiro: Imago. (1914).
"Recordar, repetir e elaborar ", v. XII
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