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O Rivalizar Do Psicólogo Nas Redes Sociais

 Ano 2022. Escrito por Ayrton Junior Psicólogo CRP 06/147208

O presente artigo chama a atenção do leit@r a compreender O sofrimento da criança abandonada pode ocasionar deficiências no seu comportamento mental e social para o resto da vida, a criança pode se isolar do convívio de outras pessoas, apresentar problemas escolares, depressão, tristeza, baixa autoestima, além de problemas de saúde. Na maioria dos casos, o medo do abandono (fobia) decorre de traumas de infância caracterizados por abandonos físicos, emocionais ou financeiros. Quem tem cachorro pode observar a Síndrome do abandono é um estado de euforia em que o Pet fica quando seu dono chega em casa. Pode induzir a tremores no corpo, descontrole de urina e fezes e chegar a desmaiar em casos graves.

O adolescente pode manifestar essa falta de amor em diversos momentos, como, na dificuldade de se relacionar com os amigos, ou seja, criar vínculos; na vida escolar, geralmente com notas baixas, comprometendo o aprendizado; na hora de conquistar seu par e outros. E o ciúme do parceiro é um sentimento bem marcante na vida de um adulto que sofreu falta de demonstração de amor e cuidados dos pais.

Esse papel de cuidador pode ser ocupado por qualquer pessoa ou até do arquétipo Deus. A pessoa que sempre cuida é o primeiro amor de uma criança proporcionando então uma série de sensações de prazer, prazer. A criança reconhece que é o centro das atenções, até o momento em que começa a perceber a existência de outras pessoas a sua volta podendo então desenvolver o sentimento como ciúmes. [...] Em sua obra “Além do Princípio do Prazer” (1920, p.34), Freud afirma: a compulsão a repetição também rememora do passado experiências que não incluem possibilidade alguma de prazer e que nunca, mesmo há longo tempo, trouxeram satisfação, mesmo para impulsos instintuais que foram reprimidos.

O ciúme é uma manifestação de vários fatores ocorridos em sua vida. Você só tem que descobrir qual foi o seu. Muitos pais, por não terem passado pela experiência de receber amor, afeto, carinho, proteção; por sua vida atarefada; por motivo de doença; ou por outro motivo qualquer, não transmite aos filhos tudo o que uma criança necessita para se transformar em uma pessoa com autoestima elevada e confiante. Na sua infância seus pais lhe deram carinho na medida certa? Deram atenção suficiente? Ajudaram em suas dificuldades? Apoiaram suas decisões? É obvio que para todas as repostas será o não, porém é necessário analisar cada caso a parte com coerência e reflexão, para não elaborar um julgamento severo dos pais.

O que é mais interessante são os mecanismos de defesa que nosso inconsciente utiliza para nos proteger da angústia trazida pelo ciúme. Talvez você não faça ideia de que esses mecanismos de defesa do Ego estão lá, quietinhos, esperando o momento certo de serem acionados e te poupar da angústia e frustração que você passa em muitos momentos de sua vida, como na situação de desemprego, num relacionamento e por aí vai.

Vou descrever sobre o ciúme normal ou competitivo e o ciúme projetado. De acordo com Freud, ciúme normal ou competitivo, se constitui essencialmente do luto, da dor pelo objeto amoroso que se acredita haver perdido e da injúria narcísica; também de sentimentos hostis pelo rival favorecido. E no caso do ciúme projetado: Esta deriva da própria infidelidade realmente praticada ou de impulsos a infidelidade que cederam à repressão. A experiência cotidiana mostra que a fidelidade, sobretudo aquela exigida no casamento, é mantida em face de contínuas tentações. Quem as nega em si próprio, contudo, sente sua pressão de forma tão intensa que faz uso de um mecanismo inconsciente para se aliviar. Obtém esse alívio, essa absolvição perante sua consciência, quando projeta seus próprios impulsos à infidelidade no parceiro ao qual deve fidelidade. (Freud-1922).

