Ano 2022. Escrito por Ayrton Junior Psicólogo CRP 06/147208
O
presente artigo chama a atenção do leit@r a compreender o ser ignorante sobre a
própria ignorância - efeito Dunning-Kruger é um viés cognitivo que leva as
pessoas que têm pouco conhecimento sobre um assunto a supervalorizar o próprio
conhecimento, enquanto os experts na temática subestimam a própria capacidade.
A ideia de que todos nós podemos nos superestimar é assustadora, e você pode
estar pensando agora, será que na verdade eu sou burro(a) em tudo o que me acho
bom.
Não
obstante, Dunning e Kruger têm um conselho para todos, ouvir sempre feedbacks e
reconhecer erros é essencial. Se refere a indivíduos que não têm competência em
uma determinada área, apesar de acreditarem verdadeiramente que sabem mais do
que os mais preparados e versados no tema. Há pessoas inteligentes e sensíveis
que, embora tenham mais conhecimento e recursos, não deixam as outras
desmotivadas, mas gerenciam bem os protocolos para que os outros não se sintam
desconfortáveis.
Quem
age por ignorância, porta-se por falta de conhecimento, é constrangido, tratando-se
de uma ação involuntária. Alguém que pensa que já sabe tudo, não tem motivação
para aprender e para evoluir, e revela acima de tudo, uma atitude ignorante.
Como diria o sábio filósofo Sócrates: Só sei que nada sei. Muitas pessoas são
ignorantes porque estão cheias de preconceitos e preocupações, a ponto de
explodir. Você já tentou entender o que leva a pessoa a ser assim? Você sabe o
que acontece na vida desta pessoa? Muitas vezes, quando nos colocamos no lugar
do outro, digo, acionando a empatia, conseguimos compreender e relevar muitas
coisas. [...] Em sua obra “Além do Princípio do Prazer” (1920, p.34),
Freud afirma: a compulsão a repetição também rememora do passado experiências
que não incluem possibilidade alguma de prazer e que nunca, mesmo há longo
tempo, trouxeram satisfação, mesmo para impulsos instintuais que foram
reprimidos.
Não
há problema algum em opinar sobre um conteúdo se você tem propriedade o
suficiente para argumentar sobre ele. Acontece que muitas pessoas costumam
falar sobre variados assuntos acreditando que são peritos, quando na verdade
não são. Por isso que hoje nós conversaremos sobre como funciona efeito Dunning
Kruger e a forma como ele nos afeta. O efeito Dunning Kruger é um fenômeno
comportamental que faz uma pessoa achar que pode falar sobre qualquer coisa, o
que é uma inverdade.
Esse
efeito diz respeito a pessoas que acreditam cegamente que possuem um preparo
maior do que os outros para resolver qualquer assunto. Dessa forma, o portador
da síndrome de Dunning Kruger costuma fazer escolhas ruins influenciadas por
sua arrogância pela pouquidade de saberes acadêmicos, científicos, técnicos,
informações coerentes dentre outros.
Consequentemente,
o indivíduo alcança resultados insatisfatórios em tudo o que faz por insistir
numa sabedoria que não possui. Além de superestimar a si mesma, a incompetência
que possui que não permite que ela veja os seus próprios erros. Isso porque os
psicólogos indicaram que o paciente não sabe lidar com os próprios fracassos e
a realidade de não ser tão esperto quanto imagina. As pessoas incompetentes não
conseguem enxergar a sua própria incompetência.
Por
conta disso, muitos indivíduos defendem que são alvos de injustiças constantes
ao não conseguirem o que desejam. Além disso, ainda que enfrentem as
consequências dos erros cometidos pela falta de conhecimento, essas pessoas se
consideram superiores intelectualmente aos demais. Tudo porque carrega uma
opinião irredutível de que sempre sabe mais do que as outras pessoas. Caso você
diga o contrário, ela é capaz de interpretar sua opinião como inveja ou ambição
por roubar o status diferenciado que possui. A capacidade cognitiva desses
indivíduos não processa a ideia de que não são sábios como pensam. [...]Provérbios
3:7 - Não sejas sábio a teus próprios olhos; teme ao SENHOR e aparta-te do mal.
Por
mais que outra pessoa insista, eles não vão se convencer do contrário. Muitas
pessoas se iludem a respeito das próprias capacidades cognitivas e intelectuais.
Ou seja, acreditam que são melhores do que a maioria quando os fatos
documentados provam o contrário. Pessoas que possuem uma inteligência mais
trabalhada têm menos riscos de sofrerem com o efeito Dunning-Kruger. Embora não
signifique que uma pessoa inteligente subestime suas habilidades, ela consegue
lidar com a ideia de que outros são tão espertos quanto ela ou mais.
Pessoas
que são afetadas pelo efeito Dunning Kruger não são tão vazias quanto se pode
pensar à primeira vista. É correto afirmar, porém, a existência de crenças e
certezas preconcebidas que afetam a sua capacidade de ver os próprios erros. Os
sentimentos, intuições e vivências frequentemente contribuem para uma pessoa
acreditar que possui um conhecimento legítimo. Certamente convencer alguém a
pensar o contrário é difícil caso você não dê algum conhecimento de verdade
para ela. [...] Freud no seu texto “Recordar repetir e elaborar” (1914),
texto esse em que começa a pensar a questão da compulsão à repetição, fala do
repetir enquanto transferência do passado esquecido dentro de nós. Agimos o que
não pudemos recordar, e agimos tanto mais, quanto maior for a resistência a
recordar, quanto maior for a angústia ou o desprazer que esse passado recalcado
desperta em nós.
