Ano 2022. Escrito por Ayrton Junior Psicólogo CRP 06/147208
O
presente artigo chama a atenção do leit@r a compreender o que é a cultura corporativa
e a cultura do desemprego. Em nossa
convivência com outros, podemos perceber como os objetivos pessoais ou dos
grupos aos quais pertencemos se chocam o tempo todo com limites, conflitos ou
falta de compreensão. Compreender a cultura leva a uma nova postura que permite
perceber nossa vida em sociedade como uma fonte inesgotável de estabelecimento
de regras e padrões, e suas constantes mudanças. A isso chamamos diversidade.
Conhecer o comportamento humano da perspectiva da cultura nos possibilita
analisar muitas situações de uma perspectiva enriquecida pela diversidade.
Trabalho em equipe, capacidade comunicativa e desenvoltura social são
habilidades que podem ser desenvolvidas conforme ampliamos a compreensão sobre
a cultura e a diversidade.
Diante
disto a cultura organizacional, é um conjunto de normas, valores e missão da
organização que estabelecem a identidade da empresa e que ajudam a guiar
comportamentos e hábitos de trabalho dos colaboradores. Por essas
características, a cultura organizacional impacta todos os colaboradores e se
torna um direcionador para seus comportamentos. E alguns colaboradores não permitem
que o comportamento seja orientado para que ocorra adaptação a cultura da
empresa e com isso em algumas empresas ocorre o chamado turnover.
Ou
seja, é a rotatividade de funcionários de uma empresa, isto é, o fluxo de
entrada e saída de colaboradores, por não ocorrer o ajuste, mas sim um
comportamento desadaptativo do colaborador perante ao trabalho executado na
organização. O não ajustamento do comportamento pode ocasionar doenças
psicossomáticas ao longo do tempo trabalhado, caso o colaborador insista na
atividade.
Dentro dos estudos da psicologia organizacional, a cultura
organizacional mostra-se um tema de grande importância, uma vez que é
considerada como fator determinante para o desempenho individual, a satisfação
do funcionário e a produtividade da empresa (TAMAYO; MENDES; PAZ, 2000). A
intenção deste texto é conduzir o leitor a uma elaboração e um desvelar sobre
qual cultura organizacional gostaria de pertencer, onde os velhos padrões
preconceituosos permanecem no passado e se enxergue a identidade profissional com
a necessidade de ultrapassar limites. Permitindo não se aperceber mais como,
colaboradores que são ensinados sobre o que devem ou não fazer para preservar
sua masculinidade e virilidade, ensinamentos baseados essencialmente na
misoginia e no machismo.
É por isso que um simples uniforme roupa pode ser carregado
de tanto valor social e ameaçar as estruturas da masculinidade simplesmente por
ser associada a cultura, valor, missão e marca da empresa. Onde o sujeito possa
fazer um movimento estético e até político-social para romper um tabu por submeter-se
apenas um tipo de cultura organizacional.
Ao longo dos anos por meio de experiência adquirida, tive a
oportunidade de conhecer algumas culturas organizacionais e destaco as mais pertinentes
para este texto. Hospital de Clinicas Da UNICAMP seguimento da saúde, Corporações
multinacionais no seguimento da borracha, pequena empresa familiar no seguimento
automotivo; organização de produtos de internet no seguimento de telefonia
móvel, na qual cada uma possuía uma cultura organizacional. E ao analisar as
culturas, me assegurou tomar conhecimento do porque fiquei pouco tempo nestas
empresas. Interpreto que a única que me trouxe uma identificação maior foi a
multinacional, onde permaneci por um período longo que facilitou a evolução da
carreira de técnico em mecânica.
