Ano 2022. Escrito por Ayrton Junior Psicólogo CRP 06/147208
O
presente artigo chama a atenção do leit@r a compreender o que não é conhecido,
ignorado, incógnito, estranho ou ainda pessoa cuja identidade se desconhece. O convite
deste artigo é para aprender a reconhecer e nomear o medo do desconhecido. E o
mecanismo defesa regressão, que leva o indivíduo a agir com atitudes infantis,
devido aos medos infantis que sofreu na infância. Onde o sujeito não enxerga
expectativas para realizar a mudança de expectativas. Ou seja, onde está estrada
vi dar.
O
medo faz parte do ser humano, como uma herança dos tempos em que vivíamos nas
cavernas. Ele nos protege de perigos externos e é um instinto importante de
sobrevivência ainda nos dias atuais. No entanto, se mal administrado na vida
moderna, pode trazer vários prejuízos. O medo do futuro é um desses perigos
mais evidentes. Nesse caso, a pessoa teme como estará a vida nos próximos 10,
20, 30 ou 59 anos. É preciso ficar atento, já que o medo pode privar você de
viver uma vida plena, prejudicando a sua evolução pessoal, profissional e
financeira. O medo do futuro diz respeito à insegurança com relação ao que nos
espera mais à frente. São os receios que podem envolver fracassos, incertezas e
incapacidades.
Como
somos seres biopsicossociais, o ambiente onde o adulto está inserido poderá
ajudá-lo ou prejudicá-lo no processo de enfrentamento do futuro. Se os pais do
adulto foram pais que facilitaram a vida deste adulto, promovendo ações que
amenizaram o estresse e a ansiedade neste momento na vida do adulto, isso o
ajudará a passar por esse momento com mais facilidade. Já o ambiente estressor,
que causa incertezas, solidão, violência, rejeição, desamparo, falta de
diálogo, problemas financeiros na família, poderá proporcionar ao adulto
dificuldades em se sentir seguro em lidar com esse medo de encarar o futuro,
podendo trazer um sentimento de baixa autoestima, incapacidade, depressão,
isolamento e a aproximação com drogas lícitas ou ilícitas. [...] Em sua
obra “Além do Princípio do Prazer” (1920, p.34), Freud afirma: a compulsão a
repetição também rememora do passado experiências que não incluem possibilidade
alguma de prazer e que nunca, mesmo há longo tempo, trouxeram satisfação, mesmo
para impulsos instintuais que foram reprimidos.
Outra
dificuldade que o adulto terá de encarar pela frente é perceber que ele está
sozinho para alcançar seu futuro, e dependerá de ele aplicar-se para estudar e
passar no curso que deseja na universidade, dependerá de ele enviar e-mails
para vagas de emprego, dependerá de ele prospectar clientes na internet para
seu consultório, dependerá de ele fazer posts.
Ele muitas vezes, se sentirá só em algumas fases da vida, e algumas
etapas ele vai precisar ser resiliente para atingir seus sonhos e desejos. É
muito natural que os adultos se apeguem aos amigos e a um grupo social, e ao
perceber que os outros amigos ou colegas estão conseguindo alguns sucessos e
ele não, logo sentirá um sentimento de fracasso.
É preciso entender que cada pessoa tem sua
dinâmica e movimento, cada pessoa tem uma habilidade e logo o adulto, com calma
e consciência, encontrará seu tempo e assim caminhará para construir seu
futuro. Quando a responsabilidade chega, o medo, a insegurança vem juntos,
porém será preciso o adulto passar por suas próprias experiências para ter
habilidade para lidar com as outras experiências no futuro, sejam elas boas ou
ruins.
O
medo é algo que está nos genes e nos protege de perigos, e na infância temos alguns
medos infantil categorizados. À medida que a criança cresce, ela desenvolve um
sistema de controle mental e enfrenta o medo de modo mais racional, a menos que
seja pega de surpresa, quando isso acontece ela não consegue enfrentar os
perigos de forma calma. Porém há um longo caminho a percorrer para que a
criança consiga fazer isso, no qual à medida que certos medos são dominados
novos surgem. No nascimento o cérebro ainda não é capaz de reagir seletivamente
a estímulos e nem controlar seus movimentos. O controle progressivo das
capacidades motora e cognitiva permitem que o bebê perceba certos perigos.
