Ano 2024. Escrito por Ayrton Junior Psicólogo CRP 06/147208
O
presente artigo chama a atenção do leitor para um excelente tópico. Na
psicanálise, o comportamento humano é frequentemente dividido em duas partes: o
consciente e o inconsciente. O consciente é o que estamos cientes e percebemos,
enquanto o inconsciente é o que está escondido em nossas mentes e nos
influencia sem que estejamos conscientes disso.
Quando
se trata de preferências de entretenimento, como o que as pessoas escolhem
assistir em plataformas online, tanto o consciente quanto o inconsciente
desempenham papéis importantes.
Estímulos
Conscientes:
As
pessoas geralmente escolhem assistir a vídeos que as fazem sentir-se bem,
entretidas ou informadas.
Elas
podem estar conscientemente evitando assuntos relacionados à saúde mental
porque acham esses temas desconfortáveis, perturbadores ou simplesmente não têm
interesse neles.
Escolhem
coisas que se alinham com seus interesses pessoais, hobbies ou valores
conscientes.
Estímulos
Inconscientes:
O
inconsciente pode influenciar nossas escolhas de entretenimento de maneiras
sutis. Por exemplo, podemos evitar conteúdo sobre saúde mental porque toca em
questões emocionais profundas que preferimos não confrontar.
Às
vezes, o inconsciente nos leva a buscar entretenimento que serve como uma forma
de escapismo, nos distraindo de problemas ou ansiedades que preferimos não
enfrentar.
Existe
uma tendência inconsciente de evitar assuntos que despertem sentimentos de
desconforto ou inquietação. Isso pode incluir tópicos relacionados à saúde
mental, que podem nos fazer confrontar nossos próprios desafios emocionais.
Exemplos
práticos:
Preferência
por conteúdo leve: Uma pessoa pode escolher assistir a vídeos engraçados ou de
viagens porque isso a faz sentir-se feliz e relaxada, em vez de assistir a
documentários sobre saúde mental que possam despertar sentimentos de tristeza
ou ansiedade.
Evitar
confrontar emoções: Alguém pode sentir um impulso inconsciente para evitar
vídeos sobre saúde mental porque isso pode lembrá-los de experiências passadas
dolorosas ou desafios pessoais não resolvidos.
Escapismo:
Em vez de lidar com questões emocionais difíceis, uma pessoa pode passar horas
assistindo a vídeos de entretenimento para evitar confrontar sua própria saúde
mental.
Esses
são apenas alguns exemplos de como o consciente e o inconsciente podem
influenciar as preferências de entretenimento das pessoas em relação à saúde
mental.
Aqui
estão mais alguns exemplos para ilustrar como o consciente e o inconsciente
podem influenciar as escolhas de entretenimento:
Associações
emocionais inconscientes: Uma pessoa pode ter associações inconscientes
negativas com temas de saúde mental devido a experiências passadas. Por
exemplo, se eles tiveram uma experiência traumática relacionada à saúde mental,
podem evitar conscientemente qualquer conteúdo que os lembre desse trauma.
Normas
sociais conscientes: Em algumas culturas ou comunidades, discutir abertamente
questões de saúde mental pode ser considerado tabu. Assim, mesmo que alguém
tenha um interesse inconsciente em aprender sobre o assunto, eles podem evitar
conscientemente fazê-lo para se conformar às normas sociais.
Fugas
da realidade inconscientes: Muitas vezes, as pessoas usam o entretenimento como
uma forma de escapar temporariamente das pressões e estresses da vida
cotidiana. Nesse caso, elas podem inconscientemente escolher conteúdo que
ofereça uma fuga agradável, em vez de enfrentar questões mais profundas
relacionadas à saúde mental.
Desconhecimento
consciente: Algumas pessoas simplesmente não têm consciência da importância da
saúde mental ou de como abordá-la. Elas podem estar mais inclinadas a consumir
conteúdo que já conhecem e entendem, em vez de se aventurar em território
desconhecido.
Repetição
de padrões inconscientes: Se alguém tem padrões de comportamento inconscientes
que envolvem evitar confrontar emoções difíceis, eles podem repetir esse padrão
ao escolher entretenimento que evite temas de saúde mental.
Esses
exemplos destacam como o consciente e o inconsciente podem interagir e
influenciar as escolhas de entretenimento das pessoas em relação à saúde
mental. É importante reconhecer que essas preferências são complexas e podem
ser moldadas por uma
variedade de fatores conscientes e inconscientes.
Na
psicologia social, o comportamento humano é frequentemente influenciado por
fatores sociais, culturais e cognitivos. Quando se trata das preferências de
entretenimento das pessoas em plataformas online, vários princípios e fenômenos
psicossociais podem estar em jogo:
Normas
sociais e culturais: As normas sociais e culturais desempenham um papel
importante na determinação do que é considerado aceitável ou desejável em uma
determinada sociedade. Em muitas culturas, falar abertamente sobre saúde mental
ainda é estigmatizado. Como resultado, as pessoas podem evitar conteúdo
relacionado à saúde mental para evitar violar essas normas sociais.