A
cultura organizacional é delimitada por esses 3 aspectos. A missão representa o
motivo da existência do negócio. A visão, aonde se deseja chegar em determinado
intervalo de tempo. Os valores, definem as características que orientam as
relações de trabalho. Esse tripé é o que oferece o suporte necessário ao
negócio e permite que ele se posicione estrategicamente perante o mercado. Por
isso, colaboradores e clientes devem ser informados desses aspectos para que
todos tenham um comportamento compatível e alinhado, com as características da
cultura organizacional do negócio. [...] Em sua obra “Além do Princípio
do Prazer” (1920, p.34), Freud afirma: a compulsão a repetição também rememora
do passado experiências que não incluem possibilidade alguma de prazer e que
nunca, mesmo há longo tempo, trouxeram satisfação, mesmo para impulsos
instintuais que foram reprimidos.
Os
4 tipos de cultura organizacional., onde a primeira é a cultura do poder, onde
as empresas que atuam conforme esse viés focam sua liderança em apenas uma
pessoa, que costuma ser o próprio empreendedor/ e ou proprietário ou um
gerente. O foco são os resultados e, por isso, é comum haver competição entre
os profissionais. É um tipo de cultura organizacional mais frequente em
pequenas empresas devido ao poder centralizado. Exemplo, empresas familiares. A
desvantagem é a alta possibilidade de conflitos internos, que podem limitar o
crescimento do negócio. Os colaboradores também podem ter dificuldades para
desenvolver habilidades e competências, especialmente porque há barreiras para
a implantação de atitudes inovadoras, seja em processos; produtos e serviços.
Já
a liderança tende a ser as vezes carismática, porém patriarcal e impulsiva. Neste
caso, cada um pensa em si e o coletivo nem sempre é considerado. Por isso, é
normal haver ausência de princípios éticos e profissionalismo. A empresa até
pode crescer, mas tende a ser algo momentâneo, já que os conflitos existentes
impedem o alcance do êxito. Identifiquei esse tipo de cultura organizacional ao
trabalhar em uma empresa familiar, o que me levou a não vestir a camisa da empresa,
na qual trabalhei por curto período. Também clinicas de reabilitação de
dependência química e menor infrator.
A
segunda é a cultura de papéis, sendo o principal aqui o desempenho dos
colaboradores. Os processos são bem estruturados e devem ser seguidos. Porém,
são engessados, pouco flexíveis e inexiste espaço para sugerir novas ideias e
aprimorar atividades. A consequência desse tipo de cultura organizacional,
tende a ser a lentidão na execução do trabalho. Os profissionais costumam ficar
acomodados e dão pouca importância a um possível crescimento na hierarquia
organizacional. Essa situação origina a falta de interação e comunicação
interna, entre profissionais e setores, o que traz problemas para a solução
rápida dos imprevistos.
A
liderança oferece pouco espaço para os colaboradores sugerirem novas ideias. Um
exemplo desse tipo de cultura organizacional é o caso de muitos empreendimentos
de grande porte, que optam por esse modelo para trazer clareza aos fluxos de
trabalho, a fim de evitar acidentes de trabalho e erros. Mas também pode
ocorrer nas empresas familiares e de seguimento de telefonia móvel.
A
terceira é a cultura de tarefas, em que o objetivo é ter profissionais
específicos para a execução de algumas atividades para agregar conhecimento. Os
colaboradores estão voltados à solução dos problemas e são aptos a lidarem com
diferentes tipos de situação. Entre as características da cultura organizacional,
está uma empresa bastante flexível, com o ritmo da corporação dependente dos
acontecimentos. Os profissionais têm mais liberdade e tendem a sentir motivação
no trabalho. Portanto, há mais satisfação nas atividades diárias. A
criatividade é bastante valorizada, inclusive mais que as regras, que podem
sumir dependendo do caso. Afinal, o importante são os resultados. Exemplo em
Corporação Multinacional de seguimento da borracha.
E
a quarta é a cultura de pessoas, o que representa a cultura organizacional de
pessoas, são, principalmente, os colaboradores. Eles são bastante valorizados,
porque são o ponto chave dessa cultura. Entre os tipos de cultura
organizacional, este possui uma integração maior entre as equipes. Com a gestão
de talentos, os colaboradores têm a possibilidade de crescerem
profissionalmente. Os profissionais costumam sugerir ideias e podem contar com
um bom plano de carreira. Este seguimento foi por mim apreciado no Hospital De
Clinicas Da UNICAMP.