Existem
os medos que estão presentes desde o nascimento os medos inatos. Eles se
encontram presentes nos primeiros meses de vida do bebê se caracterizando pelo
medo do desconhecido e a falta de controle que se tem. Exemplo de medos inatos
são flashes, movimentos bruscos e perda de apoio, esses medos podem ser
acentuados ou amenizados, depende da forma que os pais abordam essas situações.
Existem também aqueles medos que aparecem durante o crescimento, eles aparecem
de acordo com o que nos adaptamos ao ambiente e desenvolvemos novas funções
cognitivas. Com 4 anos é comum ter medo do escuro, pois não estamos
familiarizados com a escuridão e com o desenvolvimento da imaginação passamos a
associar escuridão com bruxas e monstros.
O
medo de mudar se refere ao medo do desconhecido e surge da nossa imaginação, imaginar
o quanto será difícil a adaptação a este novo emprego, namorado, bairro, estado
civil, condição social, desemprego, aposentadoria, empreender um negócio, ou
seja, lá por qual mudança você esteja passando. Portanto é um sentimento
aterrorizador capaz de confundir a mente. Ele nasce de uma apreensão pequena e,
gradualmente, cresce e transforma os pensamentos em radares de más notícias.
Quando o cérebro assustado não as encontra, ele fantasia com uma realidade
desastrosa. É assim que as pessoas acabam com medo de sair de casa, de ficar
doente, de entrar em contato com outras pessoas, de passar dificuldades
financeiras, de perder o emprego ou de ser forçado a trabalhar em meio a um
surto de coronavírus, a trabalhar em subempregos e até de morrer.
Ao
dedicar tempo e energia para formar cenários catastróficos em sua mente, o
indivíduo amedrontado estimula o surgimento precoce da ansiedade e do medo.
Consequentemente, seu corpo vive sob constante estado de alerta, o qual é alimentado
pela liberação do cortisol hormônio do estresse. Assista filmes ou séries,
escute suas músicas favoritas, cozinhe algo gostoso, interaja com quem você ama
e brinque com seu animal de estimação.
Desse
modo, você estimula o seu cérebro de forma positiva. Quando estiver imerso na
atividade, concentre os seus sentimentos e emoções nela para, então, conseguir
exteriorizá-los. Nem sempre o caminho que tomamos nos conduz ao lugar desejado.
E, por mais tentativas levadas a cabo, repete-se o resultado de insucesso.
Provavelmente os acontecimentos de vida, as circunstâncias, a interferência de
terceiros, ou mesmo decisões pouco ponderadas, poderão ter contribuído para a
instalação da situação atual. Mas também as nossas condutas, inconscientes, ou
seja, os nossos padrões comportamentais repetitivos, poderão igualmente estar a
condicionar o nosso sucesso.
A
isto chamamos autossabotagem, enquanto um processo sustentado em crenças
internas limitadoras construídas ao longo da vida e enraizadas na estrutura mental,
que levam a pessoa a adotar comportamentos repetitivos que lhe são
prejudiciais. Geralmente, este é um processo inconsciente, sendo frequente a
projeção da responsabilidade ou da culpa no exterior. Conduzir um automóvel
para alguém com um funcionamento muito dependente, pode representar o medo de
tomar as rédeas da sua vida e decidir o caminho que quer seguir. A reprovação
repetida na prospecção de clientes sem êxito, pode representar uma forma de
fuga e de evitamento a uma situação nova e desconhecida, de maior autonomia,
que desperta medo e desconforto. Auscultar e observar os padrões
comportamentais que se repetem e as emoções associadas a situações
desconfortáveis, são procedimentos essenciais para começar a proceder a
pequenas mudanças.
