Pular para o conteúdo principal

O que se perdeu na pandemia


Ano 2021. Escrito por Ayrton Junior Psicólogo CRP 06/147208
O presente artigo chama a atenção do leit@r a observar o medo de ser castrado que pode estar ocorrendo inconscientemente, enquanto está em isolamento social devido a quarentena provocada pelo Corona vírus. E procurar compreender os acontecimentos, as coisas, objetos, projetos que perdeu e não pode tê-los de volta. O que gera a sentir-se castrado, como se tivesse perdido algo tão valioso quanto o seu pênis ou até se sentir castrada como mulher, pois tem vagina e não pênis.
Ou ainda, o indivíduo que não está conseguido reproduzir seus conhecimentos técnicos, profissionalizantes, acadêmicos na sociedade, também pode se sentir castrado neste exato momento devido aos acontecimentos que gera a quarentena na sociedade permanecendo no ciclo da compulsão a repetição da castração de modo inconsciente. [...] Freud no seu texto “Recordar repetir e elaborar” (1914), texto esse em que começa a pensar a questão da compulsão à repetição, fala do repetir enquanto transferência do passado esquecido dentro de nós. Agimos o que não pudemos recordar, e agimos tanto mais, quanto maior for a resistência a recordar, quanto maior for a angústia ou o desprazer que esse passado recalcado desperta em nós.
No caso o adolescente poderá se sentir como que castrado, quando for proibido por seus pais de fazer determinada coisa. Exemplo, horários para jogar determinado jogo pela internet, pais que não permitem a saída do isolamento social sem o uso de mascaras para autopreservação do filho, proibir acesso a determinados sites na internet e por aí vai. Já o adulto também poderá sentir angústia igual quando não conseguir passar em um concurso público, no vestibular, não conseguir exercer a profissão ou não conseguir emprego no mercado de trabalho, não conseguir prospectar clientes para seu consultório, seja ele de qualquer natureza, perda de poder, prestígio e status, perda de autonomia no isolamento social. E o que muda? É a maneira como ele defrontará com os efeitos da castração, que advêm do momento que passa, como ele vai superar esta angústia. [...] Em sua obra “Além do Princípio do Prazer” (1920, p.34), Freud afirma: a compulsão a repetição também rememora do passado experiências que não incluem possibilidade alguma de prazer e que nunca, mesmo há longo tempo, trouxeram satisfação, mesmo para impulsos instintuais que foram reprimidos.
Em geral, as pessoas adequadamente saudáveis conseguem sublimar os efeitos deste complexo; significa que conseguem superar perdas com maior resiliência pois, quando não conseguem as coisas que desejam, são capazes de buscar por novos objetivos e desejos. Mas o medo continuará ali, inconsciente por mais que o sujeito não pense nele. O sujeito apenas deslocará a angústia de ser pegos e mutilados, de ser prejudicado para outras imagens, exemplo, ser preso pela polícia, maltratado por pessoas desconhecidas ou conhecidas, agredido fisicamente ou verbalmente, processado, receber uma multa ou uma expulsão do campo de futebol, basquete, vôlei, não conseguir mais trabalhar ou atuar em profissões inferiores a sua, não conseguir se jubilar e por aí vai. [...] Esse medo marcará nossa memória, de forma desprazerosa, e será experimentado como desamparo, “portanto uma situação de perigo é uma situação reconhecida, lembrada e esperada de desamparo” (Freud, 2006, p.162)
Exemplo, um sujeito sonha que está sitiado por cachorros de porte grande e um deles tenta morder a sua mão esquerda, então levanta o braço de modo a escapar dos saltos do mesmo. Até que o cachorro consegue agarrar-se a sua mão e sente a dor física da mordida, em seguida usando a outra mão abre com força e raiva a boca do cachorro com intenção de quebrar a mandíbula matando-o. Interpretação do sonho: Ego sente angustia da castração. A imagem da castração representa a personificação do seu medo da tentativa de morte que pode causar dor física. Castração está ligada a separação, perda de amor, morte, situação de perigo, dor física que leva a morte e etc. Estes são símbolos que podem representar para um indivíduo dentre outros. O ego está sendo afligido pela angustia de castração.
Entretanto a base desta angústia começou na infância, com o medo de ser castrado, ou seja, o medo da perda do pênis e manifesta-se agora. A imagem da castração é tão forte, que é incomum que um adulto se lembre dela, então irá ter fantasias com vários outros tipos de imagem. Um cão mordendo sua mão, no sonho, por exemplo, os dedos sendo cortados.  E a análise simbólica, prática corrente da psicanálise, auxilia na identificação do eco de fundo do complexo de castração, e assim, trazendo a luz sobre a angústia inicial do sujeito, baseada na culpa, fazê-lo superar o medo que deu origem ao complexo, que se tornou irreal, até ilusório diriam alguns.
Historicamente, o ser humano sublima o complexo com resiliência e superação. A culpa do complexo de Édipo, e depois o medo de ser punido sendo castrado, é superada pela sublimação, enfrentando o medo, e para isto é necessário introjetar uma visão mais realista de si mesmo e do mundo. Aceitar o que se perdeu e o que não se pode ter [exemplo, determinado emprego, exercer tal profissão, casar com tal mulher, comprar certo imóvel], dá início ao processo de deslocamento da energia que antes era focada na angústia da perda.
