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O Encontro Com A Psicologia Social

 Ano 2023. Escrito por Ayrton Junior Psicólogo CRP 06/147208

O presente artigo instiga a atenção do leitor a repensar de que modo chegou a eleger a abordagem em psicologia ou foi escolhido pela abordagem que atua no momento e se já contextualizou a sua abordagem no campo enquanto pratica a mesma. Espero que você caro psicólogo que lê o artigo não tenha sido preciso construir esse caminho ao qual foi construído por mim afim de aprimorar os saberes contextualizando em outros ambientes de trabalho, ou seja, fora do campo da psicologia. Mas, que tenha sido privilegiado em poder contextualizar seus saberes dentro do campo a qual foi elegido pela abordagem que exerce.

Por conta de a formação acadêmica do psicólogo ainda ser, muitas vezes, norteada na clínica, o profissional que está escrevendo, se enxerga surpreso ao ser designado para atuar no supermercado na função de operador de caixa na equipe de colaboradores formando um grupo no processo grupal.

Um grupo como sendo uma unidade que se dá quando os indivíduos interagem entre si e compartilham normas e objetivos. Um exemplo pode ser o grupo familiar, poder esportivo de futebol, pode ser de torcida organizada, pode ser uma equipe de colaboradores de caixa, poder ser de psicólogos, pode ser de médicos, pode ser de karate/ e ou judô, pode ser de amigos e o que você pensar agora.

Nos grupos, os sujeitos humanos se reconhecem como participantes de uma sociedade, inseridos em uma teia de relações e papéis sociais, através das quais constroem suas vidas. Porém este sujeito operador de caixa não se reconhece fazendo parte deste grupo familiar colaboradores que desempenham a função e por tanto sua relação social e papel social é limitado apenas a atuação de operar um caixa registrando mercadorias comestíveis. Entretanto, mesmo tendo objetivos em comum que é apenas ser recompensado pelo exercício através da moeda de papel, os participantes do grupo continuam tendo a sua individualidade.

Isso significa que o consenso no grupo é sempre fruto de acordos que vão mudando ao longo do tempo, e também que conflitos e divergências fazem parte da vida do grupo, precisando apenas ser trabalhados para se chegar à construção do consenso. Quais foram a motivação e desejo que os membros buscaram realizar através do seu pertencimento a esse grupo de colaboradores de caixa, como por exemplo, o desejo de ter segurança, reconhecimento, afeto, novas experiências, comparar suas experiências, pensar os seus problemas, resolver questões, entre tantos outros.

Em um grupo, o processo de interação humana demanda que cada um dos membros opere de determinada forma sofrendo influencias da situação momentânea, dinâmica do grupo, personalidade individual do participante e espaço temporal em que se contextualiza a interação. Em atividades de grupo, os membros tendem a um constante movimento de criar e desempenhar papéis, como operador de caixa registrador de itens alimentícios individualizando seu modo de participar em determinado processo grupal.

O papel desempenhado, que é uma forma de expressão, não é estático ou fixo, mas, pode ser substituído por outro no decorrer do grupo. Sabe-se que o ser humano é um ser social e sociável, um ser de relações, estamos constantemente nos relacionando com outras pessoas, assim a nossa vida é sempre marcada pela vida em grupo, até mesmo os nossos pensamentos fazem referência aos outros, a um determinado grupo.

Logo ao nascermos nos deparamos com o nosso primeiro grupo, a família, logo mais vem o grupo escola, o grupo de amigos, de trabalho e muitos outros. Cada grupo tem suas regras, suas adesões e aquele indivíduo que pretende aderir a ele deve aceita-las e cumpri-las. Os primeiros estudos sobre grupo foram realizados no final do século XIX por Gustav Le Bom autor de Psicologia das Massas.

Para ele o indivíduo que se agrupa a uma multidão fica maleável, sendo extremamente influenciado por uma alma coletiva, perdendo suas próprias características e apresentando qualidades medíocres regidas pelo inconsciente. Chegou a assimilar todo fenômeno de grupo a um fenômeno hipnótico, considerando que as massas estão envolvidas, dominadas e manipuladas pelas elites.

Ele explicita o conceito dinâmica como um conjunto de forças sociais, intelectuais e morais que produzem uma atividade e mudanças em esferas especificas. Segundo Lewin, a dinâmica de grupo é o estudo das forças que agem no seio dos grupos, suas origens, consequências e condições modificadoras do comportamento do grupo.

Para ele a função do grupo é definir papeis e a história considerada é a da aprendizagem. Além da dinâmica de grupos Lewin criou a Teoria de Campo onde acreditava que o comportamento é influenciado pelas cognições que tem do meio, da realidade em que nos situamos.

Assim o homem é um produto do meio, e alguns objetos, pessoas ou situações podem adquirir valência do ambiente. Essa valência pode ser positiva quando satisfaz as necessidades do indivíduo e negativa quando podem ocasionar algum prejuízo.

Papéis representados em um processo grupal Conforme Zimerman (1993), de uma forma generalizada, os papéis comumente desempenhados em grupos são: O bode expiatório, é o membro que o grupo elege para descarregar suas dificuldades e deficiências. É uma espécie de bobo da corte culpado por todas as desgraças e acontecimentos inconvenientes que ocorrem no grupo. Ao culpar o outro o grupo, alivia suas próprias deficiências e tensões.

Podem ocorrer situações, inclusive, que o grupo chega ao ponto de expulsar o membro ou o membro se desmotiva a ponto de iniciar inconscientemente a demissão silenciosa e provoca conflitos no grupo. O psicólogo no cargo de operador de caixa nota que alguns membros do grupo tentam denegrir a imagem do operador por ser um membro novo no grupo e desprovido de experiência na ocupação ao identificar comportamentos que julgam disfuncionais e contribuem para alguns membros se sentirem ofendidos e sobrecarregados.

Mas, esses integrantes se esquecem por intermédio do ato falho que já reproduziram comportamentos semelhante e levaram outros a sobrecarga. E em reunião com a liderança responsabilizam e culpam o operador sem mencionar o nome, mas deixam nítido que se faz presente na sala o operador. Neste caso o colaborador que acusa o operador de causar sobrecarga nele, usa a atitude disfuncional do psicólogo travestido de operador para aliviar a raiva e suas imperfeições, assim não se responsabiliza pelo ato de alterar seus comportamentos.

Olha que bacana, o psicólogo não desvelado ao outro não apenas exerce um trabalho comum do senso comum, mas aprimora seus saberes, sua percepção, por intermédio da psicologia do cotidiano através da observação e senso crítico de julgamento e ainda pode contextualizar o processo grupal na experiência e vivência.

Isto é mais do que realizar um trabalho, é interpretar uma representação de um papel social dentro do grupo. Na bíblia no livro de Provérbios 14:23 - Em todo trabalho há proveito, mas ficar só em palavras leva à pobreza. Por tanto este profissional oculto da psicologia interpretando a função de operador de caixa tem experiência e vivência da realidade que não pode ser demostrada e lida através de um simples currículo vitae.

Uma vez que os integrantes não conhecem outro meio de aliviar a sua tensão de modo correto que seria prontificar a fazer sessões de psicoterapia e cuidar da saúde mental, elegem um bode expiatório o operador de caixa recém contratado de meia-idade.

Esses membros tem atitudes preconceituosas contra pessoas que não nunca exerceram a ocupação de operador de caixa, como é o caso deste sujeito de meia idade que tem a formação técnico em mecânica, teologia e psicologia. Este ambiente organizacional agrega apenas indivíduos com formação de ensino médio e por tanto o sujeito de meia-idade dotado de outras formações não pode expor suas formações acadêmicas além da formação técnica a fim de que sua imagem não seja tão dessemelhante dos demais ao seu redor. Pois, isto causaria conflitos internos entre integrantes e liderança, sendo motivo de ações preconceituosas.

Aqui descreve a representação de outros papéis representados pelos integrantes do grupo que não sabem que exercem esses personagens na vida real. Além do bode expiatório mencionado no parágrafo acima. Descreve então o porta voz no qual um membro do grupo que levanta questões ou dúvidas que é do interesse comum, antecipa situações e desejos latentes dos demais participantes.

O radar, onde o radar é o membro do grupo que capta os primeiros sinais sutis de tensão ou ansiedade que começam a surgir no grupo. O instigador, este é o membro do grupo que perturba o clima grupal elaborando e estabelecendo uma rede de intrigas entre os membros provocando a divisão do grupo manifestando e instigando os demais participantes a manifestar sua insatisfação. O dito fofoqueiro.

O indutor de coalizões, onde o membro que assume para si a tarefa de dissolver conflitos e disputas atenuando as divergências e promovendo consensos. O atuador pelos demais, este é o membro que atua ou executa tarefas que não são permitidas. Os demais membros, nesse caso, expressam uma ambivalência de sentimentos; ao mesmo tempo em que criticam, divertem-se com prazer perante a situação.

O moralista; é o membro que assume uma postura zelosa da moral e dos bons costumes geralmente este papel fica a cargo da pessoa que está facilitando o grupo. O sabotador, onde o participante que tem atitudes que buscam aliviar a tensão oportunizando ao grupo a fuga e o não enfrentamento das dificuldades, consequentemente, o grupo não alcança os objetivos propostos. É um obstáculo para a o cumprimento das tarefas.