Mas
o medo de mudar também surge da falta de imaginação, ou seja, de nossa limitada
capacidade para perceber o quanto o novo pode ser estimulante e motivador. O
ser humano tem uma tendência a perceber o negativo maior do que a tendência de
perceber o que há de positivo, o que pode dar errado é visto com muito mais
ênfase do que perceber o que pode dar certo. O homem das cavernas que
sobreviveu aos ataques, fome, frio foi o que soube observar de onde vinha o
perigo. Este sobrevivente deixou descendentes, e você sabe quem são estes
descendentes? A grande sacada para quem não mora mais em cavernas é perceber
que não há mais necessidade de tanto medo, tanta ansiedade, as mudanças são
muito favoráveis agora.
Também
pode assustar. Mudar para melhor pode ser tão aterrorizante, quando não sabe
para onde a mudança leva. É possível que ainda assim associe-se mudança, mesmo
que teoricamente positiva, ao desconhecido incerto. Podemos considerar que este
medo pode ser irracional, mentiroso, seu mecanismo de defesa que se desregulou
e está acionando o alarme desnecessariamente. Dificuldade para desistir de
procurar subempregos isso pode ser medo de mudar. Sair deste relacionamento,onde
já conhece todos os defeitos da pessoa e cair em possibilidades novas? Isso
pode ser doloroso. Quanto mais você se prende a antiga rotina, só porque já a
conhece, não significa que terá a melhor vida possível.
O
medo do novo toma conta e nos sentimos tentados a permanecer, onde é mais
seguro e conhecido. A chamada zona de conforto é a principal inimiga das
mudanças, pois é nela que o indivíduo realiza hábitos e comportamentos que está
acostumado a fazer, e isso faz com que nunca confronte novas emoções e
pensamentos, deixando-o preso às raízes da mesmice. Trancar as portas da zona
de conforto é não se aventurar e estar longe de qualquer possibilidade de novos
desafios.
No
início da vida humana na Terra, o homem era mais cauteloso quando lidava com
animais que poderiam oferecer maior risco à vida. Esse comportamento prevalece
até hoje e é fundamental para a sobrevivência da espécie, pois o medo de morrer
é que nos mantém vivos. O medo é uma emoção desagradável, porém necessária. Ele
nos alerta para a presença de perigo. A resposta bioquímica do nosso corpo
frente ao perigo envolve sudorese, aumento da frequência cardíaca e níveis
elevados de adrenalina. É um sinal que o organismo dá para que consigamos fugir
ou lutar contra esse perigo. A resposta emocional ao medo depende de indivíduo
para indivíduo. Alguns, se sentem bem com a adrenalina produzida diante de
situações perigosas.
Outros,
entretanto, evitam esses episódios a qualquer custo. Portanto, o medo do
desconhecido é perfeitamente normal, o que não é normal é desenvolver um medo
tão forte que paralisa. Esse medo paralisante, ou também conhecido como fobia,
pode aparecer sob muitas facetas, desde agorafobia até a sociofobia. O medo de
falhar, um dos motivos de ser resistente às mudanças é o medo do fracasso. As
mudanças assustam, pois dentro da zona de conforto sabemos o que dá certo e o
que não dá. Por isso, o medo das coisas não saírem conforme o planejado segue
como o segundo maior vilão na hora de mudar de vida.
Quando
pensamos em cometer erros ou falhar, consideramos apenas a consequência final,
mas nunca pensamos em aprender com essas experiências, afinal, toda a
experiência é válida e importante na construção dos nossos valores e
personalidade. O medo é uma das emoções mais básicas e úteis que podemos
experimentar. Ao longo da história, ele tem nos permitido enfrentar situações perigosas
ou fugir delas, facilitando a nossa sobrevivência. As pessoas aprendem
informações valiosas após enfrentar uma situação ameaçadora, guardamos na
memória qual era o principal perigo e como o superamos. No entanto, existem
medos que se baseiam, especificamente, na falta dessa informação, como é o caso
do medo do desconhecido. O medo do desconhecido é um sentimento universal e
intrínseco. Segundo os especialistas, é um medo fundamental. A incerteza faz
parte da vida, porque geralmente não sabemos o que vai acontecer, nem como.
Existem pessoas que enfrentam melhor esse sentimento, abordando e considerando
possíveis resoluções.