Exemplo do ciúme projetado seria o homem com uma vontade enorme de trair e lançando [projetando] essa vontade na esposa, dizendo que ela está com vontade de sair com outros homens. Outro exemplo clássico na religião é, um crente com uma vontade enorme de trair [deixar a Deus] e projetando a vontade de trair em Deus, diz que Deus está com vontade apenas de abençoar os outros crentes. Então procura obter o alívio, a absolvição perante sua consciência, quando projeta seus próprios impulsos a infidelidade em Deus ao qual deve fidelidade.

São reações automáticas do organismo que fazem o ciumento ficar menos angustiado diante de um acontecimento que geralmente causaria um desconforto maior. Quando temos conteúdos mentais que geram muita angústia, o Ego cria mecanismos de defesa para nos proteger da ansiedade que foi gerada. Esses conteúdos são excluídos da consciência, reprimidos, e perdem, momentaneamente, a energia.

Em outras palavras, nosso inconsciente, depois de uma cena desagradável, ou um acontecimento doloroso, trata de esquecer aquilo que foi presenciado, sentido, para não causar sentimentos de ansiedade em você. O problema desse esquecimento é que ele só foi lançado de lado, mas ele ainda está lá, e, por vezes, pode retornar, como um sintoma, uma doença psicossomática.

O mecanismo de defesa da projeção em relação ao ciúme Projetado. Exemplo, Ismael projeta na Juliana a vontade dele mesmo estar cometendo traição. Como ele tem um Superego [opa! Superego são nossos preceitos morais e éticos que foram construídos ao longo de nossa vida] rígido, ele não se permite ter esse tipo de pensamentos e sentimentos inaceitáveis e indesejados, então projeta na namorada a vontade de trair, como forma de abrandar o Superego e não sentir tanta culpa. Ou seja, é uma vontade recalcada de trair. E, projetando essa vontade na namorada, ele se sente aliviado, isento de culpa e absolvido perante sua consciência.

A tendência que temos é a de repetir padrões da infância, porque é o que conhecemos, o que somos familiarizados e o que nos traz segurança. Mesmo que você repita uma experiência ruim do passado, é a que você está acostumada e a que vai trazer para o comportamento atual. Talvez ela tenha crescido em um ambiente hostil [pai grosseiro, traidor, ciumento, mãe submissa], lar disfuncional [álcool, drogas, maus tratos], falta de amor, carinho e atenção. Ou seja, é o tipo de relação afetiva que ela está acostumada e ela vai repetir o contexto familiar, para permanecer em casa, permanecer no desemprego, na relação abusiva ou qualquer outro tipo de situação.

Enquanto ela não identificar esse padrão, nada poderá ser feito. E isso é bem difícil porque a maioria das pessoas não sabe o motivo de estar agindo assim. Ou melhor, nem sabe que o ciúme tem um motivo. Se não é o caso de um parceiro inadequado, então o ciúme está em você, por baixa autoestima, por falta de confiança em si mesma, por medo, por culpa […] por uma infinidade de causas.

Segundo Freud, o filho “se acha de posse de toda preciosa satisfação” (FREUD, 1914/2010, p.40), mas, no entanto, os pais são os responsáveis por tal posicionamento da criança, pois eles o veem como alguém absolutamente perfeito que lhe suprirá todos os desejos não alcançados. Sendo assim, eles não reconhecem defeitos e dificuldades, no lugar disso, apenas potencialidades e perfeições que outra pessoa não notaria. Freud destaca isso quando afirma que a criança “deve concretizar os sonhos não realizados de seus pais, tornar-se um grande homem ou herói no lugar do pai, desposar um príncipe como tardia compensação para a mãe” (FREUD, 1914/2010, p. 37). É com esse investimento dos pais que a criança se reconhece como o Eu Ideal, pois tem o compromisso de realizar os sonhos que seus pais não conseguiram conquistar. Exemplo, ser empreendedor, médico, jogador de futebol, investidor, ser milionário, advogado, ser bem casado, psicólogo e o que você pensar enquanto lê o artigo.

