Ano 2021. Escrito por Ayrton Junior Psicólogo CRP 06/147208
O
presente artigo chama a atenção do leit@r a perceber como está enxergando a sua
vida ao estar inserido na pandemia, ou seja, como está a sua motivação interna/externa
atualmente. Mesmo diante de situações difíceis de conciliar, é importante
promover uma análise e buscar adaptar-se com a melhor solução possível no
momento, que a maioria das vezes não é a esperada e nem a que o indivíduo deseja.
Muitas vezes quando a pessoa se enxerga diante de uma necessidade que foge de
controle, que a pega de surpresa ou parece difícil de solucionar, urge a preocupação,
insatisfação, ansiedade e o sujeito acaba paralisado e incapaz de agir, pensar,
refletir e até compreender.
Porém,
nessa época de pandemia, onde as pessoas passaram a ficar mais tempo em casa do
que no trabalho, aumentou-se a capacidade para os indivíduos experimentarem
sentimentos e emoções dentro de suas casas, lares e até nas organizações,
originadas da insatisfação. Enxergo a pandemia como um meio para trabalhar a Motivação
que é a insatisfação com a necessidade, mesmo com seus aspectos negativos. A
todo momento estamos sendo afetados na nossa motivação. A motivação está em
todos os ambientes, exemplo, organizacional, familiar, comercial,
institucional, igrejas, congresso dentre outros.
Na
teoria do psicólogo Maslow, necessidade designa em psicologia um estado interno
de insatisfação causado pela falta de algum bem necessário ao bem-estar. Em
muitas visões teóricas, a motivação é definida como a junção da vontade com
ações ou comportamentos, com o objetivo de saciar uma necessidade. Como se
explica o comportamento motivacional? O comportamento motivacional é explicado
pelas necessidades humanas, em que o resultado dos estímulos que agem sobre os
indivíduos leva à ação. Para que haja ação ou reação é preciso que um estímulo
seja implementado, resultante do exterior ou proveniente do próprio organismo,
designando-se por ciclo motivacional.
A
não realização do ciclo motivacional dá origem à frustração do indivíduo,
assumindo atitudes como comportamento ilógico ou sem normalidade, agressividade
pela insatisfação contida, nervosismo, insónias, distúrbios digestivos, falta
de interesse pelas tarefas ou objetivos, passividade, pessimismo, resistência
às modificações, insegurança, não colaboração e notamos algumas dessas ações na
pandemia. Pode-se afirmar que enquanto o indivíduo não compensar a sua
motivação intrínseca/extrínseca, não se vai sentir realizado, dando origem à
insatisfação.
O
fato de a necessidade não ser satisfeita não significa que o indivíduo ficará
eternamente frustrado, uma vez que a necessidade será transferida ou compensada
por outra. Daí a motivação ser um estado cíclico e constante na vida pessoal.
No momento em que o indivíduo realiza uma necessidade, surge outra, exigindo
que as pessoas procurem meios para satisfazê-la. Neste ponto começo a descrever
algumas necessidades e você perceberá que todas estão interligadas umas com as
outras, porém o fato de uma delas não estar sendo satisfeita ou trazendo prazer
naquele momento desencadeia sintomas para a necessidade fisiológica.
As
necessidades fisiológicas constituem a sobrevivência do indivíduo,
sendo exemplos a alimentação, o sono, o repouso, o abrigo, processos de
respiração, saciamento de fome e sede, a disponibilidade de abrigo [casa, apto].
Como está a sua necessidade neste momento? Você se sente satisfeito com a sua
necessidade fisiológica, está se alimentando de acordo, seu desempenho sexual
está ótimo, está dormindo bem. Se estiver insatisfeito faça uma avalição para
tentar melhorar. Imagine aquelas pessoas com covid-19 no hospital em Manaus em
que estava comprometido o suprimento de oxigênio para o processo de respiração
com a intenção de manter os pacientes vivos. Se parar para pensar e imaginar que se fosse um ente querido seu, a partir
deste momento a sua motivação estaria sendo afetada só pelo fato de saber que
seu parente poderia falecer pela falta da necessidade fisiológica oxigênio,
provavelmente perderia a noite de sono, se alimentaria mal e por ai vai
Já
no caso da necessidade de segurança constituem a busca de proteção
contra o perigo. A necessidade de segurança engloba mais do que a presença de
um abrigo [casa, apto, edifícios, estabelecimentos comerciais, barracões de
empresas]. Essas necessidades nos indivíduos estão comprometidas por conta da
pandemia.
