Ano 2022. Escrito por Ayrton Junior Psicólogo CRP 06/147208
O
presente artigo chama a atenção do leit@r a compreender o comportamento do
psicólogo do desconto, o senso de não urgência do cliente, a auto critica
profissional, a cultura do desconto e ao não perceber esses aspectos no seu
trabalho acaba trabalhando em um ambiente que não faz sentido. Entende-se por
trabalho a atividade exercida pelo homem no ato produtivo [bens e serviços] e é
importante para todo o ser humano uma vez que é a sua fonte de rendimento. E o
ser humano sem trabalho se apercebe ausente de fonte de renda necessitando
buscar por outras fontes. No passado o trabalho era percebido como um trabalho
para a vida toda, como algo seguro e não como transitório. E hoje em pleno
século XXI a concepção de trabalho mudou muito e mais ainda com o advento da
pandemia.
Qual
é o sentido do trabalho para você? Uma contribuição social que faz sentido, o
trabalho deve permitir a união entre o exercício de atividades e suas consequências
sociais. Isto contribui à construção da identidade social e protege a dignidade
pessoal. Esse âmbito do trabalho reconhece o prazer de contribuir para a
sociedade. Qual a diferença entre significado e sentido? Podemos dizer que o
significado expressa com clareza o que algo quer dizer ou representar. O
sentido pode estar relacionado a atenção, ou sensações de origem interna ou
externa. Foram produzidos para nos mostrar o significado, o sentido e a
importância da palavra trabalho.
E
neste caso a autocrítica está relacionada com a capacidade interna que uma
pessoa tem de realizar uma crítica de si mesma, e para si mesma. Ela tem origem
na análise de seus próprios atos, da maneira de agir, dos erros cometidos e
também da possibilidade de realizar uma autocorreção. Esta é a melhor forma de
uma pessoa se aprimorar, além de ser um mecanismo característico do processo de
autoconhecimento. Isso porque é apenas conhecendo a si mesmo que se torna
possível identificar pontos fortes, fracos e potencialidades, possibilitando a
correção dos rumos de sua jornada existencial, aquilo que faz ou pensa.
Desta
maneira, é possível perceber um erro cometido e, a partir dessa percepção, ser
capaz de corrigi-lo. É fundamental aprender com os próprios erros e, a partir
daí, saber mudar e agir. A autocrítica é fundamental para o amadurecimento
pessoal. Todos têm capacidade perceber a si mesmo e analisar seus atos e
consequências, a única diferença é que alguns usam está habilidade com mais
frequência e sinceridade do que os outros. É necessário tomar cuidado,
entretanto, para que a autocrítica não se torne uma maneira de autossabotagem.
A autocrítica deixa de ser saudável quando a pessoa exagera na avaliação que
faz de si mesma, deixando de perceber o lado bom de seus atos. Quando isso
acontece, a pessoa acaba se tornando inimiga de si mesma, destruindo sua autoestima.
[...] Em sua obra “Além do Princípio do Prazer” (1920, p.34), Freud afirma:
a compulsão a repetição também rememora do passado experiências que não incluem
possibilidade alguma de prazer e que nunca, mesmo há longo tempo, trouxeram
satisfação, mesmo para impulsos instintuais que foram reprimidos.
Armadilha
para o sucesso profissional: O excesso de autocrítica pode ser um problema na
vida profissional, pois a pessoa tende a acreditar que nunca fez o suficiente,
passando a se sentir insegura e incapaz de realizar qualquer tarefa. Quem é
exigente demais consigo mesmo acaba anulando suas próprias capacidades,
passando a fugir de responsabilidades por medo de errar. [...] Esse medo
marcará nossa memória, de forma desprazerosa, e será experimentado como desamparo,
“portanto uma situação de perigo é uma situação reconhecida, lembrada e
esperada de desamparo” (Freud, 2006, p.162).
Quem
sofreu muitos ataques à autoestima por conta de bullying, familiares rígidos ou
relacionamento abusivo, por exemplo, costuma ter dificuldade de fazer uma
autoavaliação neutra. Como a sua autopercepção não é positiva, esse indivíduo
possui inclinação natural a enxergar os seus defeitos. Para que a autocrítica
sirva os seus propósitos adequadamente, é preciso ter maturidade.
Quando
iniciamos um trabalho novo, por exemplo, podemos recorrer ao senso de urgência
e à autocrítica para analisar quais comportamentos são ou não compatíveis com o
cargo à medida que nos acostumamos com a rotina profissional. Dessa forma,
melhoramos a nossa performance e temos a oportunidade de desenvolver novas
habilidades. Exemplo, ao iniciar o trabalho de empreendedor em psicologia quais
são as atitudes de senso de urgência compatíveis que o psicólogo necessita ter a
medida que vai atuando como empreendedor.