Entre
as características da cultura organizacional, os gestores atuam em prol da retenção
de talentos e buscam formar líderes a fim de continuar seu legado. O cuidado
necessário é com o possível esquecimento de outros aspectos importantes, como a
infraestrutura e o relacionamento com os parceiros. Esse tipo de cultura
organizacional é bastante verificado em empresas novas, especialmente startups.
Há pouca hierarquia e o trabalho é mais autogerenciado.
Discorro
as diferentes camadas da cultura organizacional. A cultura organizacional pode apresentar
várias camadas e geralmente, há três níveis; artefatos, são os fatores
perceptíveis, como o modo de se vestir, falar e cumprimentar os profissionais.
Por meio desse aspecto, é possível perceber se o ambiente interno é mais
inovador ou hierárquico, por exemplo. E normas e valores, são os princípios que
norteiam o trabalho, mas não estão escritos. São repassados com o tempo e pressupostos
básicos, são as crenças profundas e que impactam as atividades, apesar de nem
sempre serem percebidas.
A
cultura organizacional pode ser definida como o conjunto de valores éticos e
morais compartilhado pelos membros de uma empresa em todos os seus níveis
hierárquicos. Ela envolve fatores como crenças e hábitos, comportamentos e
políticas internas e externas dos funcionários. Trabalhar com cultura e poder
envolve um esforço de estudar a historicidade de instituições, organizações,
valores, costumes, crenças, normas, expectativas, tradições, ideias, conceitos,
ideais e sensibilidades que se configuram nas mudanças e permanências da vida
social.
Por
tanto a cultura corporativa é o conjunto de valores e regras da empresa,
enquanto o clima organizacional é o ambiente da empresa em si, fruto da atuação
dos colaboradores, seus relacionamentos e de como são realizados os processos.
O poder é um dado intrínseco às relações sociais, afetando a tudo e a todos.
Nesta perspectiva, a definição de cultura está indissociada da dinâmica das
negociações políticas, dos conflitos sociais e das relações de poder nas
sociedades.
Os
valores têm origem na interação social e são construídos com base nas
necessidades de trabalho e para orientar as relações existentes na organização,
eles atuam como elementos que definem, especificam e tornam uma organização
singular, diferente de todas as outras existentes (HASSAN, 2007). Como a cultura
é utilizada como instrumento de poder, nesse caso, funciona como uma chave
capaz de trancar o indivíduo em torno de códigos e simbologias controladas,
seja, pelo Estado, por uma religião ou mesmo por corporações e através dos
instrumentos gerados pela sociedade de consumo, como a publicidade, a promoção
e o patrocínio cultural.
A
cultura nada mais é do que a identidade da empresa, é o primeiro elemento que
devemos conhecer dela. A cultura de uma organização é vista como caráter,
personalidade utilizada como mecanismo de controle organizacional. Para que o
colaborador se sinta pertencendo a organização, é necessário que haja
identificação, ou seja, o colaborador usa inconsciente o mecanismo defeso da
identificação, se identificando com a identidade, marca, missão, valores e
cultura da empresa e passa a se sentir valorado, porque tem a contingência
exata para aplicar seus saberes, seja, técnico ou acadêmico viabilizando a
evolução das competências profissionais e socioemocionais.
Neste
sentido, ela pode ser entendida como o conjunto de convicções importantes que
os membros de uma organização compartilham. Podemos dizer que é a forma como a
empresa percebe seus colaboradores, se são confiáveis ou não, e se necessitam
de controle ou não. É um fator que deve ser levado em consideração devido ao
valor que a empresa dá aos seus recursos humanos. Desta forma, uma organização
caracteriza a sua cultura e a sua maneira de ser. O modo como as pessoas
interagem em uma organização, as atitudes predominantes, as aspirações e os
assuntos relevantes nas interações entre os membros fazem parte da cultura
organizacional.