Houve um operador que renunciou ao cargo de fiscal de caixa, por se autossabotar dando ouvido a participantes do grupo que lhe impuseram sobrecarga dizendo que não tem capacidade para o exercício da função encaminhando o candidato a não se defrontar com as contrariedades oriundas dos outros por causa de sua baixa autoestima e autoconfiança.

Podendo constatar a falta de resiliência e tolerância a frustração neste candidato e a preocupação com o que as pessoas pensam a seu respeito. Não tem como saber se houve falta de estimulo ou não da liderança para que este candidato não renunciasse a vaga. Ou ainda é provável também a renuncia por motivos pessoais, de horário, de sobrecarga de atribuições e outros.

Observo a falta de um plano de contingência para ensinar os colaboradores a defrontar-se com as emoções oriundas do ambiente. Isto é, um treinamento para desenvolver soft skills para desempenhar função de modo adequado. Ou melhor dizendo, não há um profissional capacitado para realizar este tipo de treinamento motivacional na organização.

E também o sabotador é capaz de atuar de modo oculto provocando quebra de caixa quando o operador vai fazer horário de refeição sendo substituído por outro colaborador, que na maioria das vezes não tem intenção de estar substituindo o outro na operação e por isso inconscientemente é capaz de autossabotar o caixa do outro redirecionando o operador que está em horário de refeição ao voltar e assumir o posto ser prejudicado no final da operação, onde se realiza o fechamento e contagem das cédulas em dinheiro e moedas com prejuízos monetários e se responsabilizar pelo ato oculto do outro como se tivesse cometido a falha grosseira e grave.

E este comportamento é constatado com frequência pelo psicólogo oculto, porque isto acontece no seu caixa quase que todas as vezes em que foi substituído para cumprir o horário de refeição, mas infelizmente não tem como provar a falha do colaborador substituto.

A intenção de causar dolo, isto é, a atitude conscientemente tomada no sentido de se vir a cometer uma infração ou ato criminoso de subtração em dinheiro do caixa ao outro que é deslocada através do mecanismo de defesa raiva, onde a raiva é direcionada a fim de prejudicar o colega por meio de dano monetário e redirecionando a ser marcado pela liderança como profissional que comete falhas na hora de dar troco ao cliente.

É um ambiente carregado de mulheres que operam o caixa e podem não expressar identificação através do mecanismo de defesa identificação com o operador masculino de meia-idade. Sinaliza uma perseguição não desvelada, onde o personagem mal intencionado está sempre encoberto e protegido pela liderança ou em posição de líder, podendo ser de um colaborador até uma fiscal de caixa.

Esta é uma forma silenciosa de machucar, castigar silenciosamente o outro sem assumir a responsabilidade pelo ato. Resumindo o outro vem defecar na sua operação e você é o responsável pelas fezes que deixou ali no lugar. Estes comportamentos observados e constatados pelo psicólogo oculto servem de diretriz para renunciar ao cargo o mais rápido possível, por se tratar de um ambiente, onde há aplicação da punição injustamente na intencionalidade de provocar a desmotivação no operador de caixa que sofreu dolo.

Está interpretação só é possível ser feita pelo psicólogo que dispõe o processo grupal a seu favor e usa o distanciamento psicológico para observar o grupo ao qual está inserido no ambiente organizacional. Nenhum outro profissional terá a capacidade de realizar essa avalição grupal a não ser uma pessoa com saberes de psicologia.

O líder, este surge entre os membros do grupo de forma espontânea e é seguido pelos demais membros. Essa postura de liderança caminha por dois vieses; a liderança positiva que motiva e constrói ou a liderança negativa em que prevalece o egoísmo e a desestruturação do grupo. O líder atua como pai, onde o pai manda e o filho obedece na hierarquia paternalista autoritária.

Partindo de uma análise qual papel citado acima, está exercendo de modo inconsciente este psicólogo/teólogo travestido de operador de caixa neste ambiente organizacional, uma vez que ainda pode não ter se dado conta por estar num processo inconsciente de alienação provocada pelo ambiente.

Se faz necessário estar consciente ou que despertou demovendo-se da alienação do senso comum para depreender de modo intelectual e usar o distanciamento psicológico para observar qual papel está desempenhando inconsciente no ambiente organizacional supermercado. O operador de caixa foi elegido pelo grupo no papel de bode expiatório, como depreendido no parágrafo acima e constata que há um sabotador oculto perseguindo-o a fim de causar dolo financeiro no salário.

Freud também se preocupou em estudar a questão dos grupos a partir das ideias de Le Bon. Em seu livro “A Psicologia das Massas e a análise do Eu” (1973), ele propõe que as massas também não podem ser pensadas como tendo uma forma única. Existiriam, então, as multidões efêmeras e as mais duradouras; as homogêneas, formadas por indivíduos semelhantes, e as não homogêneas; as primitivas e aquelas que possuem um alto grau de organização, que ele chama “massas artificiais”.

Hoje, conhecemos esses grupamentos organizados e estruturados como “instituições”, como veremos a seguir. Para Freud, não haveria uma mente grupal ou um “psiquismo coletivo”, como propunha Le Bon. Todos os comportamentos individuais dentro de uma multidão poderiam ser compreendidos a partir do psiquismo dos indivíduos, na medida em que os processos mentais se articulam desde cedo com a dimensão social da existência.

As vinculações se dariam em dois eixos, um vertical, no qual os indivíduos se ligariam aos líderes, que encarnariam a figura primordial do chefe da tribo; e um eixo horizontal, no qual haveria uma ligação dos membros uns com os outros, de modo que os indivíduos imersos em uma multidão se sentiriam mais desenvoltos para assumir riscos.

Tomemos como exemplo a rotina do nosso trabalho. Saímos de casa em uma determinada hora e vamos a um ponto de ônibus. Sabemos que este passará em uma certa hora que nos permitirá estar no trabalho na hora precisa. Para que isso aconteça, ou seja, para que nós tenhamos a tranquilidade de esperar o ônibus sabendo que ele virá, foram necessários alguns acertos e combinações que, no caso, ocorreram sem que nós precisássemos intervir.

Chegando ao trabalho, esperamos encontrar a porta aberta e o espaço organizado para que iniciemos nossas tarefas. Sabemos também que vamos encontrar os nossos colegas. Todos esses eventos acontecem a partir desses acertos implícitos, dessa regularidade, dessas normas, os quais nos permitem conviver em grupo. A isso chamamos institucionalização, ou seja, o estabelecimento de regularidades comportamentais que possibilitam o viver coletivo.

A institucionalização começa como um processo em que as pessoas vão, aos poucos, descobrindo qual a melhor forma, a mais rápida, a mais econômica, de desempenhar suas tarefas. Quando essa forma se repete muitas vezes, torna-se um hábito, por meio da compulsão a repetição. Com o passar do tempo, com a transferência desse hábito para as gerações seguintes, começa a haver uma tradição que não exige mais questionamentos e, então, impõe-se por ser uma herança dos antepassados, podemos chamar de transgeracionalidade. [...] Freud no seu texto “Recordar repetir e elaborar” (1914), texto esse em que começa a pensar a questão da compulsão à repetição, fala do repetir enquanto transferência do passado esquecido dentro de nós. Agimos o que não pudemos recordar, e agimos tanto mais, quanto maior for a resistência a recordar, quanto maior for a angústia ou o desprazer que esse passado recalcado desperta em nós.

Depois de muitas gerações, passamos a não nos dar conta do por que continuamos a fazer daquela forma, perdemos a referência de que a herdamos de nossos antepassados. Nesse momento, dizemos que a regra social foi institucionalizada. A instituição é, pois, “um valor ou regra social reproduzida no cotidiano com estatuto de verdade, que serve como guia básico de comportamento e padrão ético para as pessoas em geral [...] é o que mais se reproduz e o que menos se percebe nas relações sociais” (BOCK, 1999, p. 217).

A organização pode ser complexa, como as empresas, ou mais simples, como um pequeno estabelecimento, uma entidade não governamental. De todas as maneiras, é onde vão se manter e reproduzir as instituições sociais, ou seja, é na organização que vamos dar vida ao conjunto de regras que estabelecemos para a convivência em grupo. Assim, tanto as instituições quanto as organizações somente existem em função de um conjunto de pessoas que reproduzem e, às vezes, reformulam as regras e os valores: o grupo.

Os grupos podem ser classificados como primários ou secundários. Os grupos primários são aqueles constituídos para a satisfação das necessidades básicas da pessoa e a formação de sua identidade. Caracterizam-se por fortes vínculos afetivos interpessoais e uma hierarquização de poder.

Um exemplo pode ser o grupo familiar, um grupo de profissionais da psicologia. Neste caso, o indivíduo é um psicólogo formado que exerce a psicologia e tem a identidade de psicólogo, contudo ocultamente está desempenhando a ocupação na identidade profissional de operador de caixa, pois tem como necessidade trabalhar para obter o sustento financeiro, onde seus interesses destoam das necessidades do grupo no qual está inserido. As necessidades primárias deste psicólogo estão reprimidas no inconsciente e não podem ser descortinadas para os colaboradores e nem liderança para não entrar em conflitos internos desnecessários no ambiente organizacional.