Porém,
outros têm mais dificuldade em passar por essa situação e ficam emocionalmente
bloqueados. O medo do desconhecido, é definido como a tendência de sentir medo
diante de uma situação ou objeto sobre o qual falta informação, e por isso é percebido
como um perigo. Ou seja, sentir medo diante de uma situação ou estímulo que não
sabemos o que vai nos trazer, acompanhado da percepção de que não será algo
agradável. A origem desse medo, levando em consideração algumas diferenças
individuais, é evolutiva.
Na
verdade, o cérebro parece estar preparado para temer o desconhecido. Algumas
pesquisas sobre o medo do desconhecido descobriram que ele aumenta a atividade
da amígdala e do hipocampo, aumenta a negatividade relacionada a cometer erros
e ativa o Sistema inibitório de comportamentos. Em outras palavras, a incerteza
nos causa medo, negatividade e nos paralisa, levando-nos a fugir de novas
situações. Esse medo foi e é adaptativo na medida em que nos faz agir com
cautela diante de perigos potenciais. No entanto, a intensidade do medo pode
comprometer outras atividades, como procurar novas oportunidades ou conhecer
novas pessoas.
A
vida é uma Gestalt, pois tudo está sempre em constante mudança acompanhando o
tempo, que nunca para. Ironicamente, a maioria dos seres humanos sente um
grande bloqueio ao se deparar com a necessidade de uma transformação em suas
vidas. A zona de conforto, que é um ambiente conhecido e seguro sobre o qual
temos controle, parece sempre mais atraente, mas manter-se nela é o mesmo que
abrir mão do aprendizado e da evolução que só a mudança e o novo são capazes de
nos trazer. O medo do desconhecido, do tipo que paralisa a ação, está enraizado
na insegurança de não conseguir fazer as coisas darem certo.
Ele
é alimentado por crenças limitantes do tipo não vou conseguir, não tenho
capacidade, não tenho coragem, melhor ficar onde estou. Se isso está acontecendo
contigo, saiba que é possível se libertar de todos esses pensamentos que te
bloqueiam e abrir uma porta em sua vida que te leva a desbravar o desconhecido
e descobrir novas possibilidades de realização também. Racionalize o que está
sentindo, pois grande parte dos medos que sentimos é irracional, por isso, uma
ótima maneira de começar a lidar com eles é analisando-os de uma forma
racional. Assim, será possível pensar sobre os pormenores envolvidos e chegar à
conclusão de que a situação não é tão assustadora quanto a sua mente estava lhe
fazendo acreditar. Além disso, essa
reflexão irá permitir que encontre quais são os pontos que realmente merecem
maior atenção e cuidado, para que você possa substituir o medo por prudência e
manter o foco naquilo que é realmente necessário, mas sem deixar de agir.
Permita-se
tentar, pois o excesso de expectativas faz com que muitos se tornem ansiosos em
relação a algo novo e acabam se deixando dominar pelo medo. Então, ao invés de
imaginar o que vai acontecer como resultado da sua ação mantenha o foco no
presente, ou seja, na forma como está agindo, independente do que irá acontecer
depois. Dê sempre o seu melhor, tenha a intenção de fazer dar certo, e
permita-se simplesmente tentar. Se tudo sair como o esperado, ótimo, mas se não
for assim, mantenha a tranquilidade e leve a falha como aprendizado para agir
de forma diferente em uma próxima oportunidade.
Pense
nas mudanças que já aconteceram em sua via, e por mais que se esforce para
viver dentro de uma zona de conforto, certamente a vida já lhe apresentou
situações em que não teve escolha, já que, em muitos casos, as mudanças são
inevitáveis. Dessa forma, procure pensar em todas as transformações pelas quais
já passou, por mais dolorosas que possam ter sido; hoje você está aqui, lendo
este artigo, o que é um grande sinal de que fez um ótimo trabalho. Relembrar
essas memórias irá permitir que recorde as suas vitórias e, também, as lições
que aprendeu. Se já foi capaz de tanto, tenho a certeza de que será capaz de
muito mais. Acredite.
Enfrente
o seu medo, porque para superar o medo do desconhecido é necessário colocar seu
foco e determinação e tomar uma atitude, ou seja, agir. Você apenas terá a
certeza absoluta de que é capaz quando começar, pois é através da ação que
todas as hipóteses que levantou poderão ser testadas, refutadas ou comprovadas.