Confira
alguns exemplos: Estabilidade no emprego a fonte de renda garantida não existe,
mas temos salários reduzidos pelas empresas, férias forçadas para não perder o
emprego naquele momento, mas sim com possibilidade de perder em outro momento
ou não. Mas em contra partida observamos
o desemprego e pessoas que recebem o auxílio emergencial, que faz parte do
programa de políticas públicas do governo que tenta amenizar a linha de
pobreza. Deste modo está necessidade do indivíduo foi afetada de modo abrupto
porque pode levar a perda do imóvel, traz sentimentos de insegurança, medo,
raiva, inquietação. Em consequências as outras necessidades são afetadas
automaticamente sem que a pessoa perceba ou tome consciência do que está
ocorrendo com sua motivação interna/externa.
No
caso a segurança do corpo: algumas pessoas não tem abrigo seguro, não se tem
proteção contra ameaças de doenças epidêmicas, a dengue ou a covid-19 apenas
fazendo uso de máscaras, álcool gel e higienização das mãos. Observamos aqui os
moradores de rua chamados de sem teto. Mas também temos outras situações em que
a segurança do corpo não está em segurança como transporte público lotados,
praias lotadas, onde os banhistas desrespeitam as orientações dos líderes do
governo e órgãos da saúde de ficarem em suas casas. Pense agora como está a
segurança do seu corpo? Está satisfeito com esta segurança?
No
entanto a segurança da saúde, podemos compreender que algumas pessoas não tem
sequer planos de saúde, contam apenas com a rede SUS e a ausência de doenças
como, covid-19 por meio de vacinação está muito longe desta necessidade humana
e necessária para o indivíduo continuar a existir dentro da sociedade moderna
ser satisfeita a todos. O comportamento motivacional, nesta condição está sendo
afetado inconscientemente só pelo fato de o indivíduo não ter um plano de saúde
ou ainda o medo de ter que utilizar a rede pública do SUS para satisfazer a sua
necessidade especifica na área da saúde, pois corre o risco de contrair o
Covid-19 se buscar atendimento para outras doenças que não seja o contagio do
vírus. Medicamentos que não são encontrados em postos de saúde. O ainda não ter
dinheiro para comprar os medicamentos prescritos pelo médico em relação a
qualquer tipo de doença, seja contagiosa ou não. Como se apresenta a sua
motivação neste contexto da saúde? Está com a necessidade satisfeita ou
insatisfeita?
E
quanto a necessidade de pertencimento a grupos: Essas necessidades estão
relacionadas com o senso de pertencimento e intimidade a um local específico.
Evoluímos afinal, de maneira social [quando nos sentimos pertencendo a igreja,
a escola, a grupos de atividades especificas como a empresa, onde você trabalha,
a grupos de interesses em comum como churrasco, aniversários, grupo de terapia
e o que você imaginar agora enquanto lê o artigo], e deste modo existe a identificação
e aceitação perante a seus pares. Em contra partida notamos que as igrejas
migraram para cultos online, escolas para aulas online. Ou seja, saímos do
pertencimento presencial e fomos para o virtual, e está necessidade de
pertencimento não é a mesma, mas uma tentativa de preencher a falta da insatisfação
presencial pela virtual. Ou seja, uma ilusão. Notamos aqui que o mundo mudo, ou
seja, a pandemia trouxe uma mudança obrigatória nas dinâmicas de convívio que
afeta a motivação mundial.
Porém
neste quesito da necessidade de autoestima que abrange a auto apreciação, a
autoconfiança, a necessidade de aprovação social, de respeito, de status,
prestígio e consideração, confiança perante o mundo e as pessoas a
independência e autonomia está hoje comprometida, pois grande maioria de
pessoas não buscam ajuda de um profissional da saúde por diversos motivos, como
falta de poder aquisitivo, preconceito contra as mais diversas classes de
profissionais e outros motivos. Como existe a baixa motivação que é devido a
insatisfação da necessidade, não ser realizada ou até ser adiada, isto acaba
prejudicando a autoestima do sujeito por não ter desenvolvido em si a
paciência, a longanimidade, a temperança.