Os grupos secundários são aqueles constituídos para a satisfação das necessidades sistêmicas ou de interesses de grandes grupos e classes. Sua identidade é construída pelo papel social que o indivíduo desempenha e o poder está centrado na capacidade e na ocupação social dos seus membros. Um exemplo de grupo funcional pode ser o grêmio estudantil ou os conselhos de classe de uma escola.

O psiquiatra suíço-argentino Pichon Rivière (1907-1977) foi também um estudioso dos grupos. Ele desenvolveu uma nova abordagem, que resultou nos chamados grupos operativos. Para ele, o grupo é um conjunto restrito de pessoas, que, ligadas por constantes de tempo e espaço e articuladas por sua mútua representação interna, propõe se, explícita ou implicitamente, a uma tarefa, que constitui sua finalidade.

No entanto, não basta que haja um objetivo comum ou que tenha como finalidade uma tarefa, é preciso que essas pessoas façam parte de uma estrutura dinâmica chamada vínculo e neste caso o psicólogo travestido de operador de caixa não expressa vínculo de pertencimento para com o grupo de colaboradores. Por exemplo, as pessoas que estão em uma sala de espera de um cinema estão reunidas no mesmo espaço durante o mesmo tempo, com o mesmo objetivo, mas não se constituem em um grupo.

Imagine o psicólogo trabalhando como operador de caixa, ele está inserido no grupo de colaboradores na instituição executando a mesma função que todos ali presente, reunido no mesmo espaço, durante o mesmo horário de trabalho, com o mesmo objetivo de registrar itens e evitar quebra de caixa tempo, porém não se constitui pertencendo ao grupo por ter a identidade já formada e estabelecida de psicólogo. Compreende que está na função temporariamente exercendo a identidade mascara social de operador de caixa para sobreviver na sociedade.

 Há a necessidade de se vincularem e interagirem na busca de um objetivo comum, por isso, os princípios organizadores do grupo são o vínculo e a tarefa. A teoria do vínculo, portanto, parte do pressuposto de que o homem se revela e se estrutura por meio da ação, ou seja, do desempenho de papéis e do estabelecimento de vínculos.

Para Pichon Rivière, vínculo é “[...] a maneira particular pela qual cada indivíduo se relaciona com outro ou outros, criando uma estrutura particular a cada caso e a cada momento” (PICHÓN-RIVIÉRE, 1998, p. 3). É, assim, uma estrutura dinâmica, movida por motivações psicológicas, que rege todas as relações humanas.

Ao estar inserido no processo grupal da organização que vende alimentos fica chocado quando descortina de modo consciente que não pode clinicar na instituição ou atuar em outro campo da psicologia como institucional, organizacional ou social e ainda corre o risco de perder os clientes na clínica particular por causa do horário de trabalho na empresa, que inviabiliza atender clientes tanto presencial como online no decorrer da semana, dificultando acolhimentos em projetos voluntários.

Ou melhor, todo seu saber está engavetado ou ainda só pode ser registrado em artigos para outros leitores lerem que tem a curiosidade epistemológica e não apenas a curiosidade ingênua que em determinado momento para nada serve.

De maneira bem simples, o psicólogo organizacional tem foco na saúde do trabalhador, enquanto o psicólogo institucional tem foco na saúde e equilíbrio da instituição. O psicólogo rememora enquanto escreve que o professor da disciplina psicologia social mencionou em sala de aula que o psicólogo deve ter a percepção da psicologia social no momento de clinicar, ou melhor que independente da abordagem elegida pelo psicólogo o olhar deve estar associado a psicologia social para analisar o paciente.

E que as vezes a abordagem psicológica é quem escolhe o profissional e não o profissional a que elege. É possível depreender que o psicólogo acionou por um tempo a compulsão a repetição da perseguição da vaga de psicólogo social. E que devido a frustração da desclassificação no último processo seletivo o redirecionou a desistir de perseguir pela prática de psicólogo social.

E por meio do epochê na fenomenologia pode observar o fenômeno desclassificação nos processos seletivos como se mostra. Ou em outros termos, Epoché” deriva do grego antigo e significa “paragem”, “interrupção” ou “suspensão de juízo”. Segundo Husserl, “Epoché” significa a suspensão do mundo, como que parado no tempo, embora com todas as suas características presentes e, por isso, passíveis de serem analisadas “de fora”, por um observador exterior.

Para a fenomenologia, a epoché é a abstenção do pensamento ante a constância do “espetáculo do mundo”, ela é definida na Krisis-Schrift como uma “distância em relação às validações naturais ingênuas” (Husserl, 1989, Suspensão do juízo, também conhecida pelo termo grego epoché ou epokhé (εποχη), que significa 'colocar entre parênteses', é a atitude de não aceitar nem negar uma determinada proposição [situação pontual, circunstância] ou juízo. Opõe-se ao dogmatismo, em que se aceita uma proposição, suspendendo o termo.

A redução fenomenológica requer a suspensão das atitudes, crenças, teorias, e colocar em suspenso o conhecimento das coisas do mundo exterior a fim de concentrar-se a pessoa exclusivamente na experiência em foco, porque esta é a realidade para ela.

Husserl queria dizer é que os fenômenos são manifestações que só possuem sentido quando interpretados pela consciência. Como, no caso o fenômeno desclassificação em vários processos seletivos a vaga de psicólogo social. Sendo assim, a consciência de algo varia de acordo com o contexto no qual ela está inserida. Cabe ao psicólogo interpretar os fenômenos, única e exclusivamente, tal qual eles aparecem.

E neste momento o fenômeno desclassificação que se mostra na realidade do psicólogo que se candidata a vaga de psicólogo social. Compreende que, onde há desclassificação, existe a classificação. E que para um candidato ser classificado, outro precisa ser desclassificado.

Digo, numa instituição de porte médio que oferta uma vaga de psicólogo social a procura pela vaga será de aproximadamente de 30 candidatos concorrendo vaga. Por isso, aquele que tem o perfil mais próximo exigido pela instituição será classificado e o restante desclassificado naquele momento.

Não significa que em outro momento aquele candidato desclassificado não possa ser classificado, pois as exigências da instituição em relação ao perfil do candidato podem se tornar mais amena surgindo uma oportunidade de classificação entre os candidatos novamente.

Portanto, por traz da desclassificação está a classificação, mas o indivíduo permanece olhando apenas para o fenômeno desclassificação esquecendo de observar por meio do mecanismo defesa ato falho que existe uma possibilidade, como se mostra realmente o fenômeno desclassificação-classificação.

Como o sujeito sofreu a frustração da desclassificação, o medo o impede de ver-se classificado em outro tempo oportuno e por isso o mecanismo de defesa ato falho o encaminha ao esquecimento da classificação a fim de não se defrontar com a angustia. [...] Esse medo marcará nossa memória, de forma desprazerosa, e será experimentado como desamparo, “portanto uma situação de perigo é uma situação reconhecida, lembrada e esperada de desamparo” (Freud, 2006, p.162).

Podemos depreender intelectualmente pela consciência que para um sujeito ser classificado outros precisam ser desclassificados. Assim ocorre esse fenômeno no namoro, onde a sua esposa desclassificou outros homens para que você fosse escolhido classificado como esposo. No fenômeno comprar um carro acontece o mesmo, digo, você escolhe o Ranger Rouver e desclassifica os outros automóveis. Mas, ainda assim existe a possibilidade de você classificar os outros modelos em outro momento.

Outro exemplo, é o fenômeno notas baixa que o psicólogo que escreve o artigo não conseguiu compreender na disciplina ao passar pelo processo de DPs em todas as disciplinas dadas por professor ao qual não vai citar o nome, na época que concluía o curso de psicologia. Contudo, hoje é possível compreender o epochê que se clarificou, pois, o mesmo depositou a atenção seletiva apenas na didática do professor a qual considerou péssima em sala de aula.

Mas, no momento em que passou a estudar sozinho e aplicou a sua didática e fez as provas online, conseguiu demover-se do fenômeno notas baixa que se mostrou com é de fato. Neste caso o aluno naquele momento se eximiu do julgamento sobre a má didática do professor, se eximiu de suas crenças e passou a acreditar em si que era possível eliminar as DPs, suspendeu o juízo realizando inconsciente a redução fenomenológica, onde constatou a classificação de notas acima da média na prova online. Mas hoje ao escrever o artigo escreve com clareza e consciente o epochê.

Apreenda que, onde existe a possibilidade da falta de compreensão que leva a notas baixa, existe a possibilidade de compreensão que direciona a notas altas, acima da média exigida em sala de aula no trimestre.

Entretanto, o desejo e vontade torna-se latente novamente que não se manifesta exteriormente, porém internamente ao deslocar-se todos os dias para o trabalho. Que passa a observar a instituição, os colaboradores e o profissional da saúde oculto ali inserido com um todo num processo da Gestalt, onde as partes formam o todo.

E se recorda que em todas as instituições físicas de sua cidade natal já redirecionou currículo, por tanto na forma como enxerga, tem a crença que não existe mais nenhuma instituição a qual possa se candidatar a vaga. Ou somente um milagre!