Através da criatividade há a possibilidade de evoluir e superar a castração procurando encontrar novos meios de se conseguir o objeto desejado e proibido pelas vias que o indivíduo acreditava anteriormente. Ao mesmo tempo em que se foca em outros objetos [diferentes do inicialmente desejado, por ser proibido] ou novos caminhos para se atingir o que se quer, gasta-se menos energia na angústia de ser punido, do medo de sofrer represálias, medo de não se conseguir o projeto almejado, medo de sentir dor física se ocorrer o rompimento com a vida. [...] Formação Substitutiva, A representação do desejo inaceitável é recalcado no inconsciente. Fica então uma falta que o ego vai tentar preencher de forma sutil e compensatória. Tentará obter uma satisfação que substitua aquela que foi recalcada e que obtenha o mesmo efeito de prazer e satisfação que aquela traria, mas sem que essa associação apareça claramente à consciência. Bergeret (2006) dá como exemplo o transe mítico, que pode constituir somente um substituto do orgasmo sexual: aparentemente não há nada de sexual, na realidade, porém, o laço com o êxtase amoroso e físico se acha conservado, o afeto permanece idêntico. A formação substitutiva vem então constituir um dos modos de retorno do recalcado. A formação substitutiva pode da-se no sentido inverso. O sujeito pode tentar mascarar por meio de uma pseudo-sexualidade substitutiva de superfície, suas carências objetais e sexuais, ao mesmo tempo que tenta se assegurar contra a carência de suas realidades narcísicas. O sujeito opera no registro das defesas do Si-mesmo.
Algumas pessoas encontram na sublimação um caminho que justifica a melhor forma de lidar com este complexo encontrada pelas mulheres, que pelas dificuldades encontradas em uma sociedade machista, que impõe uma castração muito maior à mulher que ao próprio homem, que não possuindo, em geral, meios para impor sua vontade [através da rebeldia], encontram na criatividade uma forma de sublimar, superar a angústia do medo inicial.
Grandes derrotas seguidas na vida podem mostrar que só há dois caminhos a seguir, encarar a realidade e entender que não mudará mesmo que o sujeito queira, e viver constantemente angustiado por não superá-la [com o medo da represália da vida, das pessoas, de tudo que você confrontou] ou entregar-se à aceitação, e compreender o que não se pode ter. Exemplo, um sujeito da classe pobre será quase que impossível ter uma Ferrari na garagem como troféu, uma remuneração altíssima em meio a quarentena trabalhando como entregador ifood, consultório lotados de clientes independente de sua especialidade, inserção no mercado de trabalho após a meia-idade não é para todos, vendas absurdas de produtos na internet, diversos atendimentos online de sua especialidade e outros que você possa imaginar enquanto lê o artigo.
A castração pode se traduzir como capacidade para o prazer. O indivíduo só supera o medo da castração se a vontade de buscar o que lhe dá prazer for maior. E para isto, a pessoa precisa admitir que a fonte de prazer vale realmente a pena, exemplo, um emprego, uma esposa, um imóvel, um carro, uma viagem, uma especialização, uma graduação, até o suicídio e etc. Por isto pessoas que idealizam demais sua alma gêmea não consegue amar, vivem angustiadas, pois a castração é uma imagem constante, quando estão com a pessoa real ao seu lado. [...] “A angústia é, dentre todos os sentimentos e modos da existência humana, aquele que pode reconduzir o homem ao encontro de sua totalidade como ser e juntar os pedaços a que é reduzido pela imersão na monotonia e na indiferenciação da vida cotidiana. A angústia faria o homem elevar-se da traição cometida contra si mesmo, quando se deixa dominar pelas mesquinharias do dia-a-dia, até o autoconhecimento em sua dimensão mais profunda” (CHAUÍ, 1996 p.8-9).
Enganam-se também os que buscam literalmente o prazer físico pensando ludibriar a castração, exemplo, o fetichismo é algo sempre cercado de desajustes com o complexo de castração e em geral são pessoas que não criam vínculos [sua fixação no objeto de fetiche sexual é uma proteção, pois tentam fugir da angústia de um relacionamento real, amoroso, com uma pessoa de carne e osso]. Elas temem não poder controlar a relação, temem se entregar, temem amar.
Alguns indivíduos se percebem castrados por não conseguirem atuar em suas profissões, ajudar as pessoas de modo efetivo contribuindo para a evolução delas e neste caso a castração sinaliza a perda do prazer na vida que está sendo retirado naquele momento, dos objetos.  O indivíduo não sabe até quando, nem ele mesmo faz ideia do quanto ainda será capaz de engolir calado. Sente-se tolhido, vigiado, censurado, sem poder de fato dizer o que pensa sobre tanta coisa que percebe e que o contraria e nem ao menos fazer.
Observando a atuação do profissional da Psicologia por meio da função social do trabalho do psicólogo. Por função social, entendem-se os efeitos que a atuação do psicólogo produz na sociedade. Esse efeito é identificado em termos da abrangência e do significado social da atuação do profissional.
Por abrangência da função social entende-se o número de pessoas beneficiadas pelo trabalho do psicólogo e a natureza social delas [isto é, sua origem sociocultural]. Por significado social da profissão entende-se a natureza do efeito produzido pelo psicólogo na sociedade, por exemplo, se ele contribui para a transformação social ou se seu trabalho é instrumento de manutenção das condições adversas de vida da população.