A
cultura de uma organização não pode ser resumida em regras escritas. Seus
limites incluem as práticas informais que orientam o comportamento dos membros de
uma organização no seu dia a dia e conduzem seus esforços para alcançar os
objetivos organizacionais. Os fundadores de uma organização, tradicionalmente,
exercem um impacto importante na cultura inicial da empresa, pois possuem uma
visão daquilo que a organização deve ser. Eles não são restringidos por
costumes ou ideologias anteriores.
O
orgulho que as pessoas têm de pertencer a uma empresa fortalece a cultura
organizacional dela, pois esse comportamento, se reforçado pelos diretores, faz
com que os colaboradores se sintam importantes por trabalharem ali. Sendo
assim, a cultura organizacional condiciona e determina as normas de
comportamento das pessoas dentro de cada empresa, seja, multinacional, pequena
empresa, instituição privada ou eclesiástica.
Nesse
sentido, a cultura organizacional envolve um conjunto de pressupostos
psicossociais, como os que você verá a seguir. Normas, são regras ou padrões de
conduta nos quais os colaboradores, de uma organização se enquadram. Valores,
são normas e valores que Inter relacionam o conjunto de fatores que os
colaboradores julgam positivo ou negativo na organização e constitui o seu
sistema de valores.
O
poder é que algumas questões deverem ser levadas em conta, como quem tem o
poder na organização, o grau de centralização ou de descentralização de
autoridade e quem determina as recompensas. A recompensa, equivale a valorizar
não só o colaborador que se destaca, mas também estimular os dedicados. Esses
quatro pressupostos são o ponto básico para obter o diagnóstico organizacional
e, com isso, compreender como a organização funciona sob o ponto de vista do
comportamento humano.
A
cultura é algo muito forte e fácil de ser percebido no ambiente organizacional.
Podemos destacar algumas características principais que nos ajudam a
identificar traços da cultura em uma empresa. Regularidades nos comportamentos
observados, na qual as interações entre os indivíduos apresentam linguagem
comum, tecnologias próprias e rituais relacionados com condutas e diferenças.
Normas são padrões de comportamento que incluem instruções sobre a maneira de
agir.
Valores
dominantes, são os principais valores que a direção da empresa defende e espera
que seus funcionários compartilhem. Podemos citar como exemplos, baixos índices
de absenteísmo, alto desempenho na prestação de serviços, eficácia no
atendimento ao cliente e produtos com zero defeito. Filosofia, políticas que
reforçam as crenças sobre como os clientes internos e externos devem ser
tratados. Regras, são guias estabelecidos e relacionados com o comportamento na
organização. Os novos funcionários devem aprender estas regras para serem
aceitos no grupo. Clima organizacional, é o sentimento transmitido pelo
ambiente físico, pela maneira como as pessoas se relacionam com o público
interno, com clientes, fornecedores e outros.
Culturas
conservadoras x culturas adaptativas, o primeiro tipo corresponde às maleáveis,
ligadas à inovação e à mudança. A adaptabilidade está em se ajustar às
variações do contexto, em se transformar continuamente para se manter atual. O
segundo é a centrada na manutenção de valores, crenças, tradições e costumes. O
conservadorismo está na oposição às mudanças de cenário, em que a empresa tenta
ser a mesma independentemente do contexto.
E
qual a melhor delas? Bem, nenhuma. De um lado, temos a flexibilidade— que, se
levada ao extremo, pode significar a total ausência de identidade. Do outro, a
estabilidade—que pode se converter em defasagem, engessamento, imobilidade e
burocracia. O segredo é encontrar uma proporção satisfatória conforme a
estratégia de negócios. Por exemplo, empresas de tecnologia geralmente são mais
flexíveis, mas isso não significa que elas não conservem algumas crenças ou
valores.
As
vezes uma empresa não vai conseguir fazer uma pessoa vestir a camisa e dar o
sangue caso ela não queira. Para que o colaborador vista a camisa ela precisa dar
objetos que prenda a tenção seletiva do colaborador, como benefícios,
contingencia para aplicação de saberes, ambiente saudável, ergonometria dentre
outras coisas. Isso significa que o esforço de recrutar a pessoa certa para que
ela tenha o máximo de desempenho na empresa é fundamental. Assim, a camisa
servirá naturalmente e sem grandes esforços.