Deste modo o psicólogo se recorda que por diversas vezes ao candidatar-se a vagas de psicólogo social ofertada pelas instituições inconscientemente seleciona a psicologia social para trabalhar a princípio por causa do salário rentável que a mesma oferece. Mas, há uma frustração por ter ficado de DP na universidade o que levou a ser percebido em sala de aula como um péssimo aluno entre os demais da turma.

Será que o seu modo como se observa a si mesmo hoje, que não é capaz de lograr a admissão em qualquer instituição, seja capaz de interferir no seu julgamento, na sua avaliação afetando o seu desejo e vontade. Gerando insegurança e incerteza quanto ao desempenho da profissão.

Isto significa, que persegue a psicologia social, acionando a compulsão a repetição inconsciente na esperança de que o desenlace seja alterado, mas a psicologia não o elege como candidato para o exercício em nenhuma instituição, talvez por ausência de afinidade ou algum motivo ainda não desvelado ao psicólogo.

Embora na clínica o psicólogo e psicanalista associa a psicologia social ao observar o cliente no seu ambiente social. Então como é possível ao psicólogo fazer menção da psicologia social no artigo se a mesma não o elege como contratado em alguma instituição para o exercício da profissão?

E então se pergunta: O que eu estou fazendo aqui neste lugar [ambiente supermercado]? Isso aconteceu comigo, pois não conseguia clientes o suficiente para ser sustentado monetariamente através da clínica, e também encaminhei para diversas instituições currículo me candidatando a vagas de psicólogo social e participei de alguns processos seletivos sendo desclassificado, mas se você profissional está lendo, isto é, porque, como eu, procurou se informar e se capacitar.

Este profissional oculto que desempenha um ofício comum, saiu de traz de uma mesa, do conforto de um ar condicionado em consultório a fim de estar no campo contextualizando seu saber em psicologia por se aperceber privado da prática da psicologia, enquanto outros colegas são privilegiados com o desempenho da profissão.

E a maior gratificação é o aprendizado que consegue agregar por intermédio do seu sofrimento se disponibilizando fazendo o que tem que fazer para sobreviver na sociedade na meia-idade. Por tanto cheguei até aqui neste lugar como operador de caixa por causa do desemprego e não oportunidades para exercer a psicologia social em instituições por falta de experiência e por não ter elegido área para estagiar.

Então começo a observar o comportamento através do processo grupal, na qual a liderança exerce influência sobre o comportamento dos liderados no ambiente supermercado. E a falta de intervenção psicoeducativa institucional no ambiente organizacional supermercado. E ausência de cuidados com a saúde mental entre os próprios membros do grupo.

Existe o paradoxo humano do cliente no centro para a vida no centro, no qual a organização prioriza e alerta o colaborador, onde o cliente é o bem mais importante naquele estabelecimento. O velho método de ser relevante ficou obsoleto. É hora de adotar uma nova estratégia. Dessa forma, colocar o capital ser humano, a vida – e não apenas o cliente – no centro torna-se o caminho para resolver o gap de relevância.

Quando consideramos o cliente no centro, temos uma estratégia que prioriza a experiência e a conveniência. No entanto, ao colocar a vida no centro, passamos a aceitar os clientes como pessoas complexas e em constante mudança e cujos comportamentos são profundamente impactados por motivações extrínsecas imprevisíveis.

Ao colocar a vida no centro, as empresas passam a enxergar os clientes de forma mais holística, entender as mudanças em tempo real e, assim, entender os paradoxos do consumidor e, finalmente, satisfazer as suas mutáveis necessidades e prioridades. Mas, para chegar a esse estágio, é preciso compreender o novo momento.

Antes, era fácil entender a jornada do cliente, bastava mapear o comportamento de consumo, a frequência e a forma que ele gostava de ser atendido. Mas aí, uma série de forças externas se apresentou: pandemia, guerra, ebulição na macroeconomia, na política e no meio ambiente. Todas essas forças começaram a influenciar a vida do consumidor e a jornada padrão deixou de ser realidade, completa.

São muitos os exemplos desse comportamento paradoxal. Ao mesmo tempo em que o novo consumidor quer priorizar a si mesmo, ele busca promover mudanças para os outros. Ele também quer reduzir sua pegada ambiental, mas na hora de escolher entre o produto mais sustentável e o mais barato, ele muitas vezes é forçado a escolher o mais barato. Curiosamente, apesar dessa inconsistência, a confiança nas decisões tomadas é uma característica forte do novo consumidor.

Ao perceber a própria capacidade de adaptação, turbinada pela tecnologia, ele tem mais certeza das suas prioridades – ainda que elas sejam mutáveis. Mudar o mindset significa, antes de tudo, conscientizar a empresa internamente quanto ao novo cenário. Equipes devem estar capacitadas para se posicionar de uma forma ágil e com fluidez. Só assim conseguirão colocar a vida no centro.

Após enxergar o cliente de forma mais humana, é preciso entender como criar soluções acessíveis com foco na vida. Isso significa estar em linha com os comportamentos paradoxais atuais e apresentar opções relevantes de produtos e serviços que satisfaçam essas necessidades mutantes.

O objetivo é deixar de enxergar os clientes como meros consumidores carregados de poder aquisitivo e passar a tratá-los como seres humanos em constante mudança. Isto é, enxergar nossos clientes não pelos produtos que compram, mas pela forma como os utilizam.

O fenômeno comportamento alimentar, onde a insegurança alimentar e a busca de prazer no alimentar-se se fazem presente. A insegurança alimentar é um fenômeno que ocorre quando um indivíduo não possui acesso físico, econômico e social a alimentos de forma a satisfazer as suas necessidades, conforme a definição da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO). Embora o fenômeno também seja reproduzido por indivíduos com poder aquisitivo alto.

A insegurança alimentar é, por definição, um fenômeno multidimensional. Diversas causas estão associadas a ele, as quais abrangem desde questões conjunturais, como flutuações econômicas, até problemas estruturais perpetuados ao longo do tempo, em especial aqueles de ordem socioeconômica.

Insegurança alimentar leve, ocorre quando existe queda na qualidade dos alimentos consumidos e há preocupação com o acesso a alimentos no futuro. A insegurança alimentar moderada é quando há restrição no acesso aos alimentos, isto é, na quantidade que é consumida. A insegurança alimentar grave é quando há escassez de alimentos para todos os indivíduos de uma família, chegando até mesmo à condição de fome.

Já a fome psicológica/emocional, é aquela que surge repentinamente e pode sumir após alguma distração. Geralmente é fome/desejo de um alimento específico e você sabe que se comer este alimento irá te trazer um prazer, um conforto, ou até mesmo pode ser por recompensa, por exemplo, após um dia exaustivo no trabalho. Exemplo, desejar beber uma cerveja a fim de aliviar-se do estresse, isto é, o desejo de aliviar-se gerou a expectativa do desejar beber uma cerveja e após tomar a cerveja o desejo se extinguiu.

Uma alimentação bem variada e balanceada, a prática regular de exercícios físicos, o controle do estresse, a adoção de um comportamento preventivo e o hábito de não usar drogas, são componentes da categoria estilo de vida, que podem ser modificados para viver melhor, com qualidade.

O comportamento alimentar cognitivo, onde refere-se àquilo que o indivíduo sabe sobre alimentos e nutrição que pode influenciar, em maior ou menor grau, seu comportamento alimentar. Mas, observo que a grande maioria dos consumidores de alimentos são influenciados apenas pela visão e muito pouco sobre o para que serve realmente aquele alimento.

A cerveja observo que serve para o consumidor relaxar os sentidos, fugindo das tensões enquanto realiza as compras no supermercado. Quando há falta de conhecimentos corretos de nutrição, as pessoas podem ser influenciadas pelas tradições, crenças, mitos, emoções, tabus, propagandas ou pela literatura informal como revistas e internet.

Segundo Linden (2005), existem dois tipos de conhecimento sobre alimentação e nutrição: o científico e aquele não científico, sendo que ambos apresentam influência sobre o comportamento alimentar de um indivíduo e/ou população.

Fatores que influenciam o alimentar-se, onde o político econômico, no qual a fonte de influências e domínio, controle social, produtividade;]. Psicológico, onde a gratificação afetiva, identificação de pessoas, objetos ou situações, vinculação]. Biológico, onde as condições ambientais, crescimento e desenvolvimento, saciedade, degustação [satisfação do paladar] e o Sociocultural em que a comunicação e interação [relações sociais], vinculação grupal, status, expressões.

Pode-se perceber que os alimentos com maiores quantidades de açúcar ajudam a controlar as emoções e consequentemente o humor (PEREIRA, et. al, 2019). Isso acontece porque o carboidrato tem potencial de aumentar o triptofano no cérebro, o que consequentemente aumenta as concentrações de serotonina (MARTINS, 2008). Contudo, são poucos os consumidores que são detentores desta informação. Somente aqueles que tem a curiosidade epistemológica e não ingênua para apreender sobre o tema.

