Ano 2021. Escrito por Ayrton Junior Psicólogo
CRP 06/147208
O
presente artigo chama a atenção do leit@r a observar seu equilíbrio emocional
defrontando-se com a pandemia que impõe ao cidadão a quarentena e o isolamento
social e perceber se não é o momento de buscar orientação psicológica. Ela ajuda a esclarecer qual caminho que o
paciente deve tomar em busca de uma solução. Ou seja, é uma alternativa de
ajuda terapêutica com o objetivo fundamental de oferecer informação, orientação
e encaminhamento adequado.
A
orientação psicológica trata-se de um processo terapêutico que dura cerca de
quatro sessões, e pontual, destinado às pessoas que estejam emocionalmente
frágeis/ e ou em dúvida do que fazer para tratar isso e voltarem a se sentir
bem. Como a proposta é de um processo mais curto, geralmente são realizados
quatro encontros já mencionado, de 60Minutos aproximadamente. Eles costumam ser
suficientes para se chegar a uma orientação do que fazer.
O
ser humano sofre de ansiedade, estresse, depressão, síndrome do pânico e
problemas sexuais, pelo menos em algum momento de suas vidas. Além disto, ainda
existe um grande grupo de pessoas que tentam lutar com problemas de
relacionamentos, frustrações no trabalho, desemprego, tentativas de inserção no
mercado de trabalho ou internet, morte de um ente querido, discussões, conflitos
familiares entre outras dificuldades. [...] “A angústia é, dentre todos
os sentimentos e modos da existência humana, aquele que pode reconduzir o homem
ao encontro de sua totalidade como ser e juntar os pedaços a que é reduzido
pela imersão na monotonia e na indiferenciação da vida cotidiana. A angústia
faria o homem elevar-se da traição cometida contra si mesmo, quando se deixa
dominar pelas mesquinharias do dia-a-dia, até o autoconhecimento em sua
dimensão mais profunda” (CHAUÍ, 1996 p.8-9).
O
conceito de Orientar, do ponto de vista psicológico, significa facilitar o
conhecimento e a análise de caminhos ou direções para a conduta, com base em
referenciais pessoais e sociais. A partir do momento que uma pessoa tem
dificuldades para resolver um contratempo, seja em quesitos profissionais,
amorosos, familiares ou até mesmo financeiros, ela pode buscar a ajuda de um
profissional da área. Ele indicará qual o melhor caminho a ser tomado,
respeitando os problemas e os limites da pessoa. O objetivo da orientação psicológica
é fazer com que a própria pessoa faça reflexões sobre si e uma avaliação sobre
sua situação atual.
Com
isso, o psicólogo fornecerá orientações e informações apropriadas à necessidade
presente, criando condições para que o paciente resolva o problema de forma
rápida e sadia. Auxilia no controle à compulsões, ou seja, controlar impulso
irresistível que leva a repetição de um ato, independente da vontade do
sujeito. Caminhando junto à ansiedade estão as atitudes compulsórias. Muitas
pessoas, quando estão ansiosas ou sobre pressão, costumam agir sem pensar nas
consequências. A conversa com um psicólogo pode ajudar nesse mal também.
[...] Freud no seu texto “Recordar repetir e elaborar” (1914), texto esse
em que começa a pensar a questão da compulsão à repetição, fala do repetir
enquanto transferência do passado esquecido dentro de nós. Agimos o que não
pudemos recordar, e agimos tanto mais, quanto maior for a resistência a
recordar, quanto maior for a angústia ou o desprazer que esse passado recalcado
desperta em nós.
A
quem a orientação psicológica pode ajudar? Esse tipo de atendimento é indicado
para maiores de 18 anos, adultos, idosos e adolescentes que, por várias eventualidades,
se encontram em contrariedades para lidar com suas emoções. Essas adversidades
podem se originar de conflitos emocionais vividos em qualquer momento de sua
vida. Em se tratando de menores de 18 anos de idade é imprescindível a
autorização legal dos pais ou responsáveis, de preferência por escrito. Esta
autorização será discutida com os pais ou responsável antes do atendimento.
Logicamente
que os desafios originados pela tecnologia, pelo isolamento social, pela crise
humanitária e outros desgastam a pessoa, no qual tenta lutar com todas as
forças para vencer qualquer resquício de aborrecimento, em outros casos o
suicídio é o resultado final para sair de toda situação que gera desprazer. É
através disso, que a orientação psicológica pode ajudar a superar todos os
desafios e principalmente ajudar a trilhar uma trajetória de autoconhecimento e
calma. [...] Em sua obra “Além do Princípio do Prazer” (1920, p.34),
Freud afirma: a compulsão a repetição também rememora do passado experiências
que não incluem possibilidade alguma de prazer e que nunca, mesmo há longo
tempo, trouxeram satisfação, mesmo para impulsos instintuais que foram
reprimidos.
Um
psicólogo pode ajudar a trabalhar com todas essas questões, onde através da
orientação é possível receber técnicas para buscar uma forma mais feliz de
viver, além de transformar as atitudes e pensamentos em atos mais saudáveis e
produtivos. Assim, se concluí que é um tratamento que parte da colaboração do
paciente através da partilha e humildade de perceber erros e acertos.