Agora
na particularidade da necessidade de autorrealização tem a ver com a
necessidade do indivíduo em realizar o seu potencial e auto desenvolver-se. E
hoje devido a pandemia isto tornou-se um desafio, e não são todos que conseguem
alcançar a tão sonhada autorrealização. Você pode hoje dizer a si mesmo, que é
um indivíduo autorrealizado frente os desafios que pandemia lhe trouxe. Se sim,
ótimo, mas se não, procure encarar os desafios de modo natural e continue
perseverando. Compreenda que são crises que o mundo está sofrendo e isto pode
lhe ajudar na sua evolução como indivíduo.
Parece
que a necessidade de aprendizado, motiva ou move o indivíduo na ânsia de aprender,
conhecer e compreender o mundo à sua volta por que a pandemia está alterando os
mais variados seguimentos do mercado de trabalho. Obriga de certo modo as
pessoas a se reinventarem, se posicionarem como seres que não se encontram mais
em estado alienatório, mas se posicionam como seres pensantes e consciente de
suas ações, porque buscam saberes, conhecimentos, informações para poderem
dialogar sobre os mais diversos assuntos com os outros. Como está a sua busca
por conhecimento? Está necessidade ou motivação está sendo satisfeita ou está
interrompida na sua vida? Observamos a busca por conhecimento hoje no modo
Online, onde as universidades, escolas, colégios técnicos, cursos
profissionalizantes migraram para o virtual. E você vai migrar para onde?
Entendo
que a necessidade de satisfação estética corporal das pessoas, ou seja, a
busca pela perfeição, simetria do corpo, a beleza física ficou comprometida na
academia porque algumas academias fecharam. Em consequências os adeptos não
puderam ter suas necessidades em relação a estética satisfeitas e trouxe
frustração, decepção, raiva. Mesmo que estivessem fazendo exercícios dentro de
seus lares com professores online, não é a mesma coisa porque muitos não tem os
equipamentos para realizar os exercícios, e deste modo acabam sendo afetados
quanto a necessidade e motivação de manter o corpo saudável e escultural para
receberem elogios dos parceiros e de outras pessoas. Aqui entra a imagem e
autoestima sendo afetada na baixa motivação. A não ser para aqueles indivíduos que
tem academias dentro de suas casas, para essas celebridades, como jogadores de
futebol, artistas de cinema e novela eles não foram afetados, nesta necessidade
motivacional.
Pode-se
afirmar que enquanto o indivíduo não compensar a sua motivação
intrínseca/extrínseca, não se vai sentir realizado, dando origem à
insatisfação. Uma vez saciada a sua necessidade, surge logo outra no seu lugar
para compensar, dando origem ao ciclo motivacional. Neste sentido, a motivação
tem um efeito bastante positivo sobre as teorias motivacionais. Os indivíduos
estão num processo de desenvolvimento contínuo, e tendem a evoluir ao longo das
necessidades, satisfazendo uma após a outra seguidamente, de forma constante em
busca de autorrealização.
As
complicações cotidianas causam uma dimensão muito maior do que realmente
possuem, sinalizando uma magnificação da situação e podem acarretar angustia, ansiedade
e outros desconfortos na vida pessoal e profissional. A primeira delas é o
ponto de vista apocalíptico [religioso], ou seja, que cria um desejo de que a
vida e o mundo cessem [pandemia], em especial diante de uma dificuldade
considerada insuportável. Ou seja, imagine agora todo ser humano foi inserido
de modo abrupto na pandemia de modo involuntário. Isto representa que a
motivação humana esta afetada pelo coronavírus, pelo isolamento social, pelo
uso de máscaras, pelas regras impostas pelos órgãos da saúde e líderes do
governo e em consequência as necessidades não estão sendo satisfeitas, ou seja,
alguns estão até com falta delas. Recorde agora das necessidades listadas que
você leu no início do artigo. E como você, está se sentindo em relação a sua
motivação ou falta de necessidade? Pare um pouco a leitura e se avalie ou ainda
faça uma avaliação após terminar a leitura do artigo. E descubra como está seu
estado motivacional.