Portanto, prepare-se, reflita, analise, dê o seu melhor, mas faça. São esses
atos de coragem que irão te ajudar a vencer os seus medos e continuar
caminhando rumo ao seu desenvolvimento e evolução.
Desafie-se
a fazer coisas novas, porque através de pequenos passos é possível vencer a
insegurança em relação às situações desconhecidas. Para isso, é necessário que
se acostume a sair da sua zona de conforto com maior frequência, desafiando-se
a aprender e fazer coisas novas. Pense em atividades que gostaria de realizar,
mas não faz por insegurança. Pode ser aprender a cozinhar, praticar um esporte,
dirigir, ir a lugares diferentes, conhecer novas pessoas. Acrescentar novidades
para a sua rotina é uma ótima maneira de se afeiçoar ao novo e deixar de ter
medo dele.
Mesmo
tentando manter o controle, a vida muitas vezes vai por caminhos inesperados.
Isso pode significar oportunidades, tanto na esfera profissional como pessoal.
Para muitos, é fonte de entusiasmo e adrenalina, um motivo para reunir energias
para enfrentar os desafios que se apresentam. Porém, nem todos conseguem
encarar as mudanças dessa forma, e o medo, sentimento constante, acaba sendo um
obstáculo difícil de superar. O desconhecido pode criar um imaginário no qual
será difícil a adaptação, limitando o poder de reação.
A
vida é feita de escolhas e de mudanças, o que sempre traz certo desconforto
emocional, certa ansiedade. Isso por nunca estarmos preparados para o novo e
porque temos que sair da zona de conforto para nos aventurar no desconhecido.
Se as ideias ou pensamentos que produzem medo forem verdadeiras ou prováveis,
elas lhe servem para adotar medidas preventivas e tornar sua vida mais segura.
Se não forem prováveis nem verdadeiras, tente dar andamento nos seus projetos
enquanto lida com os medos. Se as mudanças não fossem necessárias, ainda
estaríamos nos comunicando por cartas e ouvindo novelas na rádio.
O
mundo evolui e você precisa entender que as mudanças fazem parte, que são
necessárias e que também podem significar crescimento. Não se trata de ver a
mudança com ilusão exacerbada, mas, sim, analisar com critério e perceber tudo
o que pode trazer de positivo para a sua vida. Veja o lado evolutivo Mudança
pode significar evolução profissional e pessoal, já que traz consigo a
necessidade de adaptação e a absorção de novos conhecimentos. Isso lhe ajudará
a lidar com desafios que surgem cotidianamente, lhe dará preparo e mais
serenidade. Se as suas preocupações e medos o mantém incapacitado de tentar
coisas novas, existem várias técnicas que podem ajudar. Você terá que definir o
seu medo, se educar, refletir, ou ainda tomar medidas para enfrentá-lo
diretamente.
O
medo do desconhecido pode ser resultado de muitas fontes diferentes. Você pode
estar preocupado com um novo emprego, com o novo chefe, ou como você vai ser
recebido na próxima festa. A incerteza faz parte da vida normal, mas para
algumas pessoas, um medo do desconhecido pode ser incapacitante. O primeiro
passo para superar o seu medo do desconhecido é entender o que é. Todo mundo
experimenta o medo em um momento ou outro, e até mesmo as pessoas mais
confiantes possuem medo de alguma coisa. [...] Esse medo marcará nossa
memória, de forma desprazerosa, e será experimentado como desamparo, “portanto
uma situação de perigo é uma situação reconhecida, lembrada e esperada de
desamparo” (Freud, 2006, p.162).
O
medo é uma reação natural, uma parte de sua mente a cria para mantê-lo seguro.
Para começar, pergunte a si mesmo do que você tem medo, quer se trate de um
certo tipo de situação, a perda de algo ou alguém, ou simplesmente viver em
tempos geralmente incertos. Se o que você está com medo não é algo que vai
realmente prejudicá-lo, você pode dar pequenos passos para enfrentá-lo na vida
real. Um medo de encontros sociais pode ser facilitado por ter um amigo indo
com você. Um medo de altura pode ser superado, gradativamente, ao subir as
escadas em edifícios altos. Um medo de confiar em alguém, poderá ser superado
avaliando o quanto a pessoa se mostra confiável ou não.