O comportamento alimentar de um indivíduo corresponde não apenas aos chamados hábitos alimentares como também a todas as práticas relativas à alimentação desse indivíduo, como seleção, aquisição, conservação, preparo e consumo efetivo dos alimentos. O comportamento alimentar é determinado por três componentes que devem ser investigados (MOTTA; BOOG, 1984). A psicologia social convida você para um encontro com o conhecimento psicológico sobre o alimento. Onde se observa a importância da comida em nossa vida.

Você terá a oportunidade de refletir, e opinar, sobre a relação entre comida, valores morais e identidade cultural; aprenderá a identificar o quanto de emoção e afetividade depositamos no ato de comer. Poderá repensar o papel da comida em nossa sociedade, e entender melhor porque o alimento tem se tornado, cada vez mais, um problema físico e emocional. E, ainda, será levado a avaliar o quanto de alegria e satisfação podemos encontrar na nossa experiência cotidiana com a comida.

Através da psicologia social é possível observar e estudar a relação dos indivíduos com o alimento no supermercado. Observa-se se o preço daquele alimento lhe trouxe prazer ou desprazer na hora de realizar o pagamento no caixa, pois o consumidor tende a murmurar sobre os preços altos, embora leve o alimento do mesmo jeito para consumir no lar.

Essa abordagem analisa as intenções e os comportamentos dos consumidores quando estão cercadas de outras pessoas dentro do supermercado e o seu poder aquisitivo se é alto ou baixo para adquirir os alimentos. A especialidade de psicologia social fica instituída com a seguinte definição, atua fundamentada na compreensão da dimensão subjetiva dos fenômenos sociais e coletivos, sob diferentes enfoques teóricos e metodológicos, com o objetivo de problematizar e propor ações no âmbito social supermercado.

O objetivo do trabalho institucional é promover a saúde e o bem-estar dos integrantes da instituição. Nesse contexto o psicólogo é um técnico da relação interpessoal, dos vínculos humanos e da explicitação do implícito. Na acepção da psicologia institucional a concepção de instituição é tida como o conjunto de organismos de existência física concreta, que têm certo grau de permanência em algum campo ou setor específico da atividade ou vida humana, para estudar todos os fenômenos humanos que se dão em relação com a estrutura.

Além disso é possível observar um grande contraste social que há entre o próprio grupo, de um lado o colaborador em situação precária que se apercebe obrigado a ouvir as lamurias do consumidor sobre o preço alto dos itens e de outro um grupo de privilegiados que não se preocupa nem um pouco com a alta dos preços.

O cuidar do colaborador tornou-se difícil, uma vez que o empregador na sociedade fez com que os atendimentos ao consumidor assumissem prioridade capacitando apenas os colaboradores no trato de atendimento, pensando apenas no aspecto financeiro deixando os colaboradores desguarnecidos emocionalmente, pois não a intervenção no cuidado da saúde do colaborador, muito menos intervenção institucional.

Alguns, colaboradores com condições financeiras razoáveis enxergam a necessidade de contratarem profissionais da saúde para atender a demanda emocional. Sendo assim, a grande maioria dos colaboradores, não logram cuidar de si mesmo quando estão sobrecarregados.

O processo de adoecimento ás vezes vem acompanhado por certas debilidades, tais como dores nos braços e costas, nos ombros, nas mãos ou doenças crônicas como depressão, síndrome de pânico, crise de ansiedade, fazendo com que o colaborador fique afastado temporariamente do exercício da função, necessitando de cuidados especiais, pois deixa de realizar atividades corriqueiras como tomar banho, alimentar-se, pentear-se, dentre outros.

Nesse sentido, o cuidado deixou de estar ligado à laços afetivos, consanguíneos ou de solidariedade passando a ser de obrigação do próprio indivíduo, onde a instituição exima-se dos cuidados. A intervenção tem objetivado a mobilização dos colaboradores, por meio de atividades inclusas em suas rotinas, que visam produzir interação com os outros internos, interação com os funcionários, aumento da autoestima, desenvolvimento cognitivo, coordenação motora e busca de expressão dos sujeitos e ajudar no processo de adaptação dessa nova condição de vida.

Intervenções psicoeducativas, como palestras motivacionais, aprender a lidar com a ansiedade, controle de emoções. Estimular o exercício de atividades físicas antes e depois do horário de trabalho como forma de aliviar o estresse e regular a serotonina, desenvolver soft skills e competências socioemocionais e por ai vai.

As práticas ocorrem podem ocorrer semanalmente e o simples fato de propormos atividades, mostra que os colaboradores não estão esquecidos, que são importantes e capazes de construir um bom ambiente na instituição.

E constata a ansiedade, a raiva, a frustração, a ausência de motivação intrínseca nos colaboradores e extrínseca que o ambiente não produz por meio de incentivos motivacionais. Observa o fenômeno a falta de Soft Skills nos colaboradores e liderança no ambiente organizacional.

E o que você faz a partir desse entendimento sobre a angústia??  O profissional não deseja regressar a compulsão a repetição do desemprego nem muito menos ficar enviando currículo para onde já foi enviado anteriormente sendo desclassificado de pronto através da análise curricular. Mas, nasce o desejo e vontade de atuar como psicólogo social. E quais são os caminhos para sair desta situação?

O profissional tem o desejo e vontade de atuar em alguma instituição com a finalidade de cuidar da saúde dos integrantes e da própria instituição como um todo. Pois, compreende que neste local ao qual se encontra no momento não terá oportunidade de realizar intervenções, por se encontrar na função de operador de caixa e não poder desvelar a instituição a formação acadêmica galgando a posição na psicologia. Por notar a ausência da psicologia organizacional neste ambiente.

O profissional compreende que no ato da entrevista não estruturada com a recrutadora se fosse descortinado sendo detentor de formação acadêmica em psicologia, jamais receberia a oportunidade para trabalhar como operador de caixa, por tanto o mesmo ocultou a formação acadêmica, mas deixou explicita a formação técnica em mecânica para se igualar aos contratados dotado de ensino médio e não ser alvo de preconceito dentro do estabelecimento comercial.

O desejo e o sofrimento estão intrinsecamente ligados. Quando um indivíduo tem um desejo e este não se realiza, leva o sujeito ao sofrimento, sentimental ou psíquico. Abster-se dos desejos carnais e materiais, não quer dizer necessariamente perder a vontade, mas sim, deixar de ambicionar por algo. Desejar leva para a espera de algo e causa ansiedade de alguma coisa faltante especifica.

Quando evitamos desejar alguma coisa, como por exemplo, atuar como psicólogo social em outro ambiente que não seja supermercado o profissional evita sofrer antecipadamente ou posteriormente em relação ao objeto de desejo. Desejar é fazer uma escolha, é escolher algo que se deve alcançar, querer ou ter.

Os desejos, além de criar expectativas, acabam por criar ilusões. Ter uma expectativa, é ter uma ilusão da realidade, pois só a pessoa que deseja e cria expectativa em cima do desejo, espera que essa ilusão da realidade aconteça. E acontece, de uma forma ou de outra, o desejo por vezes é realizado.

Mas, geralmente quando é realizado, a pessoa cria um outro desejo por vezes um desejo sobre o desejo realizado para saciar aquela vontade de pretender, aquela vontade de ansiedade. Todavia ainda assim, desejar é um eterno ciclo de vontade e satisfação na compulsão a repetição. Quando não há satisfação, não se perde a vontade ou busca-se outras formas de saciar tal desejo, seja este consciente ou inconsciente.

Aqui conseguimos depreender que o sujeito desempregado, e por não se manter na clínica com clientes pagos gerou a expectativa de um subemprego no qual pudesse pagar suas contas e evitar o despejo do lar, onde o despejo é devastador para uma família ou para um sujeito.  Significa não ter um teto, não ter onde colocar suas coisas, não ter internet para realizar pesquisas e estudos, não ter uma cama para dormir, não ter para onde voltar no fim do dia.

Contudo, também há um impacto psicológico, o medo e a incerteza de ter de acordar no meio da noite e não ter para onde ir. Nós sabemos que as crianças/adultos dessas famílias perdem acesso à educação, ao sistema de saúde e de assistência social.

O medo de ser despejado permitiu ao sujeito criar a expectativa de trabalhar em algum subemprego com a finalidade de escapar do desemprego em primeira mão como prioridade e com isto a psicologia passou a ser reprimida/recalcada no inconsciente e a vontade do exercício da função ficou para segundo plano. Embora o psicólogo saiba que não tem vontade apenas de exercer a clínica, mas sim atuar em outro campo.

No momento em que o desempregado passa a ter uma expectativa, ele tem uma ilusão da realidade, pois ao desejar ele gera expectativa em cima do desejo de trabalhar para demover-se do desemprego ou ociosidade involuntária, e espera que essa ilusão da realidade aconteça mesmo estando na meia-idade que é percebida com preconceito pelas instituições.

E acontece, de uma forma ou de outra, o desejo por vezes é realizado no momento em que foi contratado pelo estabelecimento supermercado. Embora, o seu desejo já tenha sido realizado porque está trabalhando como operador de caixa, ele precisa criar outro desejo que é atuar como psicólogo social, a fim de demover-se desta função desprazerosa, onde terá um salário melhor podendo melhorar a qualidade de vida e aplicar os saberes demonstrando a real identidade já constituída no grupo de psicólogos enquanto cursava o curso de psicologia na universidade.