O
papel do líder na cultura organizacional: As ações dos colaboradores são
fortemente influenciadas por artefatos, valores e pressupostos. Isto é, o
profissional é influenciado consciente e inconscientemente pela cultura
organizacional. Essa influência afetará também as decisões e ações relacionadas
ao desempenho. Os elementos da cultura criam critérios ou padrões para
avaliação da performance ao nível individual e coletivo. Toda essa situação é
estabelecida pelo papel da liderança na cultura organizacional. São eles que
iniciam todo o processo de instalação e reconhecimento da cultura
organizacional. É a partir de suas ações e decisões que os colaboradores passam
a fazer parte de um grupo alinhado, que reconhece os valores da empresa.
É
o líder quem mantém a cultura corporativa sempre ativa. A partir de suas ações
e práticas, ele demonstra para os funcionários quais são os principais pontos a
serem trabalhados, mantendo sempre o clima organizacional alinhado à cultura. Uma
cultura fraca e negativa é aquela que não existe na prática, ficando apenas no
papel. Utilizar da análise dos indicadores como presenteísmo, absenteísmo e
clima organizacional, é um ótimo ponto de partida para identificar se sua
cultura é fraca e abusiva. Se após examinar esses tópicos, você identificar que
sua cultura organizacional precisa de melhorias, uma dica é propor uma mudança
na empresa, com a ajuda das lideranças e o setor de RH.
Promover
a qualidade de vida de seus colaboradores, aplicar feedbacks em equipe e
individuais, utilizar do fit cultural no recrutamento e seleção e, se você
puder contar com ferramentas de análise de perfil nestas tarefas, mudanças já
começarão a surgir. O presenteísmo é um fator preocupante no ambiente
empresarial. Ele se dá ao fato de o colaborador estar presente fisicamente,
mas, sua mente não está focada na empresa. Podemos resumir o presenteísmo na
insatisfação e falta de motivação do colaborador em relação à organização. Isso
se torna um fator preocupante por impactar na sua produtividade, além de
contaminar os demais membros da equipe, prejudicando o nível de excelência da
empresa.
O
absenteísmo em um ambiente empresarial, é normal que o colaborador precise
faltar em algumas situações como doenças, acidentes de trabalho e, outros
fatores garantidos por lei ao profissional. Porém, quando essas faltas se
tornam frequentes, pode ser um sinal de que as coisas não vão bem com sua
equipe. O absenteísmo consiste nesta falta ao trabalho ou atrasos frequentes e,
normalmente atinge o colaborador que se encontra sobrecarregado ou insatisfeito
com a organização por algum motivo. Essa baixa produtividade impacta na
qualidade da entrega das tarefas e atinge diretamente os resultados da empresa.
Já
o clima organizacional, é verdade que, a empresa que não investe em um bom
clima organizacional, será impactada pelo presenteísmo e absenteísmo.
Colaboradores que não se sentem bem no ambiente de trabalho tendem a faltar com
frequência e não se aplicar como deveria em suas tarefas. O gestor, em
companhia do RH e de seus líderes, deve oferecer um ambiente que seja favorável
ao crescimento e bem estar de seus colaboradores. Mensurar essa satisfação
através de pesquisas de clima organizacional é tarefa importante para uma
análise mais estratégica do ambiente.
E
a cultura da ausência, corresponde aos locais de trabalho em que as faltas são
comportamentos aceitáveis. O motivo mais comum é a tolerância excessiva com o
absenteísmo. O colaborador falta uma, duas, três vezes e nada acontece. A
seguir, outro segue o exemplo, e assim por diante.
Agora
a cultura de clube, é identificada pela existência de círculos ou teias de
influência ao redor do líder, de modo que o critério para ter benefícios é a
bajulação. É um tipo bem comum nas micro e pequenas empresas, em que,
geralmente, a figura do dono é preponderante sobre regras e processos.