O
medo do novo seria aquele que a pessoa já tem um conhecimento ou vivência sobre
a situação, mas passará por alguma mudança ou adaptação. O medo do desconhecido
seria aquele que a realidade mudará completamente e a pessoa vai começar do
zero a sua interação com essa nova realidade. A forma com que a pessoa lidará
com esse medo enfrentando ou fugindo é que dirá se é um processo normal ou
patológico. A partir disso, projetamos nossa atuação na referida situação e
logo já concluímos que não será algo agradável. Ou seja, ficamos com medo de
algo que nem conhecemos ou experimentamos.
Por
exemplo, uma pessoa que nunca andou de montanha-russa e está na fila prestes a
subir no brinquedo. De repente as pessoas começam a sair com cara de enjoo,
demonstrando tonturas e dizendo que foi horrível. Possivelmente, quem está na
fila terá seu medo aumentado em função das informações que acabara de receber.
Lembrando que, em condições de medo normalmente, ela irá até o fim para ter sua
própria conclusão sobre o brinquedo. No medo patológico, a pessoa poderá até
desistir do brinquedo. Sair desse contexto para outro em que tenhamos que
enfrentar mudanças ou começar tudo do zero não costuma ser uma ideia muito
agradável. É uma característica do homem lutar sempre pelo controle da
situação.
Assim,
sentimos medo quando temos que sair do nosso campo de domínio. Algumas pessoas
até enxergam oportunidades e melhorias fora da zona de conforto. Mas quando
ponderam tudo o que terão que mudar, adaptar ou enfrentar, terminam optando por
ficar onde estão. É como, o caso em que a pessoa está numa relação totalmente
desgastada, sem perspectiva de futuro promissor. Mesmo assim, quando cogita
terminar, ela pesa mais a possibilidade de ficar sozinha, a idade e outros
aspectos com viés altamente negativo. Ou ainda está em um subemprego totalmente
infeliz, mas com medo de demitir-se e faltar dinheiro. Têm mais a função de
argumentar as desvantagens da mudança, do que efetivamente enxergar a realidade
ruim em que vive. Com isso a pessoa termina achando-se incapaz de conquistar um
novo amor, que não saberia começar de novo com outra pessoa e termina por ficar
inerte, acreditando que um dia a relação já fracassada pode vir a mudar.
Medo
do desconhecido, não fuja. Se você sofre com qualquer um desses medos, a
solução é não negar ou fugir. Se você foge dele ou o nega, mais forte e
poderoso ele se torna, a ponto de controlar a sua vida. Explore seu medo, tente
entender o que está por trás dele, o que o mantém e pese os prós e contras de
cada escolha. O medo do novo, do não controlável, do que surpreende, que chega
sem ser convidado ou aparece de onde não se espera, o medo do novo e do
desconhecido é uma das grandes dificuldades humanas. A possibilidade do novo
costuma acionar alarmes, provoca angústia, tira o prumo.
O
contato do desconhecido desperta muitas vezes a sensação de estar pressionado
sem saber direito de onde vem essa pressão. Mas pensando com calma, a gente
sabe bem de onde vem, vem de dentro para fora, vem do inconsciente que acaba
por acionar o padrão do medo a qualquer pequeno sinal de algo que possa retirar
o pleno controle de nossas mãos. Os sentimentos reprimidos que acionam o medo
contêm muitas fantasias, histórias, aprendizados, apreensões, que relegamos aos
cantos escondidos da alma.
Quando
encontram espaço em nossa distração, esses conteúdos sobem à tona. E como
estamos distraídos, acabam por tomar conta de nós e de nossas ações. Se for
difícil refletir sozinho, já que o medo pode começar a lhe turvar a visão,
procure ajuda adequada. A força desses arquivos internos está no fato de serem
inacessíveis. Quando são vistos e compreendidos, não precisamos mais cair na
armadilha. E mais que isso, podemos curar as antigas feridas.