Quando
digo aqui com a insatisfação de algumas necessidades não realizadas, menciono que
na classe baixa o impacto é imensurável e traz sérias patologias. Contudo na classe
abastada o impacto de insatisfação frente a necessidade motivacional será menor
em algumas das necessidades listadas acima. Milhares de desempregados, estão
com as necessidades impossibilitadas de serem realizadas no momento, e por conta disto pode causar o desejo de
morte, entretanto não o desejo de morte eminente, mas a morte da necessidade
que demora a ser preenchida ou está sendo adiada que lhe causa desprazer físico
e emocional.[...] Em sua obra “Além do Princípio do Prazer” (1920,
p.34), Freud afirma: a compulsão a repetição também rememora do passado
experiências que não incluem possibilidade alguma de prazer e que nunca, mesmo
há longo tempo, trouxeram satisfação, mesmo para impulsos instintuais que foram
reprimidos.
A
forma como o indivíduo faz a leitura mental e interpreta uma baixa motivação ou
ainda a insatisfação pela necessidade não estar concretizada é o que o afeta, e
não a circunstância em si, e deste modo, um evento específico pode despertar
pensamentos de algo malsucedido se o indivíduo acreditar que o prejuízo vai
acontecer, ou que ele não será capaz de lidar ou resolver o inconveniente em
questão e isto gera medo, insegurança. [...] Esse medo marcará nossa
memória, de forma desprazerosa, e será experimentado como desamparo, “portanto
uma situação de perigo é uma situação reconhecida, lembrada e esperada de
desamparo” (Freud, 2006, p.162)
Algumas
vezes, não é a baixa motivação em si que promove o sofrimento, mas a forma
distorcida de percebê-la, que pode trazer muito desconforto e limitações. A
intolerância à incerteza/ e ou às insatisfações de necessidades envolvidas causado
pela falta de algum bem necessário ao bem-estar, também são considerados elementos
importantes que podem atuar como sinalizadores. Maximizar a motivação também fomenta
pensamentos de ruminação mais pautados nas ameaças imaginárias e com menos
embasamento nos riscos factuais, sinalizando angustias com a falta de
necessidades. E neste caso a situação pode evoluir para quadros avançados de tensão,
estresse, transtornos de ansiedade e até mesmo transtornos de humor depressivo.
[...] “A angústia é, dentre todos os sentimentos e modos da existência
humana, aquele que pode reconduzir o homem ao encontro de sua totalidade como
ser e juntar os pedaços a que é reduzido pela imersão na monotonia e na
indiferenciação da vida cotidiana. A angústia faria o homem elevar-se da
traição cometida contra si mesmo, quando se deixa dominar pelas mesquinharias
do dia-a-dia, até o autoconhecimento em sua dimensão mais profunda” (CHAUÍ,
1996 p.8-9).
O
comportamento motivacional somente é considerado fora da norma, se não for
funcional ao contexto em que está inserido. É importante também questionar as
evidências se de fato a objeção não poderá ser resolvido de alguma forma.
Geralmente, as pessoas se angustiam com necessidades em que elas não têm necessariamente
algum poder de mudança ou influência. Exemplo, o momento de saída da situação
de pandemia, a saída da ociosidade involuntária chamada desemprego, não pode ir
a academia fazer exercícios físicos, não poder estar congregando com os irmãos
num culto, a tomada de um medicamento prescrito pelo médico que é necessário,
entretanto acaba sendo percebido como uma insatisfação e por aí vai e passam a adotar
atitudes disfuncionais. E, na verdade, quando não se tem a possibilidade de uma
ação concreta sobre um incômodo, a motivação humana é afetada. Também é
importante refletir quais seriam as possíveis ações a serem tomadas e quais os
recursos a pessoa teria para resolver o sufoco.
Uma
questão importante que a pessoa, pode se fazer ao refletir sobre a baixa motivação
é, 1. Quais dos meus pensamentos me ajudam e quais me atrapalham na resolução
dessa necessidade ainda não concretizada? 2. Se a pessoa tende a exagerar a baixa
motivação, será possível encontrar uma lista grande de pensamentos que costumam
não a ajudar. E diante disto o sujeito está vivenciando a
compulsão a repetição do baixo ciclo motivacional. [...] Freud no seu
texto “Recordar repetir e elaborar” (1914), texto esse em que começa a pensar a
questão da compulsão à repetição, fala do repetir enquanto transferência do
passado esquecido dentro de nós. Agimos o que não pudemos recordar, e agimos
tanto mais, quanto maior for a resistência a recordar, quanto maior for a
angústia ou o desprazer que esse passado recalcado desperta em nós.