No ciúme há sempre um rival, alguém que terá algo que ele não tem para oferecer ao seu cônjuge, no qual projeta o Ideal do qual ele está aquém. Tal rivalidade faz aparecer a face hostil direcionada ao objeto amoroso, já que ele pode escolher o outro a qualquer momento, lançando o sujeito no desamparo. Freud (1922) nos fala aponta uma possibilidade que também é bastante interessante para pensarmos alguns casos de ciúme: o sujeito trai, e projeta no parceiro amoroso essa condição. Nesse sentido, o ciúme é derivado da infidelidade concreta e está associado, no próprio ciumento, com o seu próprio desejo de trair o parceiro.

O sujeito atribui ao parceiro erótico a própria infidelidade, ou os próprios impulsos recalcados. O sujeito sofre constantemente, se apercebe amargurado com a infidelidade do parceiro, quase sempre sem motivo real, tendo a absoluta certeza de que é traído (a), mesmo que as evidências provem o contrário. O indivíduo vive em função do outro, é perturbado constantemente pela ideia que outro pode estar com outra pessoa, vivendo em estado de tensão. No modo como abordamos aqui, o ciúme é, pois, uma forma do sujeito atualizar uma perda a cada instante, e junto com ela coloca em cena sua posição de objeto que está sempre aquém do Ideal, sempre a menos em relação a um outro.

Para psicanálise o sujeito é faltoso, pois a falta é estrutural ao sujeito, e é partir dela que ele poderá se constituir, ainda que tomando do outro aspecto a partir dos quais ele possa se ancorar. Porém, cada sujeito vai lançar mão de estratégias muito próprias para lidar com a falta. A suposição que outro tem o falo, que o seu objeto de amor deseja, é uma posição infantil, que visa escamotear a falta, eu não tenho, mas em algum lugar tem alguém que tenha. Há falta não é impossível de tamponar, eu que sou impotente diante dela pelas minhas contingências, das quais o outro supostamente não participa.

O meu objeto de amor, não é a mim que ele deseja, mas o outro, que tem suas qualidades engrandecidas, enquanto o próprio sujeito é diminuído. O sujeito rivaliza com o outro, ou com seu próprio ideal, que é impossível de ser efetivado. Ao lançar o ideal no outro o sujeito exclui seu caráter de impossibilidade, que faria valer sua posição de faltoso. Ao se colocar na impotência, e não na impossibilidade de atingir o ideal o sujeito nega a falta que é constitutiva, e se coloca como inteiramente dependente do desejo daquele que ama, e do outro dele mesmo o seu rival. O sujeito expõe como sintoma, o medo de perder algo que ele supostamente considera que lhe dê o que necessita, o que lhe falta, e passa a rivalizar, pois supõe que há um outro que disputa o seu objeto de amor, e que esse outro tem o que seu objeto deseja, e ele não. Posição que nega a falta que nos é constitutiva, e atualiza o desejo infantil de completude e posse do objeto amoroso. [...] Esse medo marcará nossa memória, de forma desprazerosa, e será experimentado como desamparo, “portanto uma situação de perigo é uma situação reconhecida, lembrada e esperada de desamparo” (Freud, 2006, p.162).

Exemplo, um psicólogo nas redes sociais, expõe o ciúmes inconsciente e não percebe que tem o medo de perder [clientes], pois considera que o cliente lhe dê o que necessita [dinheiro e experiência] que é; o que lhe falta, e passa a rivalizar [competir por ciúmes], pois conjectura equivocadamente que há outro psicólogo nas redes sociais que disputa aproximando-se das qualidades do cliente e que esse psicólogo tem as qualidades, pós graduação, consultório online e presencial adequados e o psicólogo ciumento não tem. Talvez esse psicólogo que rivaliza nas redes sociais [ciúme inconsciente] não parou para perceber que está com um medo falso de perder algo [clientes] que ainda nem possui.