O
medo é um sentimento de proteção e alerta diante do perigo. Quando o perigo não
é real, o medo se converte em algo patológico. Ainda assim, continua sendo uma
emoção que nos ensina algo profundo sobre nós mesmos. Se soubermos
identificá-lo, podemos vencer esse medo e conseguir nos conhecer mais
profundamente. O medo é uma reação do nosso corpo e especialmente da nossa
mente diante de uma situação, animal ou pessoa que interpretamos como perigosa
ou desagradável. É um instinto, em princípio, de sobrevivência, já que nos
protege do risco e do perigo.
Mas
muitas vezes ele aparece onde não existe tal perigo, nos fazendo sentir
igualmente esse medo. O medo pode chegar a ser uma reação limitante na nossa
vida diária, já que pode nos bloquear até o ponto de não sermos capazes de
agir. Por outro lado, ele é propenso a ficar ainda maior quando não o expomos à
realidade. Em função das experiências vividas, o medo pode chegar a ser
desenvolvido como uma reação de proteção para evitar que a situação
desagradável que já foi vivida anteriormente não volte a acontecer. Mas medo e
desejo estão atrelados. Como uma das nossas emoções primárias, o medo carrega
uma informação valiosa de nós mesmos e de todas aquelas situações desagradáveis
que vivemos e que não queremos que voltem a acontecer outra vez. Enfrentar e
não evitar.
Conforme
o medo vai aparecendo na nossa vida, tendemos a evitar as situações que tememos
para não voltar a nos sentirmos mal. No entanto, esta não é uma boa decisão, já
que não aprendemos nada enquanto ao estamos evitando. Por isso o medo se torna
cada vez mais forte e mais resistente, fazendo com que seja mais difícil de
eliminar. Ao evitar o medo, estamos apenas alimentando-o. Na nossa mente,
estamos nos tornando cada vez menores diante dele, que cada vez parece contar
com mais armas e pontos por onde nos atacar. Notamos isso não só no nosso grau
de medo, como também no grau que condiciona as nossas vidas. Eliminar o medo é
conhecer a si mesmo. Para vencer o medo,
não existe outro caminho senão enfrentá-lo, superá-lo e conhecer a satisfação
que isso pode nos dar. [...] Freud no seu texto “Recordar repetir e
elaborar” (1914), texto esse em que começa a pensar a questão da compulsão à
repetição, fala do repetir enquanto transferência do passado esquecido dentro
de nós. Agimos o que não pudemos recordar, e agimos tanto mais, quanto maior
for a resistência a recordar, quanto maior for a angústia ou o desprazer que
esse passado recalcado desperta em nós.
Ao
mesmo tempo, enfrentar o medo é bom para descobrirmos algo mais sobre nós
mesmos, ou seja, conhecer através do medo a sua própria origem, seu significado
e a interpretação que fazemos do perigo. Descobriremos em nós mesmos
habilidades e capacidades que não tínhamos, e que agora tornam o medo
desnecessário, já que iremos perceber que contamos com estratégias para
enfrentar a situação temida, provavelmente originada na infância, quando ainda
não tínhamos estratégias para enfrentar a vida. Em muitas ocasiões, por não
termos consciência do nosso próprio crescimento e amadurecimento, sentimos
emoções que correspondem a experiências passadas do período da infância.
No
entanto, nós crescemos com elas e continuamos a interpretar as situações do
presente com o mesmo perigo que interpretávamos quando éramos crianças. Conhecer
a nós mesmos através do medo é termos consciência do que nos bloqueia e limita,
reinterpretando as situações aparentemente perigosas e as transformando na
nossa mente em situações que somos capazes de enfrentar, já que crescemos e
temos agora estratégias para enfrentá-las com sucesso.
Mesmo
com o passar o tempo, mantivemos esse nível de apreensão e alerta, preservando
o sistema de detecção de ameaças. Ele funciona unindo informações sensoriais e
entende qualquer situação potencialmente perigosa ou desconhecida, com base em
memórias do nosso instinto biológico.