O que dá a possibilidade de gerar um desejo sobre o desejo já realizado de operador de caixa a fim de saciar aquela vontade ardente, aquela vontade de ansiedade de angustia que é capaz de mover o indivíduo ao objeto encaminhando-o a demissão silenciosa da ocupação de operador de caixa. Todavia desejo e vontade é uma eterna compulsão a repetição de vontade e satisfação.  

A força de vontade é definida como a capacidade de dirigir e controlar as próprias ações. Para a psicanálise, os processos conscientes são apenas a ponta do iceberg da atividade mental. Na realidade, os pensamentos e os atos estão determinados por uma força que não é a de vontade, e sim a do inconsciente.

O inconsciente também é o responsável pelos chamados atos falhos a pessoa se propõe conscientemente a fazer algo, mas acaba realizando uma ação muito diferente. Notamos que o sujeito profissional da psicologia para escapar da ociosidade involuntária porque não conseguia clientes pagos para se autossustentar monetariamente através do mecanismo de defesa ato falho, se enxerga obrigado a esquecer que tem em si a identidade profissional de psicólogo e escolhe forçadamente por causa do desespero e medo a exercer a função no subemprego de operador de caixa para sobreviver na sociedade capitalista.

Isto significa, que seu desejo de atuar como psicólogo social e clinico serão recalcadas e reprimidos no inconsciente até que surja um momento adequado e propício para ser desvelado aos outros, uma vez que já foram investidas energia libidinal, desejo e vontade em vários processos seletivos sem resultados. Para a psicanálise, então, a vontade não é uma força, e sim a expressão de um desejo inconsciente. Somente quando uma pessoa é coerente com seu desejo surge a vontade.

E neste caso o psicólogo está sendo coerente com o desejo de atuar como psicólogo social e renunciar ao cargo de operador de caixa, onde não pode contribuir com seus saberes acadêmicos dentro do estabelecimento supermercado. Se não for assim, a vontade nos trai. Por isso há planos que sempre são adiados, decisões de mudança que nunca são tomadas, ou intenções que jamais se convertem em atos.

Mas, o que este indivíduo está fazendo ali? A resposta é, mais do que um trabalho, está aprendendo uma nova função, se vestindo temporariamente com uma identidade profissional ou máscara profissional. Tem a oportunidade de contextualização do processo grupal no seu dia a dia através do comportamento dos integrantes do grupo desde a liderança. Consegue identificar seus conflitos internos e ajustar suas atitudes. Aprimora sua soft skills e competências socioemocionais.

Consegue identificar agentes negativos que podem estimular a doença psicossomática nos colaboradores. Contextualiza intervenção institucional. É uma instituição enferma que prioriza a qualidade dos produtos comercializados e uma alta de preço, mas não prioriza a qualidade de vida através do processo de ergonomia, pois há falta de manutenção preditiva, preventiva, mas apenas corretiva nas balanças no que se refere ao peso dos itens de hortfrut para não trazer prejuízo financeiro ao estoque de frutas.

E não preocupação com a saúde mental dos envolvidos no ambiente, desde a diretoria até os colaboradores chão de loja porque a procura por trabalho é sempre maior que a oferta de vagas. Exemplo, para uma vaga de operador de caixa ofertada, a procura de candidatos é relativo a 20 candidatos.

Ou em outras palavras, a procura de candidatos com a intenção de trabalhar neste estabelecimento será sempre maior que o numero de vagas ofertado, por tanto não há intencionalidade de retenção de funcionários no local.

A instituição espelha o comportamento dos colaboradores que cometem as falhas diariamente e com isso necessita de uma intervenção de alteração nos comportamentos desde o cargo de diretoria até o cargo fiscal de caixa frente de loja a fim de extinguir o reforço punitivo entre os colaboradores.

Mas, como a hierarquia é paternalista e familiar dificilmente haverá mudança de atitudes, uma vez que os comportamentos são passados e reproduzidos de geração a geração. Pois, se posicionam como figuras paternas expressando o autoritarismo e punição para o filho desobediente.

Tratam os colaboradores como crianças, pois essas figuras paternas inconsciente enxergam os funcionários como crianças e atuam no mecanismo de defesa regressão. Não conseguem enxergar, como adultos responsáveis pelas suas ações sem que aja castigo. Operam no superego sadomasoquista impondo aflição, medo e sofrimento mediante pagamento em dinheiro.

Contudo a loja supermercados não é constituída somente de aspectos negativos carregados na escrita do autor, é também uma loja bem estruturada fisicamente, grande, arejado ambiente com boa iluminação, disposição e layout das prateleiras, onde são depositados os alimentos, marca sua presença sobre a comunidade do bairro.

Há um excelente refeitório que serve alimentação para os colaboradores funcionando no estilo self servisse. As dependências da loja estão sempre bem higienizadas e limpas para circulação dos consumidores e colaboradores. É uma organização que preza a diversidade e contrata candidatos de meia-idade, candidatos portadores de necessidades especiais com isso consegue fazer a sua diferença e marcar a sua posição entre outros estabelecimentos que comercializam alimentos. Isto é excelente, é um comportamento louvável nos dirigentes da organização.

E foi neste local que este psicólogo não descortinado, encontrou oportunidade na meia-idade para aprender e desempenhar o papel de operador de caixa e contextualizar em oculto a psicologia. E por constatar na integra está leitura mental e interpretação não pode se desvelar para o grupo na integra de sua identidade como profissional da saúde e da teologia, mesmo estando num ambiente repleto de diversidade de evangélicos, ateus, espiritas e outros. A cultura organizacional prega a diversidade de gênero, mas existe regras ocultas para não influenciar os colaboradores no quesito religião e no trato a saúde mental.

Este indivíduo que tem o saber acadêmico em psicologia/teologia apenas desejou um emprego com a finalidade através do mecanismo defesa fuga, de escapar o despejo residencial desejando desistir da psicologia por não alcançar clientes o suficiente nem para pagar o CRP, o qual sem o registro atualizado fica impedido de exercer a profissão de psicólogo em qualquer localidade do país.

Desejos são reações emocionais a estímulos externos, ou seja, alguma coisa acontece fora de você que lhe causa uma reação. Você reage por instinto, não por vontade. Muitas vezes reage contra a sua vontade, mas por desconhecimento, não consegue controlar isso.

Ouviu em reunião da líder do grupo, o que adianta ter muito conhecimento se não tem para quem compartilhar. E neste exato momento surgiu a frustração, exatamente por não poder compartilhar seus saberes com o grupo. Ou em alguma instituição que seja capaz de motivar o sentimento de pertencimento ao grupo. [...] Em sua obra “Além do Princípio do Prazer” (1920, p.34), Freud afirma: a compulsão a repetição também rememora do passado experiências que não incluem possibilidade alguma de prazer e que nunca, mesmo há longo tempo, trouxeram satisfação, mesmo para impulsos instintuais que foram reprimidos.

Já a vontade é o seu potencial em busca de expressão. Ou, em outras palavras, vontade é a sua capacidade de executar determinada coisa tentando se comunicar com você, com o objetivo de sair e mostrar o que ela sabe fazer. Muitos são os estímulos externos que nos provocam desejos, e na maioria das vezes vivemos em função deles.

Desejamos um bom emprego, uma boa casa, um bom carro, um bom relacionamento amoroso, boas amizades e muitas outras coisas boas porque vivemos em uma sociedade que provoca esses desejos em nós. Todavia, não nascemos com esses desejos, eles são gerados em nós à medida em que vamos crescendo e sendo estimulados pelo que acontece ao nosso redor e influenciados por pessoas, mídia, professores, cursos e o que você conseguir pensar enquanto lê o artigo.

Existe em nós um desejo enorme de sermos aprovados pelo meio em que vivemos, de fazer parte do contexto, de se enturmar, como o pessoal diz na gíria. Sendo mais claro ainda, nós queremos que as pessoas gostem de nós. O problema é que para isso estamos dispostos a sacrificar a nossa individualidade, seja profissional ou pessoa, agindo como todo mundo, vestindo-se como todo mundo, falando como todo mundo, em fim fazendo o que todo mundo faz.

E quando somamos esse desejo de aprovação ao instinto de sobrevivência, o resultado é a grande massa gastando a maior parte da sua vida trabalhando no que não gostam, apenas para manter a sobrevivência e escapar do despejo ou matriculando-se em cursos de universidade ou de especialização que não fazem o menor sentido para elas, sem sentir o menor prazer naquilo que fazem.

Trabalham por dinheiro e não por um ideal, por medo e não por um sonho, por desejos e não por vontade. E o dinheiro ganho com esse trabalho é gasto com aquilo que nos disseram que devemos gastar, e não com aquilo que nos realiza de verdade. Agora, enquanto somos manipulados o tempo todo e nossos desejos são decididos por outras pessoas, a vontade permanece enjaulada dentro de nós, como um bicho selvagem trancafiado em um lugar que não é o seu, buscando uma maneira de sair de lá.