A
cultura reacionária, consiste em se manter avesso a qualquer tipo de mudança ou
transformação. Normalmente, afeta as organizações que já têm um conjunto de
crenças e valores enraizados, mas que não adotam o mínimo de flexibilidade
necessária para acompanhar o contexto. A cultura formalista, é excessivamente
burocrática, fazendo com que todas as decisões demandem longos e demorados
processos. Grandes empresas costumam apresentar esse problema
inconscientemente, porque a mudança em gigantes é custosa, envolvendo muitas
pessoas, setores, departamentos etc.
E
a cultura da zona de conforto, ocorre quando a empresa deixa de assumir riscos,
ou seja, todo mundo se acomoda. Em grandes organizações, isso pode significar a
perda de espaços, enquanto em médias e pequenas empresas é um sério obstáculo
ao crescimento. [...] Esse medo marcará nossa memória, de forma
desprazerosa, e será experimentado como desamparo, “portanto uma situação de
perigo é uma situação reconhecida, lembrada e esperada de desamparo” (Freud,
2006, p.162).
Então
a identidade é algo mutável em permanente transformação. É um processo que se
dá desde o nascimento do ser humano até sua morte. Por isso, podemos dizer que
a nossa identidade está em constante mudança. Lane (2006, p. 22) enfatiza que
“apenas quando formos capazes de [...] encontrar razões históricas da nossa
sociedade e do nosso grupo social que explicam por que agimos hoje da forma
como o fazemos é que estaremos desenvolvendo a consciência de nós mesmos”. Isso
nos faz entender que a consciência de si pode alterar a identidade social, na
medida em que interrogamos os papéis que desempenhamos e suas funções
históricas (LANE, 2006).
Essa
consciência é reconhecer quem sou eu enquanto indivíduo, enquanto integrante de
um grupo social, a partir das relações do meu ser social. Isso só será
possível, a partir do momento em que tenho o “outro” como referência. Sawaia
(2006) afirma que essa consciência não pode ser consciência “em si”, mas para
si e para o outro. O indivíduo constrói a sua história, como um ser
individualizado e, ao mesmo tempo, social. Esse processo de transformação pode
trazer angústia, dúvidas o que pode gerar uma crise de identidade, diante da
contradição que o indivíduo vive, entre a necessidade de se padronizar para ser
aceito em um grupo e a necessidade de se destacar como único (SAWAIA, 2006).
Essa
crise é geralmente percebida na transição da infância para a adolescência, em
que o indivíduo passa por diversas transformações tanto físicas, como
psicológicas e sociais. Mas isso pode ser superado a partir da tomada de
consciência e das relações que mantém com o outro. Mas, e quando o indivíduo
está na posição de desemprego, é o desemprego quem orienta o seu comportamento,
porém de que modo. Vamos compreender um poco como funciona a orientação do
comportamento para quem está na ociosidade involuntária forçado. A cultura do
desemprego anunciado, ela secundariza os indivíduos, amplia dependências e muda
comportamentos mesmo sem a perda da ocupação.
A
cultural do desemprego se concentra na influência que o desemprego tem sobre as
pessoas que entram em contato com ele. Ou seja, a cultural do desemprego
explica as causas pelas quais indivíduos inseridos em um determinado contexto
atuam de forma específica e não de outra maneira. Cultura do desemprego é um
conceito amplo que representa o conjunto de tradições, crenças e costumes dentro
do mercado de trabalho. Ela é repassada através da comunicação ou imitação às
gerações seguintes.
Dessa
forma, a cultura representa os tipos de desemprego e a origem de um
acontecimento principal, sendo a soma de padrões dos comportamentos humanos e
que envolve, conhecimentos, experiências, atitudes, valores, crenças, religião,
língua, hierarquia, relações espaciais, noção de tempo, conceitos de universo.
Portanto a cultura do desemprego é todo aquele complexo que inclui o
conhecimento, as crenças, a arte, a moral, a lei, os costumes e todos os outros
hábitos e capacidades adquiridos pelo homem como membro do desemprego. [...]