Fundamentada totalmente no diálogo, é fornecido um ambiente de apoio que
permite estabelecer sempre contato com a verdade, e principalmente perceber que
tudo que é falado fica em extremo sigilo, sendo que o psicólogo sempre será
objetivo, neutro e imparcial.
É
com a orientação que é possível identificar e mudar padrões, pensamentos e
comportamentos que impedem o objetivo final, que é viver com tranquilidade. Depois
de um período, a pessoa já estará com diversas técnicas de como lidar com as
queixas e traumas trazidos ao consultório ou no ambiente online. E com isso,
terá aprendido novas habilidades que se possa lidar melhor com os desafios
futuros. Muitas pessoas se sentem envergonhadas por procurar um psicólogo,
acreditam que as outras pessoas a julgaram como fracas.
Lembre-se
que os problemas são comuns e a questão de procurar um psicólogo não rotula uma
pessoa como sendo fraca ou como muitos dizem louca, muito pelo contrário, ela
tem muita coragem para enfrentar todos os seus medos e anseios. A Psicologia é
uma aplicação de uma ciência que possui, por sua vez, diversas vertentes, sendo
assim tudo que parte dela é sólida, objetiva e sustentável. [...] Esse
medo marcará nossa memória, de forma desprazerosa, e será experimentado como
desamparo, “portanto uma situação de perigo é uma situação reconhecida,
lembrada e esperada de desamparo” (Freud, 2006, p.162)
Constato
os benefícios da Orientação Psicológica, exemplo, calma; segurança antes de
agir; amplia a consciência; autoconhecimento; trabalha mais a empatia; ajuda a
buscar relacionamentos mais saudáveis; sessa as preocupações; compreensão mais
fácil; motivação; autovalorização; indica as qualidades e os pontos a
desenvolver. Esses são alguns dos benefícios, relatados por diversos pacientes
que através da orientação psicológica conseguiu evoluir muito em seus
pensamentos quanto também sobre as situações que mais perturbavam.
O
momento certo a se procurar um psicólogo é quando a própria pessoa aceita que
precisa de ajuda. E consegue perceber que se move como sujeito em busca de
melhorar a saúde mental e entende que
não é fraca, porém corajosa, pois se decidiu cuidar de si emocionalmente. Por
tanto a sua imagem de corajosa destoa agora da imagem que antes a fazia se
sentir envergonhada.
Ir
contra a vontade pode ser uma péssima atitude, pois quem necessita de ajuda
deve estar aberto à novas opiniões, possibilidades e soluções, mudando, muitas
vezes, alguns hábitos que estão fazendo mal ao seu modo de viver. O equilíbrio
emocional é a base de tudo. Com confiança e segurança em si próprio, tudo está
ao alcance. Por isso a orientação psicológica é tão importante. É essencial que
a pessoa se sinta bem consigo mesma, de forma que ela conquiste tudo o que
almeja no campo profissional, familiar, nos relacionamentos e nos estudos.
Exemplo,
um indivíduo que ingere constantemente bebida alcóolica no período de isolamento.
A ingestão demasiada do álcool também gera inúmeros problemas à saúde mental do
alcoolista. Instabilidade de humor, euforia, danos à memória, redução da
coordenação motora, diminuição da atenção ou falta de clareza, da concentração
e dos reflexos, fala arrastada são alguns exemplos de danos ao bom
funcionamento do cérebro.
Desorientação
na condição involuntária de isolamento social. O álcool pode provocar confusão
mental, o que torna a pessoa incapaz de pensar com clareza e agilidade. Nesse
sentido, a desorientação acaba se tornando comum e, muitas vezes, o alcoólatra
pode sentir dificuldades em voltar para casa se está fora do isolamento social,
abandona os estudos, ocorre a renúncia e cessão voluntária de funções de um
emprego ou de um cargo ocupado, exemplo, psicólogo, engenheiro, advogado,
técnico e por aí vai, dada a sua embriaguez. O estado de embriaguez faz com que
o indivíduo tenha ausências constantes nos locais em que possui compromissos
sociais diários. Ocorre a procrastinação diante de exercícios físicos para
cuidar do corpo no período de isolamento social.
E
através da Orientação Psicológica o paciente é orientado a mudar o estilo de
vida relacionado a desorientação, diminuição da atenção ou falta de clareza.
Além disso, inclui técnicas como a resolução de problemas, terapia
comportamental familiar, aconselhamento social e treinamento para a busca de
emprego e outros objetivos.
Referência
Bibliográfica
CHAUÍ, MARILENA.
HEIDEGGER, vida e obra. In: Prefácio. Os Pensadores. São Paulo: Nova Cultural,
1996.
FREUD,
S. (1920), "Além do princípio do prazer” In: FREUD. S. Obras completas de
S. Freud. Rio de Janeiro: Imago, 1996, v. XVIII.
FREUD,
S. (1996). Obras completas de S. Freud. Rio de Janeiro: Imago. (1914).
"Recordar, repetir e elaborar ", v. XII
FREUD, S.
O ego e os mecanismos de defesa. Rio de Janeiro: Biblioteca Universal
Popular,
1968
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