Este profissional está com sua vontade de exercer a psicologia social/ e ou clínica reprimida recalcada e alterada para o exercício de operador de caixa. Enquanto o desejo transforma você em uma cópia, um clone de outras milhares de pessoas, a vontade busca revelar a sua verdadeira identidade.

Em outras palavras, o desejo se manifesta de fora para dentro, e a vontade de dentro para fora, isto é, a motivação intrínseca. A vontade é o seu potencial buscando expressão, e expressar essa vontade é a única coisa que revela quem nós realmente somos e é a única coisa capaz de nos realizar. Então quando este indivíduo estará realizado profissionalmente?

O medo é o maior inimigo da vontade, isto é, é capaz de reprimir a vontade no inconsciente mantendo-a desconhecida da pessoa. A vontade está soterrada e perdida em meio a uma tonelada de desejos nossos, em sua maioria reprimidos. E nossos desejos reprimidos, frequentemente tornam-se em doença emocional, o que torna mais difícil o trabalho.

Para encontrarmos a nossa verdadeira vontade, é necessário, primeiro, removermos as pilhas e pilhas de desejos acumulados em nós, e eu não vejo outra maneira de fazer isso senão realizando esses desejos. Por tanto para ter desvelado que é a psicologia social o profissional da psicologia só pode exercer até o momento o cargo de operador de caixa que era o desejo para fugir do desemprego e despejo por meio do mecanismo de defesa fuga trabalhando como operador de caixa para manter o aluguel da moradia e aceitar a realidade que deve exercer a autoconfiança em si e a fé em Deus na motivação intrínseca buscando no objeto psicologia social a motivação extrínseca.

Quando o desejo é realizado, ele deixa de existir, isto significa que a partir do momento que o desempregado conseguiu o trabalho de operador de caixa para escapar do despejo, o seu desejo e expectativa de continuar procurando por subemprego deixou de existir, ou seja, se extinguiu. Agora, a questão é a coragem pra realizar esse desejo de atuar como psicólogo social e renunciar a função anterior de operador de caixa.

Ou melhor, o indivíduo deseja e tem vontade de praticar a psicologia social e clínica por isso continua na compulsão a repetição da procura de alguma instituição, onde possa se sentir pertencido a ela como psicólogo gerando nova expectativa.

O medo domina a maioria de nós, e tudo o que fazemos de um modo geral, é baseado em medo. Medo de não ser aceito, de passar vergonha, de passar fome, de morrer, da falta da moeda de papel para realizar gostos, de perder o que já conquistamos, e a lista é infinita.

Mas precisamos ter a clareza de que, toda decisão baseada em medo, não tem relação com a vontade. E neste momento o psicólogo clinico se sente inseguro se perder o trabalho do qual se sustenta financeiramente, porque acabou de perder dois clientes que pagava valor social por prestação de serviços psicológicos. Embora tenha vontade de exercer a psicologia social e perder a ocupação de operador de caixa, deseja se demitir do estabelecimento depois de conseguir ser contratado por alguma instituição no exercício de psicólogo.

Nossos instintos nos dominam, e somos como animais, em nada diferentes de qualquer outro animal. A única coisa que pode nos diferenciar dos animais é a vontade, e só viveremos a vontade quando dominarmos nossos instintos. Só que, diferente do desejo, a vontade nunca colide com a vontade de outra pessoa, porque ela é única, e por isso nunca será igual a de ninguém.

Porém, a contrariedade é que, quando você fizer aquilo que é a sua vontade [exercer a psicologia social em alguma instituição], provavelmente você entrará em rota de colisão com outro profissional contratado na instituição, principalmente se o profissional estiver desalinhado com a cultura da organização expressando desgosto, porque a maioria de nós ainda não está fazendo a sua vontade, e por isso muitos estão fora de sua órbita.

Somos capazes de observar no momento em que participamos de processos seletivos para o exercício da psicologia social, onde é possível constatar que aquele profissional que está competindo com o outro está em busca do seu desejo de ter um salário melhor apenas e não da sua vontade. Porque se não fosse assim esse profissional ainda estaria no antigo emprego da sua vontade que representa o seu desejo de escapar de algo dificultoso.

Certamente alguém estará no seu lugar, e é aí que a coisa complica um pouco. É nesse ponto que os conflitos surgem, e ganhamos inimigos. E quais são os caminhos para sair desta situação? Então o que faz o psicólogo social? Sabendo disso, o psicólogo, apesar de não poder clinicar, realiza atendimento e acompanhamento psicossocial das famílias na forma de atendimentos individuais ou em grupos de convivência [que também não são terapêuticos].

O que é um atendimento psicossocial? É um atendimento, onde o sujeito será empoderado de seus direitos e contextualizado dentro de seu papel social estimulando vínculos com sua família e sua comunidade.

Só o psicólogo pode realizar esse tipo de atendimento? Não, o assistente social, pedagogo ou quaisquer outros profissionais que componham a equipe técnica multidisciplinar da instituição podem oferecer esse tipo de atendimento/acompanhamento acrescentando, é claro, o olhar particularizado de sua formação.

No entanto, no SUAS todos são técnicos e desempenham papéis equivalentes, mas enriquecidas pelo olhar diferenciado de sua formação. Lembrando que no atendimento multidisciplinar a equipe técnica como um todo atende o caso e o psicólogo é um colaborador para o avanço do mesmo.

O que o psicólogo pode oferecer no atendimento psicossocial? Primeiramente, o psicólogo irá se destacar na escuta qualificada do usuário. Aliás, você precisa saber que quem é atendido por qualquer equipamento da área social é chamado de usuário. Quem tem paciente é a saúde, quem tem cliente, analisando e outros é a psicologia clínica!

É função do psicólogo social colaborar na luta contra o rompimento dos entraves sociais, tais como; preconceitos, estigmas, estereótipos e estigmas, mostrando através de intervenções que somos pessoas de direito, capazes de combater as desigualdades sociais, assim como compreender suas causas e efeitos.

O grande foco do psicólogo é intervir no comportamento de grupos, de modo a promover melhor melhoria da saúde mental de todos. Outro papel do profissional é ajudar pessoas a lidarem melhor com os papéis sociais atribuídos a se tem certas expectativas sobre a função de uma mãe, de um pai, de um policial, de um professor, de um operador de caixa e regras e cabe a nós a obrigação de cumpri-las. O psicólogo social nos ajuda a entender isso e a encarar tudo de forma consciente.

O que é psicologia social é qual a sua importância? A psicologia social procura entender como o comportamento de uma pessoa sozinha pode mudar quando ela está em grupo, e como ela se relaciona com as outras pessoas. A Psicologia é uma ciência que estuda a mente e seus comportamentos.

Imagine agora o psicólogo atuando como operador de caixa, o seu comportamento está sendo alterado pelas funções deste trabalho, inclusive seu pensamento, sentimento e comportamento na tríade cognitiva da crença disfuncionais estabelecida na cultura organizacional ambiente supermercado e passa a agir como um alienado no ambiente, e destituído de informação, isto é, um ignorante no que se refere ao fenômeno alimentar-se.

Isto é, o comportamento e a psiquê do psicólogo é afetado pelo comportamento disfuncional do grupo colaboradores operadores de caixa, pois está sozinho subjugado pela liderança e por tanto não consegue influenciar o grupo no quesito buscar pela saúde mental. Por não se achar em posição de liderança e ao mesmo tempo privado de mostrar a real identidade que poderia contribuir para alterar pensamentos, sentimentos e comportamentos através da tríade cognitiva da crença no ambiente as suas orientações não são escutadas e levado a sério.

Outra coisa que o psicólogo precisa saber é que sua intervenção estará bem próxima do olhar da psico educação, mas será extremamente embebido das ferramentas teóricas da psicologia social. Também vale se apoiar em técnicas terapêuticas de abordagens que o psicólogo se sentir familiar, desde que não se esqueça do contexto social do atendimento.

Você nunca pode descartar o fato de que aquele sujeito terá uma demanda social, não uma demanda clínica. Aliás, caso seja identificada uma demanda clínica ou de saúde mental o psicólogo deverá encaminhar o usuário para a rede de saúde. É por isso que a visão da psicologia social é a mais adequada para este atendimento, porque ela percebe o sujeito em relação com o seu meio, não apenas um discurso sintomático isolado.

Em fim o psicólogo que atua em alguma instituição voltada a proteção social básica visando o fortalecimento de vínculo e em qualquer outro equipamento do SUAS precisa saber dessas informações básicas que citei acima. Mas isso é apenas um norte. Procure se informar mais para se capacitar e oferecer um atendimento de qualidade aos usuários do serviço! A psicologia social tem crescido muito por conta do avanço do SUAS no Brasil.

Ela busca compreender como o homem se comporta nas suas interações sociais. Para alguns estudiosos, porém, a comparação entre a psicologia social e a sociologia não é assim tão simples, pois ambas constituem campos independentes, que partem de ângulos teóricos diversos. Há, portanto, uma distância considerável entre as duas, porque enquanto a psicologia destaca o aspecto individual, a sociologia se atém à esfera social.