Referência Bibliográfica
CHAUÍ, MARILENA. HEIDEGGER, vida e obra. In: Prefácio. Os Pensadores. São Paulo: Nova Cultural, 1996.
FREUD, S. (1920), "Além do princípio do prazer” In: FREUD. S. Obras completas de S. Freud. Rio de Janeiro: Imago, 1996, v. XVIII.
FREUD, S. (1996). Obras completas de S. Freud. Rio de Janeiro: Imago. (1914). "Recordar, repetir e elaborar ", v. XII
FREUD, S. O ego e os mecanismos de defesa. Rio de Janeiro: Biblioteca Universal
Popular, 1968

Comentários

Postagens mais visitadas

A dor da espera, [Quando Você Não Sabe O Que Fazer]

Outubro/2019. Escrito por Ayrton Junior - Psicólogo CRP 06/147208                           A intenção deste artigo é, chamar a atenção do leitor(a) para olhar o fenômeno a dor da espera que potencializa a impaciência no indivíduo anônimo ao fazer uso das redes sociais como, Facebook, Instagram, Blogger, Twitter, Pinterest, WhatsApp e outras eventualidades. Para a sociedade atual, esperar é algo muito irrefletido, incompreendido. O ser humano não foi ensinado no quesito de esperar, por tanto não gostamos e agimos como imediatistas. É mais fácil encontrar citações na Internet sobre aproveitar o dia e fazer algo acontecer, do que simplesmente algo sobre [a esperar quando não saber mais o que fazer]. A conexão de internet caiu, pronto não sei o que fazer.          No ato de esperar exige do sujeito paciência, longanimidade, lidar com...

O Seu Supereu Cruel....

  Ano 2023. Escrito por Ayrton Junior Psicólogo CRP 06/147208 O presente artigo pragmático com prudência auxilia o leitor a entender com a inteligência que o superego cruel de uma pessoa é espelhado naquele de quem o criou ou internalizou inconsciente por meio do mecanismo defesa de identificação, atributos, características pessoais, crenças sendo possível ter se espelhado em alguma figura professor de seminário, escola, universidade ou até de ministério eclesiástico com preconceitos, estereótipos e discriminação contra a psicologia. A identificação é uma atividade afetiva e relacional indispensável ao desenvolvimento da personalidade no caso o ego cristão. Como todas as outras atividades psíquicas, a identificação pode, por certo, ser utilizada igualmente para fins defensivos. De acordo com Laplanche e Pontalis, um processo psicológico pelo qual um sujeito assimila um aspecto, uma propriedade ou um atributo do outro e se transforma, total ou parcialmente, a partir do modelo ...