Freud no seu texto “Recordar repetir e elaborar” (1914), texto esse em que
começa a pensar a questão da compulsão à repetição, fala do repetir enquanto
transferência do passado esquecido dentro de nós. Agimos o que não pudemos
recordar, e agimos tanto mais, quanto maior for a resistência a recordar,
quanto maior for a angústia ou o desprazer que esse passado recalcado desperta
em nós.
Quanto
aos papéis sociais, ao nascer, já temos alguns papéis prescritos como idade,
sexo ou posição familiar. À medida que adquirimos novas experiências, ampliando
nossas relações, vamos nos transformando, adquirindo outros papéis que são
definidos pela sociedade e cultura (SAVOIA, 1989). Em cada grupo no qual
relacionamos, deparamo-nos com normas que conduzem as relações entre as
pessoas, algumas são mais sutis, outras mais rígidas.
São
essas normas que caracterizam essencialmente os papéis sociais e que produzem
as relações sociais (LANE, 2006) Quais são os papéis que você adquiriu ao longo
da sua história de vida? Você é a mesma pessoa de quando nasceu? Fazer uma
restrospectiva da sua história pode ajudar a você a elucidar essas questões,
além de reconhecer sua trajetória de vida, suas experiências que foram
importantes no seu processo de socialização e formação da personalidade.
Perceberá que, ao longo do tempo, adquiriu vários papéis sociais, com novas
responsabilidades também sociais, como por exemplo: os papéis profissionais, os
papéis de estudante.
A
cultura desemprego suscita no desempregado de modo inconsciente 3 aspectos semelhantes
a cultura organizacional, mencionados no início do texto. A missão do desempregado,
representa o motivo da existência da busca pelo emprego. A visão, aonde o
desempregado deseja chegar em determinado intervalo de tempo. E os valores do
desempregado, definem as características que orientam as relações de
desemprego. Neste caso é o próprio desempregado quem lhe dará o suporte
necessário lhe permitindo se posicionar estrategicamente perante o mercado de
trabalho.
Como
a cultura é utilizada como instrumento de poder, nesse caso, a cultura do
desemprego pode manifestar-se como um mecanismo capaz de trancar o indivíduo em
torno de códigos e simbologias controladas, seja, pela falta de dinheiro, falta
de vagas, falta de aplicação de conhecimentos técnicos ou acadêmicos gerados pelo
mercado de trabalho.
A
cultura do poder, onde o desempregado atua focando a sua liderança em si mesmo.
O foco são os resultados e, por isso, é comum haver competição com os outros
profissionais que estão em busca de trabalho no mercado. A desvantagem é a alta
probabilidade de conflitos internos, que podem limitar a evolução do
desempregado. O desempregado também pode ter dificuldades para desenvolver
habilidades e competências, especialmente porque há barreiras para a
implantação de atitudes inovadoras, seja em processos; produtos e serviços que
passam a não existir por estar fora do contingente ambiente organizacional.
O
desempregado nem sequer tem a noção de exercer neste momento o papel de
liderança. Pois, pensa em apenas como conseguir um trabalho novamente. E haverá
ausência de princípios éticos e profissionalismo. O desempregado pode até
evoluir, mas tende a ser algo momentâneo, já que os conflitos existentes
impedem o alcance do êxito.
A
cultura do desemprego pode ser definida como o conjunto de valores éticos e
morais compartilhado pelo desempregado. Ela envolve fatores como crenças e
hábitos, comportamentos e políticas internas e externas do desempregado.
Trabalhar com cultura e poder envolve um esforço de estudar a historicidade do
desemprego, valores, costumes, crenças, normas, expectativas, tradições,
ideias, conceitos, ideais e sensibilidades que se configuram nas mudanças e
permanências da vida social durante o desemprego.