Foi
esse instinto que nos manteve vivos por milhões de anos. Porém, na sociedade
atual, transformamos o medo em algo complexo e demasiadamente desafiador. Hoje,
o medo já não é algo ligado à sobrevivência, e sim a questões como ter
relacionamentos bem-sucedidos, ter sucesso na carreira, ser aceito pela família
e pela sociedade, ter status, poder e dinheiro.
A
exposição em ambientes online, em especial às redes sociais, tem potencializado
o medo, principalmente porque todo mundo parece estar tão feliz que não há o
mínimo de espaço para incertezas e frustrações. Ter medo do futuro pode ser
paralisante para algumas pessoas. O medo, na verdade, não é do futuro, mas sim
de errar e não ter o sucesso esperado e projetado. O medo não só do futuro, mas
do presente, bloqueia as emoções, causando bloqueio emocional, causando
transtornos enormes na maioria psicológicos, como ansiedade, depressão e, a
longo prazo, a síndrome do pânico. Tira a visão de futuro, se você não consegue
projetar sua vida no futuro, com certeza vive de imediatismo e tem uma
predisposição maior para esse medo.
Isso
acontece porque você não se planeja, não tem um objetivo ou recursos
estruturados para o que o espera logo à frente. Gera uma falta de metas e
objetivos, você já deve ter ouvido falar que para quem não sabe para onde vai,
qualquer lugar serve ou ainda para quem está desesperado procurando emprego
qualquer emprego serve. É exatamente assim que você vive sem metas e objetivos
de vida. Sem saber para onde vai, acaba vivendo uma vida vazia ou sem saber que
ocupação exercer acaba exercendo funções no subemprego.
Para
vencer o medo do futuro, assume hoje mesmo a responsabilidade sobre a sua vida.
Você é o único responsável pelos seus erros e fracassos, e, por isso, deve
estar preparado para enfrentar os desafios da vida em seus altos e baixos,
erros e acertos. Assim, para vencer o medo do futuro, você deve assumir as
rédeas da sua vida e se preparar para enfrentar seus temores mais íntimos.
Somente dessa forma conseguirá conquistar uma plena realização pessoal e
profissional.
Quando
você escolhe fazer algo em relação ao seu medo, como prevenir, tratar ou até
mesmo enfrentar, você minimiza os sentimentos que ele causa, tornando-o mais
funcional na sua vida, de forma que ele não atrapalhe e sim ajude. Motivos
podem ocasionar conflitos entre si que são: aproximação-afastamento. Quando
sentimos atração e repulsa pelo mesmo objeto temos uma situação de
aproximação-afastamento. Um exemplo seria o de um gerente que tem um
funcionário que vem se destacando na empresa e que por isso aumenta o seu
salário para vê-lo render ainda mais [aproximação] e ao mesmo tempo ele tem
medo que o funcionário ocupe o seu lugar na empresa [afastamento]. Outro
exemplo, um cristão têm desejo de confiar em Deus [aproximação], mas como no
passado sofreu uma série de infortúnios sente medo de confiar novamente em Deus
[afastamento]. Exemplo, um cidadão está desempregado e tem o desejo de
reinserir-se no mercado de trabalho [aproximação], porém como distribuiu vários
currículos para diversas vagas percebe que sua percepção está limitada e sente
medo do desconhecido porque não sabe mais para onde enviar currículos
[afastamento].
Portanto
nos exemplos citados acima, o indivíduo tem uma reação de desejo e uma reação
de medo, o que constata que medo e desejo andam juntos. Ao relacionar o medo do
desconhecido representa que o sujeito teme pelo desconhecido, mas ao mesmo
tempo deseja o que não é conhecido.
Referência
Bibliográfica
FREUD,
A. O ego e os mecanismos de defesa. Rio de Janeiro: Biblioteca Universal
Popular, 1968
FREUD,
S. (1920), "Além do princípio do prazer” In: FREUD. S. Obras completas de
S. Freud. Rio de Janeiro: Imago, 1996, v. XVIII.
FREUD,
S. (1996). Obras completas de S. Freud. Rio de Janeiro: Imago. (1914).
"Recordar, repetir e elaborar ", v. XII
Comentários
Postar um comentário