Então o psicólogo ciumento, pensa, o cliente que eu desejo, não é a mim que ele deseja, mas aquele psicólogo que tem pós graduação, é bem sucedido, pois tem suas qualidades engrandecidas, enquanto o próprio psicólogo se desvaloriza, se culpa e inferioriza, por não ter pós graduação, não ter ambiente adequado para atender online, não consegue prospectar clientes e não tem consultório. Assim o psicólogo compete com o outro psicólogo, ou com seu próprio ego ideal, que é impossível de ser elegido pelos clientes como psicólogo permanente. Ao usar o mecanismo defesa projeção, projetando o seu ego ideal no outro psicólogo, esse psicólogo se desvaloriza, se culpa se afastando da autoconfiança que é a maneira habitual e constante de reagir, de modo a se tornar impraticável a profissão, o que faz valer a sua posição de faltoso da autoconfiança ou faltoso de coerência [caráter].

E ao se posicionar na inaptidão para a prestação de serviços psicológicos ativo por se sentir culpado, e não na impossibilidade de alcançar o ego ideal, o psicólogo por meio do mecanismo defesa negação, nega a falta do que é indispensável a auto confiança em si mesmo, e se predispõem como dependente emocional do desejo daquele cliente que deseja, e de si mesmo e do seu rival o outro psicólogo.

Os traumas da infância ou adolescência podem gerar o medo de ficar sozinho(a) na vida do psicólogo. Mas, com a ajuda certa, é possível ter paz e felicidade. No caso da síndrome do abandono, os gatilhos motivadores mais conhecidos são os traumas do passado. Um exemplo claro disso ocorre quando a criança desenvolve um medo de ser esquecida pelos pais, de ser abandonada. Mudanças drásticas também contribuem para a sensação de insegurança, assim como o desenvolvimento de um quadro de ansiedade.

O sintoma, o ciúme é o mais evidente de que, possivelmente, a síndrome do abandono esteja tomando conta do emocional da pessoa. O indivíduo em questão, por medo da perda, desenvolve um ciúme exagerado para com seus parceiros, amigos e familiares. Na cabeça da pessoa, qualquer momento longe de quem ama pode ser decisivo para o abandono. Nesta linha, a apreensão é outro sintoma. Para lidar com o medo do abandono e necessário o autoconhecimento, pois agora que sabemos sobre causas e sintomas, é preciso desenvolver o próprio conhecimento.

O autoconhecimento é essencial para que o indivíduo aprenda a lidar com as próprias emoções e descubra [ou redescubra] que é possível ser feliz sozinho. Suas próprias capacidades individuais podem ser suficientes para viver em paz, com felicidade, sem depender exageradamente de terceiros.

 E desenvolver a autoconfiança, é fundamental também que a pessoa passe a confiar mais em suas próprias habilidades, em seu potencial de alcançar o que deseja e sem precisar de terceiros para isso. Um indivíduo mais confiante é um indivíduo capaz de fazer o que quiser, de lançar-se o quão alto desejar.

E compreender a reprodução de alguns comportamentos como, a angústia seguida pela agressividade, a necessidade de repetidas provas de amor, ou cenas explosivas de desespero, ou ainda crises de auto desvalorização, ou fazer exigências sem limites para seu(sua) namorado(a), esposo (a), arquétipo (Deus), e um grande estado de dependência e outros esses são alguns comportamentos que você pode ter a Síndrome do abandono. Como todo ser inferiorizado, tem ambições excessivas e idealizações de amor quase impossíveis. Seu modo de vestir, andar, a carreira profissional ou qualquer coisa que esteja em desacordo, como por exemplo, trabalhar em um cargo inferior, a falta de dinheiro, se tornam problemas exagerados e motivo para descontar a raiva nos outros.

Qualquer pessoa pode desenvolver um medo de abandono. Pode estar profundamente enraizado em uma experiência traumática que você teve quando criança ou em um relacionamento angustiante na idade adulta ou ainda vivenciando uma situação de desemprego por um período longo na meia-idade. Quem tem medo do abandono, sente uma dificuldade imensa em manter relacionamentos saudáveis. Esse medo paralisante pode levar ao isolamento a fim de evitar se machucar. A pessoa também pode, inadvertidamente, sabotar seus relacionamentos.