Por
tanto a cultura do desemprego é o conjunto de valores e regras do mercado de
trabalho, enquanto o clima desemprego é o ambiente do desempregado em si, fruto
da atuação, seus relacionamentos e de como são realizados os processos na
procura do emprego. A cultura do
desemprego nada mais é do que a identidade do mercado de trabalho, é o primeiro
elemento que devemos conhecer dela. A cultura do desemprego é vista como caráter,
personalidade utilizada como mecanismo de controle do desempregado.
Para
que o desempregado se sinta pertencendo ao mercado de trabalho, é necessário
que haja identificação, ou seja, o desempregado usa inconsciente o mecanismo
defeso da identificação, se identificando com a identidade, missão, valores e
cultura do mercado de trabalho, entretanto passa a se sentir desvalorizado,
porque não tem a contingência exata para aplicar seus saberes, seja, técnico ou
acadêmico viabilizando a evolução das competências profissionais e
socioemocionais.
E
em detrimento disto a identidade do sujeito na condição de desempregado se
transforma cada vez que não assume o papel de uma ocupação. Se o indivíduo
permanece muito tempo na ociosidade involuntária, o mesmo perde a identidade
construída da ultima empresa em que trabalhou e em consequência as outras
identidades organizacionais. Então podemos perguntar quem é esse indivíduo
agora no desemprego? Qual é a sua identidade? E se o desempregado permitir que
seu comportamento, seja orientado pelo desemprego sofrerá uma série de
consequências. Exemplo, notícias divulgadas pela mídia referente a taxa de
desempregados no país; crise econômica; tipos de desemprego; pandemia; privação
de recursos financeiros e por aí vai.
Dar
a resposta de quem sou eu, é fazer uma representação da nossa identidade no
ambiente desemprego. Mas é preciso analisar como se dá esse processo. Muitas
vezes, tendenciamos responder a esse questionamento, falando das nossas
características físicas, sexo, características da personalidade, signo, idade,
profissão e outros. Quando pensamos em conceito de identidade, logo pensamos em
imagens, representações, conceito de si mesmo, como se o indivíduo se
reconhecesse identificando particularidades, imagens, sentimentos, como parte
dele mesmo. Mas esse conceito é produzido a partir das relações que mantemos
com os outros e com as corporações.
E
neste momento em que o indivíduo perdeu a relação com a ultima corporação, como
será que ele está se reconhecendo identificando competências, identidade,
sentimentos, como pedaço de si mesmo no desemprego. O desempregado começa a ser
influenciado pelo conformismo e dará pouca importância a uma provável evolução
pessoal. Na cultura do desemprego, o objetivo é conduzir o desempregado a não
executar atividades/ e ou tarefa que agreguem conhecimento. Mas sim permanecer
inconscientemente na compulsão a repetição da colocação novamente no mercado de
trabalho. Deste modo não procura outras formas de obter fonte de renda.
O
desempregado está voltado a solução de encontrar um emprego urgente e não são
aptos a lidarem com diferentes tipos de contrariedades, como a demora para
iniciar outra atividade que exige calma e paciência, a aplicação de
competências socioemocionais, privação da moeda ativa, perda da autonomia,
controlo das emoções raiva e medo, aprender a motivar-se intrinsicamente e
extrinsecamente e outros. O desempregado tem pouca liberdade e tende a se
sentir desmotivado na busca de emprego. A cultura do desemprego incita
implicitamente o desalento, o crime organizado, abuso psicológico e físico,
competição desleal na busca de vagas, nepotismo, indicação de vagas dentre
outros. Tudo isto implicitamente são reforçadores que orientam o comportamento
do desempregado para permanecerem no desemprego.
Não
há orgulho em pertencer ao desemprego, entretanto a cultura do desemprego é encorajada
pelo mercado de trabalho, pois esse comportamento, se reforçado pelos
empregadores, crise econômica, políticos, faz com que os desempregados se
sintam desmerecidos por estarem nesta condição. Existindo assim a cultura do
desemprego, ela condiciona o mal-estar e determina as normas de comportamento reproduzidos
dos desempregados dentro do desemprego, seja, qual for o tipo.
Referência
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de Psicologia, Campinas, v. 5, n. 2, p. 289-315, 2000.
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