Professora Assassinada Em Escola E A Pulsão DE Morte Agindo Através De Um Menor

  Ano 2023. Escrito por Ayrton Junior Psicólogo CRP 06/147208 O presente artigo chama a atenção do para um excelente tópico. O sujeito e a pulsão de morte são conceitos fundamentais da psicanálise, desenvolvidos por Sigmund Freud. A pulsão de morte, também conhecida como "pulsão destrutiva", é uma das duas pulsões básicas do ser humano, ao lado da pulsão de vida. De acordo com Freud, a pulsão de morte é uma força instintiva presente em todo ser humano, que se manifesta através de desejos destrutivos, agressivos e autodestrutivos. Esses desejos são parte do inconsciente humano e são direcionados tanto para o mundo externo quanto para o próprio indivíduo. A relação entre o sujeito e a pulsão de morte na sociedade é complexa e multifacetada. Por um lado, a pulsão de morte pode ser vista como uma força que impulsiona ações destrutivas em indivíduos e grupos, como a violência, a guerra e o terrorismo. Por outro lado, a pulsão de morte também pode ser vista como uma fonte de ...

Psicólogo Fracassa Carreira Busca Academia Psicologia Social

  Ano 2023. Escrito por Ayrton Junior Psicólogo CRP 06/147208 O presente artigo chama a atenção do para um excelente tópico. Um psicólogo fracassa na carreira de psicologia, então se decidi ir para academia para alterar a imagem corporal. É possivel estar fazendo academia para compensar a perda da imagem idealizada de psicólogo. Me explique como se eu fosse um iniciante pela abordagem da psicologia Social. A psicologia social estuda como as pessoas pensam, sentem e se comportam em contextos sociais. Ela examina como as interações sociais e as normas culturais influenciam nossas percepções, atitudes e comportamentos. No caso específico de alguém que decide ir para a academia para alterar a imagem corporal após um fracasso na carreira de psicologia, podemos analisar isso sob a perspectiva da teoria da autopercepção e da teoria da compensação. A teoria da autopercepção sugere que as pessoas podem inferir seus próprios estados internos e traços de personalidade observando seu pró...

A Crença Do Não-Merecimento

Setembro/2020.Escrito por Ayrton Junior - Psicólogo CRP 06/147208 O presente artigo convida o leitor(a) a repensar sobre a crença do não merecimento na sua vida. Um adulto que foi submetido involuntariamente a uma infância com ausência de recursos onde a criança não teve as necessidades básicas plenamente satisfeitas, exemplo, alimentação, roupas, moradia digna, educação, lazer e etc. Pode ser também bastante prejudicial e de tanto ouvir, não pode isto; não temos; hoje não dá; não é pra você; não é para nós [e às vezes até, quem você pensa que é para querer isso ou aquilo, pensa que é melhor que os outros, pensa que é rico] a criança cresce e vai internalizando cada vez mais que ela não pode e não merece ter acesso a certas coisas, e na fase adulta irá reproduzir inconscientemente os pensamentos internalizados na infância.   Permita-se a avaliar a si próprio. Sente dificuldade em receber presentes? Pensa que não é digno de ter um bom trabalho? Ou se pergunta será que não mere...

Percepção, a impotência aprendida

Janeiro/2020. Escrito por Ayrton Junior - Psicólogo CRP 06/147208                        A intenção deste artigo é trazer reflexão ao leitor(a) sobre a percepção visual e a compreensão diante das circunstâncias adversas e o sentimento de impotência/ e ou incapacidade. A sensação é a capacidade de codificar certos aspectos da energia física e química que nos circunda, representando-os como impulsos nervosos capazes de serem compreendidos pelos neurônios, ou seja, é a recepção de estímulos do meio externo captado por algum dos nossos cinco sentidos: visual, auditiva, tátil, olfativa e gustativa. A sensação permite a existência desses sentidos. Já a percepção é a capacidade de interpretar essa sensação, associando informações sensoriais a nossa memória e cognição, de modo a formar conceitos sobre o mundo e sobre nós mesmos e orientar nosso comportamento. Por exemplo, um som é captado pela n...