As
crenças pessoais limitantes são responsáveis por tornarem um indivíduo cego em
suas próprias conclusões. A política feita por esses indivíduos costuma
levantar uma onda de alienação entre o público eleitor. Ou seja, um candidato
com ideias equivocadas sobre a própria imagem e ideologia certamente atrairá e
influenciará quem pensa de forma parecida. Todos nós tendemos a superestimar
nossas habilidades, apesar daqueles com menos conhecimentos são os que se
consideram melhores que especialistas.
Exemplo,
um leigo em epidemiologia que sabe a fórmula certeira para acabar com a
pandemia de covid-19. Ou um youtuber que, sem nunca ter estudado astronomia na
vida, prova que a Terra é plana com uma câmera e uma régua. Só assim é possível
identificar nossas dúvidas e as lacunas em nossa compreensão. Quando não
sabemos praticamente nada sobre algo, por outro lado, fica fácil cair na ilusão
de que conhecemos muito sobre aquilo porque não nos deparamos com a
complexidade real do assunto; só com versões simplificadas dele.
Imagine
um aluno que tem resultados medianos ou mesmo abaixo da média nas aulas de
matemática, por exemplo. Ele dificilmente vai se considerar um gênio com os
números. Afinal, ele teve aulas, fez provas para testar seus conhecimentos e
comparou seus resultados com os de outros alunos. Tudo isso foi necessário para
ele saber com certeza que não se destaca na área. Em resumo, ele sabe que nada
sabe.
Fantasie
neste momento, um indivíduo que sofre de depressão e transita pelo Yotube em
busca de vídeos com os quais pessoas despreparadas sobre a temática discorrem
sobre o conteúdo, alegando que com algumas técnicas se consegue a cura. Há
vários profissionais de todas as áreas se travestindo de psicólogos neste
momento atual de pandemia, dando uma pseudo esperança ao telespectador, são
detentores da síndrome do impostor e sequer não sabem, que não sabem. Causam um
prejuízo enorme na consciência daqueles que assistem a esses vídeos porque vão
reproduzir crenças dessemelhantes comparadas com a doença, alegando que não
precisam consultar um psiquiatra ou psicólogo.
Casos
típicos são profissionais que acabaram de sair da academia, nunca vivenciaram,
por exemplo, o dia a dia industrial, apesar de em posse de um diploma
recém-conquistado acreditam piamente serem detentores de conhecimento igual ou
superior a profissionais que já estudaram muito mais e/ ou que estão há anos no
mercado de trabalho. Isso é um obstáculo, pois fecha as possibilidades destes
calouros aprenderem com quem tem mais experiência, conhecimento e know how. [...]
Esse medo marcará nossa memória, de forma desprazerosa, e será
experimentado como desamparo, “portanto uma situação de perigo é uma situação
reconhecida, lembrada e esperada de desamparo” (Freud, 2006, p.162).
Profissionais
com este comportamento descrito por Dunning-Kruger podem sair prejudicados em
suas carreiras, pois uma hora são desmascarados por outros profissionais, mas
também são prejudiciais para as empresas que contratam seus serviços e para os
colegas de trabalho que se deparam com estes sabichões. Esses indivíduos
justamente por conhecerem muito, sabem que há ainda muito mais a se aprender, e
podem pensar que não são muito capacitados e subestimar as próprias
habilidades, chegando a acreditar que outros indivíduos menos capazes também
são tão ou mais capazes do que eles, a esse outro fenômeno dá se o nome de
síndrome do impostor.
A
síndrome do impostor também pode ter efeitos indesejados, quando indivíduos que
dominam demais uma proposição acham que uma tarefa ou assunto é muito fácil e
passam a supor que também são simples para os outros. Assim, têm dificuldade em
ensinar ou explicar tarefas, efeito que eventualmente se enxerga, por exemplo,
em professores, pastores, teólogos com altas titulações acadêmicas. É
importante saber defrontar-se com pessoas que tem autoconfiança elevada, mas
baixa competência que podem tomar iniciativas erradas, por isso esse perfil tem
que ser muito bem supervisionado, suas decisões verificadas, especialmente se
podem impactar a segurança dos outros. [...] Jó 32:9 - Os grandes não são os
sábios, nem os velhos entendem o que é direito.
Basicamente,
pessoas que se apresentam extremamente confiantes sobre as suas habilidades ou
conhecimentos, na maioria das vezes estão erradas quanto a avaliação que fazem
de si mesmas.
Referência
Bibliográfica
As FAKE NEWS
E A SÍNDROME De Dunning-Kruger: https://monografias.brasilescola.uol.com.br/psicologia/as-fake-news-e-asindrome-
de-dunning-kruger.htm
BÍBLIA,
A. T. Jó, Provérbios. In BÍBLIA. Português. Bíblia Evangélica: Antigo e Novo
Testamentos. Tradução Versão de João Ferreira de Almeida Corrigida 1948 (JFAC).
São Paulo.
FREUD,
A. O ego e os mecanismos de defesa. Rio de Janeiro: Biblioteca Universal
Popular, 1968
FREUD,
S. (1920), "Além do princípio do prazer” In: FREUD. S. Obras completas de
S. Freud. Rio de Janeiro: Imago, 1996, v. XVIII.
FREUD,
S. (1996). Obras completas de S. Freud. Rio de Janeiro: Imago. (1914).
"Recordar, repetir e elaborar ", v. XII
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