Ano 2020. Escrito por Ayrton Junior Psicólogo
CRP 06Q147208
O
presente artigo chama a atenção do leitor(a) a observar seus comportamentos
frente o isolamento social dentro de seu lar diante de seus entes queridos ou
até mesmo depois do termino da Pandemia em relação aos demais na sociedade. Parece
que o indivíduo tem dificuldade em nomear e reconhecer seus comportamentos desencadeado
pelo isolamento social. A agressividade é constitucional e necessária para auto
conservação e conservação da espécie, pois possibilita nos posicionarmos nas
situações e construirmos coisas.
Considero
a agressividade como um comportamento emocional que faz parte da afetividade de
todas as pessoas. Portanto, é algo natural. Na fase adulta, a agressividade se
manifesta ainda como reação a fatos que aparentemente induzem o indivíduo à
disputa exemplo, jogos de futebol, jogo de baralho, jogos de game, esportes,
lutas marciais, Reality Show (BBB da Globo) e por aí vai, e ainda a
sentimentos. Constato a agressividade como qualidade natural, humana ou animal,
que tem a função de defesa diante dos perigos enfrentados e dos ataques
recebidos.
Por
tanto agressividade e medo são emoções fundamentais na sustentação de processos
decisórios. Ela é usada como uma forma de proteção, e de dar limites ao outro,
em família, no relacionamento amoroso, na amizade ou no trabalho. Se controlarmos
o medo, ele nos ajuda a ser prudentes e corajosos. Se ele nos controla, somos
covardes. Entretanto se não o temos, podemos ser irresponsáveis. Tudo é uma questão
de equilíbrio na vida do sujeito. O mesmo acontece com a agressividade que, ao
ser controlada, sustenta a razão. Nos animais, limita o espaço vital. Nos indivíduos,
mais que isso, limita o espaço emocional. [...] Esse medo marcará nossa
memória, de forma desprazerosa, e será experimentado como desamparo, “portanto
uma situação de perigo é uma situação reconhecida, lembrada e esperada de
desamparo” (Freud, 2006, p.162)
A
disciplina Neurologia e Fisiologia é de suma importância para o psicólogo, pois
lhe permite compreender o cérebro e o organismo. A neurologia é a especialidade
médica que estuda e trata dos distúrbios estruturais do sistema nervoso:
cérebro, medula, nervos e músculos. As
doenças mais comuns tratadas pelo neurologista são as dores de cabeça,
problemas de memória, distúrbios dos movimentos, crises convulsivas e
epilepsia.
E
a fisiologia é o ramo da Biologia que estuda o funcionamento dos organismos
vivos, bem como dos processos físico-químicos que ocorrem nas células, tecidos,
órgãos e sistemas dos seres vivos sadios. Parece que um bom número de pessoas, não
observa como está a serotonina no seu corpo diante de eventos que causam
mudança de humor, angustia e outros. E também não procuram tomar consciência
sobre algumas práticas interventivas como meio de enfrentamento da quarentena
para ter uma qualidade de vida melhor. É lógico que nem todas as pessoas tem
mobilidade adequada para práticas interventivas de atividades físicas, pois deve-se
levar em conta as limitações do corpo físico do indivíduo, mas existem outras práticas
possíveis para circular a serotonina no corpo físico e cérebro do indivíduo.
[...] “A angústia é, dentre todos os sentimentos e modos da existência
humana, aquele que pode reconduzir o homem ao encontro de sua totalidade como
ser e juntar os pedaços a que é reduzido pela imersão na monotonia e na
indiferenciação da vida cotidiana. A angústia faria o homem elevar-se da
traição cometida contra si mesmo, quando se deixa dominar pelas mesquinharias
do dia-a-dia, até o autoconhecimento em sua dimensão mais profunda” (CHAUÍ,
1996 p.8-9).
A
sociedade está passando por um período acentuado de isolamento social devido a
Pandemia e ainda não se deu conta de como é importante a serotonina para o
corpo físico e cérebro. A Serotonina pode ajudar no controle da agressividade
oriunda do isolamento social e outros eventos que causam estresse. Exemplo,
existem problemas clínicos como a depressão, as obsessões e a ansiedade, que se
caracterizam por baixos níveis de serotonina. A serotonina também tem um papel
importante na sexualidade e na regulação do humor, na temperatura e na sensação
de dor.
O
estresse prolongado devido ao isolamento social forçado pelas regras e normas
das autoridades da saúde para auto preservação da vida, pois nem sempre é aceito
e praticado de modo voluntário, mas sim involuntário produz adrenalina e
cortisol, dois hormônios que interferem na serotonina. Isso também pode ocorrer
quando é preciso completar uma grande quantidade de trabalho em um espaço curto
de tempo, ou se alguém estiver muito preocupado com uma questão e não conseguir
parar de pensar nela. Assim, o estresse crônico é um dos piores inimigos do seu
bem-estar. Por isso, mudar o estilo de vida e adicionar mais relaxamento na
semana pode fazer a diferença. Trata-se de viver com calma, em vez de
estressado, saindo deste modo da compulsão a repetição do estresse. [...] Freud
no seu texto “Recordar repetir e elaborar” (1914), texto esse em que começa a
pensar a questão da compulsão à repetição, fala do repetir enquanto
transferência do passado esquecido dentro de nós. Agimos o que não pudemos
recordar, e agimos tanto mais, quanto maior for a resistência a recordar,
quanto maior for a angústia ou o desprazer que esse passado recalcado desperta
em nós.