Nem
sempre as suas percepções sobre os acontecimentos, as pessoas e si mesmo estão
corretas. Se você não possui um senso de urgência e autoestima elevada, é
provável que as suas autoavaliações estejam recheadas de comentários pouco construtivos.
Quando você escolhe ouvir somente autocríticas negativas, enfraquece a sua
própria auto confiança e humor. Já quando decide prestar atenção em sua voz
interior que celebra conquistas e reconhece as suas qualidades, fortalece a sua
autoestima. Consequentemente, tem relacionamentos mais sadios e sucesso no
trabalho.
Ao
estar inserido em uma Bolha Rede social, onde as pessoas não tem o senso de
urgência e quando precisa de um psicólogo pedem desconto, passando a perceber o
profissional na rede social como o psicólogo do desconto. É o sentido de
urgência que faz com que as pessoas resolvam situações ou quando não há o senso
de urgência, seja para as áreas da psicologia, medicina, oftalmologia,
nutricionista e o que você pensar enquanto lê o artigo as queixas são
empurradas para debaixo do tapete.
Trata-se da determinação interna, às vezes
intuitiva, para solucionar problemas. É o sentido de urgência que faz com que
as pessoas resolvam situações. O senso de urgência diferencia aqueles que
conseguem perceber o que precisa ser feito, no sentido de solucionar
eficazmente uma situação, daqueles que são conduzidos pelas circunstâncias,
seja na vida, na saúde física ou emocional ou na carreira. Sem ele, perdem-se
oportunidades, com ele, criam-se. Essa percepção auxilia a identificação de
riscos iminentes.
Por
tanto o senso de urgência é o nome dado ao timing que cada indivíduo tem para
agir, e isso pode incluir desde o pagamento de uma conta de luz até algo
relacionado à sua carreira. As pessoas proativas, por exemplo, possuem um senso
de urgência diferenciado, pois conseguem perceber as demandas antes que alguém
peça algo a elas. Por outro lado, os mais acomodados têm essa percepção um
pouco mais lenta e demoram a tomar atitudes importantes.
Mesmo
que a pandemia tenha acelerado o comportamento busca pela saúde mental, ainda
presenciamos indivíduos em suas zonas de conforto, acomodados em suas
percepções lentas com atitudes de não urgência pelos serviços psicológicos. Mas
existem aqueles que só fazem pesquisa de preço de mercado com a intenção depois
de solicitar desconto do profissional. Observamos as redes sociais como
prateleiras de produtos humanos, onde a cultura do desconto pode ser praticada
de maneira natural.
Se
existe algo que torna o senso de urgência lento são os elementos sabotadores. Sabe
quem são eles? A insegurança, o medo, o comodismo, a falta de autoconfiança e
autoestima, dar ouvidos para pessoas negativas. Curar-se de todos eles podem
ser um grande desafio, mas eu tenho a certeza absoluta de que você tem força
para fazer com que eles parem de te afetar. Por vezes você já deve ter se
encontrado em uma encruzilhada, com várias tarefas para entregar, pouco tempo
para executá-las e sem saber por onde começar. São nessas horas que ter o senso
de urgência bem desenvolvido se torna tão importante, pois ele te ajudará a
pensar nas prioridades, organizar as suas tarefas e conseguir entregar o que
for mais importante antes.
Existe
a cultura na sociedade que é reproduzida pelo ser humano que não precisam
investir em psicologia, em desenvolvimento pessoal, e inconscientemente elas
pensam não tenho dinheiro, mas investem em internet, vícios de álcool e fumo, revistas
de pornografia, viagens em cruzeiros, vestimentas, consumismo de produtos, ou
seja, não estão dispostos a sacrificar os vícios nocivos para cuidar da saúde
mental por tanto dizem para si, na tentativa de negar a realidade através do
mecanismo defesa negação, dizendo não tenho dinheiro, porem se decidirem
renunciar ao vício nocivo como cigarro que custa em média 1 pacote por semana
no valor de $ 80,00 x 4 semanas igual a $ 320,00 seria equivalente a 04 sessões
de psicoterapia. Por tanto é mais fácil dizer que não tem dinheiro para
realizar psicoterapia ou então pedir desconto ao psicólogo. O que leva os
indivíduos a compulsão a repetição da cultura do senso de não urgência, quando
se trata de resolverem seus próprios problemas relacionados a área da saúde
mental. [...] Freud no seu texto “Recordar repetir e elaborar” (1914),
texto esse em que começa a pensar a questão da compulsão à repetição, fala do
repetir enquanto transferência do passado esquecido dentro de nós. Agimos o que
não pudemos recordar, e agimos tanto mais, quanto maior for a resistência a
recordar, quanto maior for a angústia ou o desprazer que esse passado recalcado
desperta em nós.