Preferência
por conteúdo agradável: As pessoas geralmente buscam conteúdo que as faça
sentir-se bem, feliz ou entretidas. Assuntos como música, viagens e culinária
são frequentemente associados a experiências positivas e prazerosas. Por outro
lado, temas relacionados à saúde mental podem ser percebidos como mais pesados,
desafiadores ou até mesmo perturbadores, o que pode afastar as pessoas.
Evitar
desconforto emocional: Assuntos relacionados à saúde mental muitas vezes
envolvem emoções negativas, como tristeza, medo ou ansiedade. Como resultado,
as pessoas podem evitar esses tópicos para evitar o desconforto emocional que
podem desencadear.
Busca
por entretenimento passivo: Muitas vezes, as pessoas usam o entretenimento como
uma forma de escapismo ou para relaxar após um dia cansativo. Assuntos como
música, vídeos engraçados ou viagens são mais propensos a oferecer uma
experiência de entretenimento passivo, enquanto conteúdo relacionado à saúde
mental pode exigir mais reflexão e engajamento emocional.
Influência
da mídia e da indústria do entretenimento: A mídia e a indústria do
entretenimento desempenham um papel significativo na forma como certos temas
são retratados e promovidos. Temas populares, como música, política ou
culinária, muitas vezes recebem mais atenção e promoção, enquanto assuntos
relacionados à saúde mental podem ser menos divulgados ou até estigmatizados
pela mídia.
Exemplos
práticos:
Uma
pessoa pode preferir assistir a vídeos de viagens exóticas porque isso a
transporta para lugares bonitos e emocionantes, oferecendo uma fuga da vida
cotidiana estressante.
Outra
pessoa pode optar por vídeos engraçados de palhaços ou mágicos porque isso lhes
proporciona uma sensação instantânea de alegria e diversão, sem a necessidade
de lidar com emoções mais complexas.
Alguém
pode evitar conscientemente vídeos sobre saúde mental porque isso pode
despertar lembranças dolorosas de experiências pessoais ou porque teme ser
julgado por outras pessoas por assistir a esse tipo de conteúdo.
Esses
exemplos ilustram como fatores psicossociais influenciam as escolhas de
entretenimento das pessoas e por que elas podem evitar conteúdo relacionado à
saúde mental em favor de outras opções mais leves ou prazerosas.
Aqui
estão mais alguns exemplos para ilustrar como os princípios da psicologia
social influenciam as preferências de entretenimento das pessoas:
Influência
dos pares: O comportamento das pessoas é frequentemente moldado pelas
percepções e comportamentos dos outros ao seu redor. Se uma pessoa percebe que
seus amigos ou colegas evitam discutir ou assistir a conteúdo relacionado à
saúde mental, eles podem ser influenciados a fazer o mesmo para se encaixar ou
evitar serem julgados.
Acessibilidade
e exposição: As plataformas de entretenimento muitas vezes destacam conteúdo
popular ou viral, o que pode aumentar sua acessibilidade e exposição. Se os
vídeos relacionados à saúde mental não são tão promovidos ou não aparecem com
frequência nas recomendações, as pessoas podem ser menos propensas a
encontrá-los e assisti-los.
Reforço
positivo: As pessoas são mais propensas a continuar consumindo conteúdo que
lhes traz recompensas positivas, como risadas, inspiração ou relaxamento.
Conteúdo relacionado à saúde mental, por outro lado, pode não oferecer essas
recompensas imediatas, o que pode reduzir sua atratividade em comparação com
outras opções de entretenimento.
Identificação
pessoal: As pessoas muitas vezes preferem assistir a conteúdo que reflete suas
próprias experiências, interesses e identidades. Se alguém não se identifica
com questões relacionadas à saúde mental ou não teve experiências
significativas nessa área, eles podem não sentir a mesma motivação para
consumir esse tipo de conteúdo.
Impacto
emocional: Assuntos relacionados à saúde mental têm o potencial de evocar
emoções poderosas e, às vezes, desconfortáveis. Enquanto alguns podem estar
dispostos a enfrentar essas emoções em busca de autoconhecimento ou apoio,
outros podem preferir evitar situações que desencadeiem sentimentos negativos.
Esses
exemplos destacam como fatores sociais, cognitivos e emocionais influenciam as
escolhas de entretenimento das pessoas em relação aos temas de saúde mental.
Compreender esses princípios pode ajudar a explicar por que certos tipos de
conteúdo são mais populares do que outros em plataformas de entretenimento
online.
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