O medo do abandono emocional pode ser menos óbvio que o abandono físico, mas não é menos traumático. Todos nós temos necessidades emocionais de sermos amados, valorados e aceitos como pessoas que somos. Quando essas necessidades não são atendidas, nos sentimos desvalorizados, não amados e desconectados. É comum pessoas que se sentem muito sozinhas, mesmo quando estão em um relacionamento com alguém que está fisicamente presente.

Quem experimentou o abandono emocional no passado, especialmente quando criança, pode viver com um medo contínuo de que isso aconteça novamente em qualquer que seja, a eventualidade. Se tudo vai bem nessa relação inicial, há satisfação e um senso de segurança. Se a relação está ameaçada, existe ciúme, ansiedade e raiva. Se ocorre uma ruptura física ou emocional, há dor e depressão. Finalmente, existe uma forte evidência de que a forma segundo a qual o comportamento de apego de uma pessoa se organiza, depende, em alto grau, dos tipos de experiências que teve inicialmente na sua vida (BOWLBY, 1989, p.19).

Um exemplo que representa bem essa situação é de um adulto cujo profissão de teologia, lhe foi retirada de exercer, após concluir a universidade. Foi muito sofrimento, acompanhado de decepção, frustração e medo. Só para citar algumas das consequências que esse adulto sofreu. Um crente tronou-se agressivo e inclusive misógino, por culpar a Deus por não ter lhe dado a oportunidade de exercer a teologia. Então ele transferiu deslocando a raiva que sentia de Deus a todos os que representam a figura de Deus na igreja [pastores e membros]. Ao mesmo tempo que era ciumento, pois pensava que Deus preferia os outros colegas que concluíram o curso de teologia com ele, e inconscientemente passa a rivalizar com os colegas do curso. Agora esse mesmo indivíduo se encontra na posição de psicólogo. O medo de passar novamente pela ansiedade do abandono da nova profissão de psicólogo é enorme. Esse medo pode até nem estar consciente para o crente que se tornou psicólogo. O crente sabe que tem, mas não sabe o motivo.

De acordo com o livro de Salmos 27:10 - Porque, quando meu pai e minha mãe me desampararem, o SENHOR me recolherá. E segundo o livro de Isaías 49:15 - Porventura pode uma mulher esquecer-se tanto de seu filho que cria, que não se compadeça dele, do filho do seu ventre? Mas ainda que está se esquecesse dele, contudo eu não me esquecerei de ti. O primeiro passo para superar seu medo é reconhecer por que você se sente assim. Você pode resolver seus medos sozinho ou com psicoterapia. Mas o medo do abandono também pode fazer parte de um distúrbio de personalidade que precisa de tratamento. O que pode ajudar é tentar parar o duro autojulgamento. Valorizar todas as suas qualidades e lembrar do que faz você ser uma boa pessoa, um bom amigo, um bom profissional, uma boa namorada ou namorado ou um bom filho. Todos nós temos potencial de mudarmos, crescermos e nos desenvolvermos como pessoa.

O ciúme, onde determinada pessoa só deve existir para satisfazer nossas necessidades sociais e não ficar com outros. Note que se trata de um movimento completamente egoísta, onde a vontade do outro pouco prevalece. Mesmo que, eventualmente, entenda que o parceiro tem uma vida própria, relega seus conceitos morais a um canto. O companheiro deve servir a ele e apenas isso. Ou ainda o crente pode pensar que Deus dever servir-lhe sempre que desejar algo. A raiva, onde se cria uma relação de amor e ódio pelo outro [Deus/pessoa]. Embora uma pessoa a ame, também passa a odiá-la por causa do medo de ser deixado.

Há uma culpa mínima nisso, mas a necessidade de ter alguém perto prevalece sobre isso. Existem mudanças que podem afetar o pensamento e o comportamento do sujeito e independente da sua forma também contribui para que esse medo aconteça, seja ele emocional ou física, medo da atual situação financeira ou até da mudança de endereço, a mudança de profissão, uma pessoa sente que algo a deixou. Isso inclui também a morte de um dos pais, onde a pessoa culpa inconscientemente o falecido pelo evento, pelo medo do abandono.