No
meio evangélico a cultura do desconto também é reproduzida conscientemente e
inconscientemente, por tanto o profissional da saúde é percebido como o
psicólogo cristão do desconto, pois existe a crença de que o profissional por
ser cristão deve acolher no formato gratuito ou ceder descontos baixos nas
sessões. E ainda existe o senso de não urgência quando se trata de psicologia,
pois o divino cura toda e qualquer doença. Mas isto não é verdade. E nas redes
sociais os usuários reproduzem muito o comportamento pedindo desconto ao
psicólogo nas sessões, está pratica está incutida na cultura de precificação,
na intenção consciente de baratear as sessões de psicoterapia e desvalorização
do preço justo.
Compreendo
que dentro de seio familiar não fomos educados ensinados a investir em
psicologia, que se refere à saúde mental, contudo culturalmente fomos educados
para investir em escola, diploma universitário, cursos tecnológicos, religião
cura qualquer doença, ganhar dinheiro, academia e por tanto existe a crença de
que saúde mental não é prioridade e que quando as pessoas estão com queixas
elas conseguem resolver sozinhas seus problemas sem que seja necessário pagar
por um psicólogo. Esta crença disfuncional inconsciente do senso de não urgência
causa interferência no ambiente externo que dificulta até diminuindo a oportunidade
de prospecção de clientes. Esta crença afeta o juízo de valor do cliente nas
questões relacionadas a saúde.
Outro fator é o local, onde está posicionado o
psicólogo, seja, no bairro periferia, no centro da cidade, bairro nobre que
permite desde o valor social ao valor justo. Mas quando o cliente está
posicionado no bairro da periferia o seu olhar para o psicólogo é de psicólogo
do desconto ou gratuito. O psicólogo do desconto conta com a saúde financeira
doentia, e atua para sobreviver e por conta disto não consegue fazer
atualizações, especialização em outros cursos. O medo de cobrar o valor justo
pelos seus serviços, ou ainda na crença de o pouco com Deus é muito o coloca
numa condição de escassez, privação financeira.
Junto
com a pandemia urge a mudança do Setting de acolhimento, onde passa de
consultório presencial para consultório online e com esta configuração urge o
senso de urgência pela procura de profissional nas redes sociais, juntamente
com o senso de urgência pelos descontos em psicoterapia, mas ainda prepondera o
senso de não urgência pela saúde mental. Contudo se o psicólogo se avaliar em
detrimento da sua localidade, seja urbana ou nobre, corre o risco de cometer consigo
mesmo a desvalorização do preço justo, só por habitar num bairro urbano. Quando
psicólogo não faz esta avaliação em si, acaba negando a sua realidade e em
consequência comete falhas pela ausência de observar a realidade atual.
[...] Negação Provavelmente é o mecanismo de defesa mais simples e direto,
pois alguém simplesmente recusa a aceitar a existência de uma situação penosa
demais para ser tolerada. Ex: Um gerente é rebaixado de cargo e se vê obrigado
a prestar os mesmos serviços que exercia outrora.
O
que leva o psicólogo num ato falho do esquecimento dos custos despendidos
durante os 05 anos de psicologia, mais livros, alimentação, deslocamento por
meio do transporte urbano, xerox de materiais, custos com a internet, recarga
em celular e outros. Nesta configuração urbana o psicólogo passa a atender com
preço social/ e ou desconto ou gratuito. Ou seja, a localidade urbana ou nobre
do psicólogo lhe permite cobrar o preço justo pelos seus serviços prestados a
população independente de ser online ou presencial e para ocorrer este fato é
preciso que o psicólogo se aperceba merecedor do valor justo.
É
o senso de urgência ou não urgência do cliente, quem determina a demanda pela
psicoterapia. É lógico que o desconto, o valor social e o gratuito pode ser
revisto em cada caso, mas se aplicado constantemente origina para o psicólogo um
faturamento doentio, por questões de não se aperceber com a síndrome do
salvador.
Referência
Bibliográfica
FREUD,
A. O ego e os mecanismos de defesa. Rio de Janeiro: Biblioteca Universal
Popular, 1968
FREUD,
S. (1920), "Além do princípio do prazer” In: FREUD. S. Obras completas de
S. Freud. Rio de Janeiro: Imago, 1996, v. XVIII.
FREUD,
S. (1996). Obras completas de S. Freud. Rio de Janeiro: Imago. (1914).
"Recordar, repetir e elaborar ", v. XII
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