O que a psicologia social faz é revelar os graus de conexão existentes entre o ser e a sociedade à qual ele pertence, desconstruindo a imagem de um indivíduo oposto ao grupo social. Um postulado básico dessa disciplina é que as pessoas, por mais diversificadas que sejam, apresentam socialmente um comportamento distinto do que expressariam se estivessem isoladas, pois imersas na massa elas se encontram imbuídas de uma mente coletiva.

É esta instância que as leva a agir de uma forma diferente da que assumiriam individualmente. Este ponto de vista é desenvolvido pelo cientista social Gustave Le Bon, em sua obra psicologia das multidões. Este pesquisador esteve em contato com Freud e, desse debate entre ambos, surgiu no alemão o conceito de ‘massa’, que por problemas de tradução ele interpretou como ‘grupo’, abordando-o em suas pesquisas, que culminariam com a publicação de Psicologia de Grupo, em 1921.

A psicologia social também estuda o condicionamento, comportamental processo pelo qual uma resposta é provocada por um estímulo resposta, um objeto [alimento] ou um contexto, distinta da réplica original que os mecanismos mentais conferem à esfera social humana, enquanto por sua vez a vivência em sociedade igualmente interfere nos padrões de pensamento do Homem.

Nesse sentido, a psicologia social estuda o comportamento de diversos grupos, levando em consideração não apenas o que é dito, mas a rede de padrões de pensamentos e atitudes que formam a percepção social dos integrantes.

A importância da psicologia social, essa ciência é muito importante, pois tem como principal objetivo compreender as relações entre membros de grupos sociais [e, por isso, tende a se assemelhar à sociologia]. Busca entender como e por que o indivíduo se comporta de determinadas formas. Importante ressaltar que a psicologia social aborda, principalmente, o aspecto individual.

As três frentes da psicologia social e como o profissional atua A psicologia social possui três frentes principais, as quais o profissional utiliza em sua atuação. São elas, a percepção social, pois trata-se da interpretação de comportamentos individuais. Leva em consideração os sentidos e sentimentos, analisando todas essas variáveis de acordo com as crenças e valores do indivíduo.

Nesse sentido, o profissional tem consciência de que todos os seres humanos não são imparciais em seus comportamentos. Leva-se em consideração tudo o que se passa ao redor e as concepções já internalizadas.

Existe mais de uma forma de interpretação para tudo o que ocorre, e a realidade pode não ser vista da mesma forma por todos. Em outras palavras, é tudo uma questão de perspectiva. Com relação à percepção social, é preciso analisar muito bem o contexto e a forma como ela acontece, evitando que sejam tiradas conclusões precipitadas.

Atitudes [e suas mudanças], onde toda pessoa está predisposta a agir de uma determinada forma. Geralmente, as atitudes de um indivíduo fazem com que ele se una a um determinado grupo, o que pode ser chamado de afinidade. Será que o psicólogo no personagem de operador de caixa tem coincidência de prazer ou de ideias com o grupo para ser escolhido para este tipo de trabalho?

Ou por outra, a sua atitude faz com deseje agir de certo modo no ambiente? Respondendo a pergunta, talvez na relação com a hierarquia paternalista, onde o filho obedece as regras e normas estipuladas pelo pai. Deseja ser cuidado, amparado por um Superego paterno como filho e que lhe garanta que não atravessará o desemprego novamente e em troca vende a mão-de-obra carregada do ensino médio em matemática recebendo como gratificação o salário, enquanto cumpri as atividades de acordo com as normas da organização escapando do castigo. Pois, observa que a empresa é repleta de normas punitivas, onde o castigo é estimulado na hierarquia. Qualquer pingo fora do i é motivo de advertência e punição financeira.

A psicologia social visa estudar, justamente, a mudança de atitude mediante novos conhecimentos. O papel social, onde o papel social pode ser visto como um comportamento pré-estabelecido e imposto a uma pessoa que ocupa uma posição, seja, psicólogo, operador de caixa, médico, advogado, coletor de lixo dentre outros. Digo, o indivíduo deve agir de determinadas formas para se enquadrar em um papel social, como o de operador de caixa e não de psicólogo no ambiente.

A psicologia mostra que não existem padrões de comportamento pré-definidos, e que o ser humano tem a liberdade de criá-los e modificá-los. Psicologia social do trabalho, onde é importante ressaltar que a psicologia social também tem forte aplicação no âmbito laboral, possuindo o papel desenvolver habilidades e práticas que ajudem a melhorar a qualidade de vida, a saúde e a segurança do trabalhador. Isso envolve, muitas vezes, questões de satisfação profissional, motivação, trabalho em equipe e relações interpessoais. Quer dizer, a psicologia social do trabalho visa construir e aprimorar condições de trabalho se utilizando do processo de ergonometria.

Em fim este foi o olhar do psicólogo travestido de operador de caixa contextualizando e problematizando contrariedades na vida cotidiana, enquanto exerce a função no grupo de colaboradores para sobreviver na sociedade, que se apropriou da oportunidade e aprimora a escrita e desenvolve sua soft skills e competências socioemocionais que não são descritas no seu currículo vitae para serem analisadas por um recrutador.

Por que nesta nova época e atualidade um profissional dotado apenas de habilidades técnicas, mas falto de competências socioemocionais e soft skills não serve para o mercado de trabalho futuro. As competências socioemocionais e soft skills são apenas percebidas e constatadas pelo recrutador no ato da entrevista não estruturada.

Elas não estão descritas no currículo vitae, mas fazem parte do perfil do profissional ao iniciar o diálogo com o recrutador. E você leitor já tem desenvolvido alguma soft skill? Psicólogo, já consegue realizar uma intervenção institucional no local, onde você atua ou não?

 

 

Referência Bibliográfica

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FREUD, S. (1920), "Além do princípio do prazer” In: FREUD. S. Obras completas de S. Freud. Rio de Janeiro: Imago, 1996, v. XVIII.

FREUD, S. (1996). Obras completas de S. Freud. Rio de Janeiro: Imago. (1914). "Recordar, repetir e elaborar ", v. XII

FREUD, S. Psicologia de lãs masas y analisis del “yo”. Madrid: Editorial Biblioteca Nueva, 1973. Tomo III. (Obras completas).

PICHÓN-RIVIÉRE, Enrique. Teoria do vínculo. São Paulo: Martins Fontes, 1998.

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Pensar, ou Agir antes de Pensar

Julho/2019. Escrito por Ayrton Junior - Psicólogo CRP 06/147208 Agir é atuar, comportar-se de que modo na presença de uma situação que provoque raiva ou apenas uma situação que o leve a consequências catastróficas, estando Ego subjugado ao Id. Assistindo ao Filme no Netflix Vis a vis que narra o sistema prisional feminino e numa fala de um ator no papel de psiquiatra e médico da prisão, onde ele fala para a diretora que é necessário pensar antes de agir, devido as consequências. No sistema prisional a pulsão de morte impera drasticamente. O Id é o componente nato dos indivíduos, ou seja, as pessoas nascem com ele. Consiste nos desejos, vontades e pulsões primitivas, formado principalmente pelos instintos e desejos orgânicos pelo prazer. As mulheres e todo o sistema prisional são regidos pela pulsão de morte, ou seja, o Id atuando através do impulso de agressividade é manifestado, antes do raciocínio lógico, prevalecendo o impulso agressivo verbal, físico ou de silêncio sobre o ...

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  Ano 2024. Escrito por Ayrton Junior Psicólogo CRP 06/147208 O presente artigo chama a atenção do Leitor para um excelente tópico. O fiscal de caixa desceu do seu setor para almoçar e precisa digitalizar a impressão digital no relógio ponto e o mesmo coloca o indicador mas nada do relógio fazer o reconhecimento da impressão digital, então a operadora de caixa que está ao seu lado. Lhe diz, você está tentando bater o ponto no relógio errado, não é este o relógio certo. De imediato bate o ponto no relógio certo e a impressão é reconhecida. A situação descrita pode ser comprovada à luz da psicanálise por meio de um conceito conhecido como "ato falho". O ato falho é quando algo dá errado de maneira aparentemente acidental, mas revela um desejo ou conflito inconsciente. Neste caso, o fiscal da caixa tentou bater o ponto no relógio errado. Ele já estava ciente de que precisava registrar seu horário, mas, ao invés de fazer isso corretamente, se monitorou ao relógio errado. Es...

Teólogo Trabalha Como telemarketing

  Ano 2023. Escrito por Ayrton Junior Psicólogo CRP 06/147208 O presente artigo chama a atenção do leitor par o tema acima, onde um teólogo busca emprego na área de telecomunicações. Na abordagem psicanalítica, as motivações inconscientes são pensamentos, desejos ou impulsos que influenciam nosso comportamento de maneira inconsciente, ou seja, sem que estejamos cientes deles. Para entender as possíveis motivações inconscientes de um teólogo trabalhando como operador de telemarketing de telecomunicação, podemos explorar algumas possibilidades: Necessidade de conexão: O trabalho como operador de telemarketing permite que o teólogo estabeleça conexões com outras pessoas. Essa motivação inconsciente pode estar relacionada à busca por um sentido de comunidade ou a uma necessidade de interação humana mais direta, que talvez não seja atendida plenamente na teologia. Desejo de ajudar: A motivação inconsciente de ajudar os outros pode ser uma força motriz para o trabalho como operador...