Invista
em qualidade de vida. Libere serotonina e viva com qualidade de vida. Libere em
seu organismo um neurotransmissor que atua no cérebro e em outros sistemas do
corpo e proporciona a sensação de bem-estar. É curioso pensar em como algo tão
pequeno pode influenciar tanto no nosso bem estar psicológico. Os grandes
avanços na pesquisa científica foram responsáveis por nos ajudar a entender um
elemento indispensável para a felicidade humana: a serotonina. Esse hormônio da
felicidade é produzido no sistema nervoso e transmite informações para o nosso
cérebro para nos fazer sentir emoções relacionadas à alegria e ao bem-estar.
Além disso, a serotonina também modula outros tipos de sentimentos como a
agressividade ou a ansiedade.
Definimos
a serotonina como um hormônio produzido em nosso corpo, mais concretamente no
cérebro e nos intestinos, que tem como objetivo manter um equilíbrio emocional
e um certo nível de bem-estar psicológico. Ela não é apenas responsável pela
felicidade, mas também cumpre as funções de controlar o apetite, regular o sono
e intervir nos níveis de libido e desejo sexual.
Uma
das formas de aumentar a concentração de serotonina na corrente sanguínea é
consumindo alimentos ricos em triptofano, praticar meditação, praticar
exercícios físicos com regularidade e, em casos mais severos, tomar remédio,
investir em massagem, evitar ingestão de álcool e substâncias psicoativas. Escutar
música clássica, é outro hábito bastante recomendado que ajuda a produzir
serotonina. Especialmente, de acordo com o doutor Joel Robertson, as
composições de Bach, que já possuem uma certa ordem matemática que faz com que
o cérebro entre em um estado de harmonização. Mas ele também recomenda Chopin, Handel
e Haydn.
Outro
hábito bastante efetivo que produz serotonina é manter uma rotina de
exercícios. Não é um mito que o exercício faz você feliz, pois foi demonstrado
que o suor aumenta a neurotransmissor. E as atividades voltadas a produção e a
liberação desses exercícios cardiovasculares, exemplo, correr, nadar e dançar,
são as mais eficazes além disso, a atividade física aumenta a quantidade de
triptofano, componente serotonina.
Isso
provoca no cérebro um efeito que continua, mesmo depois de fazer o exercício.
No entanto, é recomendado combinar o exercício físico com algo que acalme a
mente como ouvir música clássica.
O
sujeito tem o interesse de sair da condição isolamento social que causa
desprazer na busca pelo prazer, porém não consegue julgar que neste momento o
necessário para sua preservação é ficar em casa e cuidar do seu corpo físico e
da saúde mental através da serotonina. Ou seja, o indivíduo está, a onde deve
estar! As vezes esse mesmo sujeito, não se dá conta de que algo que é
considerado perigoso, nocivo pode ser um facilitador para que sua percepção seja alterada e se gratifique
desfrutando neste período da quarentena de pequenos prazeres da vida como, ver
um filme novo, ler um livro bom ou saborear seu prato favorito, fazer aulas de
dança em casa.
Esta
é uma oportunidade de prestar a atenção ao seu nível de serotonina, pois se
estivesse vivenciando a sua rotina anterior a Pandemia, talvez não houvesse a chance
de observa-la. Esses pequenos prazeres nos ajudam a viver com emoções
positivas. [...] Em sua obra “Além do Princípio do Prazer” (1920, p.34),
Freud afirma: a compulsão a repetição também rememora do passado experiências
que não incluem possibilidade alguma de prazer e que nunca, mesmo há longo
tempo, trouxeram satisfação, mesmo para impulsos instintuais que foram
reprimidos.
Em
primeiro lugar a serotonina é um dos responsáveis pelo humor. Estando com
transmissão inadequada, é natural que o indivíduo se sinta irritado,
mal-humorado, ansioso, impaciente, propenso a chorar e por aí vai. Melhorando a
qualidade da transmissão, logo existe o alívio deste quadro. No organismo, e nos
movimentos, a substância atua para regular o sono, o apetite, a temperatura do corpo
e coordenando funções intelectuais fundamentais. Os níveis de serotonina no
corpo podem diminuir por diversos fatores.
Alguns
deles são: Alimentação inadequada, estresse. O estresse é outro fator
responsável pela queda da substância. Afinal, quando uma pessoa está ansiosa ou
nervosa, há o aumento de cortisol, fazendo com que o hormônio caía
consideravelmente. Ocorrendo a instabilidade emocional, onde há baixa de
serotonina pode causar irritabilidade, mal humor, agressividade, pensamentos
negativos, ataques de raiva.
Agora
o cansaço persistente, ainda que a pessoa esteja completamente descansada, pode
ser um sintoma de baixa serotonina no organismo. Acredita-se que a serotonina
representa um papel importante no sistema nervoso central como neurotransmissor
na inibição da agressão, temperatura corporal, humor, sono, vômito e apetite.
É
lógico que para saber como estão os níveis de serotonina, a pessoa precisa
procurar por um médico que irá pedir um exame de sangue. Isso determinará
também se o organismo precisa de outros nutrientes.
Referência
Bibliográfica
CHAUÍ, MARILENA.
HEIDEGGER, vida e obra. In: Prefácio. Os Pensadores. São Paulo: Nova Cultural,
1996.
FREUD,
S. (1920), "Além do princípio do prazer” In: FREUD. S. Obras completas de
S. Freud. Rio de Janeiro: Imago, 1996, v. XVIII.
FREUD,
S. (1996). Obras completas de S. Freud. Rio de Janeiro: Imago. (1914).
"Recordar, repetir e elaborar ", v. XII
FREUD,
A. O ego e os mecanismos de defesa. Rio de Janeiro: Biblioteca Universal
Popular,
1968
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