Não
adianta entrar em modo culpa [consciente ou inconsciente] por estar com as
necessidades insatisfeitas ou não supridas, isso não resolve. Às vezes o que
acontece, é que o indivíduo pensa que está sozinho na situação, e as vezes está
mesmo sozinho e até pensa que ninguém mais passa por isso. Tenha certeza que
muitas pessoas passam pelo mesmo, e muitos buscam ajuda, compartilham
depoimentos e talvez acabe tendo uma luz escutando histórias semelhantes. Na verdade, o sujeito pode se preocupar sim.
Porém de maneira eficaz produtiva.
Vamos
refletir um pouco. A primeira coisa a fazer é identificar qual é a sua maior necessidade
dentre as que listei acima no artigo, qual o contexto mais profundo existente
nela, e que desperta seus medos, insegurança e incertezas e aponte algo que
possa ser feito a respeito. Defina qual a probabilidade da sua necessidade
acontecer, quais hipóteses e saídas podem encontrar para a situação. O que de
pior pode acontecer? – seria algo superável? Verifique se tem muitos
pensamentos limitantes que lhe impedem de encontrar a solução, e se são
exagerados ou muito negativos. Exemplo, se algum amigo estivesse passando pela
mesma situação e lhe pedisse orientação com um conselho, o que você
recomendaria? O importante é sempre ter este diálogo interno, se possível
escrever, definir novas metas, colocar a vicissitude ou a necessidade específica
em discussão.
É
preciso mudar o padrão na forma de pensar, realizar debates internos. Muitas
vezes as soluções são bem claras, mas a pessoa não consegue perceber, pois fica
no modo ansioso, alienado ou até agindo como autômato. Vamos entender a falta
de necessidade, ou seja, ela permite que a pessoa busque uma solução, exercendo
algum tipo de controle sobre a situação. Entenda uma coisa, não podemos ter o
controle de tudo e nos preocuparmos sobre algo que não temos controle só aumenta
a ansiedade, tristeza e frustração, além disso, é uma energia mental inútil.
É
viável adotar uma postura mais adaptativa frente ao aperto, a pandemia e checar
se este é passível de resolução, coletar informações relevantes, comparar prós
e contras dos diferentes tipos de solução, reformulação de crenças, bem como o
aprendizado de novas habilidades de enfrentamento. Contudo para se conseguir
conciliar uma mudança de olhar ou de perspectiva, quando uma pessoa acredita
estar sem possibilidade de ter sua necessidade satisfeita, ou ainda que o seu
futuro parece sem esperança, não consegue dormir a noite ou fadado de
desastres, ela precisa treinar a flexibilidade cognitiva, considerando a
possiblidade de outros cenários, outras necessidades.
De
acordo com o psicólogo, a ideia não é desenvolver uma percepção otimista, mas
uma avaliação justa e realista e que as pessoas exercitem a sua inventividade
para construir respostas alternativas ao seu modo de pensar ou mesmo para lidar
com os percalços considerando múltiplas formas de interpretar a baixa motivação
ou insatisfação perante a necessidade específica adiada ou não realizada. O
indivíduo pode aprender a apoiar a si mesmo avaliando as suas necessidades, a sua
motivação na forma de pensar, sentir e comportar-se, entre outras que podem ser
aprendidas na psicoterapia. Mas você pode também extrair lições citadas neste
artigo e colocar em prática.
Notamos
que o mundo está diferente, não tem mais, como ser como antes da pandemia e se
alguém ainda tenta manter o status quo de 2019 não aceitou essa realidade,
porque a vida já mudou.
Referência Bibliográfica
CHAUÍ,
MARILENA. HEIDEGGER, vida e obra. In: Prefácio. Os Pensadores. São Paulo: Nova
Cultural, 1996.
FREUD,
S. (1920), "Além do princípio do prazer” In: FREUD. S. Obras completas de
S. Freud. Rio de Janeiro: Imago, 1996, v. XVIII.
FREUD,
S. (1996). Obras completas de S. Freud. Rio de Janeiro: Imago. (1914).
"Recordar, repetir e elaborar ", v. XII
FREUD, A.
O ego e os mecanismos de defesa. Rio de Janeiro: Biblioteca Universal
Popular,
1968
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