Psicólogo Não É Super Herói

  Ano 2023. Escrito por Ayrton Junior Psicólogo CRP 06/147208 O presente artigo chama a atenção do para um excelente tópico. Psicólogo não é Super-herói, na visão da psicologia. Claro! Vou explicar como a visão da psicologia geralmente difere da ideia de um psicólogo ser um super-herói. Embora os psicólogos possam desempenhar um papel importante no apoio e na melhoria do bem-estar das pessoas, é essencial entender que eles não têm superpoderes ou habilidades extraordinárias. Humanos com habilidades profissionais: Os psicólogos são profissionais treinados em psicologia, que estudam o comportamento humano, os processos mentais e as interações sociais. Eles adquirem conhecimento, teorias e técnicas para entender os desafios emocionais, cognitivos e comportamentais enfrentados pelas pessoas. Abordagem científica: A psicologia é uma ciência que utiliza métodos de pesquisa e evidências empíricas para entender o comportamento humano. Os psicólogos baseiam sua prática em teorias com ...

Pensar, ou Agir antes de Pensar

Julho/2019. Escrito por Ayrton Junior - Psicólogo CRP 06/147208 Agir é atuar, comportar-se de que modo na presença de uma situação que provoque raiva ou apenas uma situação que o leve a consequências catastróficas, estando Ego subjugado ao Id. Assistindo ao Filme no Netflix Vis a vis que narra o sistema prisional feminino e numa fala de um ator no papel de psiquiatra e médico da prisão, onde ele fala para a diretora que é necessário pensar antes de agir, devido as consequências. No sistema prisional a pulsão de morte impera drasticamente. O Id é o componente nato dos indivíduos, ou seja, as pessoas nascem com ele. Consiste nos desejos, vontades e pulsões primitivas, formado principalmente pelos instintos e desejos orgânicos pelo prazer. As mulheres e todo o sistema prisional são regidos pela pulsão de morte, ou seja, o Id atuando através do impulso de agressividade é manifestado, antes do raciocínio lógico, prevalecendo o impulso agressivo verbal, físico ou de silêncio sobre o ...

Falta de percepção de si mesmo ou perda de identidade

Junho/2020.Escrito por Ayrton Junior - Psicólogo CRP 06/147208 O presente artigo convida o leitor(a) a repensar sobre a crise de identidade ou medo de perder o autorretrato. As vezes o indivíduo sonha que está perdendo documento como RG no sonho e tenta recuperá-lo. Atinamos que o indivíduo permanece incessantemente entrando e saindo de espaços abertos ou fechados, todos ajustados em meio a diversas leis, regras, normas e sistemas. Se o sujeito não está dentro de um contexto universitário, familiar, está dentro de um ambiente organizacional ou de desemprego e até em alguma outra situação sócio cultural que o requisite num estado padronizado de manifestação que o influencie a interagir e modificar a sua biografia pessoal. É deste modo que podemos observar o movimento que gera o aprisionamento do nosso ser essencial em uma teia que, ao atar, cega. O mais triste deste estado é que o cegar vale tanto para uma visão/ e ou percepção mais acurada sobre a realidade externa, como também pa...

Motivações Inconscientes: Psicologia Da Saúde

  Ano 2023. Escrito por Ayrton Junior Psicólogo CRP 06/147208 O presente artigo chama a atenção do para um excelente tópico. Na abordagem psicanalítica, as motivações inconscientes são consideradas determinantes do comportamento humano. Portanto, ao analisar as possíveis motivações inconscientes para um psicólogo escolher a psicologia da saúde para trabalhar em instituições, podemos explorar algumas teorias psicanalíticas que podem ser relevantes. Identificação com o sofrimento dos outros: O psicanalista pode ser motivado inconscientemente por uma identificação com o sofrimento alheio. Talvez ele próprio tenha experimentado dificuldades de saúde ou tenha tido experiências pessoais que o levaram a desenvolver empatia pelo sofrimento dos outros. Essa identificação pode ser um fator motivador para escolher trabalhar em instituições de saúde. Necessidade de cuidar dos outros: A necessidade de cuidar e proteger pode ser um impulso inconsciente para algumas pessoas. Na abordagem ps...