E no caso da ansiedade, embora esse tópico seja mais complexo, podemos reduzir o medo de ser abandonado a um quadro de ansiedade. Independente da sua forma, essa aparece como a causa e também consequência do problema. Existe uma tensão pelo o que vai vir a seguir e isso inclui o medo de ficar sozinho.

Há sujeitos que tem o quadro emocional pouco desenvolvido, ou seja, muitos adultos se apavoram com a possibilidade de serem deixados pelos companheiros quando suas emoções estão abaladas. O dinheiro e as emoções completam um círculo vicioso ao qual nem ele percebe. Embora a vida a dois o complete, o dinheiro também faz parte. Ou seja, quando o parceiro se for, o seu conforto emocional e ajuda financeira também se vão. [...] Freud no seu texto “Recordar repetir e elaborar” (1914), texto esse em que começa a pensar a questão da compulsão à repetição, fala do repetir enquanto transferência do passado esquecido dentro de nós. Agimos o que não pudemos recordar, e agimos tanto mais, quanto maior for a resistência a recordar, quanto maior for a angústia ou o desprazer que esse passado recalcado desperta em nós.

O tratamento para lidar com o medo do abandono visa construir uma confiança nas próprias capacidades individuais. Existe um exercício, onde afirmamos e reconhecemos nossas capacidades positivas. Acreditando nas afirmações e não nas dúvidas, podemos ser guiados a um campo de bem-estar psíquico e físico.

O medo do abandono pode sustentar relacionamentos tóxicos e submissos, como se submeter a um homem ou mulher violento(a) ou através da religião se submeter a Deus na esperança de que nunca sofrerá o abandono. Classificações que possuem a mesma disfunção, medo intenso de ficar sozinho (a), medo de não conseguir um emprego pelos próprios esforços. O que muitos não sabem é que o medo é algo fundamental em nossas vidas. Detém a atribuição de nos proteger, não permitindo que sejamos confrontados por situações de risco.     Exemplo, um psicólogo sente medo pensando que não conseguirá um emprego e nem clientes, mantendo a atenção seletiva apenas no não consegue, porém se esquece de repensar que não tem necessidade de sentir o medo de que não conseguirá um emprego e nem clientes, pois já não consegue de fato.

Então qual a razão para manter a atenção seletiva em algo que não consegue? Ou seja, a atenção seletiva está no medo do abandono. E se passar a atenção seletiva para a autoconfiança? Ou será, que inconscientemente deseja permanecer no abandono/ com ausência de emprego e clientes? Pois, segundo Winnicott medo e desejo fazem parte da emoção, eu tenho medo de ficar desemprego, mas também desejo ficar empregado, exemplo. Entretanto, se não for dosado, pode gerar transtornos graves que afetam nosso cotidiano, como a Monofobia – uma manifestação psíquica conectada a ansiedade, pois ao menor sinal de que poderá ficar sozinho, o indivíduo começa a sofrer por antecipação. Consequência que deflagra, em muitos casos, o desenvolvimento de relações de extrema dependência emocional, pois não se sente capaz de agir por conta própria.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Referência Bibliográfica

BOWLBY, JOHN. Uma base segura: aplicações clínicas da teoria do apego. Porto Alegre: Artes Médicas, 1989.

BÍBLIA, A.T. Salmos, Isaias In BÍBLIA. Português. Bíblia Evangélica: Antigo e Novo Testamentos. Tradução Versão de João Ferreira de Almeida Corrigida 1948 (JFAC). São Paulo

FREUD, A. O ego e os mecanismos de defesa. Rio de Janeiro: Biblioteca Universal Popular, 1968

FREUD, S. (1920), "Além do princípio do prazer” In: FREUD. S. Obras completas de S. Freud. Rio de Janeiro: Imago, 1996, v. XVIII.

FREUD, S. (1996). Obras completas de S. Freud. Rio de Janeiro: Imago. (1914). "Recordar, repetir e elaborar ", v. XII

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